Problemas de ser pai...
Harry nem se lembrara de quando o relógio digital em sua cabeceira tocou alarmando o horário. Estava com tanto sono, e tão cansado que nem mesmo ouvira o ruído elevado. Não pensou que cuidar da filha fosse tão cansativo. E nem sequer a maratona de verdade tinha começado e já se sentia como um trapo. E também ainda tivera as visitas trágicas de “Luna e seu devorador de sapatos”, e de “Lílian, a durona”. Não poderia ficar pior. Pelo menos era isso que ele pensava. Virou-se na cama e se assustou quando vira Lucy parada diante de si, ainda de pijamas e os cabelos bagunçados.
— Papai? - chamou ela trocando o ursinho de pelúcia de mãos. - Papai?
— Oi docinho! - exclamou, enxergando a filha embaçada. - Já acordou? - indagou, bocejando logo em seguida.
— Sim, e estamos atrasados. Já passa das sete, papai! Tenho aula de balé, as oito! - falou ela sentando-se na beirada da cama.
— Balé? - perguntou Harry, morrendo de sono. Ao olhar para o relógio em sua mesa de cabeceira, arregalou os olhos, assustado. Já passava das sete e trinta. Levantou-se correndo, deixando o sono na cama. – A que horas é o balé mesmo? - indagou, correndo em direção ao closet, pegando qualquer roupa no lugar.
— As oito, e madame Peggy não tolera atrasos... Tenho que vestir minha roupa, mas não consigo sozinha! - desatou a falar. - E tenho que tomar café, um café decente senão, vovó vai brigar com você e não quero isso!
— Você já tomou banho pelo menos? - indagou, correndo para o banheiro do quarto.
— Não... Mas estamos muito atrasados, eu tomo quando voltar... - falou sorrindo sem graça.
— Tudo bem vai... Eu tomo banho depois também. - concluiu pegando a escova de dentes, a seguir olhou para a filha. - Escovou os dentes?
— Sim, isso já! - exclamou sorrindo.
— Ótimo! Pegue a sua roupa no quarto, que vou tentar colocar em você. - disse, terminando de escovar os dentes e depois enfiando a camisa no corpo.
— Está bem... - falou ela correndo em direção ao quarto. Minutos depois voltou com a roupa em mãos. - Depressa papai! - exclamou após entregar-lhe a roupa rosa de babados.
— Como é que se coloca isso?! - indagou Harry, examinando a roupa. - Tudo bem, vamos tentar... - declarou, começando a tentar colocá-la na filha, sem sucesso.
— Papai, isso se passa pela cabeça... - sugeriu a menina rindo. - É a gola!
— Ah é...! Pensei que fosse pela perna... - comentou girando a roupa novamente. - Assim? - perguntou, apontando a roupa para a filha.
— É... - murmurou ela com a voz abafada pelo tecido que passou por sua cabeça. - Papai!
— Que foi meu anjo? – perguntou assustado, esticando a roupa pelo corpo da filha.
— Quem vai fazer meu coque de bailarina?! - perguntou aflita. - A mamãe sempre faz, mas ela não está aqui!
— Coque? – perguntou a encarando, colocando a saia da roupa na menina em seguida. - Posso tentar... – animou-se terminando de colocar a roupa nela. - Coque não é? Tudo bem... - falou levantando-se. - Onde está a sua escova de cabelo? - perguntou, andando em direção ao quarto da filha, dando uma rápida olhada no relógio: 07:45.
— Aqui! - falou à menina que a entregou a ele.
— Legal... - disse o moreno, sentando-se na cama da filha e deixando-a em pé, de costas para ele, começando a pentear o cabelo da menina, Harry franziu o cenho. Diabos! Como se fazia um coque de bailarina?! - Como eu prendo isso, amorzinho? - perguntou, puxando o cabelo da menina.
— Com grampos papai! - respondeu a menina preocupada com seus cabelos.
— Cadê os grampos? - indagou, olhando ao redor do quarto. - Achei vocês! - exclamou Harry, pegando a caixa em cima da mesinha da filha, prendendo o cabelo da menina logo em seguida. - Filha, está ótimo! - disse, olhando para ela, com um sorriso no rosto. - Agora, vamos tomar café! - exclamou, correndo em direção a cozinha. - Vem Lucy!
— Isso está horrível, eu pareço o poodle da vizinha! - falou sem se mover. - Eu não vou assim!
