Aulas

O dia amanheceu timidamente, mostrando os primeiros raios de sol a baterem nas janelas da Torre dos Gryffindor. Para lá delas encontrava-se o dormitório dos rapazes, em que numa das camas se encontrava Albus Severus a dormir profundamente. O silêncio que se ouvia foi perturbado por leves sons de pegadas. Pegadas essas que pertenciam a uma rapariga com o cabelo revolto. Debruçou-se sobre Albus e disse:

- Albus, acorda! - chamou - Al!

- Sim, mãe, já vou! - disse Albus, ainda meio a dormir

- Al!... - chamou novamente Rose, revirando os olhos perante a figura do primo

- Já vou, mãe! Diz ao James para ir lá buscar!

- Albus!

- Sim? Já vou...

- Albus, acorda!!! - disse Rose, já zangada, pensando que Albus estivesse a brincar. "Já vais ver", pensou. Com os poucos feitiços que lera nos livros, levantou a varinha e pronunciou claramente "Aguamenti". Da ponta da varinha brotaram jarros fininhos de água, que salpicaram a face de Albus.

- AAHHHHHHH!!!!!!! - gritou Albus, levantando-se da cama, com a varinha na mão, embora não soubesse o que fazer.

Os restantes ocupantes do dormitórios acordaram sobressaltados e preocupados pelo grito de Albus. Mas vendo que era uma brincadeira de crianças e que já estava tudo bem, voltaram a virar-se na cama.

- Tu 'tás parva? - martelou Albus - Queres matar-me de susto?

- Desculpa! - pediu Rose imediamente, ainda agarrada à barriga pela cara de parvo do primo. - Mas tu não acordavas e...

- Ya... - assentiu Albus - Da próxima vez gostava de ser acordado pelo despertador, sim? No futuro, a unica coisa que me faz levantar da cama é dizeres que há panquecas para comer. Por falar nisso, estou cheio de fome!!!!

- Estás? - admirou-se Rose - Ontem, ao jantar, comeste quase tudo o que havia na mesa!

- ya... Mas olha, quanto a acordares-me com água na cara, menina... Não perdes pela demora. Quando tiver oportuniddade, vou ao teu dormitório e faço-te o mesmo.... vais ver! - ameaçou, já imaginando a cena

- Não podes!

- Não posso? - repetiu - Vais ver se não posso... posso, posso! Quem te disse a ti?

- O livro "Hogwarts: Uma História"! Os rapazes não podem entrar no dormitório das raparigas.

- Porquê? - inquiriu furioso

- Acho que os fundadores da escola consideravam os rapazes menos dignos de confiança que as raparigas. E têm toda a razão!!! - congratulou-se Rose, perante a cara de indignação de Al.

- Que engraçado! Nota-se... - ironizou

- Despacha-ta lá! - ordenou Rose - Vamos embora.... Depois dizem que as raparigas é que são lentas... Temos aulas, sabias?

- Mas... desculpa lá. Foi só por isso que me chamaste?

- Não! Queria passar pelo Ninho das Corujas primeiro antes de ir tomar o pequeno-almoço. Escrevi uma carta aos meus pais... - informou

- Rose! É o primeiro dia! Que novidades tens para contar?!?!!

- Isso é cá comigo, ok? E tu, podias mandar também uma carta aos teus pais, não? Acho que a Tia Ginny fiacaria muito contente...

- Eu depois logo vejo se escrevo ou não...

- Vá despacha-te sim?

- Ya, ya!!! vai-te embora... deixa-me vestir!

- Está bem! Eu vou acabar de escrever a carta!

- safa! esta rapariga dá comigo em doido! - resmungou para consigo, vestindo a camisola e as calças, sobrepondo o manto da escola

Acabado de se arranjar, saiu do dormitório. À saída do mesmo, esbarrou com uma rapariga ruiva, de olhos verdes, pediu desculpa e ficou a olhar para ela. "É mesmo bonita", pensou

- Albus!

- Sim?

- Adormeceste outra vez! Vamos chegar atrasados...

"Esta rapariga é uma chata, não, não... é uma pulga!", pensou feliz por Rose não ouvir os seus pensamentos

vestiu-se e foi ter com Rose à sala comum, onde a encontrou a escrever tal carta que já tinha quase um metro de pergaminho...

-Rapariga.... Tu tens mesmo novidades para contar ou estás a fazer uma descrição pormenorizada da escola?- ironizou- Não te esqueças que os teus pais já andaram na escola... nesta, para ser mais preciso...

- Eu sei... Mete-te na tua vida, Al! - insurgiu-se Rose, sem nenhuma razão aparente - Vais ou não escrever a carta?

