Destinos separados
Quando chegamos à escola, era difícil notar que havia acontecido uma guerra ali, se não fossem as lembranças de tudo que tínhamos em nossas cabeças. A escola estava intocada. Mas confesso eu estava tão abalada com a atitude de Rony e de estar voltando para a escola que nem reparei em mais nada.
Houve a cerimônia de seleção. Agora que Voldemort não existia, os pais deixavam seus filhos voltar para Hogwarts. E por incrível que pareça as casas estavam mais unidas. Tudo bem que o pessoal da Sonserina ainda era nojento como sempre, afinal eles eram da Sonserina, mas eles estavam mais toleráveis. Principalmente Draco Malfoy.
Depois de tudo, as mesas se encheram de comida. Eu queria mais era sair dali, não estava com fome. Via todos enchendo os pratos e o que vinha na minha cabeça eram cenas da guerra. Não pensei que seria tão difícil assim pra mim. E como estariam se sentindo Gina, Harry e Rony? Olhei pra eles, Harry e Gina estavam de mãos dadas, como se estivessem transmitindo força um para o outro e Rony estava tentando comer, mas era evidente que ele estava lembrando-se de tudo também. Mas Harry e Gina começaram a fazer brincadeiras e alguns amigos nossos que também voltaram para terminar o ano ajudaram, talvez sabendo o quão difícil seria para ele estar ali. Eu continuei calada, meu prato vazio. Apenas bebi um pouco do suco que quase não desceu.
Depois do jantar todos foram para o salão comunal, eu fiquei para trás. Queria ficar sozinha um pouco. Ia ser estranho agora, mas eu tinha que agüentar. Seria só mais um ano e eu terminaria meus estudos e poderia talvez me tornar uma auror ou talvez trabalhar no departamento de leis no ministério. Mas eu teria muito tempo para pensar nisso. Fiquei sentada na mesa da Grifinória, e olhei para a mesa dos professores. Estávamos sem Dumbledore. A morte dele também foi algo que transformou a escola, agora a diretora era Minerva McGonagall. Como pode a soberba e a sede de poder de uma pessoa acabar com tantos sonhos e tantas vidas? Com certeza isso iria me afligir durante todo o ano.
Eu estava tão distraída que nem vi que não estava só no Salão Principal. E vocês não vão acreditar quem veio perguntar se eu estava bem. É, eu não acreditei, pensei que era a primeira piada de inicio de ano ou algo do tipo.
FLASH BACK
- Você está bem? - perguntou o loiro - Ah você esta estranhando eu falar com você né? - disse ele quando viu a minha cara de ponto de interrogação.
- É normal não?
- Eu não sou mal agradecido Granger. Vocês salvaram minha vida. Eu fiz uma escolha errada e estou tentando voltar pro caminho certo.
Dá pra acreditar? Draco Malfoy conversando numa boa comigo e ainda admitindo que tivesse errado? Não era o Malfoy, devia ser um clone ou algo do tipo.
- Você está bem? - foi minha vez de perguntar- Você?Um Malfoy, um bruxo de puro sangue falando com uma sangue-ruim e ainda dizendo que errou? Quando foi que o Malfoy foi trocado pelo irmão gêmeo dele?
Ele riu, e eu achei mais estranho ainda.
- Escuta, queria agradecer e pedir desculpa por não ter te ajudado.
Para o mundo que eu quero descer, foi exatamente o que pensei quando ouvi as palavras dele.
- Como é que é? - disse totalmente surpresa.
- Vocês me salvaram, eu poderia ter morrido naquelas chamas e mesmo vocês me odiando vocês me salvaram, não só uma, mas duas vezes. No entanto - ele abaixou a cabeça e vi que uma lagrima rolou em seu rosto e fiquei chocada - Eu não fiz nada quando estavam te torturando. Eu não podia fazer nada.
Era verdade, ele estava lá, vendo tudo e ainda nos atacou quando Dobby apareceu. Nesse instante tremi de raiva, mas vê-lo chorar na minha frente foi algo tão estranho, não to conseguindo achar outra palavra mais adequada, que deixei a raiva de lado.
- Você não podia fazer nada, se tentasse nos ajudar, provavelmente seria morto, ou sua família seria punida. Você não poderia fazer nada.
Ele me olhou como se achasse aquilo incrível, e eu fiquei achando muito mais estranho. Realmente era Draco Malfoy que estava ali? Talvez estar tão perto da morte e perder seu pai, o tivesse feito abrir os olhos.