— Docinho, por favor... Já estamos atrasados... - falou Harry com um olhar suplicante. A menina apenas cruzou os braços, revoltada. - Tudo bem vai... - concordou tentando novamente fazer o coque, sem sucesso. Soltou então os cabelos da menina, que estavam mais cacheados. - Quer saber de uma coisa, vamos tomar café na rua, vou ligar para a Luna nos encontrar lá está bem? Talvez ela saiba fazer isso. Esse tal coque! O que você acha? - perguntou, olhando para Lucy.
— Está bem, mas eu não quero mais me parecer com o poodle da vizinha! - concordou e Harry sorriu.
— Prometo que não vai parecer, agora vamos! - disse o moreno, segurando a mão da menina, enquanto usava a outra para ligar para sua assistente loira e avoada, andando em direção a saída da casa. - Atende... Atende... Luna? - indagou, ao ouvir uma voz de sono do outro lado.
— Harry... Não acredito, vai me matar logo cedo, o Scott ainda não fez nada! - exclamou a loira bocejando.
— Ainda... - murmurou, suspirando. - Preciso que você me encontre imediatamente naquele café que tem próximo a minha casa. Sabe qual é? - perguntou, trancando a porta de casa, sem soltar a mão da filha, apoiando o telefone com o ombro.
— Sei... Mas qual é a urgência? - perguntou ainda sonolenta.
— Sabe fazer coque? - indagou, chamando o elevador, dando socos no botão assustando a menina.
— É coque de bailarina papai... –sussurrou Lucy.
— Coque de bailarina! Você sabe?
— Sei... Bem, acho que sei... Mas tá querendo mudar o penteado Harry? - perguntou e riu.
— Muito engraçado Luna... Lucy tem balé hoje às oito da manhã, e não sei fazer coque! Então você vai fazer... Já está saindo de casa? - perguntou, entrando no elevador com a menina ao seu lado.
— Sim, eu já estou indo. Não se desespere, qualquer coisa jogue seu charme e aposto que Lucy não será repreendida pelo atraso. Mas já estou indo... - falou enquanto ouvia o moreno bufar do outro lado da linha.
— Você quer que eu dê em cima de uma mulher de cinqüenta anos? Luna Lovegood espero que você esteja saindo agora de casa, sem esse cachorro maldito e esteja na porta da cafeteria quando eu chegar. Estamos entendidos? - perguntou, desligando o telefone na cara da loira, olhando logo em seguida para a filha, que estava assustada com a atitude do homem. - Atrasos me deixam assim... - explicou abrindo a porta traseira do carro para a filha entrar.
Harry batera mais um recorde de infrações a caminho da cafeteria, embora fosse perto de casa precisava ganhar tempo no trajeto. Lucy estava um pouco tonta devido à alta velocidade. Rapidamente assim como previra, chegaram a cafeteria. E Luna para variar estava atrasada. Entraram a fim de já comerem, e esperarem a loira.
— Cadê essa maluca? - indagou, olhando de um lado para outro, sem soltar a mão da menina. Sentando-se em uma mesa num canto no local, perguntou para a filha, a encarando com um sorriso no rosto. - E então, o que você quer comer meu anjo?
— Hum... O que tem aqui? - perguntou em duvida.
— Tem pão, tem leite, tem pão doce, tem suco... - falava olhando da menina para a porta e da porta para o cardápio, repetindo para si mesmo que mataria Luna assim que ela chegasse.
— Então eu quero sanduíche e leite. - respondeu por fim. – Leite com achocolatado!
Antes que o moreno fizesse o pedido, uma loira andando apressadamente sentou-se ao lado da sua filha, encarando-o com cara de sono. Vestia uma roupa um tanto chamativa, e os cabelos loiros estavam escondidos embaixo de um chapéu estranho.
— Você me fez correr de manhã Harry... como pode? Ah... Olá Lucy.. - disse, olhando sorridente para a menina.
— Oi Luna! – exclamou a menina. – Papai, estou querendo meu sanduíche e meu leite com achocolatado! E ainda temos que ajeitar meu cabelo! – falou ela com a voz manhosa.
— Tudo bem... Eu peço o café para nós enquanto a Luna cuida do seu cabelo no banheiro! Pode ser? - indagou, olhando carinhosamente para a menina, e estendendo a bolsa em direção a loira.
— Está bem, vamos Luna? – falou a menina estendendo a mão a loira, que sorriu.
