Respostas... perguntas... resp
Capítulo 40 – Respostas... Perguntas... Respostas (segunda parte)
Olhava os arredores de Hogwarts, pela janela do gabinete de Minerva. Ela não estava ali no momento, havia dado toda a privacidade para aquela conversa. A boa professora McGonagall, sempre tão centrada... A idade dela era uma lenda, ninguém sabia, mas como os bruxos tinham longa vida, tinha certeza que McGonagall estaria ali, em Hogwarts, quando meus filhos viessem para a escola.
- Harry! – Gina me chamou e voltei a sentar ao seu lado.
- Desculpem-me, precisava pensar um pouco...
- É compreensível Harry... – Dumbledore falou tranquilamente, pigarreou e voltou a falar. - Vocês já conhecem a história de Bessy Macffyn e de Adolf Crayde... Então, a partir disso, podemos tirar algumas conclusões.
- Basicamente o que aconteceu foi um conjunto de coincidências felizes ou infelizes, dependendo do ponto de vista de cada um, que culminaram nos últimos acontecimentos... – Snape esclareceu. – Eles, Bessy e Crayde, tinham objetivos comuns: o poder. Uniram-se àqueles – Umbridge, Malfoy e outros – que tinham o desejo de vingança muito forte e buscavam a sua destruição, Potter.
- Isso nos já sabíamos. Crayde desejava o poder sobre os bruxos, Bessy tinha uma obsessão em ter os meus poderes de Sétima Filha, Umbridge, Malfoy queriam voltar a desfrutar o prestigio que já tiveram, além de quererem se vingar do Harry. O que não consigo encaixar nessa história é a participação de Theodore. – O questionamento de Gina soava mais a afirmação. – Não venham me dizer que ele só foi uma peça útil, um bode expiatório... Ele é instável!
- Senhora Potter, respeito seus instintos, sei que eles não devem ser desprezados, mas Theodore foi somente um fantoche na mão de pessoas mais poderosas, ele não representa nenhuma ameaça. – Snape foi convicto. – Ele é emocionalmente instável. Quem não seria se tivesse sido criando como ele?!
- Mas... – Gina parecia não se convencer. - Meus filhos reagiram de forma muito negativa diante dele! Tiveram medo, pânico...
- Minha criação não foi a melhor. Eu passei maus bocados com os Dusleys e nem por isso...
- Harry, acho que já conversamos sobre isso! – Dumbledore me interrompeu. – O amor Harry. O amor! Nunca se esqueça! Você foi concebido e cresceu em um contexto totalmente diferente de Theodore.
- Não se compare a Theodore, Potter! – Foi a vez de Snape falar. Senti um tom repreensão em sua voz. – Jamais se compare... Lilian amava você tanto...
Sua voz ficou embargada e Dumbledore tossiu, chamando nossa atenção.
- Mas voltando, Ginevra, as circunstâncias eram favoráveis para a reação das crianças. Seus filhos são especiais, possuem dons mágicos extraordinários, mas também são crianças e reagem ao sentir a mãe em conflito e diante de um estranho, que convenhamos é bastante esquisito. Sentiram medo...
Theodore nunca teve uma aparência bonita e no dia em que Gina o levou até nossa casa, ele estava particularmente assustador. Lembrei que, anteriormente, Alvo não havia demonstrado medo dele.
- Quando Bessy pegou Alvo, ele não demonstrou receios com o Theodore, que inclusive protegeu nosso filho! – Comentei.
- Sim... Exageros meus. – Gina falou. – Talvez leve minha proteção materna ao extremo!
- Claro! – Dumbledore concordou. – Bessy M. sempre a invejou Ginevra. Invejou seus poderes de Sétima filha, sua família, sua vida... Adolf C. deseja o poder, simplesmente, o poder absoluto, o controle. Encontraram os aliados perfeitos naqueles que tinham uma índole ruim e nada mais a perder. Uniram-se e estavam dispostos a destruírem quem eles achavam que estava atrapalhando-os de alcançarem seus objetivos, ou seja, vocês: Ginevra e seus poderes de Sétima Filha; e Harry, por ser Harry Potter, o bruxo que destruiu Voldemort, um bruxo poderoso; e também os filhos de vocês, pois deduziram que, por serem seus filhos, eram crianças especiais, com um dom mágico diferenciado, o que estavam certos. Afinal, não podemos subestimá-los: Bessy era muito inteligente, e Crayde foi criado pela minha velha e estimada amiga, a Condessa. Juntos, sabiam de muitas coisas...
- E queriam destruir tudo e qualquer coisa que estivesse no caminho deles: no presente e no futuro. – Snape tomou a palavra. – Theodore foi usado para desviar a atenção de vocês. Como o Lorde sempre seria uma ameaça para a comunidade bruxa, seu retorno, mesmo impossível de acontecer, geraria medo, pânico, questionamentos... Essa instabilidade seria favorável para Crayde, que usaria isso a seu favor para ter o apoio da comunidade bruxa e do governo. É claro que correríamos um risco com Theodore, ele poderia ter se revelado do mal... Mas eu sempre duvidei dessa possibilidade, pois o Lorde ignorou o filho, se houvesse a mínima possibilidade dele ser um bruxo das trevas, o Lorde saberia e teria usado isso a seu favor...
- Então, resumindo, Crayde usou as informações que tinha sobre nós, teve a sorte de fazer contato com a Bessy, que odiava a Gina, se aliou ao Malfoy e a Umbridge para contatar outros comensais descontentes e ter mais informações sobre Voldemort, achou Theodore e tinha a intenção de implantar na comunidade bruxa a possibilidade de Voldemort voltar, através do filho, causando pânico e com isso, mostrando-se o “salvador”, teria o domínio total da comunidade bruxa do mundo...
