Dá para acreditar?



Capítulo 27 – Dá para acreditar?

Sirius estava preocupado com o que Remus havia lhe falado. Depressão não é uma coisa fácil de ser superada. Pela primeira vez em anos, foi até a biblioteca fazer uma pesquisa.
Passou horas pesquisando, mas não havia achado muita coisa.
Pela primeira vez na vida, resolveu fazer outra coisa também: pedir ajuda à bibliotecária. Mas ao procurar Madame Pince, encontrou em seu lugar uma jovem, de cabelos negros e lisos. Olhos castanhos, quase negros.
- Olá. A Madame Pince volta quando? –perguntou Sirius
- Ela se aposentou. Sou a nova bibliotecária. Sofia Sell. –falou a jovem
Hogwarts havia mudado muito desde que ele estivera ali pela última vez...
- Muito bem... Eu estou procurando informações sobre depressão. –falou Sirius
- E o senhor é o novo professor de Transfigurações? –perguntou Sofia
- Isso mesmo. –falou Sirius
- Especificamente o que sobre depressão? –perguntou Sofia
- O que é, tratamentos... Essas coisas. –falou Sirius
- Volto em um minuto. –falou Sofia afastando-se.
Sirius ficou esperando... Ele havia passado uma hora procurando e não achou nada. Ele mal falou o que queria e ela já sabia qual o livro e onde procurar?
Sofia voltou menos de cinco minutos com um livro intitulado “Depressão de A a Z, por Ariana Dumbledore”.
- Eu não sabia que Dumbledore tinha uma irmã... –falou Sirius lendo a biografia da autora na contracapa
- Eles sempre foram meio reservados, mesmo. –falou Sofia
Sirius foi sentar-se. Olhou para a biblioteca. Não havia muita gente, era o primeiro dia de aula ainda. Foi sentar-se na última mesa. Dali há 2 horas seria o almoço e ele teria a tarde toda cheia.
Começou a ler o livro. Tinha muita informação interessante. A primeira era nunca deixar muito tempo sozinho uma pessoa em depressão. Isso significa que para ajudá-la, ele teria que passar mais tempo fazendo companhia para Perséfone... O que para ele era muito bom.
Continuou lendo. Ariana deixava uma coisa bem clara. A pessoa que tem depressão precisa sentir-se amada.
“- Vou poder demonstrar que eu a amo sem medo!”- pensou Sirius
E dizia para tentar quebrar a rotina com atividades que o animem e que o paciente gostasse antes de fazer.
“- Vou receber uma coleção de Crucciatus?” –pensou Sirius
Como ele faria para descobrir atividades que ela gostasse de fazer? E como perguntar isso para as outras pessoas? Tava todo mundo triste pela morte de Anastácia. Ele mesmo estava triste. Mas já estava superando. Já havia se passado uma semana desde a morte de Anastácia. Até Harry já estava melhorando. E Perse nada de se recuperar.
Sofia parou ao lado dele.
- É para ajudar a Perse? –perguntou Sofia
- É. Aqui diz para fazer os passatempos dela. –falou Sirius
- Leve-a para um piquenique este fim de semana, nos jardins. Ela gosta de sanduíche de queijo e suco de laranja. –falou Sofia sorrindo
- São amigas? –perguntou Sirius
- Da época do colégio. Ela e o Teddy viviam fazendo piqueniques. –falou Sofia
- Vocês costumavam fazer piqueniques quando estudavam aqui? –perguntou Sirius
- Não. Só ela e o Teddy. Eles eram namorados. –falou Sofia
Sirius olha sério para Sofia.
- Ela e o filho do Remus? –perguntou Sirius
- Isso. Mas eles terminaram depois do sexto ano. A Perse usou uma imperdoável em um duelo. –falou Sofia
- Usou um Crucciatus em quem? –perguntou Sirius
- Não... Ela usou um Avada em Bianca. Só que errou. –falou Sofia
- Ainda bem... –falou Sirius
- Ainda bem, nada. O único lado positivo é que ela não foi parar em Azkaban. Mas o lado ruim é que a Bianca continuou respirando. –falou Sofia
- Eu vou tentar isso. –falou Sirius
- Um Avada? –assustou-se Sofia
- Não, o piquenique. Qual a comida que ela mais gosta? –perguntou Sirius
- Ih... Acho que é chocolate. Mas não tenho certeza. Sempre me falaram que a Perse é meio boca fina. Tente algo do tipo comida chinesa ou um macarrão com molho de cogumelos e ervas finas. Eu sei que disso ela gosta. –falou Sofia
- E sabe se aqui tem um livro de receitas? –perguntou Sirius
- Se ta procurando a receita do macarrão, desista. Foi ela quem inventou o prato. –falou Sofia
- E não passou a receita para ninguém? –perguntou Sirius
