A oferta de Lord Voldemort
Iruvienne se ergueu com dificuldade. Estava deitada em um solo húmido e suas roupas estavam sujas e rasgadas. O seu braço ferido estava coberto de sangue seco e seu cabelo estava imundo e molhado. Seus joelhos e cotovelos estavam esfolados e ela estava aterrada. Estava fechada em um lugar escuro e mal-cheiroso. Há dias que não comi ou bebia e estava desidratada. Tinha perdido muito sangue e estava tão fraca que lhe custava levantar.
Sentia falta de Howgarts e de Harry, Rony e Mione. Pensava no que teria acontecido a Hagrid, qual teria sido seu destino. Tinha que arranjar uma maneira de sair dali. Não havia outra hipótese.
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- Sr. Potter, preste atenção!
A voz de Minerva McGonagall soou como um chicote na sala de aula. Harry voltou a cabeça para a professora lentamente.
- Sim, professora.
Há um mês que estava assim, apático. Iruvienne tinha desaparecido há um mês e ele não conseguia mais suportar a ausência dela. Ele conseguia senti-la, sentir as suas sensações. Não contara a ninguém por ter vergonha de não ter percebido antes. Se tivesse sabido poderia tê-la ajudado. Ele estava com uma sensação de medo antes de ouvir o grito cortante. Agora, sentia-a a enfraquecer e a definhar, a sua tristeza e cansaço. Sabia que estava ferida, mas não sabia o quanto. Sabia que ela podia morrer. Decidiu que bastava. Era demais. Ele tinha que contar para Rony, Mione e Dumbledore. Levantou o braço, pedindo licença para falar.
- Sim, senhor Potter? – perguntou a mestra de transfiguração.
- Professora, preciso de falar com o professor Dumbledore o mais depressa possível. E preciso que Rony e Mione venham comigo.
- Isso é muito irregular… - começou Minerva.
- Por favor professora!
- Muito bem. Eu explicarei a lição para vocês se vierem ao meu gabinete.
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Iruvienne estava matutando em seus planos para sair dali.
“Muito bem. Avaliando as condições. Estou fraca por isso não pode exigir muito esforço físico. Não tenho varinha e tenho que a recuperar. Estou ferida no braço, e isso me vai atrasar. Ooooohhhh!!! Não consigo! Tenho que pensar em algo! Pensa, Iruvienne, pensa e se despacha. Você vai conseguir e vai…”
Interrompeu-se quando se abriu a porta de sua cela que ela não conseguia abrir nunca. Um fio de luz cortou a pequena e suja divisão em dois e ela viu uma silhueta. Recuou e se encolheu sobre si mesma.
- Ai que carne tão lisa e macia… Como deve ser apetitosa, que petisco! – dizia a silhueta, depois de fechar a porta. Iruvienne estava aterrada. Era Fenrir Greyback, o lobisomem.
- Afaste de mim! – disse, com voz rouca devido à falta de uso.
Greyback riu. Saltou sobre ela tentando morde-la, mas Iruvienne usou todas as suas forças para o deter. Gritava e arranhava todo o pedaço de carne que podia. Ele levantou-se e olhou para ela. Uivou aos céus que ela não via há semanas e atacou de novo. Mas, desta vez, Iruvienne estava pronta e se desviou da parede, fazendo com que ele aterrasse com o nariz na parede e caísse inconsciente no chão.
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Harry, Rony e Mione corriam pelos corredores de Hogwarts enquanto ele tentava explicar para eles aquela estranha ligação.
- E então eu sinto que ela… - dizia ele, com a voz falhando devido ao esforço. Mas interrompeu-se quando uma sensação de dor profunda atravessou todo seu corpo. Mas não era ele. Era Iruvienne. Não podia ser a maldição Cruciatus. Devia ser outra coisa. Mas o quê? Parou, dobrando-se sobre si mesmo pela dor que lhe trespassava o corpo. Mas também sentia que ela não desistia.
- Harry! Harry! Que se passa com você? – perguntavam Rony e Mione.
Harry respirou fundo, tentando procurar uma posição que lhe causasse menor sofrimento.
- É Iruvienne. Provavelmente lhe lançaram um feitiço muito doloroso. – respondeu, com uma única lágrima escorrendo por seu rosto. – Vamos, temos que continuar.
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Iruvienne corria pelo meio daquele labirinto de salas e corredores sem varinha e esvaindo-se em sangue. Quando saíra de sua prisão, deixando um Greyback de cara esborrachada contra a parede lá trancado, encontrara um Comensal olhando para ela com ar surpreso. Ela se sentira aterrorizada. Não tinha varinha, como poderia ripostar?
- SECTUMSEMPRA! – gritara o Comensal.
Iruvienne não teve forças para se desviar e a maldição a atingiu em sua barriga. O sangue começara a jorrar dos inúmeros cortes que apareciam. Não conseguira evitar a queda. O Comensal não se apercebera desse pequeno facto e lançou a maldição da morte, Avada Kedavra. Mas Iruvienne caíra ao chão e a maldição fizera ricochete na parede atrás dela e atingira o Comensal mesmo no peito. Iruvienne respirava com dificuldade e se levantou com esforço redobrado, começando a correr o mais depressa que podia.
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- DELÍCIAS TURCAS! – gritou Harry à gárgula que guardava o gabinete do director.
Ela pulou para o lado e os três se precipitaram escadas acima. Não se importando em bater à porta, entraram de roldão. O director estava sentado à secretária e se sobressaltou quando eles entraram.