- Mas para isso precisaria nos tirar do caminho. Se Bessy conseguisse meus poderes seria uma grande bruxa e, ele a teria como sua aliada, e Theodore seria uma isca para tirar Harry do caminho, já que Harry, “o menino que sobreviveu”, “o eleito”, não conseguiu se livrar do filho de Voldemort. Então ele, Crayde, seria o grande salvador do mundo bruxo... – Gina completou. – Doentio!
- Sim, sim... Contudo, eles não sabiam sobre a pedra do amor, que sempre foi como um escudo protetor para vocês e as crianças. – Dumbledore falou.
- Mas Bessy deduziu que as crianças seriam o ponto fraco de vocês, principalmente da Ginevra... Sua senhora, Potter, perde um pouco o controle e a razão quando eles estão envolvidos. – Snape acrescentou.
- Meu caro Severo, qualquer mãe perde a razão perante o perigo de seus filhos... Lilian foi um bom exemplo, até mesmo Molly Weasley quando viu Ginevra sendo ameaçada na batalha... – Dumbledore usou o bom humor e eu concordei com um discreto sorriso, mas me perguntei como ele saberia desse detalhe. Como se lesse meus pensamentos, ele continuou. – Minerva me relatou todos os detalhes daqueles acontecimentos...
Gina disfarçou o riso perante a careta de Snape.
- De alguma forma isso... Nós já sabíamos! – Falei levantando. – Já tínhamos chegado a essas hipóteses... Desculpem-me, mas vocês não acrescentaram nada de novo!
- HARRY! – Gina chamou minha atenção.
- Harry tem razão, Ginevra. – Dumbledore falou serenamente. – Isso tudo é muito obvio, não trouxemos nada novo... Partilhamos da mesma opinião, não sabemos realmente se nossas ideias são as certas... Hum... Mas de acordo com os acontecimentos...
- Potter... – Snape começou. - Eu e Dumbledore só sabemos e podemos compartilhar aquilo que nós conhecemos enquanto vivíamos, depois disso... Bom, fica difícil. Bessy era somente uma aluna adequada na época escolar, nunca causou problemas que merecesse nossa atenção. Diferentemente de você, permita-me acrescentar. Crayde, bem, convivemos muito pouco com ele... Ele não era um comensal, não frequentou Hogwarts... E Theodore, nem tínhamos certeza de sua existência!
- A Condessa sabia mais sobre Crayde. Mas acredito que ela já lhes contou tudo... E também partilha dessa mesma ideia. – Dumbledore completou. – Sinto muito se não trouxemos nada de novo...
- Sim... Realmente, é que... Sempre esperei que explicações, vinda de vocês, esclareceriam tudo!
- Professores... – Gina levantou-se. – Acho que nossa conversa só nos deu a certeza do que já sabíamos. E... Que sempre haverá algum louco no nosso caminho.
- O mal nunca vai desistir de ter o controle, o poder... Sempre haverá a luta entre o bem e o mal! – Dumbledore concluiu com um sorriso sereno. – E, Harry, Gina... Vocês e as crianças, infelizmente, serão um alvo em potencial.
Snape concordou com um gesto, mas não havia mais nada para acrescentar.
- Mas... Ainda tem uma coisa! – Gina ponderou. – Theodore... Desculpem, mas eu não me convenci. E a questão da herança mágica. Ele pode não ser um grande bruxo, mas será que não herdou nada do pai?
Dumbledore e Snape trocaram olhares. Pelas expressões de ambos, vi que ficaram impacientes com a teimosia de Gina em relação a Theodore.
- Acredito que ele não herdou o suficiente para ser um perigo, Sra. Potter! – Snape concluiu. – Mas, de alguma forma, ele pode ter bloqueado a magia negativa! De alguma forma, existe amor em sua vida.
Gina abriu a boca, mas não falou nada. Limitou-se a sorrir e fazer um leve gesto positivo para Snape e Dumbledore. Sabia que seria difícil convencer minha mulher do contrário em relação a Theodore.
Despedimos de Dumbledore e Snape e seguimos para o quarto que estávamos ocupando em silêncio.
- Você ficou chateado? – Gina quebrou o silêncio quando entramos no quarto. – Querido!
- Só achei que Dumbledore teria uma explicação para o que aconteceu. – Dei um longo suspiro. – Gi... Para mim Dumbledore sempre sabe tudo, tem respostas para tudo! Ele as tinha quando era adolescente...
- Harry... Dumbledore foi um grande bruxo, sabia muitas coisas... Mas, infelizmente, ele não tem respostas para tudo! E, mais infelizmente ainda, não se esqueça de que, após a sua morte, seu conhecimento é limitado. – Gina argumentou. – Vou ver as crianças! – Gina deu um passo e parou, voltou-se para mim. – Harry... Por mais que queira acreditar, não consigo. Para mim Theodore vai ser sempre alguém com quem devemos nos preocupar...
- Gi... – Iria dizer que ela estava errada, que não devíamos ter essa preocupação, mas não desprezaria os instintos de minha mulher. – Vamos ficar de olho nele. Nada vai acontecer... Eu prometo!
Dei-lhe um beijo na testa e fomos para o quarto que as crianças ocupavam. Iríamos para a casa na manhã do próximo dia e eu teria que enfrentar uma declaração a impressa.
******
Dois dias depois caminhava com passos incertos pelos corredores brancos e vazios do St Mungus. Fiz uma careta ao lembrar que amanhã daria uma declaração à impressa sobre os últimos acontecimentos e que o Ministro da Magia havia me convocado para uma reunião no final da tarde.
Suspeitava do teor da reunião: o Ministro queria uma explicação sobre tudo o que aconteceu, detalhes sobre a morte de Hans, sobre a morte de Crayde; também tinha que pensar em como livrar a Condessa de uma acusação de assassinato.
Também suspeitava que o Ministro queria que eu assumisse o posto de Hans, temporariamente, até ter um nome definitivo. Eu só queria pegar Gina e as crianças e passar uma temporada tranquila no Chalé da praia, esquecendo tudo que tinha acontecido...
- Penso nisso depois! – Decidi parando a frente de uma porta amarela.