— Vamos logo Lucy! - disse, aceitando a mão dela, e pegando a bolsa da mão do moreno.
Harry aproveitou para pedir o café da manhã reforçado. Estava ficando sem tempo... Minutos depois, os quais mais se pareceram com séculos de ansiedade as duas voltaram. Harry já havia bebido quase todo o café que pedira. Nada melhor que um café preto para “ressuscitá-lo”. Sorriu ao ver Lucy. Parecia uma princesa. Luna dera um jeito, e fizera um coque exemplar, e a menina sorria satisfeita.
— E então? Estou aprovada como cabeleireira chefinho? - perguntou Luna, sentando-se em frente ao homem.
— Está perfeito Luna! Parabéns! - exclamou, bebendo o ultimo gole do café. - E você docinho, gostou do coque? - perguntou o moreno, olhando sorridente para a filha, que começara a tomar o café.
— Gostei muito, agora sim é um coque de bailarina! – exclamou a menina.
— Que bom que você gostou meu... Que barulho é esse senhorita Luna? - indagou, olhando para a loira, que estava com um bigode de leite na boca.
— Desculpe... Arrotei! - declarou, sorrindo sem graça.
Lucy desatara a rir.
— Lucy, não use Luna como exemplo está bem?! - declarou Harry, olhando animadamente para filha. - Agora vamos ao balé!
— Espera! – falou ela mordendo rapidamente o ultimo pedaço do sanduíche. – Agora... Pode-podemos... Ir! – terminou com a boca cheia.
— Gente... Essa menina está ficando igual a mim! - disse Luna, com um sorriso satisfeito no rosto. - Ai que lindo! - declarou, abraçando a menina, animada.
— Coitada da minha princesa... Que susto a mãe dela vai ter, quando voltar não é mesmo? - declarou Harry, levantando-se e andando em direção à porta. - Temos cinco minutos... Você vem com a gente Luna? - indagou, em frente ao carro.
— Posso ir Lucy? - perguntou a loira, olhando para a menina.
— Pode sim! – disse Lucy sorridente. – Eu vou te mostrar os passos que aprendi pro espetáculo, e agente já está ensaiando para o outro no natal. Eu vou querer ser a Cinderela, por isso estou me esforçando muito!
— Cinderela? Nossa! Deve ser muito legal... - comentou, sentando-se ao seu lado no carro, enquanto Harry dirigia feito um louco para o local. - Na minha época eu sempre era o vento nas minhas apresentações... - suspirou tristemente. - Harry, eu ainda quero viver durante alguns anos, pode reduzir a velocidade? - indagou, olhando para o homem, que lhe dirigiu um olhar frio pelo retrovisor. - Ainda tá com fome? - perguntou, sem se importar pela cara do homem.
— Não... – respondeu ela. – Por quê?
— Acho que essa pergunta não era para você meu anjo! - exclamou Harry olhando carinhosamente para a filha pelo retrovisor. - E você srta. Lovegood, nem sempre cara feia é fome!
— Eu sei... Convivo com você! - exclamou, sorrindo marotamente para o homem. - A gente já chegou?
Mal Luna se calara, Harry estacionou o carro, na entrada da escolinha de balé.
— Isso responde a sua pergunta? - indagou, saindo do carro.
— Você se importa de ficar órfã Lucy? - perguntou, olhando marotamente para a menina, que sorriu.
A menina riu.
— Acho que papai não pode te matar, e nem você pode matá-lo, não é? – perguntou pensativa.
— Como assim? - indagou a loira, ajudando a menina a sair do carro.
— Ué, a vovó disse que meu pai não poderia matar você por causa do Scott, então você também não pode matar o papai por causa das coisas que ele fala. – explicou a menina, e Harry sorriu.
— Não acredito que você vai defendê-lo... - disse Luna, com um falso ar de pesar no rosto. - Tudo bem... Vamos ao balé! - declarou, andando animadamente.
Ao entrar no local, Lucy fora correndo em direção aos amiguinhos.
— Isso me lembra meus tempos de balé... Que triste... - declarou Luna, fazendo cara de pesar. Antes que Harry pudesse declarar algo, a professora da menina se aproximou.
A senhora de cabelos louros, e olhos verdes, ostentava de fato a idade que tinha. Trazendo marcas expressivas em seu rosto, pequeno e oval. Sorriu ainda mais alargando sua boca pintada de rosa. Assim que entraram, Harry imediatamente chamou mais atenção que o papa. Num ambiente totalmente feminino, sua presença era marcante.
