Um filho
Tudo parecia normal na vida de Hermione e Severo, ela ainda não tinha tido contato com seu pai desde o dia da morte de Ba e a única pessoa com quem podia contar era com Severo. Já ele estava fazendo tudo possível para que o seu sogro soubesse de tudo o que Gwen já havia feito em outros relacionamentos e com ele próprio, apesar de ainda não saber como fazer para conversar com ele e principalmente como convencê-lo de que sua esposa em breve lhe aplicaria um golpe.
- Hermione quero te levar para jantar hoje! – disse Severo assim que pegou a amada na escola.
- Qual restaurante vamos conhecer hoje? – perguntou ela com um sorriso, toda semana ele escolhia um dia para jantarem fora e sempre variava no restaurante, essa semana iriam a um restaurante japonês.
- Vamos a um novo restaurante que abriu perto da nossa casa! – respondeu ele ligando o carro e dando partida. Logo que chegaram em casa Hermione correu para o banho, queria estar bonita para jantar com o namorido já que era assim que ela os definia. Severo esperou um tempo por sua amada e quando estava quase cochilando na poltrona da sala ele escutou o barulho do salto e levantou o olhar, logo dando um contido sorriso ela estava tão linda e logo lhe retribuiu o sorriso.
- O que achou Sr. Snape? – perguntou ela depois de lhe dar um beijo casto nos lábios.
- Você está linda meu anjo, ou melhor, você é linda! – respondeu ele vendo que ela estava corada. – Pelo amor de Deus Hermione você ainda cora com os meus elogios?
- Você gosta de me deixar sem graça meu amor! – disse ela sorrindo para ele – Agora vamos logo que eu estou morrendo de fome!
- Você tem tido muita fome ultimamente viu mocinha?! – disse ele ao entrarem no carro. – Parece até que...
- Que o que Severo? – perguntou ela se mostrando bastante curiosa com que ele não havia terminado de falar.
- Hermione você está grávida? – perguntou ele parando o carro e olhando para ela.
- Porque está achando isso? – perguntou ela um pouco desconfortável. – Eu não estou grávida, minha menstruação está normal, e eu estou bem.
- Me desculpe, não deveria ter perguntado isso. – disse ele saindo do carro e indo abrir a porta para ela. Estavam jantando em silêncio, Hermione já estava ficando agoniada com toda aquela situação e ainda não entendia o motivo dele ter perguntado se ela estava grávida. O resto do jantar foi tranqüilo, falavam sobre banalidades, gostos alimentares, o que queriam para o futuro. Estavam felizes, e perceberam que tinham muito mais coisas em comum do que imaginavam.
No outro dia, Hermione acordou logo cedo e resolveu fazer o café da manhã para o casal. Severo assim que desceu sentiu um cheiro diferente, muito bom por sinal e se surpreendeu ao ver sua amada preparando aquele café que estava tão cheiroso.
- Mione o que você tá fazendo por aí? – perguntou ele dando um beijo nela e a abraçando por trás.
- Ora, eu resolvi fazer o nosso café da manhã hoje! – respondeu ela sorrindo e virando de frente para ele. – Você sabe que eu estou me esforçando para fazer sempre o melhor, para que você tenha orgulho de mim.
- Você não precisa fazer um bom café da manhã para que eu me orgulhe de você! – disse ele ajudando-a a arrumar a mesa para que pudessem comer.
- Amor eu posso te fazer uma pergunta? – disse Hermione enquanto tomavam o café da manhã muito elogiado por ele, o que a deixou muito feliz. – Se não quiser responder tudo bem!
- Pergunte aí eu vou dizer se vou querer responder eu não Hermione! – disse ele parando de ler o jornal e olhando para a ‘menina’ que parecia apreensiva. – Vamos, fale de uma vez!
- Gwen teve o filho que ela esperava de você? – ela perguntou sem encará-lo até sentir a mão dele em seu rosto levantando-o para fita-lo.
- Acho que precisamos conversar, tenho coisas a lhe contar minha querida! – disse ele parecendo bastante atordoado com a pergunta e levantando-se da mesa. Assim que chegaram à varanda, Hermione sentou-se e percebeu que ele iria ficar em pé mesmo, sinal de que estava angustiado. – Quando soube da gravidez eu nem sabia o que pensar, era novo e não queria ter responsabilidades nas costas, agora eu vejo o quanto errei. Eu e Gwen tivemos uma grande discussão, eu não queria aquele filho e por isso o nosso relacionamento acabou!
- Então ela não teve o filho? – perguntou ela de certo modo ‘feliz’, poderia achar que estava sendo egoísta mais ao ouvir aquela história seu coração ficou mais calmo.
- Teve! – respondeu ele e ela ficou indignada. – Me deixe explicar, por favor!
- Porque não me contou antes Snape? – perguntou ela levantando-se sem olhá-lo. – Eu vou para a escola.
- Hermione espere! – pediu ele saindo atrás dela. – Me deixe explicar o que aconteceu!
