Cartas na mesa
Capítulo 36 – Cartas na mesa
Lilly dormia serenamente em meus braços; balançava-me vagarosamente na cadeira de balanço do quarto dela, a mesma que, assim como o berço, foi usada pelos meninos. Estava com os olhos fechados, mas não dormindo, tentava processar todas as informações que a Condessa havia nos passado, tentando entender a lógica dessa loucura toda. Mas uma coisa eu tinha certeza, nada e ninguém iriam atingir minha família, meus filhos.
Faria qualquer coisa por eles. Qualquer coisa mesmo! Não deixaria ninguém encostar em um fio de cabelo de Tiago, Alvo e Lilly. Inconscientemente, apertei o corpinho de Lilly com mais força contra meu peito e a menina resmungou, trazendo-me a realidade.
- Desculpe anjinho... Papai te ama muito. Nunca vai deixar ninguém lhe fazer mal. – Lilly abriu os olhos e me olhou como se entendesse, abriu um sorriso, seguido por um bocejo e voltou a dormir. – Nem com você, nem com seus irmãos e com a mamãe...
A Condessa havia comentado que havia uma ligação muito forte de Lilly conosco. Aquela história de alma gêmea, ligação cármica... Será que era verdade? Isso ainda era um pouco confuso para mim. Gina já havia mencionado essa nossa ligação, Luna acreditava nisso. E agora a Condessa também havia afirmado com tanta propriedade... Mas para mim parecia tão... irreal? Precisa demais informações, mas no momento essa história poderia esperar. Pois isso era algo que só viria comprovar ainda mais o meu amor por Gina. Nossa prioridade era achar Crayde, ter certeza que Bessy havia morrido e garantir a segurança de Theodore, que ainda permanecia em coma no St Mungus.
- Harry... – Gina me tocou de leve no joelho, ela estava abaixada ao lado da cadeira, não havia notado a presença dela no quarto. – Porque não vai dormir na nossa cama? Lilly já tá dormindo há tempos!
- Perdi a noção do tempo aqui com ela! - Falei entregando Lilly a Gina que a colocou no berço. – Alvo e Tiago já dormiram também?
- Sim... Mas eles estavam tão agitados! Foi difícil fazê-los se acalmar; queriam contar tudo o que aconteceu esses dias, sem falar na empolgação deles com os presentes... – Gina conferiu se a janela estava fechada, depois pegou a minha mão e saímos do quarto. – Falei com a Mione, Hugo está com febre, tosse, e eles levaram o menino ao St Mungus, mas não é nada grave... Talvez amanhã eles apareçam para conversarmos.
- Confesso que estou muito ansioso com isso tudo. Preciso contar para o Rony e a Mione. – Comentei me jogando na cama. - Se bem que... Hermione e você já desconfiavam de algo envolvendo o Crayde, não? Antes de a gente viajar, vocês estavam falando disso quando cheguei à cozinha...
- Mais ou menos Harry! Estávamos falando da Condessa, dela ser uma Sétima filha também... – Gina parou o que estava fazendo e me olhou séria. – Bem, Hermione sempre desconfiou de Crayde e eu sempre desconfiei dessa “suposta morte” da Bessy, de alguém nos vigiando... Mas nunca havíamos associado isso a Condessa. Não imaginávamos que havia uma ligação tão forte entre ela e o Crayde!
- Porque você não me falou antes das suspeitas sobre a Bessy? – Não era uma pergunta e eu até sabia a resposta.
- Bom... – Gina sentou na beirada da cama. – Harry, eu também queria acreditar que estava exagerando, vendo coisas onde não existem... Você disse que eu estava paranóica, protetora demais... Embarquei nessa história, confesso que exagerei! – Gina deu um longo e audível suspiro e depois deu um sorriso vitorioso. – Mas no fundo... Eu tinha razão! Admita, eu sempre tenho razão!
- Tenho a opção de negar? – falei brincando e me aproximando mais dela. Tinha que admitir, Gina tinha razão em suas suspeitas. – OK! Eu admito! Ginevra Potter sempre tem razão!
- Eu gosto assim! – Gina falou rindo.
- Aprendi que nunca posso duvidar nunca de sua intuição, meu amor! – Falei e logo depois dei um beijo rápido em seus lábios. – Da próxima vez não vou questionar sua proteção excessiva, seu medo de perseguição... – Gina riu satisfeita. – Vamos dormir... Amanhã a vida volta ao normal!
- E quando a nossa vida foi normal? – Gina me lançou um olhar questionador. – Se bem que eu acho que se fosse normal seria uma droga!
Dei uma gargalhada, Gina tinha razão. O dia em que nossa vida fosse normal não teria a menor graça.
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Tia Petúnia havia entrado em contato assim que retornamos de viagem para avisar que a filha de Duda havia nascido quando estávamos na Itália.
- Temos que fazer uma visita! - Gina exclamou. – Vou comprar algo para o bebê. Quando podemos ir, Harry?
- Ahm?? Temos que ir mesmo, não podemos só enviar o presente com um cartão? – O olhar assassino que Gina me lançou fez-me entender que a resposta era não. – Então pode ser amanhã... Já que não tem jeito mesmo!! – disse dando de ombros, visivelmente aborrecido.
No outro dia fomos visitar a menina Dursley. Megan era um bebê robusto, rosado, com poucos cabelos de um castanho muito claro. Para mim, aquele bebê não era um recém nascido, era um bebê de um mês, ela era maior que os bebês recém nascidos que eu conhecia! Era maior até que Hugo, que nasceu grande, e dava duas de Lilly nessa idade!
Mas os Dursley estavam muito felizes com aquela menina. Não cansavam de dizer que era o bebê mais lindo que haviam nascido na maternidade nos últimos tempos, uma hora que era a cara do pai (coitadinha) e em outra que era igualzinha a mãe. “Todos os pais dizem isso!”, pensei com meus botões, meus filhos eram os recém nascidos mais lindos que eu já havia visto, se bem que Tiago nasceu bem “amassadinho”, com aquela cara de joelho, mas como era meu filho, era perfeito e lindo.
- Harry, Gina... – Duda começou quando anunciei que precisávamos ir. – Ainda é cedo e eu e Betty temos um convite a fazer...
