A Penseira e o Convite.
Hogsmeade, 10 de Dezembro.
"Depois da Tempestade, sempre vem à calmaria".
E foi exatamente isso o que aconteceu. Depois que visitei Luna há semanas atrás, eu não sei dizer se estou feliz ou totalmente desesperado por não ter mais nenhum sonho, ou sei lá realmente o que eu estava tendo.
Eu odeio admitir, mas estou realmente perdido! Perdido em meio a milhões de idéias, totalmente confusas.
As palavras de Luna persistem em não sair de minha mente.
Eu tenho que estar pronto!
Mas sinto que para ter Gina de volta, eu estou totalmente pronto.
E sei que preciso da ajuda de quem sempre esteve ao meu lado. Mas vou ter que aceitar que Rony e Hermione estão me achando um total pirado.
E estou odiando esta calmaria, eu preciso de pistas, de certezas...
Harry parou abruptamente de escrever, quando ouviu uma voz vinda da sala o chamando. Descansando a pena e fechando o caderno em um rápido gesto, ele alcançou sua varinha e encaminhou-se cuidadosamente para sala com a varinha em punho.
- Harry, você está ai? - era uma voz feminina.
E lhe era uma voz familiar. Como se a ficha tivesse caído, ele reconheceu.
O que Jenna está querendo a está hora da manhã? – pensou guardando a varinha.
- Olá, Jenna! – cumprimento Harry
Em sua lareira, apenas a cabeça da morena flutuava em meio as chamas.
-Já estava desistindo! – resmungou. Jenna parecia ter acabado de acordar. – Ah sim, me desculpe não ter lhe avisado, mas...
- Sem problemas! - disse Harry, sentando-se no sofá de frente a ela. Jenna parecia Ter tomado todas na noite anterior. - Hum... Você andou se divertindo! - Harry não controlou seu comentário e Jenna caiu na risada.
- Está dando pra notar tanto assim é? - Jenna perguntou rindo e Harry apenas deu um sorriso fraco. - Bom... É... A noite realmente foi boa. Mas não foi por isso que acordei cedo hoje!
- Então você acordou para o que exatamente? - Harry debochou um pouco e Jenna fechou a cara para ele. Havia se esquecido de que sua amiga com ressaca, mudava de humor tão rapidamente que ficava difícil dizer a hora em que estava alegre ou triste.
- Bom, hoje é seu dia de folga, não? - Harry assentiu - Então nada melhor do que você dar uma olhada naquela penseira.
Foi como se algo golpeasse sua cabeça. Andava tão confuso com a conversa que teve com Luna, que esqueceu daquela grande pista que ele obteve com a ajuda de Jenna. Como pode esquecer?
- Harry? HARRY! – gritou Jenna, retirando Harry de seu rápido devaneio.
- Oi... err... Desculpe.
- Escute, vou aparatar em frente sua casa, certo?- Jenna pronunciou sem rodeios.
- Certo. - ele disse, ainda meio desnorteado.
E pensar que ainda a pouco estava se queixando de falta de pistas e certezas. Talvez Luna estivesse certa, ele não estava preparado.
Se na maioria das vezes nem acreditava em si mesmo, como acreditaria em Luna e principalmente na suposta morte de Gina?
Mas não era questão de acreditar ou não. Na maioria das vezes o coração sente o que a mente é incapaz de decifrar. E era exatamente isso que estava lhe acontecendo.
Não passou nem dez minutos e Harry ouviu um estalido muito forte de trás de sua porta. Quando abriu, viu uma Jenna totalmente furiosa e com muito frio.
- O que aconteceu? - Harry indagou fechando a porta, quando ela acabou de passar.
- Bem na hora em que eu iria aparatar, Rogério começou há... Bem... Não importa - ela disse corando - Só sei que fui parar perto da Casa dos Gritos e sendo quase soterrada pela neve... E não ache graça!
Ele só mostrou um sorriso meio triste. Jenna quando estava de ressaca... Era outra história!
- Então, está preparado? - perguntou a morena, retirando suas luvas e colocando-as em sua bolsa. - Você pode pegar sua penseira, Harry?
Harry assentiu, encaminhando-se em direção ao quarto. Quando voltou trazia em suas mãos a penseira depositando-a na mesinha do centro e logo após sentou-se no sofá.
Jenna tirou um pequeno frasco de sua bolsa, que cintilava um liquido prata e o colocou do lado da penseira.
A morena olhou ansiosa para Harry - Preparado?
