Capítulo 4
Capítulo IV – Aquele em que Lily finalmente descobre quem é seu novo padrasto
Narrado por: Lily Evans
São 22h de sexta. Petúnia nunca fica em casa às sextas. Ao contrário de mim, que passo a maior parte do fim de semana em casa. Exceto quando fazemos a noite das garotas, que é onde minha mãe pensa que estou. Tecnicamente, Marlene e eu passaremos a noite pintando as unhas, comendo chocolate e vendo filmes de terror na casa da Katie durante toda a noite.
Depois de trinta minutos implorando e chantageando minha mãe, consegui um desconto do castigo. É claro que com os pais da Katie e a Little viajando para passar o fim de semana na fazenda dos pais da Sra. Mackenzie, tudo ficou muito mais fácil.
E foi mais ou menos assim que vim parar em uma boate chamada Tiger Tiger, em Piccadilly Circus.
- Isso aqui tá fedendo a maconha. - Marlene reclamou, enquanto Katie mexia no celular. - E tem um casal muito indiscreto ali. Ai, meu Deus, procurem um quarto... O que estamos fazendo aqui mesmo?
- Você preferia ficar em casa cuidando das suas irmãs, Kim? - provoquei.
- Não me chame de Kim.
- Só o Sirius pode? – Katie disse, sem tirar os olhos do celular.
- Vocês são insuportáveis – Lene resmungou. Ela não estava com o melhor dos humores.
- Vai me explicar essa cara feia? - insisti.
- Nada, Lily. Me deixa em paz.
- Desculpa se eu me importo com você, idiota.
- Epa! - Katie interviu - Onde está nossa união? Fugimos de casa, entramos ilegalmente em uma boate e estamos vestidas para matar... para ficar brigando?
- Tem razão, mas... - Marlene suspirou - É só que você tocou no nome do Sirius e eu me lembrei de umas coisas.
- Que coisas?
- Ouvi dizer que ele tem um encontro com uma garota de outra escola... E que eles vinham para essa boate. Por isso convenci vocês que esse era o melhor lugar para virmos. Eu só queria ver se ela era bonita - a menina, não a boate - e estraguei a noite.
Não conseguia ouvir muito bem por causa da música, mas o tom de arrependimento na voz dela era inconfundível.
- Oooh, Lene. Já viu o tamanho dessa boate? Não vamos achá-los nunca. Fica tranquila, só tenta aproveitar a noite. Concorda, Katie?
- Sim, mas... eu não sabia disso. Remus mandou mensagem dizendo que estava vindo para Piccadilly com os amigos e com o garoto novo do time de futebol. Ele me convidou e sugeri que nos encontrássemos aqui.
Olhei pra Lene, que me olhou de volta. Isso queria dizer que Sirius Black estava a caminho, assim como muito provavelmente James Potter e a namorada. Consequentemente, o resto das líderes de torcida – o que incluía minha irmã, que descobriria minha pequena mentira –, e o resto do time de futebol. Não tinha como ficar melhor.
- Quer saber? Dane-se. Dane-se Sirius Black, suas namoradas, James Potter, líderes de torcida, os caras do time de futebol, e quem mais vier com eles. Danem-se todos. Eu vim para aproveitar a noite, e é isso que vou fazer. A entrada me custou £30, um quarto da minha mesada, e a noite vai ser ótima. Alguém quer dançar?
- Tem razão, Lils. Eu vou com você.
- Eu vou encontrar o Remus na entrada e volto já, ok?
- Sem problemas, vamos esperar vocês dois aqui. Arrasa Katie!
- Pode deixar – ela riu e saiu em direção à entrada da boate. Pelo menos para alguém tinha que dar certo.
Dancei algumas músicas com a Lene antes da Katie voltar, de mãos dadas com o Remus e com um sorriso lindo no rosto.
- Lily! Marlene! Vocês estão bonitas. – ele disse, antes de nos beijar no rosto. Fala sério, o Remus é pra casar.
- Obrigada! Você também.
Ninguém lembrou de perguntar onde estavam os amigos dele, e nós já estávamos bem relaxadas depois de umas músicas e algumas cervejas. Marlene odeia cerveja, então ela optou por um suspeito coquetel de provas. Eu provei. Quase não tinha fruta, era puro álcool.
O resto da gangue apareceu cerca de meia hora depois.