- Isso que dizer que você me perdoou? - perguntou ele.
- Eu não tenho nada do que te perdoar - disse olhando seria pra ele - e você esta me assustando sabia, tem certeza que não é o irmão gêmeo do Malfoy ou um clone que não foi feito direito e ficou bonzinho?
Ele riu e também não pude deixar de rir, foi muito estranho, estranho demais.
- Bem eu tenho que ir - ele disse - Nos vemos por ai. Até.
- Até.
FIM FLASH BACK
Eu fiquei totalmente sem saber o que pensar. Realmente à volta para a escola foi bem interessante, ou melhor, bem estranha isso sim.
Eu saí então para ir encontrar os outros grifinórios, mas acho que tava com tanta coisa na cabeça que nem vi por onde estava indo. Quando me dei conta estava ali, onde Fred havia sido morto. Tudo veio na minha cabeça com tanta intensidade que quase comecei a chorar ali mesmo. Sai um pouco transtornada e acabei parando em outro lugar, um lugar marcante pra mim, ali onde eu havia dado meu primeiro e provavelmente único beijo em Rony. E novamente as lembranças tomaram conta de mim. Resultado: juntaram as duas lembranças, a morte de Fred e o beijo, que trouxeram outras lembranças, fiquei péssima. E sai desembestada com lagrimas nos olhos. E enfim cheguei ao quadro da mulher gorda. Mas qual era a senha mesmo? Estava tão mal que me esqueci.
FLASH BACK
- Hermione? - ouvi a voz de Neville atrás de mim, ele pareceu surpreso em me ver chorando e me olhava preocupado. - Está tudo bem com você?
- Ah - tentei conter as lagrimas, masestava sendo muito difícil, Neville estava diferente, parecia muito mais confiante e não era de se estranhar afinal ele nos ajudou e muito na luta contra Voldemort - Eu esqueci a senha, acho que não prestei atenção quando a professora nos falou.
- Ah, você tem certeza que é só isso? Eu sei que não somos tão amigos assim, mas se quiser conversar Hermione pode contar comigo.
- Obrigada Neville - fiquei tão agradecida por ele estar ali, mas não queria conversar, mas era bom saber que tinha nele um amigo - Como assim não somos tão amigos, você é meu amigo sim. - Vi um sorriso aparecer no rosto de Neville - Mas eu só quero descansar, só isso.
- Tudo bem, mas pode contar comigo. - Ele olhou para o retrato da mulher gorda e disse a senha - Vitória - como eu pude esquecer aquela senha? Realmente eu não estava bem
FIM FLASH BACK
Quando entramos a sala não estava tão cheia, acho que muitos estavam lembrando-se da guerra também, e resolveram se deitar. Seria difícil pra todos. Harry e Gina estavam abraçados e Rony estava largado em uma poltrona vendo um livro de ilustrações dos Cannons. Vi quando ele desviou o olhar do livro para mim, e Gina e Harry também. Não dei tempo de nenhum deles falar comigo e simplesmente subi para o dormitório sem dizer nada, pois as lagrimas voltaram a rolar em meu rosto.
O outro dia começou como os outros anos anteriores, a escola estava agitada, afinal iriam começar as aulas. E agora não haveria Snape, nem Umbridge, nem Olho-Tonto. Mas confesso que os professores que os substituíram não eram nada mau, eles ensinavam bem. Rony ainda não havia falado comigo e eu não falava com ele. Saber que para ele, aquele beijo em que depositei tanto amor não havia sido nada, me deixou totalmente sem chão, me senti um lixo. E acho que ele percebeu que eu estava distante dele. Tinha que ser muito idiota para não perceber.
O ano letivo até que foi normal, apesar de tudo eu ainda ajudava meus amigos com os deveres. Gina e eu nos tornamos as melhores amigas, era com ela que eu acabava me desabafando e confesso que era ótimo. Ela até me convenceu a dar mais um tempo para Rony, ela dizia que ele ia acordar e ia ver o quanto me amava e que íamos ser muito felizes. Deixei uma pontinha de esperança tomar conta de mim.
Os meses foram passando e nada, se eu tinha esperanças elas estavam sumindo como fumaça. O ano ia acabar e ele não havia falado. Tratava-me agora como se nada tivesse acontecido, ele me tratava como uma simples amiga e nada mais. E só pra ajudar meu estado de espírito Lilá não saia de cima dele, sempre de tocaia.