Havia saído a pouco do quarto onde tio Válter estava. Tia Petúnia estava com ele e parecia bastante esperançosa com sua recuperação. Tio Valter fisicamente estava bem, sem nenhum arranhão, mas, emocionalmente, a carga de magia que havia recebido o deixou um pouco confuso. Não lembrava exatamente o que havia acontecido e achava que era um bruxo.
Isso, definitivamente, era irônico. Pois ele pensava que era um bruxo, mas para nós, bruxos, sua situação era mais para um aborto. Justo Tio Válter que sempre foi tão resistente ao mundo bruxo. Quando ficamos sabendo dessas sequelas, eu e Rony não aguentamos e caímos na gargalhada, mesmo sobre os olhares ameaçadores de Gina e Hermione. Mas que era engraçado, ah, isso era!
Bati de leve na porta amarela e esperei uma resposta.
Era o quarto de Theodore. Com a morte de Bessy e Crayde, todas as maldiçoes que haviam sobre ele haviam desaparecido. Ainda estava fraco, às vezes ficava confuso onde estava, mas hoje estava consciente e lúcido.
Finalmente, chegou a hora da nossa conversa. Havia recebido uma coruja logo cedo me avisando que Theodore queria me ver. Gina insistiu para vir junto, mas meus instintos diziam que era melhor não. Não sei porquê, mas não gostava de ver Theodore perto de Gina. Não gostava do jeito que ele a olhava e Gina ficava tão apreensiva diante dele. Também não saia da minha cabeça a reação que meus filhos tiveram diante de Theodore.
Mesmo não querendo admitir, tinha a mesma apreensão de Gina sobre Theodore. Por mais que tentasse me convencer que ele não era uma ameaça, que havia sido usado e manipulado, algo me dizia que sempre deveria ficar atento a qualquer reação de Theodore. Afinal ele era filho de Voldemort.
- Entre! – Uma voz hesitante respondeu a batida na porta; a abri vagarosamente.
Vacilei. Não estava preparado para o homem que estava a minha frente. Nas outras ocasiões, Theodore me parecia tão frágil, vulnerável e, fisicamente, nunca me lembrou Voldemort. Mas hoje, parecia que eu estava o vendo pela primeira vez. Não Voldemort, mas Tom Riddle.
Theodore era incrivelmente parecido com Tom Riddle!
- Harry Potter! Finalmente... – Theodore falou e me indicou uma cadeira. Sua voz era grave, mas sentia que ele estava hesitante. – Fico feliz que possa ter vindo me ver, ainda não recebi alta, mas o medibruxos me disseram que em menos de uma semana estarei liberado e...
Parou de falar.
- Que bom!
- Neville me ofereceu um emprego em Hogwarts, auxiliá-lo nas aulas de herbologia. A Prof. MacGnagall me cedeu um quarto na escola... – Ele falou. – Acho que vai ser bom para mim. Recomeçar.
- Recomeçar! – Repeti. A ideia do emprego em Hogwarts havia sido de Hermione, como ele se dava bem com Neville, era uma forma de ficarmos de olho nele. – Porque queria me ver?
- Eu... – Ele hesitou e depois sorriu. – Sua esposa... Ela não veio?
- Não! – Fui ríspido. – Gina estava ocupada com coisas mais importantes...
- Ah... Ela é... Especial! Você é um cara de sorte! – Theodore deu um sorriso forçado. – Eu, sinto muito, por tudo! Eu queria dizer isso para você, que sinto muito...
- Sente?
- Não quis assustar as crianças! – Ele falou. – Nunca quis machucá-los... Mas...
- Mas...
- Tem coisas que são mais fortes do que eu... Eu sabia que era errado, mas era mais forte que eu...
- você estava enfeitiçado... Bessy!
- Não... Eu sei de tudo, sei que sou filho dele, que era um bruxo muito mal... Eu não sou assim, não quero ser assim, mas às vezes, não era a Bessy, ela me falava, mas havia uma vozinha dentro da minha cabeça que dizia que eu devia fazer o que ela mandava... “devia destruir Harry Potter...” – Ele colocou a mão na cabeça como se sentisse dor. – Doía muito ir contra essa voz... Mas agora ela não fala mais...
- Eu entendo! – Falei sinceramente.
- Eu só queria lhe dizer que eu sinto muito. E, que não precisa se preocupar, não serei uma ameaça para você e nem para sua família. – Olhei direto em seus olhos, parecia sincero. – Não serei!
- Ok! – Falei me levantando e indo em direção a porta. Nosso encontro havia sido finalizado. – Espero que seja feliz, Theodore.
- Eu serei... Potter! – Senti um arrepio, parecia que estava ouvido Voldemort me chamando de Potter.
Sai do quarto sem olhar para trás.
******
O burburinho tomava conta de todo o salão nobre do Ministério da Magia. Muitos jornalistas, bruxos de prestígio da comunidade, membros do conselho ministerial e até celebridades do mundo bruxo estavam por ali.
O burburinho ficou maior quando alguns repórteres me viram chegando.
- Sr. Potter... Pode adiantar alguma coisa?
- Logo o Ministro e eu esclareceremos tudo.
- O que o senhor tem a dizer sobre os últimos acontecimentos? A Sra. Potter também participará da coletiva?
- Com licença! – Falei me desviando.
- Seus filhos estão bem? Ficamos sabendo de fonte segura que eles foram sequestrados... E a morte de Hans na sua casa! Quais os motivos?
- Se vocês não pararem de importunar o Potter serei obrigado a expulsar os senhores. – Rony falou. – Esperem a coletiva, senão aqueles senhores... – olhou para uns aurores mal encarados. – Os tiraram daqui, e se insistirem, eles estão autorizados a providenciar uma estádia de vocês em Azkaban...
