Toda árvore dá frutos
Naquela tranqüila manhã, algo diferente aconteceu. Acreditava-se antigamente que quando, em um dia ensolarado, a chuva teimava em cair, significava que o sol havia se encontrado com a lua, em um abraço que ficaria eternizado pelos séculos. Eis que um poeta de cabelos claros, com pele um pouco mais desgastada de quando era jovem, escreveu essa frase em uma caderneta. Por quê? Não sabia, assim como não entendia porque escrevera sua história de amor em terceira pessoa. Talvez assim estivesse ajudando-se a entender certas coisas que na época não compreendeu. É, foi isso. Lentamente, ele ergueu os olhos e encarou o silencioso parque a sua frente. Os beija-flores coloridos sugavam o néctar das flores mais vermelhas de um bem cuidado jardim. Crianças brincavam não distante dali, sobre os olhares vigilantes de suas mães. E foi lá que ele a encontrou. Uma pessoa pode ficar estagnada no tempo? Digo, quando você olha pra ela, não percebe que o tempo a deixou mais velha.
Acredito que sim, pois quando o poeta olhava para sua bailarina, a imagem jovem de uma adolescente de cabelos e olhos negros aparecia em sua cabeça. Bem próximo a ela, uma garotinha de cabelos vermelhos sorria alegre enquanto devorava um sorvete de morango, lambuzando-se toda e fazendo sua mãe iluminar seu rosto com um sorriso, já conhecido de Ted como “perfeito”. Elas olharam de relance para o banco onde ele estava sentado e começaram a caminhar até ele.
“Papai” a mesma garotinha, embora estivesse com cabelos azuis falou com serenidade. “Como você e a mamãe se conheceram?”
O pai encarou a mãe contente por alguns segundos antes de responder.
“Ninfadora, é uma longa história” ele sorriu, mas estava incrivelmente disposto a contar. “Os primeiros raios de sol começavam a surgir no céu. A maioria dos alunos provavelmente nunca soube que aquela visão era tão magnífica. Todos, menos um: Eu.”
E assim, filha, pai e mãe caminharam ao redor de uma fonte. Os dois últimos estavam de mãos dadas, assim como fizeram ontem, e antes de ontem, há dez anos e, se vivessem por uma eternidade, você poderia encontrá-los ali, um ao lado do outro de mãos dadas. Diferentes? Sim, claro... Como um poeta é diferente de uma bailarina. Mas se amavam e sabiam que
amar-se-íam para sempre.
Fim?
Por: Ted Tonks.
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