Convite! O que viria agora? Gina sorriu para Betty e Duda incentivando a continuarem.
- Eu e Duda concordamos que vocês são as pessoas ideais para o que vamos pedir... – Betty começou. – Eu sei que meu Duda e Harry tiveram no passado algumas diferenças, mas está tudo superado agora, não é Duda?
Duda sorriu concordando. Diferenças. Era uma forma suave de pensar em tudo que Duda me fez passar. Gina devia saber o que eu estava sentido, pois apertou a minha mão.
- Eu e Betty gostaríamos muito que vocês aceitassem serem padrinhos de nossa Megan? – Duda falou por fim.
Gina mordeu os lábios e sorriu. Eu queria sair correndo dali, mas sabia que não devia fazer isso e que a menina não tinha culpa do passado do pai. Reconhecia o esforço de Duda para me aceitar, mas ser padrinho da filha dele? Isso era demais para mim.
- Eu... Ficamos lisonjeados... Mas vocês poderiam convidar outro casal! – Gina falou educadamente. – Ficamos contentes em sermos “tios”...
- Oh, não! Não há ninguém mais que gostaríamos de convidar... Duda não tem irmãos, quer dizer, o Harry é como um, afinal são primos e cresceram juntos... – Tive algumas dúvidas do que Duda havia contado a sua mulher sobre a nossa infância. – Eu tenho meu irmão, mas não somos muito próximos para um convite desses... Por favor, aceitem!
Gina me olhou, ela não falaria nada, mas aceitaria o que eu dissesse. Olhando para o casal a nossa frente, não tinha como recusar o convite. Duda estava se esforçando muito, talvez fosse à hora de eu também fazer a minha parte.
- Será uma honra apadrinharmos Megan, não é meu amor! Ela será como uma filha para nós! – Falei e vi um grande alívio no rosto de Duda.
- Isso merece uma comemoração... Vou pegar algo para brindarmos! – Duda pronunciou.
Ficamos mais uma meia hora na casa de Duda e Megan, haveria uma cerimônia religiosa para o batizado. Os bruxos não faziam cerimônias de batizado, escolhiam os padrinhos dos filhos e um laço mágico era criando entre os padrinhos e o afilhado. Simples assim!
- Como é o batizado? Nunca fui a um... – Gina perguntava quando íamos para casa. – Os padrinhos trouxas têm as mesmas responsabilidades dos padrinhos bruxos?
- Sim Gina... – Falei pouco empolgado. – A cerimônia, tem um padre, um pastor, dão os sacramentos religiosos aos bebês diante de toda a família e amigos, depois tem um almoço, uma recepção... Algo assim! Normalmente, a madrinha dá uma espécie de vestido branco para o afilhado vestir na ocasião... Pelo menos foi o que comentavam na casa dos Dursley, já que eu nunca fui levado a nada por eles...
- Ah... Harry, se você não queria, não devia ter aceitado! – Gina comentou diante da minha pouca empolgação.
- Gina, não tinha como dizer não... Depois, também tenho que fazer minha parte com os Dursley? Não? – Gina concordou, ela sempre me repetia isso. – Só ainda não me acostumei com a ideia!
- Ok! – Gina se deu por satisfeita. – Harry... Temos que perguntar para a Tia Petúnia se ela sabe se existem outros bruxos na família Evans... A Condessa precisa saber para investigar as origens da sua mãe!
- Sim...– Falei, mas não se lembrava de nenhum episódio que denunciasse algum bruxo na família, tudo indicava que minha mãe era a única bruxa da família. – Seria engraçado...
- O quê? – Gina questionou.
- Se a filha do Duda fosse uma bruxa! – Gina sorriu. Mas eu queria só ver a cara de Tio Válter se a neta dele fosse uma bruxinha! Ah, seria perfeito!
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Alguns dias depois comemoramos com uma grande festa o primeiro aniversário de Hugo. Rony não abriu que a decoração da festa fosse às cores de seu time de quadribol preferido - Chudley Cannons - Hermione não teve argumentos contra isso.
Foi um dia maravilhoso e cansativo, como eram sempre os aniversários infantis. Depois de colocar tudo em ordem, eu e Rony estávamos exaustos.
- Nada de festas por um bom tempo! – Rony exclamou quando Hermione lhe ofereceu uma cerveja amanteigada. – Sem festas Hermione! To falando sério!
- Rose faz aniversário mês que vem... – Hermione o lembrou. – Ela já entende... Querido, acho que não temos como escapar disso...
- Aff... Mas será algo menor sim, só para as crianças da família, que já são muitas! – Rony falou se lamentando.
- Já estão todos dormindo, exaustos! Praticamente, desmaiaram na cama. – Gina comentou entrando na sala da casa de Rony e Hermione.
- Eu também vou desmaiar na minha cama... – Rony resmungou. - É impressão minha ou vocês não estão cansados?
- Estamos Rony... Mas também queremos conversar sobre as novidades que Gina e Harry descobriram na Itália. – Hermione falou e Rony adquiriu uma expressão séria. – Você sabe, não podemos conversar sobre isso no Ministério, temos que aproveitar quando nos encontramos...
Hermione tinha razão, desde que voltamos de viagem, tínhamos nos encontrado poucas vezes. Gina e Hermione haviam voltado ao trabalho, eu estava envolvido com a turma nova de aurores que havia iniciado o treinamento e Rony trabalhava em um caso sobre o uso de poções ilegais.
Oficialmente, o caso do Herdeiro estava solucionado. A morte de Bessy, assim como a de Umbridge e Malfoy não havia sido contestada. Havia uma investigação em andamento para capturar alguns bruxos envolvidos no caso, incluído Crayde, mas nada significativo foi alcançado. Como o Ministério achava que os principais envolvidos não eram mais uma ameaça, relaxaram nas investigações.
Eu e Rony ainda não havíamos decidido se colocávamos Hans a par dos últimos acontecimentos. Mas estávamos cientes que íamos precisar de ajuda; ainda não sabíamos como e quando, mas a Ordem da Fênix seria convocada. Mas envolver o Ministério, envolvia declarar para todos sobre os poderes de Gina, isso era o eu queria evitar a todo custo. Sabia muito bem o era ser o “centro das atenções”.