Dirigi-me para uma sala isolada. Já estava cansado dessa coisa toda. Bem que eu queria poder sumir ou então ter ficado mais alguns dias em Hogwarts, ter ido para algum lugar isolado... Tinha vontade de desaparecer, me sentia como nos dias que sucederam a batalha em Hogwarts, a morte de Voldemort. Sentia-me sufocado.
- Oi Harry. Tudo bem? – Ouvi a voz calma de Luna.
- Ah, sim, sim... Às vezes é difícil me acostumar. – Respirei fundo. – O que está fazendo aqui? A imprensa não pode entrar aqui... – Falei em tom de brincadeira.
- A imprensa não pode entrar, mas a amiga, a madrinha da sua filha, essa sim pode entrar. – Luna me abraçou. – Prometo não pegar pesado!
- Gina não me avisou que viria.
- É uma coletiva importante, achei que devia vir... Principalmente para lhe apoiar, como amiga, é claro! – Luna sorriu. – Vai ficar tudo bem!
- Com certeza... Queria agradecer, a cobertura do Pasquim foi bastante ética.
- Só faço o meu trabalho Harry, assim como você faz o seu... – Luna caminhou em direção a porta. – É melhor eu ir. Esteja pronto para o espetáculo... Tem muitas fadinhas de luz lhe transmitindo boas energias!
- Fadinhas... Ah... Obrigada Luna!
- O show vai começar! – Rony me avisou e juntei-me a ele para o pronunciamento.
O Ministro já estava no seu local e assim que me viu, sorriu e voltou-se para a platéia.
- Senhores e senhoras bruxos da nossa comunidade... – Após uma breve saudação inicial, o Ministro pediu para que não fosse interrompido e alertou que haveria tempo para as perguntas no final. – Viemos diante dessa comunidade para esclarecer alguns acontecimentos e darmos fim a boatos infundados que envolvem um suposto filho de Lord Voldemort e a tentativa de uma nova guerra no meio bruxo.
Houve um burburinho geral, e pode-se ouvir claramente o meu nome da boca de vários bruxos: “O Potter envolvido nisso!”. Respirei fundo e sentei-me ao lado de alguns assessores do ministro.
- Há alguns meses fomos informados que havia uma conspiração contra o mundo bruxo. Liderados por Adolph Crayde, alguns bruxos se envolveram em atos criminosos, com o objetivo de tomar o poder desse Ministério, e depois o domínio de outros ministérios da comunidade bruxa européia e, talvez, de outros continentes. Nosso departamento de aurores investigou o caso em sigilo absoluto para evitar o pânico geral. O chefe dos aurores, Hans, e uma equipe formada por nossos melhores aurores, Harry Potter, Ronald Weasley entre outros, foi responsável por essas investigações, que nos levaram a desvendar e desmantelar a conspiração.
“A investigação também revelou a existência de Theodore, identificado como filho de Voldemort, mas que não representa um perigo para nós. Ele foi uma vítima das circunstâncias, foi usado como um escudo por Bessy Macffyn para chegar a seus objetivos. E Theodore não mostrou nenhuma inclinação para a magia das trevas. Depois de ser examinado por nossos curandeiros foi declarado como um aborto. Concluímos que ele foi usado por Adolph Crayde juntamente com Bessy Macffyn para causar pânico na nossa comunidade. Esses dois bruxos aliaram-se a bruxos das trevas, que desejavam vingança por estarem em Azkaban ou terem seus poderes reduzidos pós-voldemort.”
O Ministro continuou falando sobre o andamento da investigação até chegarmos aos últimos acontecimentos.
“Os acontecimentos dos últimos dias: o ataque ao St Mungus e a invasão na casa de Draco Malfoy, fez que nossos aurores agissem rapidamente, desmantelando a operação de Crayde, que devido às circunstâncias, morreu em consequência de um feitiço de defesa lançando pela Condensa. Bessy Macffyn também morreu vítima de um feitiço provocado por ela...”
O Ministro continuou a declaração, mas eu tinha a sensação de que todos estavam me olhando, pois para quem havia vivenciado essa história desde o início, conseguia ver as incoerências da declaração do Ministro. Qualquer bruxo mais atento perceberia que estava sendo contada uma meia verdade.
“... As ameaças de Crayde e Macffyn foram derrotas por uma valorosa equipe de aurores chefiada por Hans, que infelizmente morreu em serviço, defendendo a segurança e o bem estar da família do auror Harry Potter, que foi ameaçada de forma covarde por Macffyn... ”
As palavras do Ministro não se fixavam em minha mente. Incomodava-me saber que estávamos contando uma mentira. Mas, todos argumentaram que a comunidade não precisa saber de alguns detalhes, como a pedra do amor, o livro de feitiços, o poder da sétima filha, já que esses assuntos eram tratados como lenda no mundo bruxo.
Uma pergunta de um jornalista, que não consegui identificar me tirou de meus devaneios...
- Como o Sr. Ministro explica a morte do auror Hans na casa de Harry Potter, defendendo a Sra. Potter?
- Bem... As informações que temos foi que Hans interceptou uma coruja destinada a Potter, que afirmava que os seus de Potter seriam sequestrados. Acreditamos que Hans dirigiu-se a casa do Sr. Potter com a finalidade de defender sua família, mas, na verdade, caiu em uma armadilha destinada a Harry Potter...
Essa parte era verdade, Hans interceptou uma coruja destinada a mim, avisando que meus filhos estavam em perigo, não tenho ideia de quem a mandou. Na verdade, não sabemos o que Hans foi fazer no Largo Grimmauld. Hans sabia que eu não estava em casa, havia sido destituído como chefe dos aurores pouco antes e que eu havia sido nomeado para o seu lugar; e pelo que conhecia de Hans, ele devia estar com muita raiva de mim por causa disso, mas seu bom senso fez com que fosse a minha casa, com certeza para defender meus filhos. Os motivos que o levaram a ir até o Largo, nunca saberemos.
Até porque quando ele chegou ao Largo, Gina estava no meio de um duelo com Bessy e não houve tempo para explicações.