- Claro que passou. Para o seu elfo, Monstro. –falou Sofia
- Qual o passatempo favorito? –perguntou Sirius
- Isso vai ter que perguntar para a Naj ou para a Jacke. –falou Sofia
- Qual o animal que ela mais gosta? –perguntou Sirius
- Acho que gosta de cães e de gatos. –falou Sofia
- Gosta de cães? –perguntou Sirius sorrindo
- Ela tem uma cadelinha preta chamada Bella. –falou Sofia
- Bella de Bellatrix? –perguntou Sirius rindo
- Isso. Ela ganhou o cachorrinho do Teddy no Natal do ano em que formamos. –falou Sofia
- Bem, eu vou levar o livro. Tenho que almoçar e dar aula a tarde toda. –falou Sirius saindo
Ele caminhou apressado até a cozinha.
- Monstro! –gritou Sirius na porta da cozinha
Ao vê-lo, Monstro começou a bater a cabeça na mesa mais próxima.
- Não é justo! Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. –falou Monstro
- Monstro! Quero que prepare o macarrão com molho de cogumelos e ervas finas para dois e leve até o quarto da Perse. –falou Sirius
- Até o quarto de senhorita Perse? –perguntou Monstro parando de bater a cabeça
- Isso. –falou Sirius
- Senhorita Perse voltou para a Ala Hospitalar ontem à noite. Por causa da depressão, Patrãozinho. –falou Monstro
Sirius ficou pensativo. Ele tinha que fazer alguma coisa... Começou a andar rumo ao Salão Principal para almoçar, mas mudou de idéia. Volou a cozinha, comeu um sanduíche e aproveitou que ainda teria uma hora livre, antes de começar a aula. Caminhou apressado para a Ala Hospitalar.
Chegando lá, Perséfone estava na primeira maca. Ela estava pálida, os cabelos muito negros a deixavam com a aparência mais abatida.
Bellatrix havia acabado de sair para almoçar.
Perséfone estava deitada, dormindo. Sirius aproximou-se e acariciou os cabelos dela, acordando-a.
- Olá, bela adormecida. –alou Sirius
Perséfone olhou para ele. Estava com um pouco de olheiras.
- O que houve? –perguntou Sirius acariciando os cabelos dela
- Não sei... Fiquei meio tonta e acordei aqui. Eu tava indo jantar. –falou Perséfone sentando na cama
- O que tomou jantou? –perguntou Sirius
- Não jantei. Ontem eu tava meio sem apetite e não tomei café da manhã e nem almocei. Resolvi jantar, mas passei mal antes de chegar ao salão... –falou Perséfone
- Monstro! –chamou Sirius
O elfo apareceu na ala hospitalar.
- Comeu alguma coisa hoje? –perguntou Sirius
- Não. –falou perséfone
- Faz o macarrão que eu falei. Aquele com molho de cogumelos e ervas finas. –falou Monstro
- Sim, senhor! –falou Monstro
- Como tem passado? –perguntou Sirius
- Normal. –falou Perséfone
- Depois que você almoçar, quero que dê uma volta comigo, se Madame Pomfrey deixar. –falou Sirius
- Mas você dá aula daqui há uns 40 minutos. –falou Perséfone
- Bem, então depois das aulas, você vai dar uma volta comigo. Vamos esticar as pernas em Hogsmeade. É sexta feira. Comer uma torta... –falou Sirius
- Tem certeza? Eu ando meio chata... –falou Perséfone
- Tenho certeza absoluta. –falou Sirius
- Sirius, meu cabelo não vê um pente há uma semana. –falou Perséfone
Foi nessa hora que Sirius percebeu que o cabelo dela estava mesmo meio bagunçado.
Ele conjurou um pente e penteou o cabelo dela com carinho, tomando cuidado para não puxar fio.
Perséfone encostou a cabeça no ombro dele assim que ele terminou.
Sirius a abraçou.
- Você tem que reagir, meu anjo. –falou Sirius
- Ta difícil... Eu não sei como. –falou Perséfone
- Tente se levantar, se alimentar direito... Sair mais do quarto. –falou Sirius
Perséfone se aninhou nos braços dele, como se fosse um filhote frágil em busca de proteção.
Monstro chegou com a comida nessa hora.
Sirius pegou o prato na mão dele e começou a encher o garfo.
- É para o senhor? –perguntou Monstro
- Claro que não, Monstro. –falou Sirius guiando o garfo até a boca de Perséfone
A garota comeu a primeira garfada.
Sirius continuou dando as garfadas na boca dela até ela terminar de comer.
Monstro pegou o prato vazio e levou para a cozinha.
- Dá para acreditar? Se continuar desse jeito eu vou acabar com os 4 pneus e o estepe arriados por você! –falou Perséfone
Sirius apenas sorriu e foi dar aula.

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