Intenções
Capítulo 5 – Intenções
- Madame Pomfrey, isso não é hora para brincadeiras! – Snape dirigiu-se a medibruxa, alterado.
- Não estou brincando, Severus! Se você conversasse cordialmente com seus colegas, talvez soubesse que o Sr. Longbottom é o melhor aluno de Herbologia...
Neville, um tanto envergonhado, abaixou a cabeça. Snape bufou em descrédito.
- ... Sem contar que é um grande amigo da Srta. Granger e tenho certeza que ajudará em tudo que for preciso.
- Se você visse Longbottom em minhas aulas, tanto as de poções como as de Defesa, entenderia minha descrença.
- Ora, talvez você apavore tanto o garoto que ele não consegue progredir em qualquer matéria que lecione! – respondeu Papoula irritada, Snape deu um sorriso sarcástico ao ver o rosto do grifinório tingir-se de um vermelho intenso. Ela continuou. – Explique ao garoto o que ele tem que fazer enquanto eu chamo alguém para lhe ajudar com a preparação da essência.
- Não preciso de ajuda. – ele a cortou.
- Precisa sim. Como você produzirá a quantidade necessária para o tratamento dela? Tenho plena certeza que a quantidade fornecida a Draco Malfoy uns anos atrás não chegará nem próxima ao essencial. Então, quem quer que eu chame? – perguntou, um pouco satisfeita pela expressão de desagrado no rosto do professor, mostrando que estava terrivelmente certa.
- Chame... – ele pensou por algum tempo, um tempo relativamente curto. – Gina Weasley.
Madame Pomfrey se surpreendeu, mas virou-se para a saída sem nenhum protesto ou comentário. Snape desviou seus olhos da medibruxa e pousou-os no garoto parado a sua frente. Seus olhos brilharam ao perceber o desconforto do menino. Desconforto? Não. Medo mesmo.
- Longbottom, vou direto ao assunto, a Prof. Sprout teve que se ausentar, não há ditamno no estoque da Ala Hospitalar e eu não posso me ausentar por muito tempo daqui, então preciso...
- Que eu traga ditamno, certo? – interrompeu-o Neville.
- Não me interrompa, Longbottom.
- Apenas queria apressar as coisas, professor. Hermione precisa disso com certa urgência, não é? – Snape ergueu uma sobrancelha, sentindo-se meio surpreso, meio irritado.
- Só quero ajudar... – justificou-se Neville, perdendo a coragem momentânea que o fizera interromper seu pior professor.
- Não estou pedindo sua ajuda, Longbottom. Você está aqui para substituir a Prof. Sprout e para fazer um favor para a sua amiga. – Frase péssima, Snape. Disse a si mesmo. Continuaria sendo um favor para ele, indiretamente, mas seria.
- Sim, senhor.
- Você sabe o que é um ditamno, Longbottom? É uma espécie semelhante ao cogumelo e que vive em lugares muito úmidos, como a margem do Lago Negro. Não toque na região inferior de sua “cabeça” e...
- Desculpe, professor, mas eu sei exatamente o que fazer. De quantos o senhor precisa? – Neville o interrompeu novamente.
- Longbottom, que parte do “não me interrompa” o senhor não entendeu?
- Professor Snape, só quero adiantar as coisas. Se o senhor chegou ao ponto de pedir algo a mim, é porque Hermione está precisando muito, então todo tempo é necessário. – respondeu Neville. De onde ele tirara tanta coragem assim? Para falar o que pensava para Severus Snape? Talvez estivesse fazendo isso apenas pela menina que o ajudou a procurar seu sapo no Expresso de Hogwarts.
Snape bufou. Nunca diria que o garoto estava certo, apesar de saber que estava. Mas decidiu concluir logo a conversa.
- Já disse que não é um favor a mim, Longbottom. – Neville lançou um olhar eu-sei-que-é-um-favor-para-você-embora-você-não-queira-admitir ao seu professor, mas o deixou continuar. – Traga trinta e sete, creio que serão suficientes.
- Sim, senhor. – Concordou o grifinório antes de sair às pressas da enfermaria. Snape suspirou:
- Neville Longbottom corajoso? É, senhorita Granger, você tem realmente amigos de verdade...
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Passaram-se aproximadamente trinta minutos até que as portas fossem escancaradas por um grifinório afobado. Neville Longbottom quase corria em direção ao seu atual professor de DCAT carregando um vidrinho nas mãos.
- Aqui está, professor. – disse Neville enquanto tentava regular sua respiração.