- Tem de ser! Senão não te calas, não é?

- Oh, que piada!

- Passa-me aí um pergaminho e uma pena, por favor! - pediu Albus

Rose teve a delicadeza de lhe passar o que ele tinha pedido, embora estivesse ao alcance da sua mão...

- Ah! E como é que eu escrevo? - brincou

- Com tinta! À tua frente, génio! - respondeu secamente - Não sou tua criada...

Acabados de escreverem as cartas, foram ao ninho das corujas enviá-las, indo de seguida para o salão nobre, a fim de tomarem o pequeno-almoço antes do começo das aulas.

Não estava ninguem no salao, à excepção do encarregado e... do Scorpius, que recebera uma carta dos pais e estava a lê-la.

-Scorpius! - chamaram entusiasticamente Rose e Albus

- Rose! Albus! - disse ao levanatar os olhos do pergaminho - Bom-dia!

- Então, como é a sala comum dos Slytherin? - perguntou Rose

- Sinceramente? - quis saber Scorpius - Estava à espera de outra coisa! É interessante mas... as coisas que os alunos da minha equipa fazem é terrivel! Nem sei como é que o meu pai gostou de andar aqui!

- Entao, Scorpius... É apenas o primeiro dia... vais ver que vais gostar...

- Nao sei... Sabem... não suporto a ideia do meu pai se ter dado com Devoradores da morte, seguidores do tal Voldemort...

- Devoradores da Morte? Como é que sabes? - perguntou desconfiada Rose

- Descobri ontem... O meu pai foi um deles... Eram assim que se chamavam o seguidore dele... - cuspiu furioso Scorpius

- Tens a certeza que o teu pai... - proferiu Rose preocupada, tentando acalma-lo

- Absoluta! Ao longo dos anos, os alunos vao aprendendo uns truques e a nossa equipa criou um livro, cuja circulaçao é proibida, no qual estão, não so os elementos da nossa equipa, como os devoradores da morte respectivamente intitulados! E adivinhem quem é uma das pessoas pertecentes ao grupo Voldemort?

- O teu pai!

- Obvio... - proferiu tristemente

- Bem... nunca ouvi falar de Devoradores da Morte, mas vou tentar descobrir mais coisas acerca disso, na Biblioteca, hoje à tarde!

- Obrigado! Mas não sei se quero saber mais...

- Não é so por ti! Eu estou empenhada em saber o nome do "rapaz que sobreviveu".

- Ah, pois é, já me tinha esquecido!!!

Entretanto, as mesas começavam a encher-se e as corujas a aparecerem com as primeiras cartas, o que levou a Rose e Albus a sairem da mesa dos Slytherin. Enquanto iam comendo, a respectiva chefe de cada equipa ia distribuindo os horarios necessarios, ate que chegou a vez de Rose e Albus.

Quando repararam de quem se tratava, ficaram felicissimos. Era Neville, o amigo dos pais. Era chefe de equipa dos Gryffindor.

- Ena, ena! - disse Neville - Quem é que nos temos aqui?

- Neville!! - disse Albus entusiasmado por saber a novidade

- Al... é professor Neville!

- Professor Neville, desculpe...

- Nao faz mal... - esclareceu rapidamente, acrescentando - Primeiro ano... entao...Aqui esta! - entregando o horario.. Ate ja!

- Ate ja? - repetiu Albus, confundido

-Sim, Al... Temos Herbologia à primeira hora!

- Boa!!!!

Acabaram o pequeno-almoço e lá foram, ansiosos, por meio da grande multidao de alunos que se formava a volta das mesas. Conseguiram, inclusive, avistar James, que estava a assustar um aluno do primeiro ano dos Slytherin, ao levitar o seu copo de leite sempre que o garoto queria alcançá-lo.



Aula de Herbologia



Sairam da escola, em direcção a estufa e avistaram o Neville, a preparar a aula.

- Bom dia! - desejou o professor

- Olá outra vez...

- Sentem-se... vamos ficar à espera do resto da turma.

Rose, Albus e Scorpius sentaram-se na primeira mesa, visto que os Slytherin iriam ter algumas aulas em conjunto teriam de partilhar os lugares. Começaram a perguntar-se sobre o que seria a aula.

- Que conversa tão animada! - disse um miudo alto e corpulento dos Slytherin.

- Ei, ei... - disse Neville, vendo uma situação semelhante acontecer há uns anos atrás e tentado amenizar a situação - O que se passa?

- Nada! - mentiu o miudo coprpulento, que se metera com o trio

- Nada? Como te chamas? - inquiriu Neville, de sobrolho carregado

- Marcus Parkinson

- Filho de...