Definitivamente, não iria permitir que Gina passasse por isso. E não era só por ela. Era, principalmente, por causa das crianças. Gina saberia se defender. Mas Tiago e Alvo? Lilly nem tanto, pois estava sempre conosco, mas os meninos frequentavam a escola, e já eram alvo da especulação de outras pessoas por terem o sobrenome Potter.
Meu sobrenome chamava mais formigas que açúcar. Não queria aumentar a curiosidade em cima de meus filhos. Só desejava que eles tivessem uma infância normal! Era pedir muito? Mas se essa história dos poderes da sétima filha viesse à tona, seria difícil controlar a especulação em cima das crianças.
- O que faremos? – Gina questionou. – Precisamos deter Crayde! Eu tenho certeza que Bessy não morreu, provavelmente estejam juntos. Bessy deve estar fraca, seja lá que feitiço ela fez, foi algo muito desgastante. Talvez estejam esperando ela se restabelecer para voltar a atacar!
- Gina tem razão! – Hermione se pronunciou. – Talvez devêssemos expor tudo ao Ministro... Ele tem noção do perigo! Iria obrigar a intensificar as buscas... Comunicar outros ministérios; ampliaríamos o perímetro de busca...
- Não! – Falei decidido. – Não! Iríamos colocar toda a comunidade bruxa em estado de pânico, até todos se convenceram que não é uma ameaça do mesmo nível que Voldemort, até porque não temos certeza disso... – Falei tenso. – Depois, não quero Gina exposta...
- Harry, eu sei me defender! – Gina não me deixou completar. – Harry não começa...
- Você sabe! E Tiago e Alvo? – Falei ríspido, mas logo suavizei o tom. – Gina, contar sobre os seus poderes implica na vida deles. A nossa vida já não é fácil, imagina a deles! – Respirei fundo. - Sei que eles não vão escapar de tudo que envolve a nossa, a minha história... Mas enquanto eu puder evitar, eu vou fazer isso!
- Eu sei... – Gina falou compreensiva. – Também não quero isso! Mas Harry, não podemos enfrentar isso sozinhos!
- Harry... Gina tem razão! Contra Voldemort tínhamos o apoio da Ordem, e por fim do Ministério! – Hermione se pronunciou. – E agora, apesar de tudo, sabemos que o Ministério vai ficar do nosso lado!
- Quanto a isso, bom... Eu tenho minhas dúvidas! – Rony comentou, até o momento ele tinha se mantido em silêncio. – Aparentemente, o Ministério não foi corrompido, mas muita coisa não foi adiante nessa investigação por causa do Ministério... Tivemos um auror envolvido, mesmo que sob o efeito do imperius, era um auror! Sem falar do Adam! Temos que ter cuidado! – Rony deu um gole na sua cerveja, acho que deu um tempo para assimilarmos suas palavras e continuou: - Se essa história vazar, Harry tem razão, todos vão se desesperar; vai ser um inferno, a coisa pode sair do controle! Não quero meus filhos no meio de uma guerra!
- Não exagere Rony! Não teremos outra guerra! – Hermione falou incomodada.
- Não é exagero! Ninguém imaginou que Voldemort ia ser uma ameaça tão grave! O Ministério nunca levou a sério as preocupações de Dumbledore! Se não fosse por ele, a coisa teria sido muito pior! – Rony falou exaltado. – Não temos como não contar sobre a Gina! Mas, eu acho que primeiro devemos levar isso para a Ordem da Fênix e depois decidimos se devemos ao não, e o que contar, para o Ministério!
- A ideia de Rony me parece a mais acertada! – Gina passou as mãos entre os cabelos, ela me parecia tão cansada, e com certeza não era por causa do dia puxado. – Os membros da Ordem estão sobre o feitiço de fidelidade, não podem falar nada...
- Ok! Comunicaremos a Ordem! Apesar de que... – Achei melhor não continuar, no fundo eu sabia que não tínhamos outra opção. – Se quando éramos adolescentes conseguimos, porque ia ser diferente agora?
Rony sorriu concordando. Gina e Hermione pareciam um pouco mais aliviadas. Envolvi Gina em um abraço protetor.
- Agora podemos ir dormir? – Rony levantou-se se espreguiçando. – Eu estou exausto!
Hermione e Rony se recolheram, mas eu e Gina ficamos um pouco mais. Inconscientemente, não queria soltar Gina de meus braços. Mesmo sabendo que ela estaria dormindo do meu lado, que ela estaria sempre perto de mim, precisava sentir a força que o amor dela me dava.
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Estava vestido de uma forma bem formal: terno preto e gravata azul com listas brancas. Como um trouxa! Dificilmente me vestia assim, usava roupas informais para trabalhar, algumas vestes bruxas, quando a ocasião pedia, mas os bruxos estavam cada vez mais usando vestes trouxas.
- Gina! Faz isso para mim? – Gina sabia o que eu queria. Aproximou-se e fez o nó da minha gravata em segundos.
- Fecha o fecho do meu colar! – Gina sorriu e me ofereceu um lindo colar de esmeraldas. –Você está elegantérrimo!
Dei uma voltinha, como se mostrasse o meu terno Hugo Boss. Gina sempre comprava minhas roupas, e era extremamente cuidadosa com isso! Comprava ternos muito bem cortados, elegantes, de grife. Eu não ligava muito para essa história de roupa, vestia o que ela mandava e pronto! Mas confesso que minha mulher tinha uma pré disposição para comprar roupas de grifes trouxas e isso incluía gastar uma pequena fortuna quando ela ia fazer compras. Não que reclamasse, adorava ver Gina linda, mas não entendia o porquê dela precisar de tantos sapatos e bolsas!
Voltei a observar Gina, que olhava indecisa para duas bolsas pequenas, que para mim pareciam iguais. Ela também havia caprichado no visual. Ela era sempre muito cuidadosa com o que vestia, discreta e elegante. Dizia que devia fazer jus ao nome Potter, pois mesmo não gostando, seu nome era sempre citado nas colunas sociais do mundo bruxo. Mas essa noite, ela havia dado uma atenção maior ao seu visual.