— Olá meu querido. Sou Peggy, professora de Lucy... - disse, estendendo a mão, a qual Harry apertou gentilmente. - Você é...?
— Sou Harry Potter, pai de Lucy! - disse Harry sorrindo animadamente. - Esta é Luna, uma amiga. - declarou, colocando a loira a sua frente.
— Prazer. - exclamou a mulher, sem nem ao menos olhar para o rosto de Luna. - O senhor chegou dois minutos atrasado, mas está perdoado. - disse, com um sorriso no rosto, o qual assustou o moreno. - Bem, vou começar a aula, sinta-se a vontade. - declarou, apontando para o local onde se encontravam várias mães, que suspiravam com a chance do moreno sentar ao lado de alguma delas.
—Sou sua amiga agora? - sussurrou Luna para o homem, andando em direção ao local indicado.
— Calada Luna! - exclamou Harry, nervoso.
A aula então começara, e o moreno cada minuto ficava mais incomodado com os olhares que recebia das mulheres ali presentes. A cada rodopio de Lucy, ele desejava do fundo de seu ser que esta aula acabasse logo.
E Luna parecia se divertir horrores com a situação. Sempre escondia um riso, quando a velhinha piscava a ele.
— Quer que eu pegue o telefone dela para você? - sussurrou por um momento a loira, se segurando para não gargalhar.
— Quer ficar sem salário? – sussurrou ameaçadoramente de volta, lhe encarando com a cara feia.
— Chefinho... Pense no lado positivo... Ela com certeza já é uma mulher experiente... Absolutamente não vai querer alguma coisa séria! - comentou, colocando a mão na boca logo em seguida, principalmente quando a professora piscou para o homem e fez um olhar sensual, que parecia mais com uma dor de barriga.
— Luna, nem pense em...! - antes que pudessem dizer algo, uma mãe se aproximou.
— Oi, vocês são casados? - perguntou, apontando de um para outro.
— Não, pode atacar! - declarou Luna, recebendo um olhar assassino do chefe. - Que foi? - perguntou, rindo abertamente.
Após despistar a mulher, o humor de Harry andava de mal a pior. Então para seu abrandamento a aula estava em seu fim. Suspirou aliviado, ao ver Lucy correndo em sua direção. Nos dias de aula de balé designaria Luna para acompanhar a filha, nem que para isso tivesse que pagar uns extras.
— E então? Gostou da aula? - perguntou o moreno para a menina.
— Sim, foi muito divertido! Você viu, eu nem me desequilibrei desta vez! – falou sorrindo. – Mas queria que a mamãe tivesse aqui, pra ver...
— Mas você vai mostrar pra ela muitas outras vezes... - disse Harry, sorrindo abertamente para a menina, fazendo as mães ao redor suspirarem. - Vamos embora? - indagou, percebendo que a Srta. Peggy se aproximava.
— Vamos! – exclamou a menina.
— Mas por que a pressa? - indagou Luna, andando atrás dos dois.
— Luna, não começa... - comentou Harry, olhando para trás e percebendo a Srta. Peggy se aproximando cada vez mais.
— É... vamos logo papai, eu tenho que tomar banho. E eu convidei a Mara para ir lá em casa brincar comigo! Agente tem que comprar comida pro almoço, mamãe sempre diz que temos que tratar bem nossos amigos... Vamos papai! – falava puxando o pai.
— Você convidou uma amiga para ir lá em casa hoje? - indagou Harry, deixando-se ser puxado.
— Convidei, a mamãe sempre me deixa brincar com as minhas amigas, por quê? Eu não podia? – indagou com uma carinha chateada.
— Claro que podia meu anjo. - disse, sorrindo animadamente para a filha, que ficou aliviada. - Mas quando for assim me avise antes, está bem? - perguntou, pegando a menina no colo, andando no estacionamento.
— Está bem. Eu aviso, mas a mãe dela pediu pra você ligar e dizer o endereço, por que ela conhece a minha outra casa, e não esta nova!
— Harry, hoje você tem treino ás 16h00min horas! - disse Luna, olhando para o céu.
— Você tem o telefone? - perguntou ignorando a mulher, e abrindo o carro.
— Tenho sim, na minha agendinha! – falou orgulhosa.
— Mas essa sua agendinha é poderosa, hein! - exclamou Luna, sentando-se ao lado da menina. - Me dá uma carona até em casa Harry? Tenho que dar banho no Scott hoje! - disse, sorridente.