- exactamente, filho de Pansy Parkinson... Algum problema? - rematou Marcus

- Nenhum, a não ser o facto da má-educação dar castigos, sabias Parkinson?

Para o lugar, imediatamente - ordenou categoricamente - Como já estão todos, podemos começar a aula. Como podem ver têm uma caixa de vidro à vossa frente, com uma mandragora extremamente rara. O que têm de fazer é puxá-las... Sei que é um pouco mais complicado para voces mas... o professor Hagrid precisa delas e... Bem pensei em começar por esse tema, pode ser? Podem começar, boa sorte. - desejou

Marcus começou logo a resmungar, mas com o olhar profundo e autoritario de Neville, calou-se rapidamente.

Rose, Albus e Scorpius trabalharam muito bem em conjunto, para desgosto das suas equipas. Conseguiram alcançar o objectivo proposto mais rapidamente que as restantes equipas, deixando Neville orgulhoso... E surpreendido, por ver que Scorpius não tinyha herdado o mau-feitio do pai, Draco. E, isso, de certa forma, alegrou-o, registando mentalmente para contar ao amigo, Harry.

Herbologia depressa acabou e Albus e Rose despediram-se de Neville, prometendo fazer várias visitas fora do tempo de aulas. Seguiram com Scorpius para Defesa contra a magia Negra, leccionada por Meileen, a profesora que os levou à selecção para as equipas.



Aula de Defesa contra a Magia Negra



Bom-dia! - desejou - Entrem la, entrem la! - incitou bem-disposta

Á medida que a turma ia entranto (mais uma vez iriam ter aula-conjunta com Slytherin), a professora ia ficando mais descontraida. Quando já estavam todos, clareou a voz:

- Muito bem, já vi que estao todos... Eu sou a Professora Meileen e lecciono a disciplina de Defesa contra a Magia Negra! Hoje, para começar gostava de vos mostrar uma borboleta muito, muito rara!

- Borboletas? - queixou-se um dos Slytherin - Que tem isso a ver com Magia Negra?

- Para começar, Mr...?

- Parkinson

- Mr Parkinson, os alunos nas minhas aulas levantam a mão e pedem para falar. E o estudo da Defesa contra a Magia Negra não se digna apenas a preparar alguem para duelos e combates, mas também para reconhecer todo o tipo de magia, possivel e imaginaria, seja ela boa ou ma e qualquer tipo de criatura, para sabermos com o que estamos a lidar, numa situação da vida real. Ficámos entendidos, Mr. Parkinson?

- Sim, professora.

- Cada vez mais, gosto desta professora! - disseram ao mesmo tempo Rose e Albus,reparando por fim na cara de Scorpius - Desculpa, Scorpius, sei que era da tua equipa mas...

- Deixa lá...

- Atenção, meninos! Muito bem... primeiro quero que bebam essa poção! -disse já com um sorriso, destapando a gaiola com um toque de varinha. - Quem me sabe dizer que criatura é esta?

Rose disparou com a mão no ar:

- Chama-se Slipfly. É a borboleta mais rara que existe, creio eu. Alguns acreditam que têm poderes curativos e afirmam que tem o dom de adormecer as pessoas com o toque das suas asas. Foi por essa razão que tomámos a poção, é a única coisa que nos impede de ficar enfeitiçados pela sua magia poderosa. Devido a esse factor, pode-se tornar perigosa, pois aproveita para nos tirar a força ionterior enquanto dormimos. Mas uma vez conquistada a sua lealdade, ajudar-nos-á a procurar resposta às nossas questoes mais profundas. - disse, de uma assentada, acrescentando - Creio que pela poção, isso ainda nao aconteceu!

O discurso de Rose foi abraçado por uma incredulidade silenciosa. Contudo, a primeira a recuperar foi a professora:

-Muito bem, Miss..?

- Weasley!. Rose Weasley.

- Weasley, han? - repetiu - Muito bem, 15 pontos para os Gryffindor. Eu própria não teria dito melhor.

Rose quando saiu da sala, apos a aula terminar reluzia como um sapato acabado de engraxar!!

- Rose... foste fantastica!!!

- Obrigada!

- E ganhaste pontos para os Gryffindor!

- É o minimo, não?

Dirigiram-se para o salão, uma vez que estava na hora do almoço. No entanto, Rose desapareceu momentaneamente e só a voltaram a ver quando estava quase na hora de entrarem. Não quis contar o que tinha sucedido para o seu desaparecimento e por isso Albus e Scorpius respeitaram a decisão.

A aula que tinham a seguir era a de voo, ao que se apressaram para o estadio, no qual jogavam quidditch, o desporto mais cool dos feiticeiros.