Meu Deus, como o Potter tá gato hoje. Ele sempre tá lindo... mas hoje ele se superou. Espera. Eu sei quem é o cara novo do time de futebol! Essa pele morena e esses olhos negros não me enganam. O cara novo do time de futebol é o intercambista do Brasil! Deus, por que ele sempre tem que sorrir desse jeito?
- Oi, Evans. Heeeeeeeey, Kim! – o Sirius se manifestou. E agora? James Potter vai falar comigo, mesmo depois de ter me ignorado totalmente durante a semana inteira? Deixe-me apresentar o cara novo do nosso time. Felipe, essas são Lily Evans e Marlene McKinnon.
- Prazer, linda – ele disse com seu sotaque brasileiro carregado, antes de beijar cada face do meu rosto.
James continuava observando a cena, como que tomando uma decisão sobre falar ou não conosco, agora que a Chelsea não estava por perto. Frouxo.
- Opa, essa aqui não. - Sirius afastou Marlene quando Felipe se aproximou dela. - A Kim é minha. Não é, Kim?
Marlene revirou os olhos, dizendo "vai sonhando", mas eu podia imaginar a felicidade que ela estava sentindo. Felipe então a beijou no rosto como fizera comigo. Sirius puxou-a imediatamente pela cintura e eles foram dançar.
Quem diria! Será que o encontro com a garota de outra escola não era verdade?
- Hey, Lils. – James finalmente resolveu se pronunciar, com um sorriso de brinde. Que pena o sorriso do Felipe ser mais bonito.
- Oi, Potter. – respondi friamente e me voltei para o Felipe. – E então, o que está achando da Inglaterra?
- É uma experiência bem diferente de tudo que já vivi até hoje, por isso está sendo muito interessante. Só não gosto muito da comida e do céu sempre nublado. O sol esquece de aparecer por aqui?
- É mais ou menos isso. Deve ser difícil sair do país do sol e vir pra cá, mesmo que só por um ano.
- Principalmente pra mim que moro em Fortaleza, uma cidade de praia. - ele respondeu, concordando.
- O que você ta achando do time de futebol? – James se meteu.
- Tem bons jogadores – ele disse, indiferente.
- É, eu sei, eu sou o capitão. - Felipe sorriu pro James, e falou no meu ouvido, algo como "o melhor jogador corresponde ao pior de lá". O que me fez rir, apesar de eu não entender muita coisa de futebol.
- Vem, vamos dançar – Felipe me puxou pela mão pro meio da pista. Deus!
James deu de ombros e foi procurar mais bebida e mulheres, provavelmente. Pobre Chelsea. :)
Narrado por: Marlene McKinnon
Tô começando a achar que o bartender me enganou. Talvez não houvesse tantas frutas assim no meu coquetel de frutas. Talvez a Lily esteja certa e eu tenha bebido inúmeros copos de puro álcool. Talvez o Sirius esteja certo e eu esteja, agora, ligeiramente... bêbada.
- Vem, Kim. Acho melhor te levar pra casa de uma vez.
- Não, Sirius. Ainda nem são três horas, tá tão cedo. Eu quero ficar aqui com você. - Percebi um sorriso no rosto perfeito dele.
Tenho certeza que estou falando mais do que devia. Ao menos, mais do que diria se estivesse sóbria.
- Podemos dançar só mais essa música, se você me prometer que depois vai me deixar cuidar de você.
- Três músicas!
- Duas, e não se fala mais nisso – ele negociou.
- Você é tão gostoso mas tão chato. Eu quero ficar. - Ele soltou uma risada divertida.
- Acredite, você vai me agradecer amanhã.
- Sirius... quão bêbada eu estou? – perguntei, depois de uns minutos.
- Bastante. - respondeu, rindo outra vez enquanto me segurava contra si para evitar que eu caísse.
- Isso te impediria de me beijar? - falei sem pensar. Ele me olhou surpreso, mas considerou a pergunta.
- Não me impediria de beijar uma garota em uma festa. Mas não você. – ele completou, ao perceber que eu revidaria.
- Por que não? – perguntei meio chateada.
- Porque seria tirar vantagem do seu estado.
Droga. Se ao menos eu não estivesse tão louca.
- Quer ir pra casa agora?
- Pra casa da Katie. Os pais dela estão viajando e eu vou dormir lá hoje.
- Tudo bem, vamos sair daqui.