As palavras de Gina, relatando o que havia acontecido aquele dia, invadiram novamente a minha cabeça, pois desde que ela havia me contando o que aconteceu, eu tentava entender a lógica de tudo aquilo.
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Gina havia ido cedo para o Pasquim, mas, quando saiu, Lilly já estava inquieta, por isso acabou voltando para casa poucas horas depois: “ Não sei, minha intuição falou mais alto, não conseguia me concentrar no trabalho, só via a imagem de Lilly chorando na minha frente, por isso voltei...”
Quando Gina chegou em casa, encontrou Tea e Monstro em apuros, pois Lilly estava em um estado totalmente desesperador. Gina percebeu logo que algo estava para acontecer, ainda mais quando meu patrono chegou, mas ela estava tão envolvida com Lilly que acabou não respondendo.
“Me dá ela Tea! Monstro... Pega o Tiago e o Alvo e os leva para o porão, use a passagem que Harry lhe mostrou! Eu vou tentar acalmá-la e vou logo atrás. Rápido!”
Monstro e Tea levaram os meninos para o porão e Gina tentava acalmar Lilly quando ouviu um “crack”, como se alguém houvesse aparatado. “Harry! É você?” Gina foi para a sala e viu que não era uma pessoa, mas sim, duas: “Bessy! Como...”, Adam apareceu logo atrás de Bessy.
“Surpresa! Gina, Gina... você muito descuidada querida! Não tente nada! Ah! Você quer saber como consegui entrar na sua casa? Admito, a segurança do Largo Grimmauld é muito boa, não se esqueça de cumprimentar seu marido, se por acaso voltar a vê-lo, pois ele deve estar muito ocupado agora! Algo aconteceu na casa do Malfoy... Então ele não virá lhe ajudar! Somos só nos duas... e seus filhos no meio!”
Gina disse que só pensava em mim, pela força do pensamento, tentava entrar em contato comigo, dizendo que precisava de ajuda, pois não conseguiria se livrar de Bessy sozinha, não com ela ameaçando as crianças. Lilly chorava em seu colo e Gina tentava se controlar, não podia deixar que os poderes de sétima filha a descontrolasse, não com Lilly no colo e sem saber se Tiago e Alvo estavam seguros.
Bessy continuava falando: “Mas observei vocês por algum tempo e vi uma pequena falha na segurança. Algo pequeno que outro bruxo não perceberia... Mas, como só entra na sua casa quem é convidado, então eu precisei ser convidada! Ah, ai entra o seu descuido! Quando você trouxe Theodore aqui... Você cometeu um erro! Antes de vir para cá, fui fazer uma visitinha ao St. Mungus, Theodore me deu um pouquinho de seu cabelo, um feitiço de falsa identidade permitiu que eu entrasse na sua casa, devidamente convidada...”
Então as chamas da lareira ficaram verdes e Hans apareceu, Gina aproveitou a distração de Bessy e correu com Lilly para o porão. Foi tudo muito rápido, Gina disse que não teve o que pensar, Tea estava na porta da passagem e ela entregou a menina: “Vá, rápido!” Um raio vermelho fez Gina perder o equilíbrio ao se desviar e ela só ouviu o grito de Bessy “Adam, vá atrás deles! Faça o combinado!”
Gina não conseguiu impedir Adam de entrar na passagem, pois Bessy começou a lançar feitiços e ela precisava defender-se, nesse meio tempo Hans apareceu no porão e foi acertado bem no peito por um avada de Bessy, mesmo um auror experiente como ele não tinha como se defender.
Gina aproveitou a mudança de alvo de Bessy e entrou na passagem, ela imaginou que Hans havia morrido, já que ele havia caído da escada e o feitiço de Bessy era muito forte. Mas não havia tempo para pensar, ela sabia que Bessy a seguiria, e precisava ganhar alguns minutos de vantagens. Rapidamente chegou ao destino da passagem – a Rua dos Alfaneiros – e dirigiu-se ao número 4.
Tea e Monstro já estavam lá com as crianças, por sorte Mary e tia Petúnia haviam saído com o bebê, Monstro explicou o que aconteceu e Duda havia telefonado para Mary não voltar para casa e tentar me avisar do que estava acontecendo, tinha Petúnia saberia como entrar em contato comigo, mas isso não chegou a acontecer.
Infelizmente, Adam também estava lá, havia chegado um pouco antes de Gina, e não deixou Duda terminar a ligação, imobilizou rapidamente Duda e Tio Válter, arrancou Alvo de Monstro e com um feitiço imobilizou Tiago que não parava de dar-lhe pontapés, mas não conseguiria sair dali com os três. Então envolveu Tea que estava com Lilly, Alvo e Tiago por uma corda mágica e preparou-se para aparatar, Monstro conseguiu segura-la segundos antes de eles sumirem no ar.
“NÃO!!!” Gina gritou assim que entrou na sala e viu a cena.
“Agora nos temos algumas coisas para acertar!” Gina virou-se e viu Bessy sorrindo serenamente para ela.
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- Portanto, é isso senhores... Uma declaração impressa será dada a vocês. Não responderei a mais nenhuma pergunta sobre o assunto. – O Ministro declarou. – As investigações foram concluídas e um laudo também será passado a vocês. E, a partir desse momento, esse assunto está devidamente encerrado para essa comunidade.
Vozes indignadas tentavam chamar a atenção do Ministro, que simplesmente, ignorou.
Eu levantei-me da onde estava sentado e meus olhos depararam-se com um par de olhos castanhos me olhando. Fui até eles.
- Oi! Achei que não viria!
- Oi para você também! – Gina beijou levemente meus lábios. – Vim lhe dar apoio, não estou trabalhando.
- Terminou! Graças a Merlin terminou! – Encostei minha testa na de Gina. – Vamos para casa.
- Vamos!
De mãos dadas caminhamos pelo corredor que levava ao elevador, ignoramos os repórteres que tentávamos nos abordar.
