Desabafo
Persefone se sentia um montro com o que havia acabado de fazer. Havia matado Penny, sua irmã... Como ela pode matar alguém de seu próprio sangue? Por que havia feito isso? Sentia-se uma traidora covarde e suja. E só fazia chorar. Não queria voltar para Hogwarts e encarar a mãe. A única coisa que fazia era caminhar... Até que ouviu um ganido atrás de si. Era Fifi.
Persefone abaixou-se e pegou a cachorrinha no colo.
- O que vamos fazer, Fifi? Eu virei um monstro... -falou Persefone
Abraçou a cachorrinha. Persefone estava no meio de uma estrada entre Hogsmeade e Londres. Não teria coragem de encarar a tia também. Para onde iria? A jovem ficou andando meio sem rumo até chegar muitas horas depois à antiga casa dos Noodstrong.
Era uma mansão enorme, mas completamente largada de lado. Quase completamente destruída por um incêndio que matou os Noodstrong anos antes. Persefone entrou com Fifi nos escombros, por onde antes seria a porta da frente. Caminhou por entre mobília queimada sem conseguir ver nada, passando direto para uma escada de mármore que levava ao segundo andar. Seguiu reto até o último quarto do corredor. Era seu quarto. Na noite do incêncio, Persefone tinha ido dormir na casa dos Malfoy. Viu sua antiga cama de madeira carbonizada e chorou. Deitou-se e abraçou Fifi, sem conseguir parar de chorar, a consciência de seu ato atormentava-a sem dó. O celular tocou nessa hora, mas Persefone não o atendeu. Era Sirius preocupado.
Chorou até adormecer.
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Gaya e os demais procuravam Persefone para tudo que era lado. E não achavam a jovem em lugar nenhum. Sirius esperava na casa dos gritos. Mas diabos, ele sempre tinha que esperar. Andava de um lado para o outro impaciente. Não sabia o que fazer, não sabia o que pensar. Por que ela tinha sumido? Será que Vlad a tinha pego de novo? O homem sentou-se no sofá da sala e ficou olhando a porta de entrada.
- Perse, volta... -falava Sirius
Narcisa chegou nessa hora.
- Acharam? -perguntou Sirius
- Acharam o que? -perguntou Narcisa
- A Perse sumiu. -falou Sirius
A mulher caiu sentada no chão mesmo.
- Penny vai me tirar minha menininha de novo. -falou Narcisa com os olhos cheios de lágrimas
- Penny está morta. -falou Sirius
- O que? -perguntou Narcisa
- Penny está morta! Foi morta por Persefone em um duelo. -falou Sirius
- Ai, meu Deus... O ritual dos Noodstrong foi anulado... -falou Narcisa
- Que ritual? -perguntou Sirius
- Um ritual que limitava as habilidades necromanticas de Persefone. -falou Narcisa
- Então a Penny não tinha chances contra ela? -perguntou Sirius
- Nenhuma... -falou Narcisa
Sirius olhou-a pasmo.
- Então a Persefone agora... Tem total controle sobre qualquer coisa morta ao seu redor, espíritos, fantasmas, inferius... É isso? -perguntou Sirius
- Isso! Inclusive os que possuem outros mestres. -falou Narcisa
- O Ministério vai deixar ela em paz com isso nesse pé? -perguntou Sirius
- Minha maior preocupação não é o Ministério. -falou Narcisa
- É o que? -perguntou Sirius
- Por queriam derrubar a Penny e Vlad? -perguntou Narcisa
- Eles estavam dominando meio planeta... -falou Sirius
- Eles estavam ficando muito poderosos. -falou Narcisa
- Acha que podem voltar armas contra Perse? -perguntou Sirius
- Acho... -falou Narcisa
A mulher selevantou do chão. Aparatou para um outro local, sem falar nada com Sirius.
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Narcisa aparatou para a antiga casa dos Noodstrong. Seguiu os passos marcados na cinza do chão, até chegar ao antigo quarto de Persefone. Viu a garota deitada sobre a cama, adormecida. Sentou-se ao seu lado e acariciou-lhe os cabelos loiros, manchados de cinza.
- Perse... -chamou Narcisa carinhosamente
A jovem mexeu de leve na cama.
- Persefone! -chamou Narcisa mais branda
A loirinha abriu os olhos.
- Tia Cissy? Tia, eu sou um monstro... -falou Persefone
- O que você tá falando meu anjo? Nunca se chame assim, ouviu? -falou Narcisa ainda fazendo carinho nos cabelos da menina.
- Eu matei a Penny, tia! Eu sou um monstro. -falou Persefone
- A Penny estava atacando o colégio todo. Ia matar todo mundo. Você não teve outra alternativa... -falou Narcisa
Persefone apenas chorava.
- A mamis... Eu matei ela na frente da mamis. -falou Persefone
- Sua mãe tá te procurando, louca de preocupação. -falou Narcisa
- Ela não ta com raiva de mim? -perguntou Persefone
- Tom conversou com ela. Se você não tivesse interferido, a Penny tinha matado todo mundo inclusive a Bella. É o que ele acha, pelo menos. -falou Narcisa
Persefone apenas fitava a tia. Deitou sua cabeça no colo da mesma. Narcisa abraçou a cabeça da menina e ficou fazendo cafuné.
- Essa casa é perigosa, Perse... Foi condenada por causa do incêndio. Venha... Vamos para casa. Você toma um banho bem morninho e gostoso e vamos conversar sobre qualquer coisa, menos essa guerra, tá? -falou Narcisa
Persefone pegou Fifi no colo e abraçou a tia, concordando com a cabeça. Narcisa aparatou para a mansão dos Malfoy. Chegando lá, depararam-se com Lucius preocupado.
- Meu anjo, onde você se meteu? -perguntou Lucius correndo e abraçando Narcisa e Persefone
- Na antiga casa dos Noodstrong. -falou Narcisa
- Precisa tomar um banho. Leva ela, Narcisa. Vou dar ordem para os elfos prepararem um chá bem quentinho... -falou Lucius
Narcisa levou Persefone até onde era o quarto da menina.
- Tome seu banho, meu anjinho! Eu e seu tio estaremos te esperando para um lanche. Precisa se recompor. -falou Narcisa carinhosa
Persefone sorriu para a tia e entrou no banheiro. Tomou um banho caprichado, tinha cinza até dentro do ouvido. Aproveitou e deu um banho em Fifi também. Secou-a no secador e saiu, vestindo um de seus pijaminhas. Um verde de sapinhos, calçando uma meia verde e com pantufas verdes de pelúcia, cada uma com um sapinho em cima.O cabelo meio úmido preso em duas tranças e Fifi no colo.
- Vem, meu anjo! Estamos te esperando... -falou Lucius sentado em uma mesa na enorme cozinha.
Persefone sentou-se ao lado dos tios. Pegou a chaleira e despejou um pouco de chá quente dentro da xícara. Comeram tranquilamente. Persefone voltou depois para o quarto e foi dormir.
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