Precisei de toda ajuda possível pra atravessar a boate lotada, descer escadas e sentar no carro que Sirius ilegalmente dirigia. Depois o carro ligou, ele sorriu pra mim e perguntou se estava tudo bem. E é a última coisa de que lembro antes de ter apagado.
Acordei uma hora depois, e olhando em volta percebi que estava na cama da Katie. Minha sandália estava jogada no chão, embora ainda usasse o mesmo vestido da festa. Minha cabeça doía, meu estômago estava seriamente embrulhado, e por mais que eu tentasse, não conseguia lembrar quem me trouxera pra cá. Tudo que eu sabia nesse momento é que eu estava aqui. E que eu precisava vomitar.
Corri em direção ao banheiro e pus tudo pra fora. Isso ajudou a me recompor. Estava escovando os dentes quando ouvi uma voz.
- Já acordou?
Uma voz muito, muito sexy. Meu Deus. Sirius Black está sendo babá de bêbada? Ele deve ta me odiando profundamente por isso.
- Como você se sente?
- Já estive pior – respondi. – O que aconteceu?
- Você bebeu uns dez copos de coquetel de frutas sem as frutas, ficou bêbada e eu te trouxe pra casa antes que você realmente fizesse algo de que pudesse se arrepender.
- Sirius, desculpa. Eu estraguei sua noite.
- Não há de quê. Precisando de meus serviços como babá de bêbada, é só avisar – ele riu, e piscou. Ufa, ele realmente não estava zangado comigo, então. - Um minuto, o celular. Fala, Lily... Sim, ela já acordou... Acho que vomitou, mas ela já está melhor... Não, vocês não precisam voltar agora... Pode deixar que eu cuido dela até vocês voltarem... Cuido, cuido direitinho sim, não é, Kim?
O olhar safado que ele me lançou me fez corar totalmente. Ele percebeu e riu alto. Ótima impressão ele deve ter de mim: além de ter problemas com bebida, sou uma garotinha que não consegue ficar perto dele sem falar uma besteira ou corar. Qual é o meu problema?
- Não tem problema se você voltar de manhã, Lily. Eu já disse que fico aqui... Não precisa se preocupar comigo... LILY EVANS, PORRA. Volta para o seu brasileiro e deixa eu curtir minha noite? Obrigado... Beijo – e desligou.
- Como a sua amiga fala!
- Você disse: volta pro teu brasileiro? A Lily não...
- Exatamente o que você ta pensando. O Felipe deu em cima e ela não fez caso. Fácil, fácil.
- Não acredito! - exclamei outra vez. Lily Evans é minha heroína, haha.
- Você queria estar no lugar dela? Mesmo estando na melhor companhia em que você podia estar?
- Metido! - exclamei, rindo. - Sério, você não precisa ficar se não quiser.. não faço tanta questão. - brinquei.
- Há poucas horas você meio que estava implorando pela minha companhia. Não acredito que tenha mudado de ideia assim tão rápido. - soltou uma de suas risadas roucas que mais pareciam um latido. Seus olhos brilhavam à medida em que suas palavras me deixavam mais e mais constrangida. Sirius Black tinha plena consciência do poder que exercia em mim e não fazia nada para facilitar minha vida.
- Eu devo ter dito muita besteira... desculpa.
- Normal. Estou acostumado.
- Eu não sou sempre assim, sabe? - retruquei, ainda com o rosto em chamas. - É você que...
- Eu o que?
- Você exerce algum tipo de... eu não sei explicar. Tem algo em mim que fica inquieto quando você está por perto. Isso faz sentido?
- Faz todo o sentido do mundo.
E antes que eu pudesse completar meu raciocínio ou a frase que estava pensando em dizer, Sirius Black se aproximou de mim o suficiente para sussurrar um "linda" em meu ouvido e me calar com um beijo.
Narrado por: Katherine Mackenzie
- Já está tão tarde que chega a ser cedo. Você está com sono? Tem um lugar que quero lhe mostrar. - Remus disse, sorrindo.
- Vou com você.
Ele sorriu e me puxou pela mão. Eram pouco mais de cinco da manhã e eu estava saindo da boate com um garoto pra algum lugar desconhecido. Eu nunca havia feito isso antes, mas a sensação era maravilhosa. Liberdade.
- Pra onde você vai me levar?