- Combinei com Hermione de irmos jantar fora hoje. O que acha? – Gina falou quando alcançamos o elevador.
- Ok! Estou precisando relaxar mesmo!
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- Acho que devemos fazer um brinde! – Falei levantando minha taça de vinho. – A declaração a imprensa foi um sucesso!
- Ironia não combina com você, querido! – Gina riu e tocou em meu braço. – Mas, não foi tão ruim...
- Harry tem razão! – Foi à vez de Rony falar. – Vamos combinar... – Baixou o tom da voz. – A explicação do Ministro foi convincente, tudo bem... Mas cá entre nós, é só prestar atenção que vemos muitas falhas!
- Verdade! – Hermione começou a rir. – Mas, sinceramente, acho que ninguém vai investigar mais a fundo. Afinal, os vilões foram mortos, Theodore não é uma ameaça... E depois aqueles velhos do Conselho preferem abafar o caso!
- Não tenho tanta certeza Mione... – Gina comentou. – Mas como sei que sou a única a pensar assim...
- Bom, querida, não sabemos exatamente se Theodore pode ou não ser uma ameaça, mas pedi para Hagrid ficar de olho nele lá em Hogwarts...
- Por que não Neville? – Hermione questionou.
- Neville e McGonagall pensaram em levá-lo para lá exatamente para isso, ficar de olho nele! – Tomei mais um gole de vinho. – E Theodore sabe disso. Hagrid é um espião, algo extra oficial...
- Hum... Então vamos ao brinde! – Rony levantou a taça dele e todos o imitamos, ele sabia que não era do meu interesse aprofundar aquele assunto, era algo que ainda perturbava Gina. – Harry, faça as honras!
- A paz, a nós... Ao amor, que no fim sempre vence!
O tilintar das taças foi ouvido em todo o restaurante trouxa que estávamos. Optamos por um restaurante trouxa para evitar o encontro com alguns bruxos conhecidos e a imprensa. Mas às vezes isso nem sempre é possível!
- Olha lá quem chegou! – Hermione cochichou e olhamos discretamente para a entrada.
- Não sabia que eles frequentavam locais trouxas? – Rony falou observando o casal. – Sempre foi anti-trouxa!
- Talvez, tenham tido a mesma ideia que nós! – Gina comentou e se endireitou na cadeira. – Por favor, meninos, eles estão vindo para cá. – Gina abriu um sorriso. – Astória, Draco que surpresa!
- Olá! Gina, Hermione... – Astória falou simpática cumprimentando as meninas e depois se voltou para nós. – Harry, Rony é sempre bom vê-los!
- Igualmente! – Hermione concordou.
- Senhoras, senhores... – Draco não fez nenhum esforço para ser simpático e eu e Rony retribuímos o cumprimento com um gesto de cabeça. – Muita coincidência termos escolhido o mesmo restaurante trouxa!
- Sentem-se conosco? – Gina falou, sabia que estava sendo educada, mas ela não precisava exagerar.
- Oh, obrigada Gina! Mas, eu e Draco combinamos uma noite a dois... – Astória desculpou-se gentilmente. – Você sabe, às vezes é preciso...
- Er... Malfoy, não vi você na coletiva. Espero que esteja tudo bem para você! – Afirmei.
- O Ministro me informou o que seria falado na coletiva envolvendo o meu nome, não tinha porque discordar. – Malfoy fez uma pausa. – Na verdade, não manchando ainda mais o nome Malfoy, não me importo com o que seja dito!
- Ok! – Dei o assunto por encerrado.
- Tenham uma boa noite! – Draco puxou gentilmente Astória pela cintura e afastaram-se.
- Nossa! Isso foi realmente... Bizarro! – Rony exclamou servindo-se de mais vinho.
- Nada de estranhar vindo do Malfoy! – Falei, me servindo de vinho também.
- Vocês... – Gina sacudiu a cabeça.
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- Não vou aceitar! – Bati a porta do banheiro com força. – Ginevra, não! – Abri a porta novamente do banheiro e Gina continuava sentada tranquila na nossa cama.
- Amor... – Gina usava o mesmo tom de voz que usava com uma das crianças quando estavam teimando. – Harry... Não é questão de você querer ou não... É o que tem que ser feito! Simples assim!
- Gina, eu não quero ser chefe dos aurores! – Repeti pela milésima vez a minha negativa.
- Harry... – Gina suspirou. – É um cargo de confiança... Sinceramente, não é porque é meu marido, mas não há um nome melhor que o seu para ser o chefe dos aurores. Querido, é uma enorme honra!
- Se fosse temporário... Mas é permanente Gina! – Tentei argumentar. – Gina, vou trabalhar muito mais, terei mais responsabilidades, não terei tempo para você e nem para as crianças.
- Eu sei... – Gina se aproximou. – Presta atenção... No começo, até tudo ficar em ordem, você terá trabalho sim, mas depois... Depois que você formar uma equipe de confiança, poderá delegar funções, fazer um trabalho em equipe, não centralizar como Hans fazia...
- É... Você não vai ficar chateada quando me atrasar para o jantar, não buscar as crianças na escola...
- Vou! Vou ficar chateada sim! E vou ser muito incisiva lhe mostrando isso – Gina era contraditória. – Mas também vou ficar muito orgulhosa do meu marido! Querido, você só precisa se organizar... Olha, nos vamos conseguir! É algo importante para sua carreira, vou lhe apoiar, assim como você sempre fez comigo...
Gina me abraçou.
- Você será um grande chefe... Não precisa se preocupar! É um líder nato, sempre foi...
Resignado, sorri e beijei sua testa. Mas, com o apoio de Gina poderia fazer qualquer coisa.
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- Pronto! – Rony entrou no meu novo escritório, ainda preferia aquele que divida com ele. – Estão todos nos esperando no salão nobre!
- Sim! Que maravilhoso... – Falei pouco entusiasmado e arrumando pela milésima vez a gola do meu traje de gala.