Tentei me distrair, tirar ele da minha cabeça por um tempo, mas mesmo com muitos deveres e tarefas novas não conseguia. E olha que o sétimo ano foi muito puxado, por ser o ultimo tinha muito mais coisas para aprender. Não descuidei dos meus estudos se é isso que estão pensando. Apesar de amá-lo e querer saber o que iria acontecer com a gente dali em diante, eu sabia que teria um futuro com ou sem ele e por isso tinha que me preparar muito para ter uma carreira.
Falando em tarefas acabei de me lembrar de uma que me deixou tão sem graça. Não , eu não fui mal, eu fui bem, modéstia a parte, mas se soubesse que teria que fazer aquilo na frente de todos eu teria me saído péssima naquele trabalho.
FLASH BACK
- Bem como estamos quase no final do ano e praticamente já passamos todo o conteúdo, vou pedir uma tarefa diferente para vocês]. - eu fiquei tão entusiasmada, fazer algo de diferente na aula de estudo dos trouxas ia ser muito legal. - Quero que vocês escrevam uma musica. Mostrem a todos os sentimentos que vocês têm após essa guerra, e o que vocês desejam que aconteça daqui por diante.
- Só temos que escrever a letra? - perguntou uma garota da corvinal que estava sentada ao meu lado.
- Bem quero que vocês também façam o arranjo da forma trouxa, com instrumentos trouxas.
Muitos adoraram a idéia, mas vi que outros acharam a idéia um tanto estranha, mas mudaram de opinião quando ela disse que iria dar a nota máxima para a melhor musica.
FIM FLASH BACK
Me senti entusiasmada com isso. Terminar o ano com uma nota boa nessa matéria seria muito bom. Resolvi me empenhar e fazer um bom trabalho. Sempre que tinha uma hora vaga, o que quase era impossível com tantos trabalhos e revisões que eu tinha que fazer, eu me sentava e começava a escrever algo. Confesso que não foi tão difícil assim escrever a musica. O primeiro a ler a letra foi Rony. Não porque eu quis, mas porque no meio do jeito atrapalhado dele ele esbarrou em mim e derrubou tudo o que ele tinha e o que eu tinha nos braços e acabou pegando a minha musica por engano.
FLASH BACK
- Uau Mione! - ele disse correndo em minha direção enquanto eu estava procurando o pergaminho com a minha musica - Foi você quem escreveu isso?
Gelei quando vi do que se tratava, ele havia lido a minha musica. Ai vocês me perguntam por que eu fiquei tão chocada assim por causa de uma simples musica que iria ser um trabalho? Eu respondo. Porque eu havia escrito duas musicas, a do meu trabalho e uma que senti que tinha que escrever e essa ele não poderia ler, não ainda. Peguei da mão dele e fiquei aliviada quando vi que era a do trabalho. Mas ainda tinha que achar a outra.
- Foi sim - disse pegando o pergaminho e colocando na minha mochila, ainda tinha que fazer a melodia.
- Não sabia que além de inteligente você também era compositora. Ficou muito boa essa musica Mione.
Meu coração acelerou com o elogio dele. Principalmente quando ele me abraçou. Quando eu pensava que havia controlado meus sentimentos ele vem e estraga tudo. Não sei se ele percebeu o quanto acelerado estava meu coração. Talvez tenha, pois ele se afastou de mim e sorriu sem jeito. Ai eu quase desmaiei.
- Não fale bobagens Rony - eu disse querendo disfarçar o estado em que tinha ficado.
- É serio Mione esta muito boa, já criou a melodia?
- Ainda não, vou fazer isso assim que tiver tempo, e que tenho muitos trabalhos pra fazer ainda.
- A ta, é eu também tenho, podíamos fazer juntos né?
Olhei pra ele atônita. Rony querendo fazer trabalhos por livre e espontânea vontade? Não, estava acontecendo algo. Ou então ele iria dar um jeito de eu fazer o trabalho por ele. Mas ele vir assim, talvez fosse bom ficarmos um pouco juntos e sozinhos só pra variar.
- Está bem - disse sorrindo pra ele e o sorriso que ele me retornou foi tão lindo que quase desmaiei novamente e fiquei parada olhando para ele, em transe.
- Mione?