- Se eu te contasse, deixaria de ser surpresa – ele disse, enquanto dirigia. Tentei imaginar pra onde ele estava me levando. Não podia ser longe, porque ele nem havia saído do centro da cidade.
Ele estacionou o carro em uma rua e caminhamos por uns minutos, até chegarmos na beira do Rio Thames. Um homem esperava por nós próximo ao London Eye.
- Só você pra me tirar da cama às seis da manhã, Lupin. Espero que agora minha dívida com você esteja paga.
- Pode apostar que sim. Valeu mesmo, cara.
Não entendi nada.
- Vem, Katie – ele me guiou cuidadosamente para dentro do London Eye. Fiquei sem entender nada quando começamos a subir. Fazia anos desde que arriscara enfrentar o tão London sempre-lotado-por-turistas Eye. A medida em que subíamos, eu ficava mais arrepiada. Parecia que não chegaríamos nunca, até atingirmos o céu.
Ao atingirmos o topo, fiquei sem palavras. Estávamos sozinhos na maior roda gigante do mundo admirando a cidade mais linda do mundo. Londres parecia ainda mais incrível assim, deserta. Eram seis da manhã de sábado, não havia muito movimento. Em frente a nós dois, o sol fazia seu espetáculo.
Eu queria poder dizer tudo que sentia naquele momento, mas não consegui encontrar palavras. Tudo estava perfeito. Remus esperava ansioso pela minha reação. O meu sorriso foi sincero, apesar das duas lágrimas de emoção que caíram do meu rosto.
Ninguém jamais fizera nada minimamente parecido por mim. Ele me abraçou. Encostei minha cabeça no peito dele. Mesmo depois de dançar durante horas seguidas ele ainda cheirava bem. Remus começou a acariciar meu cabelo, fazendo com que o cansaço fosse, aos poucos, me vencendo, mas eu não podia deixar de olhar para o sol.
Foi então que eu percebi: o London Eye geralmente não abre às seis da manhã.
- Como você fez isso? – não consegui disfarçar o leve tom de acusação na minha voz.
- Isso o que?
- O London Eye só abre às 9h da manhã!
- Aaah, isso! – ele riu. – Bem, o cara que é responsável por isso aqui aos sábados é um amigo meu que me devia um grande favor. Não deve mais.
Garotos.
- Você sempre trás as garotas com quem ta saindo pra cá?
Ele riu.
- É claro que não. Você é a única... Eu realmente gosto de você, Katherine Mackenzie – ele falou isso no meu ouvido, me causando arrepios. Ele voltou a me encarar. Lentamente, a distância entre nossos rostos ia diminuindo, e dessa vez eu sabia que nada atrapalharia. Eu podia sentir sua respiração leve no meu rosto, o macio de sua pele em contato com a minha.
Foi quando o London Eye recomeçou a girar, e nos empurrou levemente para frente. Nossos lábios, então, se encontraram acidentalmente.
Narrado por: Lily Evans
Mudei a estação de rádio. Estava tocando Lady Gaga, que eu simplesmente odeio. Na estação que escolhi, tocava uma música da Katy Perry que eu gosto. Mas ele botou na Lady Gaga de novo. Olhei pra ele, indignada, e pus na Katy outra vez. É guerra?
- Já que o carro é meu, digo que vamos ouvir Lady Gaga e ponto – ele disse, mudando de estação outra vez.
- Você é irritante – eu disse, enquanto esticava a mão outra vez. Dessa vez ele segurou minha mão com seus braços fortes. Estremeci. Quando ele me largou, outra música estava tocando. Cruzei os braços e mostrei a língua pra ele. Totalmente infantil, eu sei, mas odeio ser contrariada. Ele riu.
Como eu vim parar no carro de James Potter? Eu conto. O Felipe me puxou pra dançar, e ele dançava bem. Ele tinha sido bem fofo até o momento, mas me beijou meio do nada, sem ter rolado nenhuma química antes. Eu fiquei surpresa, mas não deixei de curtir o momento. Nos beijamos algumas vezes, até ele cansar e me largar, com a desculpa de que ia ao banheiro. Nas horas seguintes, eu o vi com pelo menos outras três garotas. Finalmente um defeito no tão perfeito brasileiro.
Foi quando eu percebi que a Marlene e o Sirius não estavam mais lá então resolvi ligar. Sirius atendeu, e respondeu todas as minhas dúvidas e preocupações positivamente. A Lene iria ficar bem.