- Harry... Eu acho que você merece muito esse cargo! Vai fazer um grande trabalho! – Rony bateu no meu ombro. – Olha, somos uma boa equipe, eu não o deixarei na mão. Sabe que pode contar comigo sempre!
- Sei... Rony, só aceitei esse cargo porque o Ministro me garantiu que trabalharia com quem eu escolhesse e também porque você aceitou entrar nessa junto comigo! – Abracei fortemente meu melhor amigo. –Vamos... Hermione e Gina já devem estar esperando.
Entramos em um grande salão aonde o Ministro iria me apresentar a toda a comunidade bruxa como chefe dos aurores. Após, teríamos um jantar.
Gina estava sentada junto com Hermione em uma das mesas em frente ao palanque. Molly e Arthur, acompanhados de Gui, Fleur, George e Angelina estavam em outra mesa próxima. Carlinhos e Percy acompanhados das esposas estavam na mesa ao lado. Também estavam na recepção Neville e Anna, Luna e o marido e, por mais incrível que pareça, Tio Válter, Tia Petúnia, Duda e a esposa. Minerva McGonagall e Hagrid também compareceram, não só como membros da minha família, mas oficialmente como representantes de Hogwarts.
Entramos no salão e nos dirigimos para a mesa onde estavam Gina e Hermione. Sentei-me, visivelmente nervoso, Gina me olhou e sorriu, passando a mão em meus cabelos.
- Harry... Você já enfrentou situações piores! – Ela cochichou em meu ouvido. – Estou tão orgulhosa de você!
O ministro da magia ficou em pé e amplificou a voz. Isso sempre me lembrava como Dumbledore iniciava os anos letivos em Hogwarts.
- Caros membros da comunidade bruxa britânica, visitantes e autoridades aqui presentes... – fez as saudações iniciais. – É com uma imensa honra que nos encontramos aqui hoje, para nomear oficialmente o novo chefe dos aurores de nossa comunidade. Senhores e senhoras, por favor, todos de pé para recebermos Harry Tiago Potter, nosso chefe dos aurores.
Levantei-me, Gina me deu um beijo na bochecha e segurando a sua mão me dirigi para o palco...
A recepção já estava no fim, mas alguns conselheiros ainda me prendiam em uma conversa entediante quando Gina apareceu para me salvar.
- Com licença! – Falei indo ao encontro dela. – Quer ir embora?
- Não necessariamente. – Gina falou. – Na verdade, pensei que você poderia me mostrar seu novo escritório! Quero, añ, conhecer sua mesa... Ver se você estará bem instalado. Obviamente, estou unicamente pensando no seu bem estar.
- Ah! – Sorri maroto. – Eu sou o chefe dos aurores agora! Tenho que dar exemplo!
- Ok, então vamos embora! – Gina movimentou-se graciosa na minha frente.
- Se bem que... Oficialmente, meu trabalho só começa na segunda-feira!
Gina deu uma gargalhada e seguimos em direção ao meu novo escritório.
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Os gritos estridentes das crianças ecoavam por todo o pátio. Já haviam desistido de pedir para não gritarem tanto, para não correrem... Mas isso era impossível quando todos os primos Weasley estavam juntos.
- Lilly, ainda não... – segurei a menina com mais força em meu colo, provocando gritinhos de protesto e pernas e braços tentando escapar freneticamente. – Lilian Luna Weasley Potter... Berre o quanto quiser! Você não vai sair daqui mocinha, ainda falta muito para você acompanhar os outros.
Lilly pareceu entender a minha bronca, pois fez um beicinho e ensaio um arremedo do choro que não me convenceu.
- Papa... lá... – Lilly apontava para Tiago e Rose correndo em outra ponta do pátio. – Ti! Quero Ti... Papa...
- Deixa-a ir... Ela não vai longe... – Rony comentou sentando ao meu lado. – Não consegui segurar Hugo.
Avistei o menino tentando alcançar os mais velhos.
- Gina me azara! – Falei rindo da careta de Rony.
- Corro esse risco com Hermione, mas não consegui segurar ele por muito tempo! – Rony deu de ombros. – Depois, puxa vida! Hermione exagera! O que vai acontecer pode acontecer com... HUGO!! - saiu correndo ao ver que o menino caiu e começava a chorar.
Olhei em volta e sorri satisfeito. Toda a minha família estava ali, até os Dursley haviam sido convidados. Meus amigos. Comemorávamos hoje o aniversário de casamento de Molly e Arthur, quarenta anos.
- Para você! – Gina sentou ao meu lado e pegou Lilly para que comesse um pedaço de bolo. – A festa está linda! Pena que a Condessa não veio.
- É... Mas ela ainda está se recuperando pela morte de Crayde. Afinal, ela o criou como filho, é compreensível sua depressão.
- Sim, infelizmente, sim. Mas podemos ir passar uns dias com ela. Ela adora as crianças... Tenho certeza que vai ajudar.
Concordei com um gesto positivo e ficamos os dois, cada um, perdido em seus pensamentos. No fundo, também sabia que Gina estava pensando na tristeza da Condessa e na sensação de fracasso que ela tinha por causa de Crayde.
- Sabe, meu amor... Não vejo a hora de comemorar quarenta anos de casado com você!
- Hum... Comemoramos todos os anos que passamos junto, Harry! – Gina me beijou na bochecha. – Estamos juntos há muitos anos, muito mais de quarenta anos...
- Que!?
- Sabe aquela história de alma gêmea... Pois é! – Gina falou com ar misterioso. – Harry nós somos alma gêmea, nos completamos...
- Como assim? – questionei. – Eu não entendo.
- Duas almas que um dia se encontraram e foram destinadas a estarem sempre juntas. Simples assim! – Gina sorriu. – Um amor sublime, tanto no nível físico como no espiritual.