Aula de Voo



A professora Hooch estava à espera, ao lado do que parecia um saco de golfe repleta de vassouras.

- Bom-dia! - foi desejando a professora - Retirem uma vassoura do saco por favor e coloquem-na no vosso lado direito, no chão!

Os alunos assim fizeram e ficaram à espera de que a professora desse nova ordem.

- Agora, estendam a vossa mão direita e digam "De pé".

- De pé - gritaram todos.

A vassoura de Albus e Scorpius saltou imediatamente. A de Rose, nem um milimetro.

-Muito bem, Mr. Potter e Mr. Malfoy! esperou mais um pouco para ver se os outros alunos conseguiam alcançar - Muito bem! Agora, voces os dois, coloquem-se por cima da vassoura e batam com os pes na relva!

Albus e Malfoy assim fizeram. Pairaram sobre a terra uns cinco centimetros, tendo a aprovação dos colegas, das equipas respectivas. Contudo, um aluno meio desajeitado não conseguiu controlar a vassoura e dando meia volta estatelou-se no chão, arranhando-se todo no braço. Como era da responsabilidade da professora levá-lo à enfermaria, a profesora Hooch deixou-os sozinhos, sob a ameaça de expulsão. Contudo, nem mesmo os Slytherin conseguiam obedecer a esse aviso extremo. Um deles, Parkinson, pos-se em cima da vassoura e levantou voo, desafiando alguém para fazer uma corrida.

- Ei, Potter! - disse, com intuito de provocar - És mesmo um menino como aparentas ou consegues aceitar o desafio? - perguntou a rir-se

- Ei, Parkinson? - respondeu Albus à letra - Consegues mesmo voar, ou só te consegues manter a essa distância do chão? - disse, enquanto subia também para a vassoura. Os Gryffindor partiram-se a rir.

-Al, não!!! - avisou-o Rose.

- Rose, deixa-me..

- Mas...

- Estou consciente das consequências...

E voou até Parkinson que se esgueirava como uma enguia. Avançou até ele, até que avistou uma árvore muito furiosa, que lhe batia sempre que se aproximava. "Mas...", pensou Albus "esta árvore está a tentar matar-me ou quê?", esgueirando-se a novo ataque da árvore. Embora se tenha desviado de um ramo, Albus não viu o outro que ia a persegui-lo naquele momento o que obrigou a fazer uma descida a pique, até ao relvado, onde se encontravam os alunos da turma. Quando Albus, a tremer de susto por aquele voo, foi ter com Rose, ouviu uma voz a chamá-lo.

- Potter! - disse a directora - vem comigo!

- Professora... - disse baixinho Albus, congelado, indo atrás da professora, vendo Parkinson a rir-se, uma vez que ele já tinha aterrado no relvado antes de Albus e tinha escapado ao olhar da professora.

- Ei, Weasley... parece que o teu amiguinho Potter não vai ficar na escola nem sequer para ver um jogo de quidditch.

- Parkinson, cala a boca! - atreveu-se Scorpius

- Malfoy, nunca pensei... Ainda por cima da minha equipa... és uma desonra para nós..

- Não que tu tivesse muita não é verdade? - respondeu mordazmente Scoprius, indo por-se ao lado de Rose.

- Scorpius, vamos embora...

- Rose..

-Vamos!!!

- Está bem, como queiras... - e atirando um olhar furioso a Parkinson, acrescentou - A gente vê-se por ai...

- Ya, Malfoy, vemo-nos sim, podes apostar...

Indo em direcção ao castelo, Rose e Scorpius praguejavam de raiva.

- O que será que a directora lhe vai dizer? - perguntou Rose, preocupada - Os meus tios vão-se passar... - mas lembrando-se de uma coisa, dirigiu-se mais uma vez a Scorpius - Vamos para a biblioteca? Pesquisar aquilo?

- Boa ideia... aproveitamos para render o nosso tempo... Já que não temos mais aulas...

E dirigiram-se para a Biblioteca, imaginando o sermão que Albus estava a levar naquele preciso momento.

Em todas as aulas excepto a de voo, Rose brilhou deixando inveja espalhada nas faces dos Slytherin. Em todas as aulas, ganhava pontos preciosos para os Gryffindor e, embora a competição entre Gryffindor- Slytherin se intensificava a cada minuto, a amizadeb entre Malfoy, Weasley e Potter fortalecia-se. era algo impensável. Nunca antes tinha existido uma amizade entre elementos de equipas tão rivais e opostas. Apenas Godric Gryffindor e Salazar Slytherin, fundadores das respectivas equipas. Será que a amizade sobreviverá a um ano repleto de aventuras, diversões e... descobertas sobre os próprios pais de pôr os cabelos em pé?

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