- Han? Ah, desculpe e que veio uma melodia na cabeça - inventei pra disfarçar.
- Então vamos fazer os trabalhos?
- Claro, mas é melhor irmos para a biblioteca.
- A não, é melhor ficarmos aqui, não gosto de lá.
Não pude deixar de lançar um olhar de reprovação a ele, mas aceitei. E começamos a fazer os trabalhos. Foi muito bom ficar com ele sozinha só pra variar. Meu corpo todo tremeu quando fomos pegar um livro e inventamos de fazer ao mesmo tempo, ele segurou minha mão. Pude sentir um arrepio enorme passar por todo o meu corpo. Não sei se ele sentiu o mesmo, mas ficamos nos olhando por um tempo. Até que ele pareceu se tocar e soltou minha mão.
- Me desculpe Mione, eu fui pegar o livro e...
Ele se calou, eu o olhava sem entender, pensei que ele ia tocar no assunto, pois ele olhou para mim e abriu varias vezes a boca, mas não emitiu um ruído sequer. O silencio dele estava me matando, já não eram nada fáceis aquelas lembranças todas e ele ignorando o nosso beijo e ignorando que estávamos mais próximos já era demais. Resolvi tomar uma atitude.
- Escuta Rony eu queria falar com você sobre aquele dia... - as palavras estavam formadas em minha cabeça, o problema era elas saírem de minha boca.
- Que dia? - disse ele, e como ele fingi tão mal, estava na cara que ele havia entendido o que eu estava dizendo.
- No dia da queda de Voldemort, quando.. Bem... Quando eu te beijei.
Vi que ele ficara vermelho, mas agora eu estava decidida a falar com ele.
- Fiquei esperando você me procurar pra falarmos disso, achei melhor te dar um tempo, afinal toda aquela tragédia estava muito recente, mas você nunca veio falar comigo. Isso estava me deixando louca, Rony. - lembrei da conversa dele com Harry e tive que ter muita força para não chorar.
- Hermione - ele disse olhando pra alguma coisa no chão. -eu...
- Da pra olhar pra mim quando estivermos conversando Rony?
- Ta desculpe - ele me olhou sem graça - Eu sei que devia ter te procurando, até porque eu não entendi porque você fez aquilo.
- Você não entendeu? - fiquei pasma - Eu fiz aquilo porque eu te... - parecia que ele estava em transe porque ele não me deixou terminar e ainda parecia que ele não tinha percebido que eu havia começado a falar.
- É, sei que estávamos preocupados se íamos ou não sobreviver, e naquela altura do campeonato, não estávamos botando tanta fé nisso, então deve ter sido por isso que você fez aquilo não é? Quero dizer, você achou que não sobreviveríamos e por isso me beijou.
Como aquele ruivo podia ser tão burro? Eu quase me declarei abertamente para ele e ele me fala esses absurdos? Não consegui falar nada, estava tão atormentada em ouvi-lo dizer aquilo, que não consegui falar uma palavrinha que fosse.
- E por isso que estava distante de mim não era? Porque você estava com vergonha de falar comigo?
Aquilo foi o fim. Vergonha? De mostrar os meus sentimentos? Eu peguei as minhas coisas e me levantei.
- Olha Ronald - ele me olhou assustado, pois eu só o chamava assim quando estava chateada ou nesse caso magoada com ele - Da pra ver que você não me conhece mesmo.
FIM FLASH BACK
Deixei-o lá e subi para o dormitório. Idiota, burro. Fiquei um bom tempo sem falar com ele e ele tentava de todo modo se aproximar de mim, mas eu não dava chances a ele. Se para ele o nosso beijo não havia significado nada, eu iria tratar de esquecê-lo.
E eu ainda tinha muitas coisas pra fazer, não estava nada fácil, sempre me lembrava dele, já nem andava tanto com Harry por causa dele e como Gina não saia do lado do namorado eu também estava me afastando dela. Só nos falávamos quando estávamos no dormitório ou às vezes na sala comunal.
Coloquei todo meu empenho em fazer a melodia da musica. Tive uma idéia e corri para a Sala Precisa, afinal onde mais eu poderia achar instrumentos? Quando cheguei lá e imaginei o que precisava, fiquei tão surpresa, a sala ficara cheia de instrumentos e de cara vi um piano, e como eu amava piano. Sentei-me e foi como se as portas da criatividade tivessem se aberto em minha mente. Comecei a tocar, e dei graças por não ter ninguém lá, porque senão eu não conseguiria tocar uma nota.
