Tio Remo (17/04/2008)

Tio Remo (17/04/2008)



Capítulo 4 -Tio Remo

Tio Remo vivia com minha mãe, desde que ela enviuvou. Já então era viúvo, como prima Dora, era a casa dos três viúvos.
A fortuna troca muita vez destino pelo trabalho. Formado para as serenas funções do capitalismo, Tio Remo não enriquecerá de uma vez: ia crescendo. Tinha o escritório na antiga Rua das Magnólias, perto do fórum, que era o antigo Ministério. Trabalhava no crime. Sirius Black não perdia as defesas orais de tio Remo. Era ele quem vestia e despia a toga, com muitos cumprimentos no fim. Em casa, comentava orgulhoso. Tio Remo, por mais modesto que fosse não conseguia deixar de sorrir.
Era magro e mediano, tinha a respiração curta e os olhos sempre cansados. Uma das minhas recordações mais antigas era vê-lo arrumar caprichosamente a maleta que minha mãe lhe deu e que o levava ao escritório. O preto do couro já dava seus primeiros sinais de desgaste, a alça já fora recosturada algumas vezes por mamãe. Mas troca-lá por outra era algo impensável, todos os dias ele a engraxava, escovava e ia para o escritório.
Também não me esqueço do que ele me fez uma tarde. Visto que nasci na roça (da onde vim com dois anos) e apesar dos costumes do tempo, eu não sabia montar, e tinha medo de cavalo. Tio Remo pegou e me colocou em cima de seu cavalo Artemis. Quando me vi no alto (tinha nove anos), sozinho e desamparado, o chão lá embaixo, comecei a gritar desesperadamente: "Mamãe! mamãe!".
Ela correu para mim pálida e trêmula, achou que me estivessem matando, me pegou no colo me acalmando, enquanto o irmão perguntava:
--Mana Lílian, pois um tamanhão destes tem medo um pangaré?
--Não está acostumado.
--Deve acostumar-se. Se vir a se tornar padre na roça, é preciso que monte a cavalo, e mesmo aqui, ainda não for padre, se quiser ser como os outros rapazes, e não souber, há de sofrer Lílian!
--Pois no futuro pensaremos nisso, tenho medo.
--Medo! Ora, medo!
A verdade é que eu só vim a aprender equitação mais tarde, por vergonha de dizer que não sabia montar. "Agora é que ele vai namorar todas!", disseram quando eu comecei as lições. Não se diria o mesmo de tio Remo. Já não ligava para namoros. Contam que, em rapaz, foi amado por muitas damas, além de ser um ótimo partido, mas os anos levaram-lhe a beleza e o vigor, e a morte acabou com o resto de suas idéias públicas e específicas. Agora só cumpria as obrigações do ofício e sem amor. Nas horas de lazer vivia olhando ou jogava. Uma ou outra vez contava piadas.

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N/A: Mais um capítulo para vocês...Ia postar um capítulo por dia, mas a história está tão fresca na minha cabeça, que preciso escrever antes que ela fuja! Quem já leu o livro deve ter reparado que na essência a história é a mesma, mas estou adaptando as personalidades o máximo possível para os nossos amados personagens, sem descaracterizar a história...

obrigada pelos comentários!
Principalmente a você Barney!! Valeu mesmo!
Sabine, adoro sua fic Rebellion! Obrigada pelo comentário!!!!

muitos beijos para vocês!!!

Anna!

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