Respostas... perguntas... res
Capítulo 39 – Respostas... Perguntas... Respostas... (Primeira parte)
Era como se estivéssemos entrado em um caleidoscópio. O jogo de luzes e cores deixava-nos hipnotizados. De repente tudo ficou escuro, e senti que meu corpo estava sendo jogado contra o chão duro sem o menor cuidado.
Por instinto, segurei meus óculos e fechei fortemente os olhos. Lembro que segurava a mão de Gina, mas em algum momento ela se soltou e eu ouvia, como se estivesse ao longe, a voz dela me chamando.
- Aiii!!! – Cai em cima de algo; pareciam folhas secas e gravetos. – Aii!!!
- Harry... – Gina me chamou. – Harry, Rony, Mione...
- Eu… Gina! Estou bem! E você? – Levantei-me rapidamente e limpei minha roupa que estava suja de terra. – Lumus!
- Estamos bem... – Rony falou ajudando Hermione a levantar-se. – Lumus!
Olhei ao redor para identificar onde estávamos. Não era preciso ser um gênio para saber onde havíamos ido parar.
- Estamos na Floresta Proibida? – Hermione perguntou enquanto eu ajudava Gina a levantar-se.
- Parece que sim! – Falei decidido, olhando ansioso para todos os lados. A floresta proibida sempre seria um mistério. Nem sinal de meus filhos. – Cadê a pedra?
- Aqui! – Gina me mostrou a pedra, mas ela não brilhava, não indicava nada. Era somente uma pedra qualquer. – Não precisamos dela! – Gina respirou fundo, uma rajada de ventos fez com que perdesse o equilibrio e quase caísse. - Já sei onde estão!
Gina sorriu tranquila e entrou mais profundamente dentro da Floresta.
- Bessy morreu. Qualquer feitiço que ela tenha feito e que ainda mantinha foi quebrado. – Hermione comentou seguindo Gina para cadê vez mais fundo na Floresta. – Os poderes da Sétima irão guiar Gina até as crianças.
- Harry... – Agarrei a mão de Gina e começamos a andar apressadamente na direção que o vento indicava.
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Caminhávamos rápido por um caminho que para mim era desconhecido. Gina parecia saber exatamente para onde ia. Caminhava com segurança e com uma calma que me assustavam. Sabia que ela estava sobre o efeito dos poderes da sétima filha. E, por mais incrível que fosse, Gina me assustava quando agia como uma Sétima filha!
Lembrei que o tempo não corria a nosso favor.
- Gina, não temos tempo, lembre-se do que Bessy falou! – Questionei para quebrar aquele silêncio angustiante.
- Harry, eu também estou preocupada! Mas Bessy morreu... Quem esta com nossos filhos não esta mais sob o domínio dela! Então temos que ter esperança!
- Gina tem razão! – Rony falou. – Mas seria bom resolvermos isso logo!
Assenti e continuamos nossa caminhada. Aos poucos, o cenário já não era tão estranho e algo clareou em minha mente: Bessy idolatrava Voldemort, então se estávamos na Floresta Proibida, era óbvio para aonde ela havia mandado meus filhos!
Olhei ao redor e reconheci o mesmo local, uma clareira no meio da Floresta Proibida para onde, há anos atrás, Voldemort me trouxe. Gina, Rony e Hermione não conheciam este local. Havia comentado com eles, mas não o havia descrito com precisão e como a Floresta Proibida era um mistério, seria muito difícil encontrá-lo. Somente os que estavam com Voldemort; e eu desconfiava que nem eles saberiam como chegar a esse local sozinhos.
Então como Bessy o descobriu?
- Já estive aqui antes... Naquele dia... Bem, antes de atacar o castelo, eu e Voldemort tivemos nosso confronto aqui! – Falei quando chegamos ao local. – Seria impossível encontrar esse local! Como ela descobriu?
- Bessy sempre soube muitas coisas... – Hermione comentou e depois deu um sorriso nada modesto, acrescentando – Umbridge... Deve ter comentado algo. Ela também teve contato com Lucius Malfoy. É uma hipótese... E depois ninguém, tirando nós, é claro, acharia esse local!
- Não podemos esquecer-nos de Crayde! Ele sabia de muita coisa! – Rony complementou.
- Sim... É bem provável que Umbridge ou Malfoy tenham comentado algo e Bessy tenha deduzido que este seria um bom esconderijo. – Falei olhando o local e vendo que havia vestígios que alguém havia estado por ali.
- Ela sempre esteve aqui! – Gina comentou. – Sempre se escondeu na Floresta... Esteve aqui para se recuperar da última vez que nos vimos... Filha da...!