— Sou seu motorista particular por acaso? - indagou, sentando-se no banco do motorista.
— Claro que não... Se fosse já estaria demitido! - exclamou, olhando pelo retrovisor para o homem.
— Se a Mara não fosse lá em casa hoje, eu iria querer brincar com o Scott, ele é tão legal, vou pedir pra mamãe me comprar um cachorro... – murmurou Lucy, ajeitando-se no banco traseiro, afivelando o cinto de segurança.
— Na sua idade eu tinha um monte de gatos sabe, mas não sei por que todos eles fugiam... - disse Luna olhando para a menina.
— Talvez eles tivessem medo de você! - declarou Harry, olhando marotamente para mulher pelo retrovisor, fazendo esta lhe dar a língua.
— Mas acho que será difícil a mamãe me dar um cachorrinho... – comentou triste.
— Por quê? - perguntou Luna, curiosa.
— Por que o cãozinho que eu quero é muito peludo, e eu tenho asma... Mas quem sabe um cachorrinho com poucos pêlos...? – indagava em voz alta.
— Mas se você tem asma, então não poderia ter abraçado o Scott ontem... Poderia? - indagou Luna, olhando de Harry para Lucy, curiosa.
— Não sei... – respondeu franzindo o cenho. – Eu sempre fico espirrando, mas eu não espirrei, nem comecei a ter crises, será que o Scott é um cachorro mágico?
— Mágico? - indagou Harry no banco da frente. - Só se a magia dele for destruir tudo o que vê pela frente, inclusive as minhas coisas! - comentou, rindo da própria piada.
— Deixa de ser engraçadinho Harry! - exclamou Luna, com raiva do comentário. - Mas se você tem asma, não deveria estar tomando os remédios? - indagou para a menina, curiosa.
— Eu acho que sim... – respondeu envergonhada. – Mas estávamos tão atrasados que nem lembrei, de lembrar o papai! Mas não vou contar pra ninguém...
— Mas você tem que contar Lucy, você tem que tomar o remédio e... - antes que Luna pudesse concluir o pensamento, Harry estava xingando o motorista do carro à frente, que respondeu com um dedo nada bonito. - Acho melhor você contar depois para ele... - concluiu assustada com o comportamento do chefe.
— Está bem, depois eu conto. Mas eu vou tomar o remédio quando chegar... – falou baixinho. – Eu acho que é o rosinha, ou é o azul? – indagava a esmo.
— Normalmente de manhã são as cores femininas... - comentou a loira, olhando para a menina, que lhe encarou, curiosa. - Eu também tomava uns remédios quando criança... - explicou sorrindo.
— A mamãe deixou tudo anotado na tabela, eu leio e tomo o remédio! – solucionou a menina.
— Tabela... - sussurrou Luna baixinho. - Harry pare em uma farmácia imediatamente! - gritou a loira para o moreno, nervosa.
— Eu não sou seu motorista particular Luna! – bradou Harry, furioso.
— Anda logo chefinho...! - disse, olhando assustada para a rua.
Lucy recostou-se no banco e começou a tossir freneticamente. Seu rostinho começara a ficar pálido, e começara a sentir o ar faltar em seus pequenos pulmões. Lágrimas rolavam por seus olhinhos verdes, e eles estavam vermelhos, por conta da dor e da ardência no peito.
— Lucy? Você está bem? - perguntou Luna, assustada com o comportamento da menina. - Harry, se você não for para a farmácia ou para a sua casa agora mesmo, é melhor ir para o hospital! - declarou a loira, pegando uma revista que estava largada no banco traseiro e abanando a menina.
— O que foi Luna? - perguntou Harry olhando pelo retrovisor, reparando que a sua assistente começara a tirar a parte de cima da roupa de balé de sua filha.
— Lucy está tendo um ataque de asma! - declarou, abanando desvairadamente a menina.
Harry brecou o carro, quase causando um acidente. Olhou para trás e seu coração sobressaltou-se diante do estado da filha. Que agora emitia um chiado no peito, tentando puxar o ar que fugia dela.
Que droga, não sabia como agir! Esquecera-se dos remédios da menina, e a culpa era somente sua! Amaldiçoou-se por isso, mas depois se puniria, o que importava agora era a melhora de Lucy.
— O que eu faço? - indagou nervoso.