Já eram, então, 4:30 da manhã e eu deveria achar a Katie se quisesse uma carona de volta pra casa. O Felipe voltaria pra casa com o "irmão" mais velho da "família inglesa" dele. Katie e Remus estavam dançando juntos e pareciam muito felizes. Eu não iria atrapalhar.
O sono já estava me vencendo quando eu o vi, caminhando em minha direção, depois de largar a menina loira que ele havia beijado a noite toda. James Potter.
- Remus disse que você deveria voltar pra casa com ele e a Katie. Mas ele pediu pra que eu te levasse em casa, ele preparou uma surpresa pra ela.
- Não, obrigada, Potter. Prefiro pegar um táxi.
- É caro e perigoso. São 4:30 da manhã.
Suspirei. Ele estava certo.
- Obrigada. - agradeci, contra minha vontade.
- Disponha.
Eu só queria chegar na casa da Katie e dormir em paz. Logo começaria o dia mais longo da minha vida.
- Você aproveitou a noite, não foi? – ele perguntou, com um tom de acusação na voz.
- Não tanto quanto você. A Chelsea não vai ficar muito feliz em saber que você andou enfeitando a cabeça dela.
Ele deu de ombros.
- Ela não precisa saber.
- Galinha.
- Defendendo a Chelsea, agora, Lily?
- Não, mas...
- Então pronto.
Que grande idiota. A minha revolta não é pela Chelsea, e sim pelo fato de ele trair e levar tudo com a maior naturalidade. Que idiota!
- Por que ela não veio com você, de qualquer forma? - perguntei.
- Porque eu não a queria no meu pé a noite toda.
- Se você não gosta dela, então por que está com ela?
- É claro que eu gosto, ela é linda. Vocês, mulheres, gostam de complicar tudo. Puta que pariu, Evans.
Ele nunca havia sido grosso comigo desse jeito antes. Meus olhos se encheram de lágrimas raivosas que insistiam em cair. Ao perceber que eu chorava, sua expressão alterou-se para o mais puro choque. Odiava a tendência humilhante de chorar de raiva que eu tinha.
- Oh, vamos, Lils. Eu não quis te ofender.
Virei o rosto e cruzei os braços outra vez.
- Desculpa, Ruivinha. Não vai acontecer de novo.
Olhei pra ele.
- Eu prometo.
- Otário. - o xinguei. Ele riu.
A sinceridade em suas palavras era óbvia, mas continuava difícil acreditar, considerando todos os absurdos que ouvi nos últimos minutos. Ele sorriu ainda mais. Eu descruzei os braços, meio involuntariamente.
Ele passou um dos braços em volta dos meus ombros, me trazendo um pouco mais pra perto dele, finalizando o ato com um beijinho na minha testa.
- Vou entrar com você – ele me informou quando chegamos na casa da Katie. Eu estava com tanto sono que nem protestei. Entramos sem fazer barulho.
Marlene provavelmente estaria dormindo e Sirius vendo TV, ou coisa do tipo, já que o carro dele ainda estava na porta. Ao abrir a porta do quarto, levei minha mão à boca. Às vezes eu me surpreendo com minha inocência.
Sirius Black e Marlene McKinnon beijavam-se ferozmente na cama de Katie. Ela, felizmente, ainda de vestido. Ele, sem camisa. Não consegui esconder minha surpresa.
Até sábado passado eles nunca haviam trocado mais de três ou quatro palavras, e agora... isso. Que aleatório! Ao contrário de mim, que estava chocada, James estava achando tudo muito engraçado. Bem típico de Sirius Black, não poder ficar sozinho com uma menina por mais de uma hora sem transformá-la em estatística para sua lista pessoal.
Marlene largou o Sirius rapidamente, e acho que ia começar a se explicar, mas desistiu quando olhou pra mim.
- Lily Evans, o que aconteceu com você?
Os meninos começaram a gargalhar. Minha maquiagem devia estar toda borrada das minhas lágrimas raivosas. Corri pro banheiro. Aproveitei pra tomar banho, escovar os dentes e vestir meu pijama cor-de-rosa.
Eles não estavam mais lá quando sai do banheiro. Marlene já estava dormindo e Katie ainda não tinha chegado. Olhei pro relógio, eram seis e da manhã. Valia mais a pena dormir.