- Mas agora não tem ninguém! – Rony verbalizou o que já tínhamos observado.
Lembrei vivamente do que havia encontrado anos atrás: “Um fogo ardia no centro da clareira, e a sua luz brilhava sobre uma multidão de Comensais de Morte, que se encontravam em silêncio e vigilantes. Alguns deles continuavam mascarados e cobertos, outros mostravam as caras... ” Mas agora estava vazia, desértica...
- Não pode ser! – Esbravejei. – A Floresta é imensa... Não existe só esse local! Eles podem estar em qualquer lugar! Com medo... Aqui tem muitas criaturas...
- Aranhas.. – Rony falou hesitante. – Centauros...
- Eles estão por perto! Eu sinto... – Gina fechou os olhos, concentrando-se. – Lilly... Mamãe veio te buscar... Ajuda a mamãe... Dá um sinal Lilly!
- O que ela tá fazendo? – Rony sussurrou.
- Gina tem uma ligação muito forte com Lilly, coisa de mãe e filha... Poderes da Sétima! Aquela coisa entre mães e filhos... Elo de proteção! – Falei também baixo.
- Onde estão meus filhos! – Gina olhou atônita pelos lados.
Novamente, uma rajada de vento tão forte que quase nos derrubou envolveu a clareira, levantando nuvens de poeira. Podia ouvir um choro de criança.
- Eles estão aqui! – Falei decidido. – Vocês não ouviram... o choro?
- Eu não ouvi nada! – Rony comentou, Hermione também negou.
Mas Gina parecia não só ter ouvido o choro, como também ter visto alguma coisa...
- NÃO! – Gina gritou e saiu correndo.
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Gina abaixou-se e pegou um pedaço de pano sujo. Em outros tempos, aquele pedaço de pano havia sido rosa com estampas em verde e azul.
Identifiquei aquele trapo como parte do casaco que Lilly usava quando saía de casa pela manhã.
Peguei o pedaço de pano, e suspirei aliviado quando percebi que estava somente sujo, não havia vestígio de sangue e, agora sabíamos que eles estavam por perto.
- Esse lugar é grande! – Rony comentou. – Talvez devêssemos nos separar! Olhem uma entrada...
Havia uma entrada, que parecia dar para uma caverna, ou algo parecido; fomos nesta direção.
- Não! – Hermione se adiantou. – Vocês estão ouvindo... Parece um choro...
Eu tentei prestar atenção no que Hermione falava. Sim, era um choro. Não! Um gemido, alguém com dor...
- Por aqui... – Rony se adiantou para uma das diversas entradas que havia ali. – Está ficando mais forte.
- Tea! – Gina exclamou assim que avistamos nossa elfa ferida.
Tea estava muito machucada, encolhida no chão logo na entrada da caverna.
– Onde eles estão? – Questionei imediatamente, olhando ao redor e percebendo que havia outra entrada que dava para uma espécie de câmara subterrânea.
– Monstro... Nós falhamos, minha senhora! – Tea gemeu.
– Vocês fizeram o possível... Nós vamos trazê-los de volta... – Gina sorriu para Tea.
- O que aconteceu Tea? – Me aproximei dela e conferi a gravidade de seus ferimentos.
- Harry... Depois! Onde eles estão Tea? – Gina perguntou.
- Por... Ali... – Tea apontou para a entrada que eu já havia visto. – Não sei onde vai dar... Mas eles foram por ali!
- Hermione... Por favor, fique com Tea. Ela está ferida, mas acho que aguenta mais um pouco! – Tea assentiu e Gina se aproximou de mim e Rony para seguirmos para onde a elfa indicava.
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- Mamãe já vem... – Ouvi a voz de Tiago. – Ela avisou Lilly que vem nos buscar!
- Papai também! – Agora a voz era de Alvo, mas ainda não conseguíamos vê-los, pois o local estava muito escuro, mas não muito longe conseguia identificar uma luz; provavelmente havia tochas para iluminar o local. – Ele sempre vem quando nós chamamos!
Finalmente meus olhos conseguiram visualizar Tiago sentando no chão com Lilly no colo, Alvo estava ao seu lado, tentando acalmar a irmã.
- MAMÃE... – Alvo gritou quando viu Gina e veio correndo em nossa direção.
- Viu, eu sabia! – Tiago falou para a irmã, mas ainda a segurando de um jeito protetor. – PAIII!
Fui até Tiago e peguei Lilly, que se agarrou em meu pescoço chorando. Tiago correu para a mãe.
- Mamãe...
- Filhinho... – Gina pegou Alvo no colo e abaixou-se para ficar na altura de Tiago. – Vocês estão bem? Mamãe estava tão preocupada... – Gina observava Tiago e Alvo para ver se eles tinham algum arranhão.