Eu terminei a melodia e recomecei a cantar para gravar e entregar a professora. Eu simplesmente adorei o resultado. E estava contando que a professora também gostasse. Sai da Sala Precisa me sentindo bem e fui para as outras aulas.
O dia passou rápido e logo estava na sala comunal, não desci pra jantar, não estava com fome mesmo e nem queria olhar para aquele ruivo imbecil. Segui pro quarto e dormi.
No dia seguinte tomei café e estava ansiosa demais para entregar o meu trabalho. Assim que entrei na sala de aula a professora já foi pedindo os trabalhos, todos entregaram. Fiquei louca pra saber como me havia saído. Mas quando na outra aula a professora anunciou que meu trabalho tinha sido o melhor, ao invés de ficar animada eu fiquei aterrorizada. Por quê? Ela não havia dito que quem fizesse o melhor trabalho teria que expô-lo para a escola. E se eu não fizesse minha nota ia cair. Ai, pelas barbas de Merlin e agora? Ai vocês me perguntam: Hermione você esta com medo de uma apresentação quando você enfrentou Voldemort? Sim eu estava com medo, e se saísse errado, e se todos começassem a rir. Ai meu Merlin! Mas o jeito era tocar.
O ano letivo estava passando rápido demais e o dia de eu tocar pra escola inteira estava chegando. Já tínhamos feito as provas e o ano letivo estava acabando, logo iríamos nos formar. Então resolveram fazer uma festa, todos aprovaram, e a idiota, desculpe, mas fiquei com raiva dela, me fez cantar, bem nessa festa.
[b]FLASH BACK[/b]
- Um minutinho da atenção de vocês - disse ela interrompendo a festa - hoje estamos em clima de festa e podemos celebrar a vida. Por isso passei um trabalho em classe falando sobre os sentimentos que queríamos para a nossa vida depois de todos os acontecimentos do ano passado e uma aluna conseguiu um grande resultado com esse trabalho e irá apresentá-lo para nós.
Eu estava quase morrendo, como eu ia me apresentar para o colégio inteiro? Eu não ia conseguir! A única que sabia disso era Gina, pouco antes de eu entrar no palco ela me abraçou e disse que eu era muito capaz. Talvez isso tenha me dado força pra enfrentar o medo.
Quando as cortinas se abriram, todos bateram palmas, mas assim que viram quem era eles ficaram pasmos.
- Mas é a Hermione? - escutei Rony e por incrível que pareça Draco falando.
- Por que ela não contou que iria tocar? - perguntou Harry.
- Por que ela nunca nos contou que sabia tocar aquilo - disse Rony pasmo.
Eu caminhei lentamente até o piano dizendo enquanto começava a tocar:
- Todos passaram por momentos difíceis, mas a guerra acabou e devemos pensar em um mundo novo.
É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm... Nas crianças. A gente tem que arrumar um jeito de deixar pra eles um
Lugar melhor. Para os nossos filhos e para os filhos de nossos filhos. Pense bem!
Vi quando Rony me olhou com uma expressão atônita. Muitos ainda faziam comentários e o meu nervosismo estava aumentando.
Tentei parar de prestar atenção no que eles diziam e comecei a tocar o piano com mais vontade. Todos se calaram na mesma hora. Pareciam surpresos de que eu soubesse tocar algo. E quando comecei a cantar escutei muitos dizerem: ohhhhhhh. Estava ficando nervosa demais, mas quando comecei a cantar me veio uma calma tão grande que deixei todos os problemas e medos irem embora.
Então cantei, com muita emoção e todos prestando muita atenção, assim que comecei a tocar o piano os outros instrumentos me acompanharam. Tudo estava perfeito:
Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais
encontrar o caminho da esperança
Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão, estendendo a mão
[Refrão]
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
Se você for capaz de soltar a sua voz
Ter um mar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança
Deixe que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão, dividir o pão.
Quando comecei a cantar o refrão todos cantaram junto comigo e isso me deu mais força e coragem para continuar cantando.
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
Eles pararam e me deixaram cantando sozinha, mas sempre no refrão eles me acompanhavam na musica
Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.
Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.
Deixe que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão, dividir o pão.