Snape avaliou os pequenos cogumelos através do frasco e inconscientemente fez uma cara de aprovação. Neville sorriu a isso, mas voltou a ficar sério quando o professor encarou-o.
- Aceitável, Longbottom. – fez uma pequena pausa antes de continuar. – Agora o que não é aceitável é a demora de Madame Pomfrey. Imagino que ela esteja tentando retirar a Senhorita Weasley dos braços de Harry Potter. – terminou sorrindo maliciosamente. Neville pensou em retrucar mas foi impedido pelas portas da enfermaria, que se abriram. Gina Weasley e Madame Pomfrey havia, finalmente, pensou Snape, chegado.
- Sem comentários sarcásticos, Snape. – advertiu Madame Pomfrey séria antes que seu colega se pronunciasse.
- E por que eu faria comentários sarcásticos, Papoula? Tenho motivos para isso? – retrucou Snape, altamente irônico. Ora, a bendita medibruxa demorara um século para voltar e ainda fazia exigências!
Madame Pomfrey soltou um muxoxo de impaciência, mas decidiu não discutir com o homem irritante a sua frente.
- Vamos logo com isso. Imagino que eu ficarei aqui com a Srta. Granger enquanto você e a Srta. Weasley irão às masmorras preparar a essência de ditamno.
- Aprecio a sua perspicácia, Madame Pomfrey.
- Então – continuou a medibruxa, ignorando a interrupção. – Seria bom que você também preparasse a ‘Ius sanguinis’. Acho que ela irá precisar.
Snape fechou a cara, sua expressão mudando de deboche para preocupação em poucos segundos. Levantou-se abruptamente e saiu da Ala Hospitalar a passos largos. Sua famosa capa farfalhando à sua passagem. Gina Weasley seguiu-o apressadamente e um tanto atordoada enquanto Neville se despedia e voltava á Torre da Grifinória.
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Gina Weasley tentava acompanhar o passo de seu professor enquanto pensava no que estava fazendo ali.
Madame Pomfrey aparecera repentinamente no salão comunal e pedira que a seguisse até a Ala Hospitalar. Ela levantara na hora para seguir a medibruxa, mas Harry e Rony irritaram-se pela falta de explicações e uma discussão tanto longa quanto desagradável se seguiu. Só depois de um grito quase histérico (“Deixem de ser idiotas!”), os garotos deixaram-na sair.
Chegou um tanto preocupada à enfermaria e finalmente entendeu porque haviam lhe chamado. O professor Snape precisava de ajuda para preparar essência de ditamno. Isso não era problema; era uma tarefa relativamente simples. Mas preparar a ‘Ius sanguinis’ poderia ser um problema. Na verdade, ela não conhecia a poção. Talvez tivesse lido em algum lugar ou Hermione já tivesse comentado sobre ela, mas nada lhe vinha de concreto à cabeça sobre o assunto.
Porém, a cara que Severus Snape fez quando Madame Pomfrey comentou sobre a poção era extremamente preocupante. Está certo que ele havia deixado sua máscara de indiferença de lado desde o acontecido, mas vê-lo com aquela expressão tão sombria não era nem um pouco reconfortante. O que aquela poção tinha de diferente das outras? O que significaria usar aquela poção? Hermione estaria pior?
Gina sabia, que se alguém poderia salvar Hermione, esse alguém era Severus Snape. É claro que Albus Dumbledore também, mas se o mesmo não tomara iniciativa nenhuma a esse respeito, é porque sabia que Snape era poderoso e inteligente para tanto. Entretanto, não apreciava a idéia de sua melhor amiga receber um tratamento de alguém que enxergava aquilo como uma obrigação; sem nenhum desejo de vê-la bem realmente. Preferiria que Madame Pomfrey cuidasse de Hermione sozinha se Snape pensasse assim.
Só que não tinha como saber. Seu professor de Poções era fechado, introspectivo, lacônico. Usava uma máscara de frieza e sarcasmo que funcionava como uma barreira que o separava do resto do mundo. Ninguém sabia o que ele pensava verdadeiramente. Hermione confiava nele, e Gina respeitava a opinião da amiga, apesar de ter suas dúvidas.
A única alternativa que lhe vinha à cabeça nesse momento consistia em aproveitar esse momento a sós com o temido diretor da Sonserina e tentar descobrir alguma coisa sobre ele, um ínfimo detalhe que prove que ele se importa com a recuperação de sua amiga...
Então, caminhando silenciosamente ao lado de Snape, Gina Weasley tomou sua decisão. Ajudaria com as poções para a sua amiga, é verdade, mas tinha outras intenções.