Narrado por: Katherine Mackenzie
Cheguei em casa às seis da manhã e estava simplesmente radiante.
Enquanto subia as escadas da minha casa só pensava no quanto Marlene e Lily tinham que ouvir minha história, mas ambas dormiam profundamente, então resolvi seguir seus exemplos.
O despertador tocou uma hora depois e não quis acreditar que Lily realmente estava levantando. Sem nem abrir os olhos, desejei boa sorte em sua mudança e adormeci profundamente outra vez.
Duas horas e meia depois, acordei de novo com insistentes batidas na minha porta. Acabei acordando outra vez, para encontrar a Little Lucy me encarando com felicidade.
- Katie! - ela gritou. Minha cabeça doeu.
- Ei, Little Lucy. Você está de volta!
- Não ta me vendo aqui? – ela perguntou, rindo. Eu ainda estava muito sonolenta para brigar pela insolência. Marlene ainda dormia no colchão inflável e Lily já havia ido embora. Preciso lembrar de me desculpar por não ter acompanhado-a até a porta ou oferecido o café da manhã.
- Pestinha.
- Quem está ai? – ela perguntou, tentando entrar no quarto.
- É a Lene. Cadê a mamãe e o papai?
- Desfazendo as malas.
- Por que você não vai ajudá-los? Estou muito cansada, fui dormir bem tarde essa noite.
- Tudo bem. Voltarei pra te acordar de novo mais tarde.
- Obrigada.
Acordei pela terceira vez e sabia que infelizmente seria a última. Era uma da tarde, e meu celular estava tocando realmente alto. Meu humor mudou consideravelmente quando vi que era o Remus.
- Katie? Acordei você?
- Não, imagina – forcei um sorriso. – Como você está, Remus?
- Bem, obrigada. E você?
- Também. Então... quais são os planos pra hoje a noite? Você não comprou um foguete pra que eu olhasse as estrelas de perto ou algo do tipo, certo? – brinquei.
- Boa ideia! Hahaha.
- Remus!
- Não se preocupa. Provavelmente só um restaurante ou alguma coisa assim.
- Então te vejo mais tarde.
- Até mais tarde, bonita.
A voz dele era extremamente sexy. Eu sorria tanto agora quanto uma garota-propaganda de comercial de pasta de dente. Até ser atingida por uma almofada.
- Ai!
- Pode me contar tudo agora, Katherine Mackenzie!
- Shiii, fala baixo, Lene. Meus pais já estão em casa. Senta aqui, eu vou te contar tudo.
Narrado por: Lily Evans
Meus olhos estavam vermelhos pela noite mal dormida e pelas lágrimas que insistiam em cair. Já estava a meio caminho de Notting Hill e havia deixado minha casa e minha vida inteira para trás para começar algo totalmente novo.
Não tinha animação nem para discutir com Petúnia ou brigar pelas músicas que vinham tocando no carro. Qualquer coisa era ruim de qualquer forma. Completa depressão.
- Como foi a noite das garotas de ontem, Lily? – minha mãe tentou puxar assunto comigo, enquanto dirigia.
- Ótima – menti.
- Que bom. Vocês viram que filme?
- Hã? – não tinha uma resposta pra essa pergunta.
- Eu perguntei que filme vocês viram.
- Faz alguma diferença? – respondi de cara fechada. Ajeitei meus óculos escuros no rosto. Não queria dar a elas uma oportunidade de comentar sobre meus olhos vermelhos.
- Faz sim.
- Ótimo. Nós vimos Titanic, satisfeita? E sim, choramos de novo. Agora com licença, preciso de concentração pra vencer esse jogo – apontei pro iPod. O meu passatempo preferido é jogar Paciência no iPod.
Outros trinta minutos se passaram, mais pelo engarrafamento do que pela distância, mas dava pra notar a diferença. À medida em que ficávamos mais longe de casa, as casas iam ficando maiores e mais luxuosas. Não que a minha fosse um barraco, as de Notting Hill que eram realmente exageradas.
Ei, aquela não é a casa da Katie? Estou na rua da Katie e a duas ruas da casa da Chelsea. Mamãe parou o carro na rua do meio. Então meu novo endereço é: Casa da Família Monstro, entre uma grande amiga e a pior inimiga. O que eu vi me surpreendeu e muito. Eu esperei uma casa, tipo, grande. Mas essa era colossal. E eu ainda não tinha visto por dentro. Tinha três andares, os caixilhos das janelas pintados de verde cheios de gerânios e uma cascata de hera descendo do telhado.