- Ali! – Tiago resmungou. – Mãe...
Rony pegou Alvo e eu passei Lilly para Gina, somente no colo da mãe ela iria se acalmar.
- Tiago... Diz para o papai... Quem trouxe vocês para cá? - Abaixei-me para ficar da altura dele.
– Um homem papai... – Tiago falou hesitante. – Monstro disse para cuidar da Lilly e do Alvo, que papai e mamãe já vinham nos pegar! Eu fiz uma mágica assim ohhh! - Tiago falou orgulhoso e abriu os bracinhos.
- Mágica! – Olhei para ele orgulhoso. Tiago não queria dizer quem os levou para aquele local, queria?
- Para proteger Lilly e Al... Mostro disse: Tiago fale protego! E eu falei e ficamos seguro papai! – Tiago esclareceu.
- Muito bem Tiago. – Baguncei o cabelo dele.
- Eu também ajudei pai! – Alvo falou.
- Ok, papai sabia que vocês iam cuidar da Lilly... – Falei procurando Monstro. – Mas,... – Cadê Monstro?
- Ele tá bem... Tá dormindo ali! – Tiago apontou para onde Monstro estava.
Coloquei Alvo no chão, peguei uma das tochas e fui até onde estava Monstro. Aproximando-me pude perceber que ele não era o único caído no chão, tinha alguém do lado dele, mas da forma que estava não conseguia identificar.
- Monstro! – Monstro não reagia. – Monstro! Por Merlin, não!
- Harry... – Rony se aproximou. – Ele tá vivo! Só está muito ferido! – Rony afastou Tiago e Alvo que ficaram junto de Gina e Lilly
- Não tenho certeza! – Falei.
- Sua respiração tá fraca, mas ele está vivo. – Rony falou baixo, não queria assustar as crianças.
- Harry... Rony, pegue a Lilly para mim. – Gina falou entregando a menina mais calma para Rony e se aproximou de mim e Monstro. – A pedra... Temos que salvá-lo!
Gina pegou a pedra do amor e uma luz avermelhada se espalhou pelo corpo de Monstro. Parecia uma eternidade, mas Monstro começou a se mexer e gemer como se sentisse dor.
- Meus senhores... – Monstro falou com dificuldade. – Meus jovens senhores estão bem...
- Shhhiii, fica quieto! – Gina falou para Monstro e depois olhou para mim. – Harry, ele está muito fraco, precisamos tirá-lo logo daqui! A pedra ajudou, mas se ele não for atendido... o perderemos!
- Sim... sim... – Lembrei do corpo ao lado e percebi que também se movimentava. – Antes preciso saber quem é esse aqui! Gina, tire as crianças daqui... Rony, me ajuda aqui!
Rony deixou Lilly novamente com Gina e foi até onde eu estava. Viramos a pessoa no chão e a reconhecemos imediatamente.
- Não pode ser! – Rony exclamou.
- É ele! – Falei olhando para Gina que olhou surpresa para ver quem estava quase morto jogado no chão.
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– Eu, eu... Eu não queria fazer isso, não queria machucá-los... – Alan sussurrou tentando levantar-se.
- Alan! – Gina e fez menção de ajudá-lo a levantar, mas eu não deixei. – Alan... Por quê?
- Ela me obrigou... Eu deixei! – Ele tossiu e conseguiu ficar de pé se apoiando em uma pedra. - Deixei que ela me dominasse... Sou um fraco mesmo!
- O que aconteceu? – Rony questionou.
- Eles estão bem, eu garanto... – Alan falou. – Bessy, ela morreu né? Pois não me sinto mais sobre o domínio dela... Então quer dizer que... Ela finalmente me deixou livre... – Alan caiu de joelhos devido a fraqueza.
- Você está bem? – Me aproximei. – Alan!
- Doe... – Colocou a mão no peito. – Não! Eu não mereço!
Gina estava com a pedra na mão, mas ela não brilhava.
- Não posso usá-la em você. Seus sentimentos já não são mais puros. Não podemos lhe ajudar. Alan...
- Nós lhe ajudamos quando precisou! Achamos um lugar para você! Por quê?
- Não... Eu não ia matá-los... Bessy queria assim! Mas... – Ele se calou para recuperar o fôlego. – Eu não iria machucá-los. Nunca! Bessy me achou, ela sempre me achava... Eu tentei resistir, mas ela era mais forte que eu...
- Ela morreu e seja qual o feitiço que ela estava dominando-o, acabou... Acabou Alan! – Ouvi a voz de Hermione. – Mas você está muito fraco, se o levarmos até o St Mungus talvez...