— Harry, não pare de dirigir, vai direto para o hospital! - declarou Luna, levantando os braços da menina, que começara a ficar roxa. - Liga o ar na ventilação, rápido! - declarou, tentando controlar a situação.
Ele então ligou novamente o carro, e se dirigia para o hospital onde Hermione trabalhava. Sabia que era o lugar menos óbvio para se livrar de um ataque da morena, mas não sabia mais onde recorrer. Rapidamente estacionou o carro na entrada do hospital, e mais rápido ainda abrira a porta e saíra, para pegar Lucy nos braços e adentrar no recinto.
— Quem pode atender a um ataque de asma? - indagou o moreno desesperado, à recepcionista do hospital, que reconheceu a menina nos braços do homem.
— Lucy? - perguntou, notando que a menina começava a ficar roxa. - Vai para o terceiro andar rápido, e levante a cabeça dela! - gritou, observando Harry e Luna correrem em direção ao elevador, que já os aguardava.
O homem assim o fez e levara a filha até o terceiro andar. Lá atenderam Lucy rapidamente, deixando ele e Luna no corredor, ambos aflitos. O moreno passava a mão pelos cabelos. Se algo acontecesse a Lucy, não se perdoaria. Muito menos Hermione o perdoaria.
E só de pensar em quando teria que contar a ela seu coração apertava, e sem contar que teria também sua mãe pela frente.
Já começava a achar que elas tinham razão, em chamá-lo de irresponsável. Talvez não tivesse talento para ser pai. Desapontara Lucy e Hermione, ambas de uma vez só.
— Harry, tenha calma... - comentou Luna, tentando confortá-lo. - Vai ficar tudo bem! - acrescentou, passando a mão no braço do homem.
— Se você não estivesse lá, nem sei o que teria acontecido... - declarou o moreno, passando a mão pela cabeça e sentando-se no chão.
— Aqui tem cadeiras, sabia? - indagou, olhando para os lados, assustada.
— Luna? - chamou o moreno, levantando a cabeça e lhe encarando. - Obrigado! - declarou, olhando agradecido para a mulher, que ruborizou.
— Não precisa fazer isso... Bem... Tem que desmarcar a visita da tal amiga e vou falar com o seu técnico, explicar que você não vai ao treino hoje, essas coisas, está bem? - indagou, observando o moreno concordar com a cabeça, sem levantar-se.
— Vai agora? - indagou, encarando-a.
— Não, vou esperar. Saber como a baixinha está! - falou, sentando-se na cadeira.
Minutos se arrastaram até que o médico, o qual atendera Lucy retornou com uma prancheta em mãos.
— Sr. Potter? – chamou por Harry que se levantou de imediato, postando-se a frente do médico. - Sou o Dr. Weasley, o pediatra de Lucy.
— Como ela está? - perguntou o moreno, sendo acompanhado por Luna, que parou ao seu lado.
— Agora ela está em situação normalizada. Contivemos a crise, dando os antiflamatórios. Mas ainda vai precisar descansar, e ser observada. Mas acho que queira fazer isso em casa, pelo menos foi o que ela me confidenciou. - respondeu o homem.
— Ai que alivio em saber que está tudo bem... - declarou o moreno, suspirando. - E quando posso levá-la? - indagou, olhando para o médico.
— Em breve, mas antes preciso dar umas recomendações a você Sr. Potter. - acrescentou o médico.
— E quais são essas recomendações? - indagou o moreno, confuso.
— Bem se tratando de asma, creio que deva saber de algumas coisas. Como os cuidados com o ambiente em que se encontra o paciente, livrando-o de qualquer possibilidade de uma possível inflamação dos brônquios e também recomendo que mantenha o olho aberto quanto aos remédios. Pode também utilizar de técnicas de exercícios respiratórios, através de manobras de desobstrução brônquica, drenagem postural e inalações. - explicava o Doutor, e Harry franzia o cenho, incompreendendo a maior parte das coisas. - Lucy, explicará a técnica, é uma coisa simples.
— E como uma menina de sete anos pode saber de tudo isso? - indagou Luna, assustada com toda a informação recebida.
— Lucy é bem esperta, e há tempos convive com essa rotina. E além do mais, é filha de uma médica. - disse o homem sorrindo para ela.
— E de um irresponsável que não lembrou de dar o remédio para ela no horário. - comentou Harry, suspirando logo em seguida. A verdade é que se sentia culpado pelo ataque que Lucy teve, e nada o faria mudar de idéia quanto a isso. - Posso vê-la agora?