A porta tinha uma série complicada de alarmes e travas, e a câmera de segurança ficava ligada na frente e nos fundos da casa. O piso do hall de entrada era de mármore vermelho. Um leão gigante de pedra ficava num canto. Descendo a escada, tinha uma enorme sala de estar num nível abaixo. Havia quadros a óleo originais de artistas famosos em cada parede.
Esperamos no Hall a chegada da família Monstro, enquanto um empregado muito gentil retirava nossas malas e as levava pros nossos novos quartos. Petúnia estava com a boca aberta, com uma cara tão engraçada que eu tive que rir. Só faltava ela se beliscava para saber se estava sonhando ou se realmente iria morar naquele palácio. Tive tempo pra sentir nojo dela.
Foi a última coisa que fiz antes de ver o meu futuro padrasto cumprimentando minha mãe. Ele estava de costas pra mim, e pude entender porque minha mãe tinha tanta pressa em se prender a ele. Ele é lindo. Isso não facilita as coisas em nada. Ele terminou de cumprimentar Petúnia, agora é minha vez.
- Filha, gostaria de te apresentar meu futuro marido. Jason, essa é a Lily, minha filha mais nova.
- Encantado – ele disse, e beijou minha mão. Ei, eu lhe conheço de algum lugar, ah, eu conheço sim. Jason, Jason... de onde?
- Muito prazer, Jason – você acaba de destruir a minha última chance de ser minimamente feliz, um dia.
- FILHO, ELAS CHEGARAM! – ele gritou pro filho inútil dele.
- JÁ VOU DESCER, PAI!
- Hum... sua casa é muito bonita – eu disse, pra ser educada e, fala sério, justa.
- Obrigado, Lily. Agora ela é sua também.
Claro, claro. Minha, da Petúnia, da mamãe e do filho nerd espinhento dele que vai ficar me enchendo o saco falando sobre química quântica. Pode apostar.
Enquanto o dito cujo não resolvia largar os livros e fazer o favor de aparecer no momento mais constrangedor de toda a minha existência, resolvi passar a musica do iPod. Não tinha a mínima vontade de ouvir Natasha Bedingfield e, quanta ironia do destino, sua música chamada Happy.
- Filho, essas são suas novas amigas e ocasionalmente meias-irmãs. Petúnia e Lily Evans. Meninas, esse é meu filho, James Potter.
Ok. Agora eu já posso morrer. Por favor, todos parem de respirar! Pássaros, parem de cantar! Casais, parem de ter orgasmo! Vocês aí, parem de ouvir Paramore! Prestem atenção em mim! Eu quero morrer porque aqui, parado em frente a mim, não está um pirralho de seis anos que vai puxar meu cabelo, nem uma garotinha de 10 anos que vai usar minhas coisas sem pedir, muito menos um nerd espinhento que vai ficar falando sobre bioquímica e o projeto de ciências que provavelmente vai levá-lo de volta para o passado.
Parado em frente a mim, rindo perfeitamente, está ninguém mais, ninguém menos que... James Potter. O capitão do time de futebol da escola. Que namora a garota que mais odeio. Que já se apresentou para mim cinco vezes. Que é incrivelmente lindo. Que é o filho do novo marido da minha mãe.
Quem se oferece pra me matar agora?