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Severus Snape saiu da enfermaria sem olhar para trás. Nem esperou para ver se a garota Weasley o acompanhava. Ele sabia que o caso da Granger era complicado, mas não imaginava que a ‘Ius sanguinis’ seria necessária. Isso era um sério problema. Dumbledore precisava saber.
Merlin! Como isso foi se complicar tanto? Antes, era apenas um duelo com alguns comensais. Não que ele estivesse menosprezando o ataque, mas não era algo novo. A guerra acabara a pouco e esse tipo de batalha tinha sido bastante comum. Depois, a Cruciatus. Também era comum, apesar de debilitar muito a vítima. O Sectumsempra era potencialmente problemático, porém ele saberia resolver. Agora não tinha idéia que tudo isso junto iria resultar na ‘Ius sanguinis’! Era uma poção extremamente poderosa, de difícil preparação e bem, acarretava sérias conseqüências na vida das pessoas.
Ele faria a poção. Sem sombra de dúvidas. Devia isso àquela irritante sabe-tudo grifinória, que apesar de tudo, salvara sua vida. Não sabia como conseguiria, mas tentaria. Falaria com Dumbledore, só ele poderia ajudar.
Agora era hora de se concentrar em problemas mais recentes. Madame Pomfrey perguntara quem ele gostaria que o auxiliasse e ele escolhera Gina Weasley, por diversos motivos.
A garota o ajudara no início disso tudo, sem manifestar a “impertinência” grifinória; era razoavelmente boa em poções; era a melhor amiga de Hermione Granger, por isso faria tudo para ajudá-la e, principalmente, sabia por que a monitora-chefe da Grifinória cometera o ato impensado que originou isso tudo. Era isso que ele queria descobrir.
Então, caminhando apressadamente ao lado da Weasley, Severus Snape ratificou sua decisão. Faria as poções para a Srta. Granger, é claro, mas tinha outras intenções.
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Bem, gente... Mais um capítulo não-betado... Espero que gostem!
Milhões de desculpas pela demora, é que depois das provas vem a entrega das notas e eu fico tão nervosa que não consigo escrever nada! Mas, graças a Merlin, eu fui bem! :D
Só que semana que vem tem provas novamente, então talvez não dê para postar o sexto capítulo... Prometo que tentarei, mas não garanto que postarei no próximo final de semana, tá?
Para esse capítulo, tive que fazer uma pequena pesquisa. Por exemplo, não tinha a mínima idéia de como o ditamno era e também precisava urgentemente de um nome em latim para essa 'nova' poção...
Obs: Mais explicações sobre ela, no próximo capítulo, okey?
Bom, vamos aos agradecimentos:
Rosy SS: Não precisa agradecer! Antes do Amanhecer é a melhor fanfic do mundo. Eu sei muito bem como é estar desesperada para ler um capítulo dela e não conseguir! Ele parece estar tão perto e tão longe... *-* Obrigada pelos incentivos! Aqui está o capítulo 5 e o Neville até que foi bem corajoso. :D Espero que goste! Bjs, Thayz 8)
Lety Snape: Ah, que bom que gostou da música! Depois que eu postei fiquei me perguntando se ela tinha ficado compatível com a história... Fiquei feliz agora. *-* Bom, obrigada a você também pelos incentivos. Aí está o capítulo cinco. Não sei se a conversa entre Snape e Longbottom ficou realmente boa... Espero que tenha ficado razoável. Bom, tomara que goste do capítulo! Bjs, Thayz 8)
Gislene B.Pizzol Tristão: Ah, obrigada! Espero que você goste desse novo capítulo e desculpe pela demora. Bjs, Thayz 8)
asabezerra: Ah, oba!!!! Leitora nova! Que bom que você gostou dos capítulos anteriores. Fico realmente muito feliz! :D Bom, obrigada pelo elogio! Esforço-me bastante para evitar erros! *-* Eu também achava que escrevia mal, e mesmo assim tomei coragem para começar a postar, então se você tiver idéias, não hesite em tentar, viu? Tomara que você goste de novo capítulo! Bjs, Thayz 8)
Pathy Potter: Ah! Que bom que gostou do capítulo e da música. Depois que postei, fiquei insegura sobre ela! Obrigada mesmo! *-* Bom, aqui está um novo capítulo! Desculpe pela demora e espero que goste desse também! Bjs, Thayz 8)
Bom, é isso aí, gente! Espero que gostem desse capítulo e comentem muuuito, apesar de estar extremamente feliz com os 34 comentários que já recebi! Mas, mais é sempre bom, né?
Bjs, e até o próximo capítulo! *-*
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