- Acho que sim! - Harry se agachou em frente à mesinha, ao lado dela.
- Ótimo! - exclamou séria, pegando o pequeno frasco e despejando seu conteúdo que rodopiou na penseira. Harry olhou um bom tempo para aquele liquido.– Bom, você já pode ir!
- E você?
- Ficarei aqui te esperando! - ela disse em tom óbvio
- É melhor você me acompanhar - Harry disse muito sério - Não sei o que posso fazer, quando eu ver Bellatrix, mesmo sendo apenas uma lembrança.
Jenna apenas afirmou e Harry encostou sua cabeça no liquido.
Tudo enegreceu diante de seus olhos e logo depois ele sentiu seus pés no chão. Abriu os olhos e logo atrás de si, Jenna apareceu.
- Não me admira nada que alguém tivesse pensado que está casa está abandonada!- disse com repugnância - Olha só o estado disso!
Encontravam-se parados no meio de uma sala muito escura, cheia de teias de aranhas por toda a parede; os sofás pareciam em alguma época passada terem sido muito elegantes, mas agora, podia se ver claramente que estavam em péssimo estado, todo cheio de poeira e arranhados. Havia um piano no canto da sala e este tocava sozinho, desafinadas notas musicais. Uma mulher podia ser vista em um canto da sala. Estava com um roupão escuro, cabelo mal penteado e sua boca se mexia muito rapidamente, ela visivelmente resmungava algo.
- De novo! Estas ervas ainda vão me dar prejuízo. Borgin ainda me paga! - com gestos nervosos, ela folheava um pequeno caderno em sua mão. Ainda resmungando, a mulher dirigiu-se para a cozinha sendo seguida por Harry e Jenna.
Havia uma grande janela que se permitia ver o que seria um belo jardim, se não tivesse todas aquelas plantas carnívoras.
Praticamente encoberta pelas plantas carnívoras, se via à estufa mal cuidada.
Enquanto Jenna se livrava com um visível nojo de algumas teias que se enroscaram por seu cabelo, a mulher preparava calmamente um chá, embora não parasse de resmungar um segundo sequer. Harry pouco se importava com as palavras da mulher, ele mantinha seus olhos, que pareciam estar hipnotizados em direção ao jardim.
-Temos que dar um jeito de sair! - ele murmurou para Jenna. Mas quando ela foi responder, a mulher deixou a xícara cair.
Harry se virou para olha-la; o rosto da mulher transmitia pavor, e sua varinha já se encontrava em punho. Harry olhou novamente para fora e sentiu sua raiva transbordar por cada parte de seu corpo. Ele a viu. E ela não estava com aquela aparência horrível que Azkaban tinha lhe dado. O que pareceu a Harry, era que esse tempo todo, ela estava ficando mais bela. E um pensamento nada agradável passou por sua mente; Talvez ela estivesse roubando a vida e a beleza de Gina, por todo esse tempo.
Isso o fez perder o controle.
- Harry, espere!
Ouvir Jenna gritar atrás de si, não o fez voltar a realidade. Ela estava atrás da mulher, que andava muito lentamente espionando quem poderia ter invadido sua estufa. Que para ela, era extremamente preciosa. Mas Harry não deu ouvido a Jenna, ele sabia que não podia se controlar, ele sentia o seu ódio, não havia outras palavras que podiam deixar seus sentimentos mais claros, se referindo aquela pessoa. Parou de pensar, no instante que percebeu, que não conseguia se mover nem um passo á mais. Tinha sido paralisado e nem ao menos tinha percebido. Jenna chegou perto dele, com uma cara de poucos amigos.
- Ainda bem que eu vim com você! – resmungou - Ótimo Auror você seria, se isso estivesse realmente acontecendo! Você seria uma presa muito fácil! Nem ao menos percebeu a minha azaração. - Jenna cruzou os braços na frente dele, ainda o olhando com a mesma expressão. - Por favor, tente se controlar! Se você não consegue, eles te controlam e nós temos muitas informações para coletar. - E com um movimento de varinha, ele sentiu que podia se mexer novamente.
- Ah eu disse que seria...
- É, eu entendo que está sendo difícil, mas eu não disse que seria fácil! - Jenna o puxou para mais próximo da estufa. - Nós temos que agir rápido, ela só ficará mais alguns segundos observando antes de entrar correndo para casa.