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz
FIM FLASH BACK
Quando terminei, todos me aplaudiram muito, fiquei corada, mas me senti muito bem. O estranho foi ver quem veio me cumprimentar primeiro. Draco Malfoy me abraçou. Eu fiquei tão sem ação. Rony e Harry e até mesmo Gina fizeram cara de: O que é isso? Mas acho que eles viram que eu fazia a mesma cara. Draco me parabenizou e me elogiou muito, abraçou e me deu um beijo no rosto, depois saiu, me deixando pasma. Logo Gina, Harry e Rony vieram me elogiar e os outros também.
Finalmente o ano acabara. Eu havia prometido a mim que iria esquecer Rony. E da pra acreditar que eu comecei a falar mais com o Draco? Pois é. O mundo da voltas né. A festa de formatura foi linda e quase me fizeram cantar novamente. Mas eu me livrei disso. Chamaram as esquisitonas pra tocar. Ainda bem. Tudo correu muito bem. Só não o final da festa. Pelo menos pra mim.
FLASH BACK
- Alguém viu o Rony? - eu perguntei.
- Acho que ele foi lá pra fora - disse Neville.
- A ta vou ver se o encontro - queria conversar com ele, uma ultima oportunidade, afinal por mais que eu tivesse tentado esquecê-lo não consegui. E seria nosso ultimo dia em Hogwarts.
Sai procurando por ele e me arrependo de ter feito isso até hoje. Se bem que isso me fez abrir os olhos.
- Ai Uon Uon eu vou morrer de saudades de você sabia?
- Lilá quer para de me chamar assim? Já disse que não gosto.
- Desculpe meu gatinho eu paro - disse ela toda melosa.
Gatinho? Como aquela sonsa ousava chamá-lo de gatinho. Eu devia ter deixado aquele lobo matar ela. Ai que ódio.
- Escuta promete que vai me escrever?
- Ta certo. Era só isso que queria falar comigo? Porque se for vou voltar pra festa.
- Não era só isso. - ela o puxou e lhe deu um beijo.
FIM FLASH BACK
O que me deixou triste não foi isso, mas foi ele ter correspondido ao beijo dela. A festa pra mim havia acabado ali. Eu sai de fininho e voltei pro meu quarto e dormi depois de quase encharcar o travesseiro com minhas lagrimas. No outro dia iríamos embora, já formados e a vida seria diferente.
Chegamos à estação em Londres e me despedi de todos. Eu iria voltar pra minha casa, meus pais já estavam melhores. Despedi-me de Gina, de Harry e ainda brinquei que se ele a fizesseela sofrer ele iria se vê comigo. Despedi-me da Sra.Weasley e do Sr. Weasley e dos outros familiares, menos de Rony. Quando eu ia saindo ele veio atrás de mim.
FLASH BACK
- Ei você não vai se despedir de mim?
- Não Ronald. - disse seca.
- O que aconteceu Mione? - ele disse me segurando pelo braço.
- O que aconteceu? E vou lhe dizer o que aconteceu Ronald Weasley, você é um idiota que não vê um palmo a sua frente.
Vi quando ele ficou pasmo e os outros Weasley que conversavam com outros pais pararam pra ver o que estava acontecendo e Harry e Gina olhavam de boca aberta para mim.
- O que você quer dizer com isso? - disse ele tentando entender.
- Eu te mostrei meus sentimentos naquele beijo Ronald. - ele ficou calado, novamente abriu a boca pra falar algo, mas nada - Ao contrário do que você pensa, eu te beijei porque eu te amo, e não porque pensei que íamos morrer. E você não se importou, para você aquele beijo não foi nada. Meus sentimentos não foram nada. Ah é claro você prefere os beijos de Lilá Brown não é mesmo, isso ficou claro ontem a noite. Bem... - eu disse com a voz embargada porque segurava o choro - bom proveito. Agora me solta eu tenho que ir.
FIM FLASH BACK
Eu saí dali tão rápido, que mesmo que ele quisesse vir atrás de mim ele não poderia e duvido que ele tenha ao menos tentando vir atrás de mim. Afinal eu não significava nada pra ele. Agora entenderam? Depois disso nunca mais o vi. E hoje faz exatamente 2 anos.
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N/A: Bem espero que estejam gostando
peço que comentem, assim saberei se a fic esta sendo bem aceita, se tem q ser modificada e tal. Criticas, sugestões e elogios são bem vindos.
boa leitura e obrigada a todas(os) que leem a fic
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