Capítulo Dois
– Achei que eu seria o primeiro a saber quando você estivesse solteira – disse Harry, do outro lado do telefone.
Hermione não entendeu.
–Como?
–Seu divorcio saiu hoje, querida. – ele explicou.
Alguma coisa muito pesada parecia ter saído do coração de Hermione, porque ela estava ligeiramente mais leve.
–Sério?
–Você está ciente que os jornais dizem que você se separou porque estamos tendo um affair, não está?
Hermione rolou os olhos. Melhor amigo errado.
–Quantas bobagens esses tablóides inventam.
–Dizem aqui que nós formamos um belo casal. – ele afirmou. Fez-se de indignado. – Que redundância! Qualquer ogro ficaria mais que bonito ao seu lado.
Ela não pôde deixar de corar.
–Você é o mais bobo de todos. – ela mordeu o lábio. – Harry?
–Sim?
–O Rony está sabendo que o divorcio saiu?
A voz do homem endureceu instantaneamente.
–Ele está em Lua de Mel.
–Eu sei...mas ele não te falou nada?
–Não.
Hermione suspirou.
–Ok.
–Hermione, pelo amor de Deus! – estourou Harry. – Como você pode ser assim? Como você se transformou nisso? Quando você deixou de amar a si mesma?!
–Do que você está falando? – gaguejou ela.
–Você perde seu tempo atrás de uma pessoa que não te quer! Merda! Há outras pessoas no mundo, Hermione! Você é linda, é jovem, é inteligente, pode conseguir quem quiser!
–Isso não basta pra mim.
–Bastaria para qualquer pessoa!
–Sou diferente. – respondeu ela, seca.
Ouviu-se um suspiro do outro lado do telefone.
–Você quem sabe. Sempre soube.
–Ótimo! – disse, irritada.
–Ótimo!
Harry desligara na sua cara. Dez minutos de raiva depois, Hermione tornara a ligar pra ele.
–Você é um idiota! – rosnou.
–O que foi? Sentiu saudade? – perguntou ele, irônico.
–Por que você se mete na minha vida? – retrucou ela.
–Porque eu sou o seu melhor amigo e só quero seu bem, porra!
–Mas eu não preciso! – Hermione afirmou, os olhos cheios de lágrimas. – Eu não preciso que você me diga que eu estou errada, eu não preciso que você me diga que eu sou uma idiota, eu não preciso que você me diga que ele não vai voltar, porque eu sei disso!
Harry esperou ela recuperar o fôlego em silencio.
–Porque, Harry Potter, eu não me importo que todos me critiquem, mas ouvir uma critica vinda da sua boca é o que causa mais dor em mim! Você entende agora? Você consegue me entender? Você é tão importante pra mim que eu sequer suporto a idéia de você me odiar!
A resposta dele veio rápida.
–Eu não te odeio. Eu não disse isso.
–A sua verdade me machuca.
–Então essa verdade há de te curar: eu te amo.
*
As mãos pálidas tremiam, e, pela primeira vez, Draco não entendia o que acontecia com seu corpo. Olhou para o relógio. Eram 03h14min da madrugada, e ele estava virado na cama, sem conseguir pregar o olho.
Colocou as mãos entre as pernas, a fim de que elas parassem com a tremedeira. Seu suor estava gelado, frio, doentio. De todas as vezes que se aventurava nas drogas, ficara louco, mas agora era diferente. Ele não estava louco; estava sozinho.
Sua mente vagava por territórios obscuros, onde ele nunca ousara entrar, enquanto seu pulmão dava o máximo de si para respirar um pouquinho de oxigênio.
Levou as mãos pálidas até o telefone celular, ligando para o primeiro número nas chamadas, que era o de Gina.
Ela demorou a atender.
–Gina? – perguntou Draco; sua voz estava acelerada, como se a língua estivesse enrolada. – Acho que eu estou morrendo.
*
N/A: sooooooooooorry! :x
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