Estar tão próximo de Bellatrix, como naquele exato momento não era nada fácil, ignorar sua existência ali então, era mais que difícil... Era impossível! Enquanto seus olhos não conseguiam deixar de observar Bellatrix, e no seu intimo, ele queria muito que aquele olhar pudesse pelo menos feri-la, Jenna anotava as plantas que a comensal estava roubando.
Observando Bellatrix colher com precisão uma erva que para ele não era estranha a capa da comensal escorregou por seu cabelo, e nesse mesmo instante Harry viu que ela obtinha um anel pendurado no colar que estava usando.
Sentiu-se sufocado ao ver o anel, uma sensação estranha lhe apertou o peito. Começou a sentir-se entorpecido, sem ar e tudo enegreceu novamente diante dos seus olhos.
Um sopro de ar voltou aos seus pulmões e abriu os olhos e intuitivamente pegou a varinha.
- Jenna? – gritou
Ele não estava mais dentro da lembrança e muito menos de volta a sua sala de estar. Ele estava em um quarto grande e escuro. E enquanto olhava tudo em sua volta, avistou uma cama encostada na parede do outro lado do grande quarto.
-Gina! – Harry gritou. Olhava para todos os lados, mas não conseguia enxergar nada.
Ele a ouvia chorando. Ele correu para o único lugar onde havia um pouco de claridade.
Ele sentiu-se atordoado. Algo bateu em seu rosto. E ele sentiu sua pele esquentar no local em que sentiu a pancada. Seus olhos abriram tão rápido que a claridade os penetrou de forma com que seus olhos ficassem marejados.Em sua frente Jenna entrou em foco e ele percebeu que estava ofegante.
-Harry, você está bem? – a morena indagou preocupada.
-O anel... Aquele anel...-disse com dificuldade.
-Calma! Deite-se um pouco.-Jenna o pressionou para o lado, fazendo-o deitar-se no sofá.
Ele fechou os olhos, tentando-se acalmar. Sua respiração se tornou um pouco mais calma.
-O que você viu?- Perguntou a morena lhe entregando um copo de água.
-O anel de noivado que dei para Gina, um dia antes dela desaparecer. Estava com Bellatrix! Mais especificamente em seu pescoço.
-Então aquele anel era de Gina!
- Ainda é dela! – afirmou nervoso.
Jenna suspirou parecendo pesarosa.
- Harry, eu espero que tudo isso não seja em vão! Por que tudo se tornará mais difícil para você!- ela o olhou - Quer dizer... Você sabe que eu acredito em você, mas é que...
- Eu sei, Jenna. Eu sei! - murmurou - Mas eu sou capaz de agüentar mais essa.
- Olha, eu farei do seguinte modo.- Jenna voltou a colocar suas luvas - Eu irei analisar essas plantas, enquanto a você, tente descansar e nada de contar ao Rony sobre isso. Ele está tão despreparado quanto você.
- Eu não irei contar nada a ele! - resmungou Harry - Acho que dessa vez, não posso contar com ele.
- Certo! - afirmou Jenna - Até mais, Harry!
Em um forte estalido, Jenna já não se encontrava naquela sala.
Caminhando lentamente, ele voltou para seu quarto. Não conseguia tirar de sua mente a imagem de Bellatrix com aquele anel.
- Deveria ser uma espécie de troféu para ela, carregar aquele anel! Maldita! – pensou Harry irritado, jogando todo seu corpo na grande cama de casal. Deitado ali, olhando para o teto branco de sua casa, ele parecia bastante sereno, mais seus pensamentos estavam em uma verdadeira guerra mundial. Uma batalha onde todos as recentes informações entravam em um forte conflito, algumas derrotadas na primeira oportunidade. Já outras sobreviviam bravamente. Ele tinha que começar a parar de querer certezas, provas ou qualquer outra coisa material para acreditar de uma vez por todas de que Gina estava viva. Mas não era ele que precisava de provas. Era? Não! Definitivamente ele apenas queria ter como provar. Ter quem acreditasse nele.
As palavras de Luna chegaram como uma vitória em sua guerra, dando um fim a tudo. Como se tivesse aberto os olhos pela primeira vez, ele pode ver o tanto que se tornou covarde.
Por que precisava tanto que Rony e Hermione acreditassem nele? Não era a primeira vez que eles lhe faziam isso. E pelo que ele se lembrava, ele sempre preferiu ser bem independente.
Mas era diferente. A situação era totalmente diferente; ele estava com medo. Medo de provocar outra frustração, não apenas nele, como também nas pessoas especiais que o cercavam.