Usava um vestido preto, reto até a altura dos joelhos, com um decote também reto e sem mangas, o tecido tinha um pouco de brilho não o deixando tão sério; o sapato de salto alto e bico fino também pretos. Ela estava linda, mas o visual era sério, formal... O colar de esmeraldas e os cabelos vermelhos e brilhantes (ela havia aplicado uma poção revitalizante de cor essa tarde) davam uma cor ao visual.
- Gina... Você tá linda! Mas eu prefiro quando você usa uma roupa mais alegre! – Falei ajudando ela a vestir o casaco também preto. Por frações de segundo tive a sensação que havíamos nos vestido para ir a um funeral.
- Eu também... Mas, bom, os Malfoy’s me parecem tão formais... Sinceramente, não sabia o que vestir para esse jantar! – Gina comentou pegando uma das bolsas, a menor com a alça de mão, que estava em cima da cama, com a varinha, fez vários objetos entrarem na pequena bolsa. – Hum... Talvez eu deva levar a outra!
- Gina... São iguais! – Exclamei. – Vamos nos atrasar. Gi... Ainda está em tempo de desistir! – Falei esperançoso saindo do quarto.
– Harry... Não são iguais! Uma é Prada e a outra e Gucci! – virou os olhos aborrecida, como se falasse a coisa mais óbvia do mundo - Olha o fecho, é diferente! – Gina me mostrou as duas bolsas, mas para mim ainda continuavam iguais. – Nós vamos sim, nem vou trocar de bolsa!
- Ok! Então vamos logo! Já que não temos opção... Estou me sentido indo para Azkaban!
- Harry! – Gina deu um suspiro. - hAHhhhQuerido, se você visse a lingerie que estou usando! Ele é bem alegre, como você gosta! – Gina sorriu marota. – Mas, você vai ver só se comportar bem no jantar, ganhará uma “sobremesa” especial...
– Ué! Porque não me comportaria? - Falei já no último degrau da escada.
- Harry, por favor... Agora é sério. Finja que não ouviu nenhuma provocação do Malfoy, lembre-se estaremos na casa dele! E, você também não provoque! Astória foi muito gentil em nos convidar... – Fiz uma careta. – Amor, eu estou pedindo. Por mim!
- Hum... Eu vou tentar! Tentar... Por você e também pela Sra. Malfoy, ela não tem culpa do marido que tem! – Gina suspirou e se dirigiu para a cozinha, onde as crianças estavam jantando. – Mas eu quero minha sobremesa... – disse com um sorriso maroto no rosto - Depois, preciso falar com a Doninha sobre a arca de Voldemort...
Precisamos saber sobre essa arca, pois se ainda estivesse na Mansão Malfoy, isso implicaria que Malfoy’s podem estar em perigo. Crayde, com certeza, não abriria mão desse tesouro, até porque conseguimos que o ministério de vários países - pois ele tinha negócios por toda Europa bruxa -, bloqueassem suas contas; a quantidade de ouro que ele dispunha era bastante restrita, pelo menos pelos meios legais.
- Monstro, Tea... Qualquer coisa sabe como nos encontrar! Não quero ninguém indo dormir tarde. Ouviu Tiago, você tem escola amanhã! – Gina beijou a testa do filho. – Monstro, por favor confira se o material do Tiago está ok para amanhã. Não deixe Alvo lhe enrolar, nada de biscoitos antes de dormir! Lilly já mamou?
- Já minha senhora! Tea quer dizer que está muito feliz em cuidar da família Potter... – Gina sorriu.
Tea foi um excelente achado, as crianças a adoravam, despertando um pouco de ciúmes de Monstro, mas esse também estava feliz com a elfa, pois foi ele que a trouxe, dizendo ser ela de extrema confiança, que já a conhecia há um bom tempo e que era muito boa com crianças.
- Que bom Tea, nós também! – Falei e Gina concordou. – Vamos, não seria educado nos atrasarmos!
- Você tem razão! Comportem-se sim! Amamos vocês!
- Gi... Existe algo entre Monstro e Tea? – Perguntei enquanto nos dirigíamos para a sala.
- Hum... Acho que sim, mas eles são muito discretos, não quis entrar na intimidade deles, preferi não perguntar. Quando eles se sentirem a vontade, nos contaram!
- Sim! Não sabia que elfos namoravam! – Gina riu enquanto jogava um pouco de pó de flú e disse em alto e claro: - MANSÃO MALFOY!
*****
Fomos recebidos por um elfo, que nos levou até uma sala e saiu dizendo que seus senhores já viriam nos receber.
- Bonito! – Gina comentou olhando atenta a decoração de bom gosto da sala. – Astória tem bom gosto! Sempre quis conhecer a Mansão Malfoy!
- Pelo que me lembre, mudou muito... Astória deu vida a essa casa! – Comentei observando os porta retratos, só tinham fotos de Scorpion.
- Gina, Harry... Que bom que vieram! – Astória apareceu na sala sorridente. Draco vinha logo atrás. – Você está linda!
- Obrigada Astória! Você também está muito bem! – Gina comentou, Astória vestia um vestido vermelho, simples e usava um colar de pérolas, o cabelo preso em um coque frouxo, com alguns fios caindo.
- Sejam bem vindo! – Draco falou. – Sentem-se... Potter, whisky de fogo?
- Gina me acompanha em uma taça de vinho? – Astória se dirigiu a Gina que concordou e eu aceitei o whisky.
Eu e Draco não tínhamos assunto, eu tinha, mas não sabia em que momento abordar Malfoy sobre a arca. Draco nos serviu as bebidas e ficamos em um silêncio constrangedor enquanto nossas mulheres não paravam de tagarelar sobre roupas, acessórios, administração de casa, crianças, escolas...
Finalmente, o elfo que nos recebeu anunciou que o jantar estava servido. Fomos para a sala de jantar.
- Então Potter... Falei para a Astória que devíamos ter convidado o Weasley e a san... E a mulher dele! – Draco falou depois de alguns minutos que estávamos comendo. - Vocês andam sempre juntos!
- É... Bem, acredito que Rony e Hermione tinham coisas mais interessantes para fazer! – Falei sorridente.
- É claro! Mas eu sempre achei que eles viviam em função do menino-que-sobreviveu! – Draco falou irônico. – Pelo menos em Hogwarts era assim!