Alvo e Tiago correram em direção a Gina, e Lilly começou a chorar.
- Vem com a mamãe! – Gina pegou Lilly do colo de Rony. Lilly se aninhou no colo de Gina, seu rostinho estava marcado de lágrimas. Estava assustada.
Hermione se aproximou de Monstro e o examinou superficialmente.
- Harry, Monstro precisa de cuidados... Acho melhor sairmos daqui logo! Entrei em contato com Neville, como estamos perto de Hogwarts, Tea foi levada para a enfermaria de lá... Vamos para a escola, é mais perto e tenho certeza que Madame Pomfrey saberá o que fazer.
- Ok! Vamos... – Falei e Rony se aproximou para pegar Monstro. – Alan, você vem conosco. Vamos até Hogwarts, depois... Bem, depois, você será detido, interrogado e, depois de julgado, provavelmente mandado para Azkaban.
- NÃO! NÃO... – Alan gritou, andando para trás e sem querer tropeçou, caindo sob uma das tochas.
- Alan! O fogo... - Tentei me aproximar.
- Nós ainda podemos ajudá-lo, Alan. – Gina falou.
- Aguamenti... – Gritei, mas Alan foi mais rápido e lançou um protego, impedindo que a água apagasse o fogo!
- Não... Eu não vou para Azkaban! Não foi minha culpa, foi ela! Eu não queria... Foi ela! – Alan não parava de repetir aquelas palavras. Estava totalmente fora de controle. – NÃOOOO!!!!! Eu mereço queimar!
- Alan... Não! – tentei me aproximar, mas parei. Alan pegou a sua varinha e as chamas tornaram-se maiores, o envolvendo rapidamente.
Gritos desesperados inundaram a caverna, e depois um silêncio devastador.
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- Mamãe está aqui! – Gina acalmava Lilly que chorava. – Eles estão bem, só se assustaram...
- Mas é melhor os levarmos para a enfermaria da escola, qualquer coisa de lá vamos ao St Mungus. Quero ter certeza! – Gina assentiu.
Havíamos saído daquela câmara subterrânea.
- Como sairemos daqui? – Hermione questionou. – Aparatando?
- Sim! – Rony concordou. – Ali tem um lugar perfeito para isso!
- Ok! – Hermione levava Alvo no colo, eu Tiago, Gina com Lilly e Rony com Monstro. – Vamos sair logo daqui... Por favor!
Concordamos. Não havia o que discordar.
- Ele se matou! – Rony sentenciou. – Apontou a varinha para o próprio peito... Não podíamos fazer nada... Também tinha o fogo.
- Não... – Falei. – Como saberemos o que aconteceu?
- Isso não tem importância agora... Meus filhos estão salvos... Todos ficaram bem e, finalmente, tudo acabou. – Gina beijou o topo da cabeça de Lilly. – Os culpados se foram. Está tudo bem.
- Sim, Gina... – Me aproximei dela e toquei em seu ombro. – Vou mandar alguns aurores aqui para recolher Alan, pegar algumas pistas... Vamos para casa logo, ou melhor, até Hogwarts e depois casa... Para todos, merecidamente!
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- Tome!
- Eu não...
- Tome Potter, não reclame! Eu sempre precisando consertar você e o Weasley... Nem adultos me deixam em paz! – Madame Pomfrey lançou um olhar severo para mim e antes de falar qualquer coisa, Rony tomou a poção roxa sem reclamar. – Todo mundo está precisando de poção energizante...
- Ok! – Falei fazendo uma careta e Gina sorriu.
Estávamos na enfermaria de Hogwarts. Neville havia trazido Tea e quando saímos da Floresta, Hagrid foi ao nosso encontro. Madame Pomfrey e a professora McGonagall já nos aguardavam.
O dia já amanhecia e era muito cedo para ter alunos fora da calma, o que foi bom, pois não tínhamos a menor ideia para explicar a nossa presença na escola naquele horário.
- Monstro terá que ficar alguns dias... Magia das trevas! – Madame Pomfrey comentou. – Tea está ótima, só precisa descansar. E as crianças precisam dormir e de bom prato de sopa... Eles não têm nenhum vestígio de magia das trevas...
- Monstro deve os ter protegido... – Gina falou pensativa. – Acho que a gente podia ir para casa agora...
- Nem pensar. – A professora McGonagall se manifestou. – Vocês ficam, já mandei preparar a ala de hóspedes...
- Er...
- Obrigada! – Hermione se adiantou. – Acho bom professora! Harry, Gina... Vai haver muita especulação, talvez um ou dois dias longe de tudo, num lugar tranquilo seja o ideal. Vocês não querem expor as crianças!