xxx
N/B: ELISA NÃO ESQUECE DE COLAR A N/A DE NOVO, rs. Oi gente! Nanda aqui! :):) Primeiro e antes de mais nada, queria reforçar o agradecimento (!) da Lisa e tals, sobre os comments e os votos. Fala sério, gente, ela merece! :D Mas não é porque eu sou uma amiga super puxa-saco (sou mesmo rs), mas porque, honestamente, ela sabe o que está fazendo aqui no FEB. :) Mas nem todo mundo leva à sério o compromisso que os escritores firmam com este site, nos proporcionando momentos bárbaros de leitura, os quais jamais trocaríamos por coisa alguma (exceto, talvez, um jantar com algum mcguy). Então, gente, em nome de Elisa Vitória Melo, obrigada. :D Falando da fic e do cap. agora... Ah gente, eu AMO betar essa fic! :D Ler antes de vocês me faz sentir o máximo *bgs* HUAHAUHAUHA. Ta. Eu gosto tanto da história dela! :) Envolve todos os dramas adolescentes de um jeito so cool. Gente, se eu fosse a Lily, eu me matava mesmo (fato). Quero dizer, ser meia-irmã de James Potter seria O FIM DO MUNDO. Imagina só, não poder pegar o Pottinho :(:(:( ehehe. Parei. Minha febre mesmo é com o Remus, a Lisa sabe. Tudo bem que eu detesto os certinhos. Eu gosto daqueles que me jogam pela janela e me chama de Isabela (6) (eu ri), os que saem da linha, mas sei lá, o Remmie me encanta desde sempre. Do charme à maneira de ser, tudo nele é perfeito demais. Tudo bem que na fic da Lisa ta o maior melodrama (ri de novo), vai dar formiga, rs. Mas não deixa de ser lindo. :) Ok, vocês não precisam de detalhes sobre a minha paixonite gigantesca pelo Remus, fato. Bom, o capítulo foi cu, porque hoje eu estou cu então tudo que eu leio parece cu. Hehe. MENTIRA! *-* Adoro mentir pra você, Lisa *-* HUAHAUHAUHAUHA parei. Gente, alok apareceu no meu MSN sem saber o que fazer (eu ri) e eu lá querendo matar a brasileira a todo custo (eu ri de nv) HUAHUAHUAHA ri MUITO! Mas olhem, achei super oti o Remus com a Katie *-* Eu não choraria não, mas sei lá né, ela diz que não é emo. Eu amo a Katie, então acredito nela blz u_u E, hã.. MARLENE SUA CARA-DE-PAU! COMO VOCÊ OUSA?! PEGAR O SIRIUS ASSIM, DO NADA?!?!?! Porque foi bem do nada mesmo, né? morri* mas se eu fosse ela eu pegava que pegava linda rs. AHHHHH ISSO ESTÁ ENOOORME! :OOO Mas eu amei, Lisa, amei de verdade! Você sabe quando eu to mentindo rs. E eu não to blz. Eu adorei. *-* Só não adorei tu ter postado antes de isso aqui passar por mim, fato. Mas eu supero tapa* Gente, MUUUUUUUUUUITOS comentários pra Just Luck, okaaaaaay? *-* Ou eu vou tirar satisfações com todo mundo blz (brimks rs). Ah, olha, eu to tonta ç.ç Fui na casa do Guilherme hoje e voltei bêbada, será que tinha alguma coisa naquele biscoito? ç.ç Ta, wtv. LISA, TE AMO! ♥ Gente, COMENTEM! :D Remmie, PEGAEL! Danny, to chegando! *-*
Miss Frisky.
N/A: GEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENTE! Cara, eu AMEI esse capítulo, fiquei doidinha escrevendo ele, como não ficava há muito tempo, então seria muito bom se vocês gostassem, e maravilhoso se vocês comentarem. Acho que hoje mesmo começo a escrever o quinto, porque a fic começa agora de verdade. Fiquei muito feliz com os comentários, é realmente bom que vocês estejam gostando da fic. Vai, a postagem nem demorou tanto assim, demorou? Duas semanas, foi um recorde pra essa fic. Foi o estímulo de vocês, haha. Obrigado, amigos. *-* Podem dizer, a narração da Katie ta muito fofa, cara. A história dela é ótima, eu escrevi as duas primeiras narrações na boate e queria escrever a da Katie, mas não sabia o que botar. Então mandei o capítulo pra Fernanda – a beta – e pedi sugestões. Eu disse que estava matadora e queria matar alguém, ela me deu cada sugestão monstruosa que fiquei com medo. Confira abaixo, haha:
Jajá essa bicha louca vem fazer uma notinha aqui, então se quiserem ler, voltem jajá. Queria agradecer a todos vocês que comentaram e votaram, e aos singelos 80 comentários ao longo de 15 dias. A fic comemora o número de 600 comentários e 100 votos. AEAEAEAEEE :D P.S.: Eu totalmente JURO que antes de morrer, respondo comentários aqui. Eu amo essa fic, os leitores, as ameaças, os elogios, as criticas, as ameaças [2], a comunicação que tenho com vocês, os comentários que recebo, as ameaças [3] e cheeeeeeeega, até próximo capitulo. *-* P.P.S.: surpresa especial pro leitor que fizer o comentário de numero 700 :*
Lisa Prongs
15.09.08
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