- Pois é, mas nós não temos mais 15 anos, Malfoy. Rony e Hermione são meus melhores amigos, padrinhos do meu filho. Minha família! – Falei serenamente. – E você Malfoy? Como vão os seus amigos? Ops, estão presos ou foragidos, não é?! – Draco ficou vermelho e ignorou meu comentário.
- Harry... – Gina grunhiu. – Não me lembro de você na escola, Astória!
- Draco, meu bem... Por favor! – Astória falou lançando um olhar mortal para Draco.- Não era tão popular, preferia deixar minha irmã brilhar sozinha...
- Sempre achei que deveriam existir pessoas decentes na Sonserina, apesar de na época da escola, não conhecer nenhuma! – Falei me dirigindo a Astória. – Você teve sorte ao encontrar uma...
- Apesar de detestar concordar com você, Potter, confesso que Astória foi à melhor coisa que me aconteceu! – Draco falou com uma ternura que nunca imaginei que ele pudesse ter. – Mas, mudando de assunto, como você é auror gostaria de saber sobre a situação de Conner. Ele matou meu pai.
- Cornner... Você deve saber que foi alegado legítima defesa; como ele pertence à Ordem, não houve investigação! A não ser que você entre com um pedido para reabrir o caso. – Falei surpreso com aquela colocação.
- Não! Isso não é do meu interesse... Concordo que tenha sido legitima defesa! – Draco falou de forma fria e se servindo de mais vinho. – No fundo, Cornner só se vingou de meu pai, por tudo que ele fez minha mãe passar! Jamais o culparia, minha mãe morreu se lamentando por não ter ficado com ele...
- Sim! – Lembrei que Narcisa havia tido um romance com Cornner na juventude e que a família a obrigou a casar com Lucius. – Eu realmente sinto muito pelo seu pai!
- Eu não sinto Potter! Poupe-me! Sei que você sempre desejou o fim dele! – Draco foi ríspido o olhar de Astória o fez mudar o tom. – Desculpe! Mas aconteceu muita coisa entre eu e meu pai...
- Astória... O jantar está maravilhoso! – Gina elogiou a comida, pois o elfo já trazia a sobremesa. – Perfeito!
- Obrigada Gina... Mas o elfo que cozinha para nós é o grande responsável, dificilmente me arrisco na cozinha, sou um verdadeiro desastre! – Astória falou olhando diretamente para Draco, por incrível que parece via amor no jeito que ele olhava para ela. – Não é querido? Só me arrisquei a cozinhar na nossa lua de mel, estávamos em uma casa de campo, isolados de tudo e todos... Bom, se Draco não se mostrasse um excelente cozinheiro, teríamos morrido de indigestão comendo durante um mês a minha comida!
- Não foi tão ruim... – Draco falou com um sorriso sincero.
- O jantar está maravilhoso mesmo Astória... – Respirei fundo. – Er... Draco, será que podemos ter um conversa a respeito de Adolph Crayde... – Draco adquiriu uma postura rígida. – Ah, eu sei que você não tem ligação com ele, mas tenho informações que talvez você tenha algo que seja do interesse dele!
- Hum... Podemos ir ao meu escritório Potter! – Draco falou já se levantando.
- Mando servir o licor lá... – Astória falou. – Gina e eu os aguardaremos na sala...
Acompanhei Draco, Gina sorriu, me encorajando.
******
Uma leve batida na porta e um quase inaudível “Sr. Potter, o Sr Longgbotton deseja vê-lo!”. Assenti e logo Neville entrou em minha sala.
- Oi Harry! – Neville falou simpático. – Sua secretária fez um interrogatório comigo!!!
- Neville! Dulce é assim, mas é uma boa pessoa, um pouco preocupada demais!
Minha secretária era uma bruxa de uns cinqüentas anos, extremamente formal e conservadora, com o tempo desenvolveu algumas atitudes maternais comigo. Lembro que antes de Dulce nenhuma secretaria ficava muito tempo trabalhando comigo, isso devido ao fato de Gina implicar constantemente com elas. Mas Dulce, Gina adorava.
- Se você diz... – Neville sentou-se na poltrona que indiquei. – E Gina e as crianças?
- Estão bem! Anna e Alice? – Perguntei acomodando-me também – Rony estará aqui em instantes.
- Também estão bem... Harry, fiquei curioso com seu chamado! – Nesse instante a porta abriu e Rony entrou.
- Hei Neville! – Rony foi direto se servir de café. – Tudo em ordem?
- Tudo... Espero que com esse encontro isso não mude! – Neville comentou. – Más noticias, Harry?
- Não exatamente, diria preocupantes... - Contei a Neville sobre Crayde a arca de Voldemort e minha visita ao Malfoy. – Malfoy ficou de procurar a arca em sua residência, acredita que a Astória tenha se desfeito dela quando a mansão foi reformada, mas ele se lembra dela da época da guerra...
- Bom, com Theodore, Crayde não pode contar, pois ele ainda está em coma... os medibruxos não acreditam que ele volte a acordar... – Neville suspirou. – Vou seguido ao St Mungus, mas não temos novidades! Se bem que... Uma enfermeira me falou que ele recebeu uma visita...
- Quem? – Rony adiantou-se. – Crayde será?
- Uma mulher segundo a enfermeira, mas ficou pouco tempo... – Neville falou. – Bessy!?
- Gina tem certeza que ela não morreu! – Falei me servindo de mais café. – Bom, segundo Malfoy, Crayde tentou fazer negócios com ele algum tempo atrás... Mas Malfoy não foi tolo, sabia dos negócios escusos de Crayde e como ele queria “limpar” o nome Malfoy, declinou de uma possível sociedade. Astória falou para Gina que Crayde foi bastante inconveniente com ela...
- Crayde deu em cima da mulher do Malfoy! – Rony deixou escapar um sorriso. – A Doninha quase levou um par de chifres...
- Rony... Astória é uma mulher bonita! – Rony e Neville concordaram comigo. – E apaixonada pelo marido! Mas sabemos que Crayde só tentou se aproximar dos Malfoy´s para saber sobre a arca...
- Sim, a arca de Voldemort... Repleta de tesouros! Crayde precisa dela... – Rony falou pensativo.