- Hermione tem razão... – Gina se aproximou de mim. – Você também precisa descansar, todos precisamos!
- Sim, comunicamos o Ministro que você está aqui se recuperando, ele vai entender, até porque devemos pensar no que iremos falar ao Ministro e a comunidade bruxa. – Rony concluiu.
- Tá certo! Aceitamos a hospedagem professora. – Falei por fim.
- Bom, eu, não sei quanto ao Rony, mas prefiro ir para casa... – Hermione falou. – Quero ter certeza que Rose e Hugo estão bem!
- Eu também Mi... – Rony concordou - Nós vamos para casa, eu entro em contato com o Ministro, tomo as providências necessárias... Não aceito um não como resposta, Harry!
- Já que não me deixou escapatória... – Comentei rindo.
- Eu entendo Hermione, se as crianças não estivessem aqui, só iria querer ficar com eles... – Concordei com um gesto com Gina.
- Vocês e as crianças estão liberados... Tomem essa poção, é para relaxar e dormir... – Madame Pomfrey também deu um frasco para Rony e Hermione, que os guardaram. – Podem ir!
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A ala reservada aos hospedes em Hogwarts era uma cópia em dimensões menores da Torre da Grifinória (dependendo dos hóspedes e da casa a qual pertenceram, a decoração mudava), haviam dois quartos unidos por uma sala em comum.
Hermione e Rony já haviam ido para casa, estavam ansiosos para ver os filhos. Havíamos alimentado as crianças, banhados e os colocado para dormir.
Entrei no quarto e Gina olhava as roupas que havia no armário. Eram roupas do nosso tamanho e do nosso gosto, podia jurar que haviam sido tiradas no nosso closet em casa.
- Eles dormiram... – Comentei me aproximando enquanto Gina me entregava um pijama. – Acho que estavam tão cansados! Só Lilly estava mais agitadinha...
- Melhor assim!
– Mas eles vão querer saber o que aconteceu... O que falaremos? O que falaremos para o Ministro? Não sei como está tio Valter... Tem o Hans morto no chão da nossa casa!
- A verdade! Eles vão entender... Lilly não, mas Alvo e Tiago não precisam de uma explicação elaborada para entender! – Gina suspirou. – Nossos filhos têm que saber o que acontece a volta deles... Não iremos criá-los em uma redoma; eles sabem se defender, são espertos... E quanto ao Ministério, a verdade, talvez eliminando alguns pontos mais pessoais... E o que será dito a comunidade será de comum acordo, Harry. O pessoal da Ordem já tomou as providencias em relação ao Hans... E seu tio Valter ficará bem!
- Sim. – A ordem já havia sido convocada para “limpar” toda essa confusão.
Mas havia muitos pontos que precisavam de uma explicação. Tea havia nos contado o que aconteceu: descreveu que Tiago e Alvo não negaram o sangue e protegeram a irmã. Gina também contou como Bessy havia ido parar na nossa casa... Mas no momento não queria pensar nisso. Só descansar!
– Estou orgulhoso, eles foram muito corajosos... – Falei puxando Gina para meus braços.
- Com certeza! Você teria alguma dúvida? – Gina mexeu em meu cabelo, sorriu orgulhosa. – Eu não, são nossos filhos afinal!
- Nada modesta você! – Gina riu e aproveitei para beijá-la.
- Hum... Harry... Isso é bom, mas... – Continuei beijando-a. – Rony já deu notícias do Ministério enquanto você colocava as crianças para dormir... Falei com a mamãe para acalmá-la. Gui e George também queriam saber como tudo ficou!
- Então... – Suspirei cansado.
– Rony me disse que tomou todas as providências, que você não precisa se preocupar. E haverá uma declaração oficial daqui dois dias... Harry... Ainda tem Theodore!
- Sei! – Falei me afastando um pouco dela. – Gina, eu estou muito cansado, o que acha de irmos dormir? Amanhã... Amanhã colocaremos tudo em ordem, tentarei esclarecer todas as dúvidas, ligar as pontas dessa história... Preciso falar com a Condessa...
- Você tem razão amor! – Gina pegou a minha mão para sairmos da biblioteca. – Bom, Hermione falou com a Condessa também... Ela não está bem! E como estaria? Ela, de alguma forma, contribui para a morte do filho... Mesmo sabendo que era necessário... Não é fácil! Eu acho que ela precisa de um tempo...
- É... Mas ela vai ter que testemunhar para fecharmos o caso. Não tem como dispensá-la! – Gina escolheu uma camisola simples de algodão branco. – Ah, os Malfoys, Rony comentou algo?