- Er... Não sei se é esse nome... Mas com certeza nós nos completamos em todos os sentidos! – Falei pensando no corpo maravilhoso de Gina que o vestido transparente sutilmente revelava. – Você não quer terminar essa conversa no bom e velho armário de vassouras? Desde que nos casamos, não conversamos mais lá! Tem tanta gente para cuidar das crianças por aqui...
Gina colocou Lilly no chão para brincar e segurou a minha mão.
– Hum... É tentador sabia? Mas eu sempre achei que você tinha medo do meu pai e meus irmãos quando íamos para o armário de vassouras, eu praticamente tinha que lhe arrastá-lo! – Gina falou baixinho.
- Não era medo! Era respeito! Consideração! – Falei ainda olhando as pernas de Gina.
– Harry, para de me olhar assim! Não é disso que eu estou falando, quer dizer, não é só isso!
- Ok! Mas eu acho que ainda podemos conversar no armário de vassouras... Teremos mais privacidade!
- Harry, para vai... – Gina sorriu. – Amor... Também tenho que lhe contar algo importante sobre sua mãe. – Fiz um gesto positivo com a cabeça e Gina continuou. - Lembra que a condessa ficou de investigar a descendência dela? Então, acho que você vai gostar de saber o que descobrimos... Foi com essa história que tive certeza que somos almas gêmeas. Luna sempre falava que éramos... Mas lembra quando fomos visitar a Condessa, tínhamos aquela sensação que já conhecíamos aquele lugar?
- Lembro! Mas... O que descobriram sobre minha mãe?
- Calma querido... – Gina deu atenção a Lilly. – Harry, sua mãe era descendente de uma Sétima filha e... Teve uma época que nós viviamos aonde a Condessa mora agora.
Fiquei em silêncio tentando absorver o que Gina me falava. Sim, fazia sentido, mas precisava saber mais.
- Gi, eu quero saber mais! Como você pode ter tanta certeza? – Falei impaciente. – Gina me conte tudo, por favor!
- Não seja infantil Harry! – Gina levantou-se, ignorando-me. - Vou falar com a Luna... Depois conversamos querido, aqui não é o lugar nem o momento.
- Arg... Vamos embora AGORA!!! GINEVRA!!!!
Gina me ignorou mais uma vez, pegou Lilly no colo indo em direção de Luna e a família.
- O que foi Harry? – Hermione se aproximou. – Que cara é essa?
- Gina não quis me contar sobre o que descobriu da minha mãe... Nem me explicar esse negocio de alma gêmea. – Reclamei para Hermione, que sorriu solidária.
- Paciência... – Hermione falou misteriosa. – Sabia que o Rony é minha alma gêmea?
- Fico feliz por vocês! – Falei sincero. – Mas...
- Harry... – Senti a voz de Hermione embargada. – Você também tem um papel importante em minha vida, sempre desconfiei, mas... Gina faz questão de contar para você. E, ela tem esse direito!
- Assim, vocês só me deixam curioso! Imperium?! – Fingi que apontava minha varinha para ela. - Sou o chefe dos aurores!
- Nem pensar Harry Potter! Para mim, você sempre será o menino perdido, de óculos quebrados, no trem. – Hermione levantou-se rindo. – Na verdade, você é só o meu amigo... Meu irmão! Divirta-se na festa!
Beijou-me na bochecha e foi juntar-se a Rony que embalava Rose e Hugo no balanço.
Porque tanto mistério? O que tinha de tão especial nessa história que Gina queria me contar? Era algo bom. Tinha a sensação de que ia gostar muito... Então não precisava ter pressa...
Levantei-me e fui até Gina que brincava sentada no chão com Lilly. Sentei ao seu lado... Tiago e Alvo vieram correndo ao nosso encontro...
- PESSOAL... OLHEM! – George gritou no meio do pátio e apontou para o céu.
Fogos de artifícios pipocavam no céu, imitando estrelas que caiam formando bonitas imagens que representavam momentos da família Weasley. Depois um jogo de cores e estrelas brilhantes, fundiram-se em palavras que parabenizavam Molly e Arthur e, por fim, surgiu a palavra AMOR que se desmanchou em uma chuva de estrelas prateadas e como em um passe de mágica, pedacinhos de papéis prateados caíram no pátio da Toca...
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N/B: Ah, meu Merlin... Não acredito que esteja acabando... E, ainda sim, Srta. Dai nos deixa curiosa... O que será que Gina descobriu? Tenho a mesma sensação do moreno, e acho que será algo muito bom! Afinal, depois de tanta luta e percalços, esse moço merece um pouco de paz... Apesar de que, Theodore.... Beijos, Alessandra (Sandy Meirelles).
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N/A: Pessoal, finalmente o capítulo final... Nem sei como consegui escrever, confesso, que a demora, foi sim, culpa do trabalho, da mudança de cidade, mas também, talvez até uns 70% a dificuldade de colocar um ponto final nessa história. Mas vamos lá... Tudo tem um começo, um meio e um fim...
Como estava ansiosa para postar logo, não fiz os agradecimentos individuais, vou deixar para o epílogo, mas não posso deixar de agradecer minha beta Alessandra, a Carol e a Anny, que foram grandes parceiras nessa jornada.
Quanto ao capítulo, como sempre, se deixei passar algo, por favor me avisem para que eu possa arrumar. Sim, eu sei! Deixei algumas pontas, mas fiz isso de propósito!!! KKKK. Algumas coisas serão esclarecidas no epílogo, mas vou deixar uma possibilidade aberta (quem tem a mesma sensação que a Gina em relação a Theodore, levanta a mão) até porque adoro um suspense, um mistério no ar. Temos NCs subtendidas, não poderia ser um o último capítulo sem ter uma né!!!! A do novo escritório do Harry com certeza já tem um capítulo em Doces Momentos.
Quanto ao epílogo, espero que flua logo, mas acho que só nas férias consigo posta-lo.
Um grande beijo para todos que me acompanharam, não esquecerei os agradecimentos... OBRIGADA...
PS: comentem, preciso de inspiração para o epílogo!
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