- Que se passa, Harry? – perguntou Dumbledore.
Harry estava explicando tudo muito rápido quando Dumbledore o interrompeu.
- Estou sentindo uma presença tentando Aparatar. Vou arriscar e baixar nossas defesas. Pode ser Iruvienne.
Harry lançou um olhar aos céus de esperança ao mesmo tempo que era invadido pelo mais puro medo.
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Iruvienne corria e corria. Passou salas e mais salas, percorreu corredores e mais corredores. Um último desembocou numa sala em que se encontrava…
- Minha querida Iruvienne, sangue do meu sangue, carne da minha carne… - disse uma voz gélida e arrastada.
- Papai, ou devo dizer Riddle? – retorquiu Iruvienne, arfando.
- Meu deus, quanto ressentimento, querida. – disse Voldemort. – Você quer que eu lhe fale de mamãe?
- Sei tudo o que preciso saber sobre ela, obrigada. – disse Iruvienne, descontrolando-se.
- E o que sabe? Diga-me.
- Sei que se chamava Anna e que você abusou dela e a condenou à morte. E sei que ela era infinitas vezes melhor que você. – disse Iruvienne.
- E se eu convidar você para me ajudar com minha missão? – perguntou ele.
- Qual missão?
- A missão de subjugar todos os Trouxas e começar uma linhagem de puros sangues. Apenas e só puros sangues.
- Preferia morrer. – cuspiu Iruvienne.
- Porquê tanto ódio? Você não sabe que seria melhor que sua vida actual? Estaria a meu lado, seu pai, e juntos seriamos invencíveis. Os melhores. Os chefes. Os manda-chuva se preferir.
- Mas será que você é tão tapado que não entenda? Você causará milhares de mortes e um regime político em que ninguém poderá confiar e a que ninguém vai agradar. Só a você e a seus fantoches Comensais.
- Todos os que morrerem, morrerão porque não são dignos de ser feiticeiros. Todos os que se opuserem ao regime, serão mortos. Tal e qual seu amigo gordo e bruto guarda-caças Hagrid. Quando voltar poderá procurar por ele enterrado no campo das abóboras.
O tempo parou. Hagrid, morto? Não podia ser… Ele só podia estar mentindo. Não era possível! sua cabeça começou a andar à roda de repente, derivado de sua perda de sangue, desidratação e cansaço. Sabia e sentia que iria desmaiar em breve.
- Você é louco! Doido varrido! Nunca aceitaria sua proposta! – gritou ela.
- Pois eu não acredito que pense assim. Vou-lhe dar, vejamos, uns quantos meses para pensar. Em Junho veremos se não mudou de ideias. Até lá, Iruvienne querida… MORTIFANDIUS REPENTUS!
Iruvienne sentiu sua energia se esvair, como o fumo se esvai no ar. Caiu e caiu. Sabia que não morreria. Apenas adormeceria. Um longo sono. Um sono sem sonhos.
Voldemort pegou nela ao colo, rodou sobre si mesmo e Aparatou.
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Harry andava em círculos, expectante. Sentia a energia dela desaparecer aos poucos. Estava se roendo de remorsos, preocupação e saudades. Mas nada podia fazer senão esperar.
Rony e Mione estavam muito juntos, esperando. Rony pensava em como dizer a mamãe que Iruvienne tinha sido raptada. Ninguém lhe havia dito. Hermione falsificara as respostas as cartas de Molly. Ela nem suspeitava.
Dumbledore estava sentado em sua secretária, os dedos cruzados e a cabeça apoiada no espaço entre as duas mãos. Todos esperando. Todos desesperando.
Então, de repente, com um estalido, uma figura magra e branca, totalmente vestida de negro, com o nariz de cobra e olhos vermelhos com pupilas fendidas, apareceu vinda do ar. Em seus braços, outra figura, essa frágil e magra, com as roupas ensanguentadas e vários cortes em sua barriga, repousava, claramente adormecida.
- Voldemort… Iruvienne… - balbuciou Harry. – LARGA ELA!!
Voldemort sorriu, um sorriso maquiavélico, e disse, em voz muito baixa:
- Não esqueça minha proposta.
E largou ela no chão. Sem se importar com a queda da filha, Aparatou de novo.
- Iruvienne… - disse Harry, se aproximando correndo.
Nenhum dos outros se mexeu, sentindo que aquilo era um momento só dele. Ele se ajoelhou e pegou nela de forma similar àquela que Voldemort usara para pegar nela antes. Acariciou seus cabelos e lhe deu um beijo cheio de carinho e amor nos lábios. Ela abriu os olhos, um pouco delirante.
- Harry… - ela disse, com voz rouca.
- Tive saudades suas.
Iruvienne sorriu, um sorriso cansado e de alívio, e adormeceu de novo. Levantou com ela nos braços e encaminhou-se para a porta. Dumbledore, Rony e Mione seguiram-no pelas escadas. Os alunos que tinham saído de suas aulas olhavam incrédulos para aquela cena. Harry andando rápido com uma Iruvienne adormecida, suja e ferida em seus braços. Rony e Mione atrás, com lágrimas correndo por seus rostos. E Dumbledore, com um leve sorriso nos lábios. Harry sabia que dentro de pouco tempo todos no castelo saberiam o que acontecera. Mas não importava. Agora, ele só queria cuidar de Iruvienne.
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Perdoem-me por ter morto o Hagrid. Mas era necessário!
O exame correu muito bem e estou de volta e por isso é melhor começarem a COMENTAR! Já e imediatamente!
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