- Não, acho que se esqueceu deles! Depois saberemos mais informações. Mas antes vamos descansar. – Gina seguiu na minha frente. - Sabe, seria bom um banho de banheira... Nem adianta brilhar esses olhos, Potter. É só para relaxar, não tenho animo para mais nada...
- Boa ideia! O banho... – Gina riu e fomos para o banheiro.
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Não sei quanto tempo dormi, lembro do banho e de desmaiar na cama ao lado de Gina... Foi um sono sem sonhos. Abri os olhos devagar e precisei de um tempo para reconhecer onde estávamos.
Gina não estava ao meu lado e não ouvi barulho das crianças. De repente, tudo que aconteceu veio como uma avalanche em minha cabeça e tive uma necessidade urgente de ver meus filhos. Levantei-me rapidamente e fui até a sala comum da ala dos hospedes em Hogwarts.
- Gina! – Gina me olhou e sorriu, estava sentada em uma poltrona lendo uma edição do Pasquim, em seus pés tinha uma do Profeta Diário amassada. – Tudo bem... Eu... Cadê as crianças?
- Oi para você também! – Gina tinha o semblante descansado e tranquila. – Hagrid os sequestrou... Não se preocupe! McGonagall conseguiu uma babá que está com eles lá. Uma das alunas do sétimo ano está encantada em cuidar dos filhos de Harry Potter! Teddy também está junto!
Joguei-me na poltrona ao lado, aliviado, e li rapidamente as manchetes do Profeta; não tive a menor vontade de ler a matéria completa.
- Hum... Você devia ter me acordado... - Resmunguei. – Alguma coisa no jornal que eu deva ler...
- Não vale a pena. Só especulações! Fome? Os elfos trouxeram um lanche há pouco. – Gina levantou-se e serviu um copo de suco de abobora para mim. Dei-me conta que estava faminto. – Fui ver Tea e Monstro, ela tá ótima... Monstro ainda está inconsciente, mas Madame Pomfrey disse para não nos preocuparmos e não vê necessidade de transferi-lo para St Mungus.
- Ok... Se ela diz não há porque discordar. – Comentei observando atentamente Gina.
Conhecia minha mulher com a palma de minha mão. Gina parecia tranquila e segura, mas sabia que algo a estava preocupando, só não conseguia identificar o que exatamente.
- Algum problema, querida? – Fui até ela.
- Não exatamente... Só tenho algumas dúvidas! – Gina sorriu e me ofereceu um bolinho. – Tanta coisa aconteceu, tive tempo para pensar e algumas coisas me parecem desencontradas ainda...
- Eu sei, também tenho essa sensação! – Mordi o bolinho. – Ei, que tal darmos uma volta pela escola e conversamos...
- Ia lhe sugerir isso! Vamos até o campo de quadribol encontrar as crianças... – Gina falou. - Ah, antes de irmos embora daqui, queria falar com Dumbledore e Snape, acho que eles podem esclarecer muita coisa...
- Tem razão... McGonagall pode conseguir isso para nós! – disse beijando-a.
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Caminhamos com passos lentos pelos corredores de Hogwarts, levantamos hipóteses, chegamos há algumas conclusões, mas logo mudamos de assunto e passamos a recordar alguns acontecimentos de nossa época na escola.
Em certos momentos, cruzamos com alunos que nos olhávamos admirando, mas sem coragem de se aproximar.
- Hum... Não gosto dessas meninas olhando para você! – Gina comentou quando ganhamos o pátio da escola e algumas meninas da Corvinal ficaram nos olhando e rindo.
- Ah... – Me fiz de desentendido. – Acho que sou muito velho para elas...
- Eu acho que elas não pensam assim... – Gina comentou.
- Também tenho que ficar preocupado, os meninos não tiram os olhos de você! – Gina riu.
- Também sou velha para eles! – Concordei e ela fingiu que me dava um beliscão.
Chegamos ao campo de quadribol e ficamos observando Teddy e seus amigos, que voavam. Tiago e Alvo davam gritinhos a cada manobra e Lilly estava quietinha no colo da menina da Grifinória.
- Ei, Harry! Tudo bem? – Hagrid veio ao nosso encontro. – Vocês podem ir tomar um chá comigo depois.
Lembrei-me de chá de Hagrid e já ia recusar, mas Gina respondeu por mim.
- Obrigada Hagrid, mas foi um dia longo e quero colocar as crianças para dormir cedo... Depois temos algumas coisas para resolvermos antes de irmos para casa. – Gina justificou. – Fica para a próxima, nossa estada em Hogwarts será rápida.
- Sim, eu entendo! – Hagrid falou solicito. – Mas espero que agora que tudo foi resolvido, vocês possam vir me visitar.
- Com certeza Hagrid! – Falei sinceramente.