- Mas só Theodore pode abri, pois é o Herdeiro! – Neville completou. – Mas lembrem-se, isso ainda não foi confirmado! Se ele não for o herdeiro... A arca estará perdida...
- Segundo Hermione não... – Tirei meus óculos. – Eu posso abrir! Eu e meus filhos...
- Oh! Ainda aquilo da sua ligação com Voldemort! – Neville falou alarmista. – Mas eu achei que depois que ele morreu essa ligação tinha acabado?
- Sim e não... Minha ligação com Voldemort acabou, pois sua alma foi destruída... Mas, a magia que foi trocada entre nós, foi algo muito forte... Eu ainda tenho vestígios dessa magia e passei isso para minhas crianças... E não se esqueça que foi do meu sangue que ele ressuscitou naquele cemitério, quando Cedrico morreu...
- Crayde pode não saber disso! – Rony falou esperançoso. – Bessy também...
- Não vamos nos enganar Rony... Sabemos que eles sabem disso! Só não sabemos o que eles estão esperando para voltar a atacar! – Não era o momento para tentar nos enganar.
- Eles estão se resguardando! – Neville falou. – Eles não são burros, no momento Theodore é um alvo mais fácil... Mesmo em coma, com o conhecimento de poções e feitiços das trevas, podem reverter o quadro! Em compensação, eles jamais tentariam algo envolvendo você, Harry... Ou as crianças... Gina é uma rival de peso!
Eu e Rony concordamos. Bessy sabia que não poderia enfrentar Gina, precisava se recuperar antes; e Crayde, era um bom estrategista, calculava milimetricamente seus atos... Na próxima vez que eles entrassem em cena, seria tudo ou nada!
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Dezembro chegou com o aniversário de Tiago. Fizemos uma pequena comemoração em família esse ano, o grande presente dele foi ir pela primeira vez ao jogo de quadribol comigo e Rony. Tiago, desde muito pequeno, demonstrava adorar o jogo, também teve influencia do pai, padrinho e da mãe, se bem que Gina havia se desligado do esporte nesses últimos anos. Era difícil para ela ver Tiago e Alvo em cima de uma vassoura, e eu não podia nem ousar pensar em colocar Lilly em cima de uma.
Os dias passaram voando e já estávamos às vésperas do Natal. Fui à Estação King Cross buscar Ted para ficar conosco no feriado; Andrômeda já estava o esperando na Toca. Ted não parou um minuto sequer de falar sobre Hogwarts, fez inúmeras perguntas, descobri que tinha um capítulo dedicado a minha pessoa em Hogwarts, uma história. Hermione já havia comentado isso, mas eu simplesmente achei que ela havia exagerado.
- Harry, isso era óbvio! – Gina comentou divertida. – Falam de mim Ted? – O menino fez um gesto positivo, pois estava com a boca cheia de bolo de frutas. – O quê?
- Hum... Da história de um cartão no dia dos namorados... – Ted falou distraidamente.
Gina ficou corada e eu não resisti, comecei a gargalhar, sendo acompanhado por Rony.
- Não acredito que colocaram isso em um livro de história! – Gina ficou indignada.
- O que tem amor, foi tão bonitinho! Eu ainda lembro... – Falei para provocá-la e Gina me jogou um pedaço de bolo.
- Como era mesmo... “teus olhos são verdes como sapinhos cozidos, teus cabelos, negros como um quadro de aula, queria que tu fosses meu, garoto divino, herói que venceu o malvado Lorde das Trevas...” – Rony tentou imitar os duendes recitando.
- RONALD! – Gina gritou chamando a atenção das crianças. – Não tem graça! Isso não pode estar em um livro de Hogwarts...
- Mamãe... Papai tem olhos de sapinhos cozidos? – Tiago perguntou, desde o inicio da conversa ele estava muito atento.
- Não, não tem Tiago... Vai brincar na sala amor! – Gina conduziu o filho para fora da cozinha. – E quem disse que fui eu que mandei aquilo???
- Isso é mentira! – Hermione falou. – Não é isso que falam da Gina... Falam que ela se destacou organizando uma resistência dos alunos na escola, em seu sexto ano... Ted, querido, quem mandou você falar isso? – Hermione lançou um olhar raivoso para o marido.
- Tia Mione... Eu só falei o que tio Rony mandou! – Ted falou inocentemente.
- Eu sabia... – Gina falou revoltada com a brincadeira. – Tinha que ser você né Ronald! Harry como você pode compactuar com esse infeliz?
- Eu não sabia... Achei que estava mesmo no livro! Jamais participaria disso meu anjo! – Falei indo ao encontro dela. – Mas que o poema foi bonitinho, ah isso foi! – e já me protegi de uma possível azaração...
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No final de semana do aniversário de quatro anos de Alvo, mesmo sendo inverno, resolvemos ir para o Chalé da Praia. Desde os últimos acontecimentos não estivemos mais lá e achamos que era melhor irmos, para não deixarmos nenhuma possibilidade de trauma nas crianças devido ao que aconteceu.
Mesmo estando só nos, fizemos questão de enfeitar a casa com balões de gás, muitos sapos de chocolate e um lindo bolo. Alvo parecia encantado com sua pequena festa, pois ganhou muitos presentes, mas ele adorou o pequeno mini puff que George lhe mandou de presente.
- Como vai se chamar, Al? – Questionei. – Sua mãe tinha um que se chamava Arnoldo!
- Hum... Dodó! – Alvo falou acariciando o bichinho. – Meu Dodó!
Depois do aniversário de Alvo, Gina se envolveu em organizar uma grande festa para comemorar o primeiro aniversário de Lilly. Alegou que não podia passar em branco, não depois de tudo que passamos.
- Gina... Devíamos ter planejado melhor esses nascimentos! – Falei depois de ajudar Gina a conferir pela milésima vez se já estava tudo organizado para a festa de Lilly no outro dia.
- O que? – Gina me olhou confusa dando por encerrado o trabalho.
- Tiago faz aniversário em dezembro, Alvo em janeiro e Lilly em fevereiro... Todo mês tem festa! – Comentei. – Podia ter um mês de intervalo para casa aniversário!