- Porque você não me contou antes? – perguntou ela com verdadeiro ódio estampado na face. – Você mentiu para mim, você quando eu perguntei naquela primeira vez você não me disse nada! Por quê?
- Eu soube da existência dessa criança há alguns dias atrás! – respondeu ele exaltado. – Eu nem desconfiava que essa criança poderia existir! Será que...
- Como assim criança Severo Snape? – perguntou gritando e lágrimas caindo de seus olhos. – Eu não acredito que você teve mais de um encontro com aquela mulher!
- Será que você não entende que eu fui enganado assim como você Hermione? – ele perguntou puxando-a pelo braço fazendo-a olhar para ele. – E eu tive mais de um encontro com ela, porque eu a amava!
- E você ainda a ama Severo Prince Snape? – perguntou ela olhando desafiadoramente para ele que não se intimidou.
- Você sabe muito bem quem eu amo Hermione Jane Granger! – respondeu ele puxando-a para um beijo totalmente desesperado. Hermione continuava com a dúvida na cabeça, será que essa criança iria atrapalhar o relacionamento dos dois? Será que ela gostaria de Hermione? Porque ele mentira para ela? – Me perdoa?
- Não, até você me contar tudo de verdade! – respondeu ela se soltando dele e indo em direção ao carro. O trajeto até a escola de Hermione foi muito silencioso, o máximo que se ouvia era o barulho do motor do carro. Severo se sentia culpado por não ter contado a ela logo que soube da existência dessa criança, mais se sentia tão enganado quanto ela, já que Gwen veio lhe contar dessa criança há poucos dias. – Você não ache que vamos voltar ao que era de uma hora para a outra, você ainda tem que me explicar isso muito bem.
- Me desculpe mais uma vez Hermione! – disse ele fazendo menção de beijá-la sem obter sucesso, já que ela desceu do carro sem falar com ele. O dia se passou de maneira lenta para o então brigado casal, assim que chegou a casa Hermione se trancou no quarto de hospedes e ali ficou durante um bom tempo, até que Severo batesse a porta. – Hermione vamos conversar!
- Você vai me contar o que realmente aconteceu? – perguntou ela ainda com a porta fechada.
- Vou. – respondeu ele logo ouvindo o barulho da chave. – Posso entrar?
- Sinta-se a vontade. – resmungou ela indo sentar-se na cama. – Pode começar a falar Snape, quero ouvir tudo o que eu não ouvi da sua boca sobre esse relacionamento.
- Meu filho tem quatro anos, fruto do meu relacionamento com Gwen. – começou ele logo percebendo que os olhos de Hermione se encheram de lágrimas. – Durante todos esses anos em que a conheço, tínhamos um relacionamento bastante conturbado, cheios de idas e vindas. E em um desses encontros que nós tivemos ela engravidou. Não soube que ela havia engravidado e muito menos que ela havia tido a criança, soube apenas agora.
- E quando você soube, porque não me contou? – perguntou ela baixo, estava triste pela falta de confiança que ele havia depositado nela.
- Eu não sabia como contar e muito menos como seria a sua reação. – respondeu ele se aproximando dela. – Meu amor eu sei que você está triste por eu ter lhe escondido isso, eu entendo, mais peço que não fique assim comigo!
- Será que você não percebeu que isso abalou o nosso relacionamento? – perguntou ela quase gritando para ele. – Você mostrou que não confia em mim Severo!
- Eu confio cegamente em você! – disse ele abraçando-a e ali ela chorou durante um bom tempo até adormecer. – Meu anjo, me desculpe.
Uma semana desde a revelação se passou Hermione ainda estava muito fria com Severo, eles agora não dormiam no mesmo quarto, ela estava no quarto de hóspedes e ele ficara com seu antigo quarto. Era duro para os dois, conviver na mesma casa e não ter mais aqueles beijos de bom dia, o calor do corpo um do outro durante a noite. Hermione não agüentava mais aquela situação.
- Qual o nome dele? – perguntou ela enquanto estavam em mais um silencioso jantar. Era a primeira frase que ela dirigia a ele em dias.
- De quem? – perguntou ele sem entender.
- Do seu filho Severo. – respondeu ela olhando-o de maneira séria. – Eu não sei qual o nome do seu filho.
- Romeo Snape. – respondeu ele com um pequeno sorriso. – Ele é um menino lindo.
- Você tem contato com ele? – perguntou ela com uma sobrancelha levantada. – Afinal você é o pai dele.
- Eu saio com ele às vezes, para que ele perceba que tem um pai presente, coisa que eu nunca tive. – disse ele vendo-a se levantar. – Aonde vai?
- Me arrumar, vou até a casa do meu pai estou com saudades dele. – respondeu ela saindo sem dizer uma só palavra a mais. Hermione se arrumou e saiu, precisava pegar umas coisas na casa do pai, por isso foi até lá. Quando chegou viu uma criancinha correndo pelos jardins e seu coração deu um salto, sabia mesmo sem nunca ter visto quem era aquela criança.
- Minha filha! – disse George correndo para abraçá-la. – Que saudades de você minha garota!