— É claro, venham comigo. - respondeu fazendo um gesto para que os dois o acompanhassem.
Ao entrarem no quarto da menina, repararam que Lucy olhava para o teto com um ar entediado, suspirando.
— Tudo bem docinho? - perguntou Harry, se aproximando da cama.
— Papai...! - exclamou saltando da cama e indo direto abraçar o moreno. - Eu sinto muito por ter passado mal... - emendou com a vozinha triste e embargada.
— Você não teve culpa princesa... O culpado fui eu, por ter esquecido do remédio... Você me perdoa? - indagou, olhando para os olhos da menina.
— Tudo bem papai, mas eu queria a mamãe agora. Será que não tem jeito de ela voltar pra me ver? - perguntou tristonha.
— Anjinho... - suspirando, tentou começar a explicar o moreno, sem saber o que dizer. - Sua mãe a essa hora deve estar na África, cuidando dos necessitados de lá! - contou, abaixando-se e acariciando o rosto da filha, com cuidado. - Não daria tempo para ela chegar aqui hoje e voltar para lá.
Ela assentiu triste abraçando o pai.
— Vai cuidar de mim então?
— De agora em diante vou cuidar sim... Prometo! - declarou o moreno, beijando a testa da menina, afagando a sua cabeça logo depois.
Lucy sorriu, agora que o terror passara sentia-se aliviada por ter o pai presente. Sempre era Hermione quem a cobria de mimos e cuidados, e agora, neste momento as coisas inverteram-se. Não tinha a mãe por perto, mas o tinha, e estava feliz.
Os dois então foram interrompidos por uma voz familiar.
— E há quanto tempo o senhor cuida de crianças? - indagou Luna ao médico, sorrindo para ele.
— Bem, eu cuido de crianças há algum tempo. - ouviram o médico falar.
— Nossa, nem parece... Você tem cara de ser residente! Posso chamá-lo assim não é?! - indagou, jogando o cabelo para o lado, com um sorriso sedutor no rosto.
O médico sorriu largamente e Harry revirou os olhos.
— É claro, Srta...?
— Luna Lovegood, mas pode me chamar de Luna, ou Lu! Você quem escolhe... - disse, estendendo a mão, a qual o médico prontamente beijou.
— Acho que ele gostou dela... - sussurrou Lucy ao pai. - O doutor Weasley é bem legal!
— Coitado do doutor Weasley... - disse Harry, olhando embasbacado para a cena. Luna Lovegood tendo um affair com o pediatra? Parecia impossível...
— Porque? - perguntou Lucy. - A Luna é legal também, e é engraçada. Quando a mamãe voltar, vou convidar a Luna pra ir lá em casa conversar com ela. Acho que serão boas amigas, não é?
— Luna Lovegood conversando com Hermione Granger? Tem certeza que você está bem? - indagou, colocando a mão na testa da filha.
A menina riu.
— Acho que Luna está fazendo mal a você... - falou, assustado. - Vamos embora Luna? - chamou o moreno, porém a loira não escutou, abrindo um sorriso maior ainda para o médico, que naquele momento colocava uma mecha de cabelo da mulher atrás da orelha. - Olha que eu vou fazer cachorro quente do Scott! - comentou, fazendo a loira despertar dos encantos do médico.
— E falando em cachorro, eu posso comer cachorro quente? - perguntou ao pai e depois olhou para o Dr. Weasley.
— É desse cachorro quente que vocês estão falando? Então o meu cachorro está salvo! - exclamou, olhando para Harry, que somente sacudiu a cabeça. - Deixa a Lucy comer um cachorro quente Rony... Ela pode? - indagou, piscando os olhos para o médico, fazendo Harry colocar a mão na boca para não gargalhar.
— É claro, desde que não exagere, mocinha. - falou passando a mão sobre a cabeça de Lucy que sorriu.
— Então vamos nós quatro comer cachorro quente! - declarou a loira, sorrindo satisfeita. - Você vem com a gente, não é Rony? - perguntou, colocando a mão no ombro do médico.
— Sinto muito, ainda tenho alguns pacientes, quem sabe um jantar? - perguntou a ela.
— Jantar é uma boa idéia. Às sete? - indagou.
— Claro, você manda... - falou e sorriu. - Me dê seu telefone, eu ligo, quando acabar aqui.