- Harry... – Gina riu ao entender. - Com certeza! Mas, se tivéssemos seguido o meu plano, Alvo teria nascido em maio ou junho, mas ele foi tão apressadinho... Culpa sua, né!?
- Minha? Tivemos sorte com o Alvo... Não é sempre que se consegue na primeira tentativa! – Falei com um sorriso nada modesto.
- Sei... Vamos pensar nisso melhor em uma próxima vez!
- Próxima vez! – Falei surpreso! – Gina, você não tá gráv...
- Não Harry! – Gina me tranqüilizou. – Mas Harry... Se for um feitiço para me enfraquecer! Bom, eu pensei que... – Gina suspirou. – É só uma ideia...
- Gi... – Gina sorriu. – Eu adoraria, você sabe! Mas... Só se você não correr riscos, nenhum!
- Não precisamos pensar nisso agora! Lilly ainda é pequena... Ainda temos que nos preocupar com Crayde... – Gina comentou mudando bruscamente de assunto. – Harry, Lilly não fala! Isso tá me deixando preocupada! Alvo e Tiago falavam de tudo nessa idade!
- Cada criança é diferente Gina. Lilly vai falar quando quiser, você sabe como ela é voluntariosa... Ela só é preguiçosa! Basta resmungar para ter o que quer! – Falei para não deixá-la tão preocupada. – Puxou a mim, Tia Petúnia disse que eu não falava muito...
- Harry! É diferente! É compreensivo que você não falasse muito. Mas com Lilly é outra situação... – Gina falou decidida. - Vou perguntar novamente ao curadeiro. Isso não é normal!
- Gina, ela ainda não completou um ano! Depois o curadeiro falou que ela não tinha nada... – Lilly era uma criança normal, fazia aqueles barulhos de crianças, pedia as coisas, falava “dá” o tempo todo, já estava dando alguns passinhos sozinha, mas era preguiçosa, e a culpa era nossa, pois fazíamos todas suas vontades, eu em especial. – Você quer que ela fale uma frase completa, Tiago e Alvo não falavam tanto assim nessa idade!
- Falavam papai, mamã, papa, suco,... Eles falavam! Lilly só fala “da”! – Gina exclamou.
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A festa de Lilly foi linda. Todos nossos amigos e familiares estavam ali para prestigiar minha menininha. Tio Valter e Duda estavam em minha casa pela primeira vez, e parecia que haviam se dado muito bem com o Sr. Weasley e meus cunhados. Luna também foi acompanhada do marido, mesmo estando para dar a luz a qualquer momento.
Lilly parecia um anjinho, passando de colo em colo, usando um vestidinho de fada cor de rosa. Tiago e Alvo a ajudaram a apagar a vela do bolo. Não consegui evitar que meus olhos ficassem úmidos ao ver aquela cena. Quem diria que eu, Harry Potter, iria viver para ter filhos!
- Harry... Me ajuda, vamos cortar o primeiro pedaço de bolo! – Gina me trouxe a realidade.
Juntos, seguramos a mãozinha de Lilly que segurava a espátula e cortamos o bolo. Lilly enfiou a mão na fatia de bolo e levou um bom pedaço até a boca de Gina.
- Mama... Mama...
O som da voz de Lilly parecia a única coisa que ouvi naquele momento. Não me importei dela não ter falado papai, a felicidade estampadas no rosto de Gina, era a melhor coisa que podia ter acontecido.
- Gi... Você tá suja de bolo! – Gina nem se importou com seu belo vestido de seda lilás todo sujo de cobertura e acabou ficando mais lambuzada, com Lilly tentando fazê-la comer bolo.
- Harry... Lilly falou “mamãe”! – Gina falou satisfeita. – Minha menininha falou mamãe e não papai. Não que você não mereça querido, mas... Eu sempre desejei isso, uma palavrinha, Tiago e Alvo falaram papai... Confesso que sempre tive pouco de inveja de você por causa disso!
- Não me importo! Você com certeza mereceu mais do que eu! - Falei tirando Lilly do colo de Gina. Lilly também me lambuzou de bolo. – Papai também quer bolo!
- Bo! Mama...
Depois de algumas horas nossos convidados já haviam partido. Monstro e Tea coordenaram, eficientemente, a limpeza e organização de tudo. Não dava para dizer que havia tido uma festa de criança no Largo Grimmauld.
Talvez, somente pelo fato que eu estava jogado na cama, sem ânimo para tomar um banho.
- Ah... Eles dormiram! Lilly estava tão eufórica... – Gina entrou no quarto. – Hum... Ela falou mamãe! Mamãe... E não papai!
- É... Sabe, eu combinei com ela para falar mamãe... Senão teria sido papai! – Falei rindo.
- Vou tomar um banho... Ainda estou melecada de bolo! – Gina falou e abriu o vestido o deixando escorregar no chão do quarto. – Tá muito cansando Harry?
- Precisa que eu ensaboe suas costas??. – Gina fez um gesto positivo e caminhou vagarosamente em direção ao banheiro.
Sorri e levantei-me rapidamente. Não precisa de um segundo convite.
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Os dias passaram voando. Quando me dei por conta já estávamos novamente às vésperas de mais um aniversário de Ted.
Na primeira semana de março havia nascido o filho de Luna. Um belo menino, Lissandro, que nasceu em casa, em um parto natural, com alguns rituais estranhos. O que não era para estranhar, já que se tratava de Luna e suas excentricidades.
Em um belo domingo de primavera, batizamos Megan Dursley. A cerimônia seguida e um almoço foi bastante agradável. Os Weasleys também haviam sido convidados e compareceram. Parecia algo tão irreal, mas minha família estava toda ali, no nº 4 da Rua do Alfaneiros. Uma sensação de serenidade invadiu meu corpo. Fechei os olhos e desejei que momentos como esse pudessem se repetir. Mas quando abri os olhos novamente lembrei que ainda havia nuvens encobrindo minha vida.
Crayde e Bessy ainda estavam foragidos. Não haviam deixando nenhuma pista. Nada. Absolutamente nada que nos desse uma direção. Theodore permanecia em coma. Sinceramente, já não tinha esperanças que ele recobrasse a consciência.