Teddy aterrissou a vassoura e veio correndo ao nosso encontro.
- Padrinho... – Ele parou para recuperar o fôlego. – Vamos jogar! Para meus colegas acreditarem que é mesmo Harry Potter!
Gina riu: - Vai lá querido! Eu serei a sua mais fiel e entusiasmada fã!
Gina sentou-se na arquibancada e pegou Lilly. Tiago e Alvo também foram ficar perto da mãe. Eu subi em uma vassoura e logo ganhei altura, atingindo aquela sensação de liberdade que tanto adorava quando subia em uma vassoura.
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Passamos horas divertidas com as crianças no campo de quadribol. Quando voltamos para nosso quarto, Tiago e Alvo se arrastavam de tão cansados que estavam e Lilly já estava dormindo há tempos.
- Vou pedir que tragam algo para eles comerem aqui. – Gina comentou. – Nós vamos jantar com todos no salão...
- Na mesa dos professores! – Falei entusiasmado e Gina concordou. – Vou colocar esses dois no banho antes que eles durmam nesse estado...
Gina assentiu e foi atender Lilly que acordou resmungando.
- Harry! – Gina colocou a cabeça para dentro do banheiro. – Falei com McGonagall; Snape e Dumbledore irão nos receber após o jantar.
- Perfeito Gina! Tiago não coloque sabão no olho de seu irmão...
- MAMA... - Gina saiu ao ouvir a filha chamando.
Os elfos trouxeram o jantar para as crianças, que adormeceram logo que se alimentaram. Eu e Gina, antes de irmos jantar no salão principal, passamos na enfermaria para ver Monstro e Tea, que aparentemente estavam bem melhores.
Depois fomos para o jantar, sendo observados por milhares de pares curiosos.
- Ei... É bom estar aqui! – Neville falou.
- É... Neville está tudo bem? Sempre achei que você jantava em casa com a Anna. – Comentei.
- Quase sempre vou... – Ele falou despreocupado. – Mas como vocês estavam aqui, resolvi ficar e depois sou responsável pela Grifinória.
- Anna não fica chateada? – Gina questionou e Neville fez uma careta.
- Ela reclama. Mas quando realmente preciso ficar muito tempo, ela vem com Alice!
Conversamos enquanto desfrutávamos do maravilhoso jantar; em alguns momentos alguns professores também participavam da conversa, perguntando sobre nossos filhos e elogiando Ted. Mas a nossa presença em Hogwarts não foi questionada; se eles sabiam não fizeram nenhuma pergunta.
- Iremos falar com Dumbledore e Snape agora! – Comentei com Neville quando o jantar terminou.
- Hum... Harry, Theodore quer falar como você!
- Eu também gostaria... Até quando ele fica no St Mungus? – Questionei.
- Mais alguns dias... Depois, bom fiz uma proposta para ele trabalhar aqui, ele ainda não aceitou, mas acredito que venha!
- Tem certeza que é a melhor opção? – Gina questionou.
- Acho que podemos ajudá-lo aqui em Hogwarts. – Neville falou desconfiado. – Algum problema Gina?
- Não... Não! Só estou um pouco resistente... Aconteceu tanta coisa... – Gina disfarçou. – Afinal, pode ser uma boa solução.
Franzi o cenho e anotei mentalmente que deveria questionar Gina sobre Theodore, pois percebi uma ponta de hesitação em sua voz.
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- Pomo de ouro! - ao dizer a senha, a portas para o gabinete da professora McGonagall abriram-se. Dei passagem a Gina e entrei logo em seguida.
Já havia estado naquele mesmo gabinete em outras ocasiões depois que Minerva assumiu a diretoria da escola, mas sempre que entrava, tinha a sensação que iria encontrar Dumbledore me esperando para nossas aulas particulares, como em meu sexto ano, olhando-me com seus olhos misteriosos por de trás de seus óculos de meia lua.
- Harry... – Gina me chamou. – Onde eles estão? Sabiam que nos viríamos...
- Hum... – Olhei para os dois quadros vazios. – Estranho, McGonagall disse que estariam nos esperando.
Ao acabar de dizer essas palavras, percebi um movimento estranho nos quadros.
- Potter! Senhora... Desculpem o meu atraso, estava com meu irmão. Mas vejo que o professor Snape ainda não chegou! – Dumbledore esclareceu. – Sentem-se, por favor... Enquanto esperamos o professor, vocês podem me contar os últimos acontecimentos, Minerva não me deu muita informação. – Fez um ar misterioso. – No Ministério também não consegui descobrir algo útil.
- É claro professor... – Falei e Gina narrou todos os últimos acontecimentos. Quando ela terminou, Snape apareceu em seu quadro.
