Prima Dora (29/04/2008)

Prima Dora (29/04/2008)



Capítulo 14 - Prima Dora

Na varanda achei prima Dora passeando de um lado para outro. Veio ao patamar e me perguntou onde estivera.
--Estive aqui ao lado, conversando com D. Molly, e distraí-me. É tarde, não é? Mamãe perguntou por mim?
--Perguntou, mas eu disse que você já tinha vindo.
A mentira espantou-me, tal qual como sua sinceridade. Não é que prima Dora fosse de “fazer doce”, dizia francamente a Pedro o mal que pensava de Paulo, e a Paulo o que pensava de Pedro. Mas, confessar que mentira é que me pareceu novidade. Era nova ainda, magra e pálida, com o rosto em feitio de coração fina. Vivia conosco desde que perdera o marido, e em troca fazia companhia à minha mãe. E nunca tirei da cabeça, que sentia algo por um certo alguém em minha casa.
Passeamos alguns minutos na varanda. Quis saber se eu sabia dos projetos eclesiásticos de minha mãe, e ao ouvir minha afirmação, questionou-me sobre o gosto que eu tinha à vida de padre. Respondi neutro:
--Vida de padre é muito bonita.
-- Sim, é bonita. Mas o que quero saber é se você gostaria de ser padre. - Explicou rindo.
--Eu gosto do que mamãe gostar.
--Prima Lílian deseja muito que você se ordene, mas se não quiser, sei da única pessoa que poderia ajudá-lo.
--Quem é?
--Ora, quem! Quem é que há de ser? Remo que não é,não iria contra Lílian e eu também não.
--Sirius Black? Concluí.
--Naturalmente.
Enruguei a testa interrogativamente, e ela completou a notícia dizendo que ainda naquela tarde Sirius Black lembrara a minha mãe da promessa antiga.
--Prima Lílian pode ser que com o passar dos tempos vá esquecendo a promessa. Mas como há de esquecer se uma pessoa estiver sempre nos ouvidos falando do seminário? E os discursos que ele faz, os elogios da Igreja, e que a vida de padre é isto e aquilo, tudo com aquelas palavras que só ele conhece? Note que é só para fazer mal, porque ele é tão religioso como este lampião. Pois é verdade, ainda hoje de tarde falou de um jeito que você não imagina...
--Mas falou à toa? Perguntei, a ver se ela contava a denúncia do meu namoro com a vizinha.
Não contou. Fez apenas um gesto como indicando que havia outra coisa que não podia dizer.
Novamente me recomendou que não me desse por vencido, e recapitulou todo o mal que pensava de Sirius Black, e não era pouco: um intrigante, um bajulador, um especulador, e, apesar da casca de polidez, um grosseirão. Eu, passados alguns instantes, disse:
--Prima Dora, se me diz tudo isso, por que acha que ele poderia ajudar?
--Porque tem uma dívida de gratidão com seu pai. –disse ela simples e rapidamente.
--Prima Dora, a senhora era capaz de uma coisa?
--De quê?
--Era capaz de... Suponha que eu não gostasse de ser padre... A senhora podia pedir a mamãe...
--Isso não-disse claramente--- Prima Lílian tem este negócio firme na cabeça, e só há uma pessoa capaz de fazê-la mudar de idéia. Não lhe quero infeliz, mas muito menos sua mãe. Se ela me consultar, pode ter certeza que já tenho minha resposta.
“Não obrigue o menino a uma vida que não é dele.”

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N/A: Mais um curtinho para vocês. Nossa, o Sirius realmente não é bem visto...Interessante não?
Me perdoem pelo tamanho dos capítulos, sei que não é comum, mas é totalmente planejado!!

POXA! NUNCA TENHO LEITORES NOVOS! SEI QUE A FIC É DE UM ESTILO DIFICIL DE AGRADAR, MAS MESMO SE ACHAREM RUIM COMENTEM!!

BARNEY E MICA EU AMOOOO VOCÊS!!!!

beijos!

Anna!

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