Mantínhamos contato direto com a Condessa. Ela também não havia tido nenhuma informação de Crayde. Havíamos passado o último final de semana na Itália, com a Condessa e levamos as crianças, foi tudo maravilhoso. Lilly parecia que estava em casa, depois do aniversário ele havia desabrochado, começou a falar tudo e caminhava com muita segurança sozinha. A Condessa estava encantada com ela.
Havia acabado de mandar o presente de aniversário de Ted para Hogwarts, era o primeiro ano que ele não comemoraria seu aniversário conosco. Quando Gina entrou no escritório.
- Hei... Neville tá na lareira! Quer falar com você!
- Estou indo! – Segui Gina até a sala. – Hei Neville...
- Harry... Ele acordou! – Neville falou com um fôlego só. – Theodore acordou!
Meus neurônios trabalhavam freneticamente para processar aquela informação e tudo o que ela envolvia. Percebi que tanto Neville como Gina esperavam que eu falasse alguma coisa.
- Eu... Vou para o St Mungus... – Falei por fim. – Quais são as condições dele?
- Hum... Confuso, perdido, ainda fraco... Harry, talvez ainda não seja uma boa hora para ele receber sua visita! – Neville falou com um certo receio. – O cara ficou em coma meses... Vamos dar um tempo a ele!
- Neville tem razão... – Gina tocou de leve em meu ombro. – Você quer respostas que Theodore não poderá responder! Amanhã, nós vamos ao hospital.
- Er... Ok! Vou pedir para reforçar a segurança dele... E... – Respirei fundo. – Vou pedir para a direção do hospital não divulgar que ele acordou! – Neville assentiu. – Neville, você é o único em que ele conhece e confia... Então, se você puder ficar por ai...
- Já avisei a Anna... Vou estar por perto, não se preocupe! – Neville se despediu e as chamas verdes sumiram.
- Vou avisar Rony e Hans... Preciso tomar algumas providências... – Falei voltando para o escritório, Gina me seguiu.
- Harry... – Ela me encarou. – Minha intuição me diz que logo isso vai terminar...
Seus olhos transmitiam a paz e a serenidade que eu precisava naquele momento.
- Gina... Eu acredito nisso! – Mas havia algo que ainda me preocupava. – Só me preocupo com as condições em que isso pode acontecer... Quais as perdas que teremos dessa vez?
Gina passou os dedos delicadamente pelo meu rosto.
- Não sei... Mas eu estarei do seu lado! E sejam quais forem as perdas, vamos superá-las juntos! – Gina me beijou levemente.
- Mama... – A voz de Lilly interrompeu nosso beijo. Gina abaixou-se e pegou a menina. – Ma... agá...
- Hum... Como você veio parar aqui, bebê? Mamãe vai lhe dar um banhinho antes do jantar... – Depois se voltou para mim. – Viu, depois que ela aprendeu a caminhar, não fica mais em nenhum lugar!
- Você tem razão... Sempre tem em tudo! – Falei lhe beijando a testa e repetindo o resto com Lilly.
Gina sorriu e saiu do escritório. Eu sentei pesadamente na cadeira, respirei fundo, peguei um pergaminho e comecei a escrever rapidamente... O Herdeiro tinha acordado, Crayde iria agir logo... Tínhamos que estar preparando o iria acontecer.
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N/B: Pois bem, agora é oficial! Aquela vaca está viva e o cretino à solta! E o Herdeiro acordou!!!!! Apesar de ser um capítulo mais leve, a gente já consegue sentir a tensão se aproximando! E o que foi aquele jantar na casa dos Malfoys? Adorei amiga!!!! Beijos em todos, Alê.
N/A: Pessoal, sorry, desculpe... não era minha intenção atrasar tanto o capítulo, mas essas duas semanas foram pauleira na universidade, final de semestre é corrido mesmo, ainda mais porque estou na supervisão dos estágio e ainda tenho as monografias para avaliar. Prometo, não demorar muito para o próximo, acho que no inicio de agosto, pois estarei de férias, mas irei para São Paulo. Bom, espero que gostem do capítulo, pensei em fazer algo bem leve, tranquilo, gostoso, com momentos famílias pois os próximos, digo 37 e 38 vão ser ler roendo as unhas... Vou ficando por aqui! Quero agradece a todos que estão lendo, comentando, dando uns palpites... Obrigada! Beijos e até o próximo!
Daiana
Bibiska Radcliffe – Seja bem vinda. Espero que goste! Beijos e continua lendo!
ayla tereza - Tá chegando ao fim... Jà estou sentido um aperto no coração só de pensar nisso. No próximo capítulo tudo será esclarecido. Beijos!
Fe Trentini - Sim, sim estamos chegando ao fim! Espero que também goste desse capítulo! Beijos!
laurenita - Que bom que gostou do capítulo, deixei você com mais dúvidas! A partir de agora tudo será explicado. Beijos!
Pedro Freitas – Gostou da “chamada” do Harry com a Gina, ela tava precisando mesmo... mas depois tudo ficou esclarecido. Espero que goste desse capitulo também, tá super levezinho, mas os próximos vão se de roer as unhas. Pedro, final de semestre é algo tenebroso. Beijos!
Katharina Rocha – Obrigada! Continua lendo! Beijos!
rachel - Obrigada, só escrevo aquilo que gostaria de ler. Parentesco com a Tia Jo, quem me dera!!! Ah, a história das almas gêmeas, não vou aprofundar, só mencionei para justificar o “grande” amor desses dois, mas agora que você mencionou me deu umas ideias, só que a fique já tá no fim, não quero colocar mais coisas nessa história, mas não descarto a possibilidade de uma nova fic tendo como pano de fundo a história de almas gêmeas. Continua lendo e Beijos!
Alessandra - Sandy Meirelles – Ah, eu também adoro você! Não existe melhor beta no mundo! Beijos!
Quézia - Espero que goste dos momentos famílias desse capítulo, tem vários... Beijos!
Patricia Pattinson – Agora as coisas vão entrar nos trilhos, muitas explicações... Beijos!
TonkseLupin - Vamos saber um pouquinho mais da mãe do Harry sim! Com uma grande surpresa!!! Mas logo a nossa família preferida vai ter momentos de paz! Beijos!
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