- Professor Snape, perdeu a narração de uma história muito interessante! – Dumbledore comentou.
- Hum... É uma pena, mas não farei eles repetirem, estava me interando dessa mesma história por outras pessoas... – Snape falou misterioso. – Contudo, eu já sei de muita coisa e já tirei minhas conclusões.
Fiquei inquieto na cadeira, questionando do que Snape estaria falando.
- Posso saber sobre o que seria? – Perguntei receoso.
- É claro... Afinal o assunto diz respeito a vocês, não é?! – Snape falou irônico.
- É por isso que viemos professor Snape, achamos que podem nos ajudar a esclarecer o que aconteceu. – Gina foi objetiva. – O fato é que sabemos o que aconteceu, só temos algumas dúvidas, alguns receios, principalmente, por causa de nossos filhos.
- Entendo Weas... Senhora Potter! – Gina sorriu satisfeita ao ouvir Snape a chamando de Senhora Potter; eu disfarcei um risinho, Snape não disfarçou a careta. - Pelo que sabemos, tudo começou com o aparecimento do filho de Lorde Voldemort e com o nascimento do primogênito de vocês... Tiago Sirius...
- Exato... Isso tem alguma relação, o nascimento de Tiago e o aparecimento do Herdeiro!
- Não me interrompa, Potter! – Bufei, afinal não era mais um aluno na sala de Snape.
- Tudo começou com o aparecimento do filho de Voldemort, ou melhor, antes disso, bem antes disso... – Dumbledore tomou a palavra. – Isso começou há muitos anos atrás... Mas vamos nos centrar no que aconteceu nos últimos anos, desencadeados por Bessy Macffyn e Adolf Crayde. O nascimento de Tiago Sirius e o aparecimento do filho de Voldemort foi uma coincidência, ou melhor, uma oportunidade única... Como o seu nascimento Harry.
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Continua...
N/B: E não é que ela consegue, no último capítulo, ainda nos deixar tensa e roendo as unhas??? Mas que capítulo mais intenso, Day!!!! Ahhhh, já estou ficando com saudade desta história... Beijos, Alessandra – Sandy Meirelles.
N/A: Eu sei, eu sei... nem tenho mais cara para pedir desculpas... só vou tentar me esconder das azarações! Vou repetir a explicação que coloquei em Doces Momentos... é a mesma afinal!
Foi o seguinte, novembro e dezembro foram uma correria sem fim, estava em função de concurso e da seleção do doutorado, infelizmente não tive bons resultados em nenhum... mas faz parte. Acontece, que dia 23 de dezembro recebi um telegrama ( gente ainda mandam telegramas) me chamando para assumir uma vaga em um concurso que havia feito em 2005, a partir disso minha vida deu um guinada de 180 graus, pois a vaga é em São Leopoldo, pertinho de Porto Alegre, e eu estou arrumando tudo para me mudar, arranjar apartamento, empacotar coisas... sem falar que precisei ir para lá e depois voltar e ir de novo... Dia 17 de fevereiro tomo posse como professora da Rede Municipal de Ensino de São Leopoldo e estou feliz da vida, funcionário público tem estabilidade e vou poder investir mais no doutorado que é o meu maior objetivo. Então até lá não prometo novas atualizações.
Pessoal... explicações dadas e capítulo postado. Sim, devia ser o último e escrevi pensando nisso até me dar por conta que o capitulo teria aproximadamente 40 paginas de Word... Por mais que saiba que vocês adoram capítulos enormes, não achei conveniente, o capítulo teria muita informação e acabaria ficando cansativo, por tal motivo achei melhor dividi-lo em dois. E também para deixar mais um pouquinho de suspense no ar... kkkk (autora malvada, vou fazer isso até o último momento). A segunda parte tá quase pronta e adianto que a conversa com Dumbledore e Snape será bastante esclarecedora, assim com a declaração a impressa que o Harry irá dar... Contudo, ainda falta a parte principal, mas antes preciso pesquisar umas informações... Esse final de semana acho que não consigo, mas espero boas noticias para o próximo, pelo menos uma prévia, daí teremos o epílogo, onde será explicado dois pontos da história.. e fim... triste, mas não dá para adiar mais.
Bom, mais uma vez, peço desculpas pela demora e espero que gostem do capítulo, apesar de tê-lo escrito em passos de tartaruga gostei do resultado, mas confesso que todas essas mudanças me fizeram perder um pouco o ritmo. Bjs e me digam o que acham, como sempre qualquer dúvida, qualquer coisa que não ficou esclarecido ou que não esteja coerente me avisem para que eu possa arrumar.
Um grande beijo para...
OBRIGADA... ATÉ O PRÓXIMO!
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