Como falar para a família Weasley uma teoria dessas? E justificar tudo isso, dizendo ser a força do Amor.
E a vitória manifestou em suas idéias outra vez. Ele começou a compreender cada palavra que Luna lhe dissera.
Era o amor deles, um amor mutuo. Estavam ligados. Suas almas não podiam ser separadas, mesmo que o físico fosse. Estavam destinados e Harry sempre soube como achar Gina. Em todas as vezes que salvou a ruivinha, ele sabia. E como Luna tinha lhe dito, demorou, mas ele finalmente entendeu. Dessa vez teria que acreditar sozinho, mas sentia que Gina, sempre estaria acreditando, e para ele era o que bastava. Ele continuaria agora com uma força maior que sua estúpida razão, a força que sempre o guiou, a força que sempre fez diferença nele, a força de seu amor.
Ele então compreendeu mais uma vez, o por que dele ter fugido tanto dessa força, apesar de amar Gina acima de tudo. Ele havia perdido tantas pessoas que ele realmente amou, que Gina foi a ultima coisa que pode suportar. Por semanas ele se perguntava se o amor era uma espécie de dádiva e de praga em sua vida. E com o enterro de Gina, aquela força se enterrou junto dela. E o que ele pensava ser uma força para continuar sua vida e seu trabalho, não passava apenas de uma desculpa para diminuir sua culpa.
Mas ele ainda tinha como recuperar os longos anos que perdeu. Ele iria traze-la de volta, não importassem até onde iria ou poderia fazer para consegui-lo. Mas ela estaria cedo ou tarde, novamente ao seu lado.
-Por que você demorou tanto?- perguntou a ruivinha ajeitando o cabelo que havia sido bagunçado pelo forte vento.
Aproximando-se dela, ele sentiu a leve brisa do lago. A lua refletia nos olhos de Gina, era a mais bela visão que jamais esqueceria. Os cabelos dela dançavam por suas costas, o simples vestido balançava pelo seu corpo e ela o olhava de um modo tão diferente.
-Eu estava... – Gina ficou tonta por instantes. – Você esta bem, Gina?
-Estou sim! – disse ainda de olhos fechados.
-Certeza?- indagou preocupado.
-Me abraça...-pediu a ruiva.
Harry a confortou em seus braços, acariciando os longos cabelos dela.
- Estou muito melhor assim...
- Gina.
Ela o soltou e lhe encarou.
-Quando tudo isso acabar eu quero que você se case comigo!
Lagrimas começaram a deslizar pela face de Gina.
-Você aceita se casar comigo?
Gina olhou por eternos segundos para o anel estendido a ela por Harry. Ela queria dizer algo, mas as palavras pareciam não querer sair de sua boca.
-Eu... – ela pegou o anel – coloca! – disse estendendo sua mão.
Harry pegou o anel e enquanto o deslizava pelo dedo de Gina dizia:
-Eu, Harry Potter, aceito Gina Weasley, como minha legitima esposa, para ama-la por toda a eternidade...
-Você já errou os votos! – brincou Gina.
-Eu estou fazendo meus próprios votos! – Harry sorriu.
-Ah perdoe-me! – Gina sorriu também.
- e como eu estava dizendo: ama-la por toda eternidade, por que nem a morte será capaz de nos separar. Pois em toda a manha eu desejo acordar e ver este sorriso e em cada entardecer eu quero tocar em seus lábios e ao anoitecer fechar meus olhos ainda sentindo o seu amor.
Gina o abraçou. E com a voz embargada de emoção sussurrou no ouvido dele:
-E eu quero que você em ame agora...
Um pio muito forte o fez levantar de sobressalto. Edwiges estava parada ao seu lado com um lindo pergaminho avermelhado.
Ele que estava prestes a xingar a coruja por lhe acordar daquele sonho, apenas pegou o pergaminho.
O Ministério da Magia tem a honra de convida-lo para o Baile de Véspera de Natal.
O Baile terá inicio às 21 horas do dia 24 de Dezembro.
Atenciosamente.
Ministro da Magia
-Ah não... – resmungou Harry.
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N/A: Demorou mais chegou!!! Peço desculpa a todos pela demora!!!! E digo tbm q por mais q uma atualização minha demore séculos como está, abandonar ela jamais viu!!! Essa fic eh do meu core!!!!! XD
Os comentários eu estou respondendo e depois eu edito eles aki neste cap,ok???
Um grande beijo a todos!!XD
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