— Eu tenho um cartão aqui na minha bolsa, espere aí. – pediu a loira, remexendo em sua bolsa, que era enorme.
— É melhor o senhor se sentar. – sussurrou Harry ao médico, que riu com o comentário.
— Não é isso... Isso aqui também não é... Isso aqui é do Scoth... – comentou, observando uma coleira, colocando-a novamente na bolsa. – Isso aqui não é... Quer bala Lucy? – perguntou, jogando a bala em cima da menina que as aparou no ar, e depois riu. – Tenho doce também, quer? – perguntou, mostrando pirulitos e chocolates para a menina, mas ao observar a expressão do pai dela, guardou novamente na bolsa. – Achei! – declarou dois minutos depois, estendendo para o homem, que o pegou.
O médico sorriu e pegou o cartão analisando-o. Era rosa de letras azuis muito fortes. Uniu as sobrancelhas, num gesto divertido.
— Eu ligarei! - falou ele, e virou-se para Harry. - E você cuide bem da minha paciente número um!
— Pode deixar... - disse o moreno, abraçando a filha.
— Ótimo, mande um beijo para sua mãe quando ela ligar, pode fazer isso?- perguntou a Lucy, que assentiu.
— Você vai mandar um beijo só para a mãe da Lucy? - indagou Luna, com as duas mãos das costas, balançando-se.
— Sim, pra Hermione eu mando, mas para você... - comentou, mas deteve-se diante aos olhares de Harry e Lucy.
— Mas para mim...? - indagou, olhando para o médico, mas ao reparar para onde o homem olhava, pigarreou, estendendo a mão. - Prazer em conhecê-lo Ronald.
— O prazer é todo meu Luna, nos vemos mais tarde então... - falou ele gentilmente apertando a mão dela. - Então mais tarde saberá o que daria a você... - sussurrou só para ela.
— Pode deixar que eu vou cobrar. - insinuou, olhando sedutora para o homem, e sorriu. Suspirando, começou a pular, rodando. Ao reparar que os dois Potter's lhe encaravam parou, cruzando os braços. - Vamos embora?
— Vamos, ainda tenho que comer meu cachorro quente, e brincar com a Mara e... - falava Loucy, mas parara quando o pai lhe olhou torto.
— Você não vai brincar com a Mara hoje, Lucy! - declarou Harry, olhando sério para a menina. - Nós vamos comer o cachorro quente e vamos para casa, enquanto a Luna cuida de desmarcar o meu treino e a visita da sua amiga! Não é "Lu"? - indagou, olhando para a loira com vontade de rir.
— Você é muito sem graça Harry... - indagou a loira, ainda com os braços cruzados, começando a ficar vermelha.
— Ah! Pai com quem irei brincar hoje? A Luna vai sair com o Dr. Weasley, e o que vou ficar fazendo o dia todo e a noite toda?! Não quero mais ver aquele canal que tem na sua casa... - reclamou Lucy.
— Pode tomar conta do Scott? - comentou Luna esperançosa, olhando para Harry, que somente fechou o semblante, irritado. - Ou não... Olha, vou esperar vocês lá fora, preciso fazer umas ligações... - suspirou, saindo do quarto.
— Eu já coloquei um monte de canais de desenhos lá em casa... E a gente pode brincar juntos, o que você acha? - indagou, ajudando a menina a sair da cama.
— Está bem! Eu quero brincar de um monte de coisa! - exclamou animada. - Tchau Dr. Weasley! Eu vou mandar o beijo para a mamãe... - falou e saiu em disparada atrás de Luna.
Harry apenas sorriu, suspirando logo em seguida.
— Muito obrigado por tudo Dr. Weasley! - agradeceu Harry, estendendo a mão.
— Não a de quê, como eu disse Lucy é minha paciente número um, no sentido literal. - sorriu o ruivo, apertando a mão de Harry.
— Acho melhor ir atrás daquelas duas... Tenho medo de deixar Luna sozinha por aí... - disse, fazendo o médico rir.
— Certo, até mais Harry, foi um prazer conhecê-lo pessoalmente... - falou Rony, escondendo um riso.
— Igualmente. - disse, saindo do quarto.
N/A Josy: Gnte.. por causa de probleminhas técnicos, não teremos a N/A de nossa linda Jessy... e eu infelizmente naum sei o q dizer, entaum.. Agradeço por tds os coments do cap anterior... amamos comentários...
Bjoks e ate+
comentem...
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