- Eu também estava morrendo de saudades do Senhor, papai! – disse ela chorando de saudades. – Sinto muito a sua falta! Muito mesmo!
- Então minha filha, volte para essa casa, volte para o meu lado! – pediu ele enxugando as lágrimas dela.
- Pai, aqui não é mais o meu lugar, meu lugar é ao lado de quem eu amo, do meu marido! – disse ela afagando o rosto do pai.
- Você o ama mesmo não é? – perguntou ele com um pequeno sorriso ao ver a filha confirmar com a cabeça. – Eu perdi o convívio com você e você não sabe como me faz falta!
- Pai, eu também sinto muito a sua falta, mas do jeito que estava eu não poderia ficar aqui! – disse ela vendo o menino se aproximar. – Quem é essa criança pai?
- É um sobrinho da Gwen que veio morar conosco! – respondeu ele sorrindo e chamando o menino para perto de si, não prestando muita atenção na cara de Hermione que estava passada. – Romeo quero que conheça a minha filha, Hermione!
- Olá Romeo! – disse Hermione ainda perplexa com a mentira de Gwen. – Você é muito bonito sabia?
- Obrigado, você também! – disse ele vermelho de vergonha se escondendo atrás de George que apenas ria. – Tio George, cadê a minha mãe?
- Mãe? – perguntou Hermione se fazendo de desentendida. – Ele não é sobrinho dela?
- Ela o cria desde pequeno, por isso ele a chama de mãe! – disse George se virando para o menino. – Gwen foi ao salão, daqui a pouco ela volta.
- Pai, eu tenho que ir lá em cima pegar umas coisas minhas que eu deixei, ainda estão aí? – perguntou ela, agora percebendo como Romeo era bonito, Severo deveria ter muito orgulho daquele menino.
- Seu quarto está intacto minha filha! – respondeu ele. – Romeo porque não vai com Hermione? Sei que você sempre quis conhecer o quarto dela!
- Eu posso? – perguntou ele com os olhinhos brilhando de felicidade, arrancando um sorriso de Hermione e de George.
- Claro que pode Romeo, venha comigo! – respondeu ela pegando na mão do menino e subindo as escadas. – Então quer dizer que você é sobrinho da esposa do meu pai!
- É. – disse ele um pouco inseguro e sem olhar para Hermione. – Seu quarto é muito bonito!
- Obrigada pequeno! – disse ela abrindo o closet e tirando algumas roupas que ainda estavam ali. Após todas as roupas pegas, Hermione tinha que ir embora e percebeu que tanto seu pai como Romeo haviam ficado cabisbaixos. – Ei o que vocês têm?
- Quando você vai aparecer novamente? – perguntou George já todo saudoso.
- Eu prometo vir com mais freqüência está certo? – perguntou ela dando um abraço no pai. – Eu amo você pai!
- Eu também amo você minha filha, muito mesmo! – disse ele dando um beijo no topo da cabeça dela. – Romeo você não vai se despedir da minha Hermione não?
- Tchau Hermione! – disse ele todo acanhado logo ficando extremamente vermelho ao perceber que ela havia lhe um beijo na bochecha.
- Tchau Romeo! – disse ela com um sorriso lindo. – Eu qualquer dia desses venho te buscar para darmos um passeio, isso é se sua tia e seu tio deixarem!
- Claro que deixo Hermione! – disse George com o menino agora em seu colo. – Apareça mesmo, e dê notícias!
- Eu darei pai! – disse ela soltando um beijo para os dois, entrando no carro em seguida e rumando para casa. Assim que chegou a casa ela ficou sentada no sofá lembrando-se do menino adorável que era Romeo, e de como ele lembrava o pai. Severo quando chegou a viu ali deitada, adormecida e resolveu levá-la para cima.
- Quando você vai me perdoar? – murmurou ele dando um beijo casto nos lábios dela.
- Ele é lindo! – murmurou ela abrindo os olhos.
- De quem você tá falando? – perguntou ele sem entender nada do que ela tava falando.
- Romeo! – respondeu ela despertando e se sentando na cama. – Seu filho é lindo meu amor!
- Onde você o viu? – perguntou ele ainda achando estranho o que ela estava falando.
- Ele está morando com meu pai e com Gwen! – respondeu ela alisando o rosto dele. – Eu fui errada em te fazer sofrer dessa forma meu amor! Desculpa!
- Hermione quem errou fui eu! – disse ele logo sendo calado por um beijo dela. – Eu te amo!
- Também amo você Severo! – disse ela puxando-o para si. – Eu acho que agora temos que tirar o atraso! Eu estou morrendo de saudades de você, dos seus beijos, do seu toque!
- Então se prepare mocinha, vamos compensar o tempo perdido! – disse ele arrancando de uma vez a blusa dela, fazendo com que ela desse um gritinho.
Não muito longe dali, um menininho de cabelos incrivelmente pretos olhava o céu quando uma estrela cadente passou de praste ele resolveu fazer um pedido “eu quero morar com o meu papai”, em seguida afundou em um sono profundo.
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