Um pedido especial
Ao chegar ao hospital àquela noite, Hermione ainda estava com raiva de Harry, pois mesmo saindo para lanchar com Lucy, a menina não parara de insistir que o pai poderia ter ido com elas. Mas agora não tinha tempo para pensar nisso, nem vontade, havia muitos pacientes para atender na emergência. E sua mente deveria estar limpa de qualquer vestígio que não fosse a concentração no trabalho e no bem estar de seus pacientes.
— Hermione? - ao virar-se para responder, encontrou seu colega de trabalho, Draco Malfoy, lhe encarando e sorrindo. – Isto aqui é para você. – emendou entregando o que parecia ser uma carta para a morena. – Como foi a apresentação de Lucy? – perguntou, soltando o papel.
— Ah! Draco, foi excepcional, tinha que vê-la no palco! - exclamou sorridente. - Contudo num determinado momento ela se desequilibrou, mas superou rápido. - emendou sorrindo. - Mas, o que é isso, que acaba de me entregar?
— Que pena que eu não fui... – lamentou ele. - Mande um beijo para ela por mim. – emendou cruzando os braços e encostando-se à parede, sorrindo mais ainda. – E quanto a sua segunda pergunta, por que você não lê? Acho que a surpresa vai ser maior do que se eu contasse.
Hermione o encarou e depois baixou os olhos para o envelope recém aberto. Seus olhos castanhos estavam atenciosos às letras miúdas da carta. Suas mãos estavam suando, e quisera poder dizer que seu coração não estava disparado por conta do conteúdo mais que esperado o qual tinha em mãos.
— Oh meu Deus! - exclamou abaixando o papel.
— E então? Eu estava certo, ou errado? – perguntou, se aproximando, com as mãos no bolso do jaleco.
— Estava certo! - concordou ela com um sorriso largo nos lábios. - Nossa! Isso é fabuloso! Eu não imaginava que fossem me admitir nesta missão, afinal, existem tantos médicos competentes por aqui.
— Eu já tinha te avisado que você iria para essa missão! – afirmou sorrindo abertamente. – Mas... Você não está curiosa em saber quem mais foi escolhido? – perguntou, lhe encarando.
— Hum, deixe-me adivinhar... - falou ela que riu. - Não me diga que também foi escolhido?
Draco meneou a cabeça afirmativamente e abriu o sorriso brilhante. Ficaram se olhando intensamente por alguns minutos, então Hermione pigarreou, dissipando o que quer que estivesse acontecendo ali. Virou-se de costas a ele.
Não se permitiria ir tão longe.
— Isso vai ser ótimo! - exclamou mais uma vez.
— Com certeza. – concordou tentando se recompor. Ainda olhando para a morena, tentou retomar a conversa. – E então? Já sabe com quem vai deixar Lucy? – perguntou, olhando para as costas da mulher. Percebeu que ela parou de mexer na ficha dos pacientes, como se tivesse acabado de pensar no assunto. Antes que ela respondesse algo, porém, já estavam chamando-lhe para trabalhar. - Olhe, é melhor você pensar nisso logo, a viagem já está marcada para semana que vem. Até mais...
— Semana que vem, mas que droga! - praguejou ela, agora sozinha. - Eu ainda nem sequer pensei nisso... - murmurou antes de ouvir seu nome ser chamando na recepção.
O restante do plantão, fora somente para pensar no assunto. Não poderia deixar Lucy com a sua mãe, pois seus pais iriam viajar numa segunda lua-de-mel, durante uma semana. Então a primeira desta da viagem, Hermione não poderia contar com os dois para cuidarem da filha.
Poderia pedir para alguma amiga sua cuidar de Lucy durante esse tempo e... Não, não daria certo!
Seria injusto deixar a filha durante duas semanas com alguma amiga, afinal de contas essa responsabilidade era sua como mãe, e não delas.
Quem sabe Harry? Não, nem pensar!
Como poderia imaginar Harry Potter cuidando da sua princesinha por duas semanas?
Era capaz de voltar e a casa ter explodido em mil pedacinhos!
Mas até que isso seria uma prova para ver se ele merecia mesmo a confiança dela... Será que o moreno estava pronto para cuidar da menina por todo este tempo?
E todas essas indagações e hipóteses a estavam deixando maluca. Nunca pensara que teria que apelar para tal coisa. Harry era um irresponsável de primeira, no entanto, prometera a Lucy que tentaria passar por cima de seu orgulho e organização, para que ele recebesse uma chance digna de sua confiança. Entretanto, tinha medo que esta temporada a sós, pudesse fazer com que Lucy enxergasse coisas que ela via todos os dias e muito antes da menina nascer.
Talvez o que ela viesse a descobrir fosse a gota d'água para as decepções da garotinha. E isto Hermione rezava para que não acontecesse.
Não queria ver a filha sofrendo, e também não queria vê-lo sofrer.
Pois ambos sairiam magoados.
Mas se não tentasse, nunca poderia saber o que aconteceria...
“—Estou tentando, mas você tem que me ajudar. - acrescentou fazendo com que apenas Hermione lhe ouvisse.
...
— Mas você não diz que devemos dar uma segunda chance para as pessoas? Você vai dar uma segunda chance pro papai?“
E por que não dar uma chance a ele? Uma medida desesperada, mas...
Pensando assim, não seria uma má idéia, uniria o útil ao agradável. Então para evitar contratempos do tipo, aqueles que Harry sempre arranjava, iria falar com ele o mais rápido possível. No entanto evitaria o telefone, se bem o conhecesse, quando a situação apertasse, seria bem capaz de a ligação "falhar e cair". Então falaria com ele pessoalmente.
E porque não agora mesmo? Seu plantão estava terminado.
Isso! Iria falar com ele ainda nesta noite.
Hermione estava agora a caminho da casa do ex-namorado. Estava um pouco nervosa. Raramente ia lá sozinha, sempre levava Lucy consigo, e meio que a usava como escudo. Mas agora não tinha seu escudo, e temia estar vulnerável demais, àqueles olhos verdes irresistíveis.
"Céus! No que estou pensando?!" - indagou-se alarmada.
Parou o carro diante ao prédio bonito e elegante onde Harry morava, no centro de Londres. Trancou-o acionando o alarme. Caminhou até a portaria, onde já era conhecida, perguntou pelo moreno, e o porteiro a mandou subir. Dizendo que Harry chegara a pouco, e para surpresa de Hermione, sozinho. Ela então entrara no elevador, indo em direção à cobertura.
Ao chegar à porta do apartamento do moreno, hesitou por um momento em tocar a campainha.
Qual seria a resposta do homem para aquela proposta?
Será que se espantaria pela decisão dela?
Bem... Só saberia se lhe perguntasse!
Esperando o moreno atender a porta, observava o corredor bem cuidado daquele prédio majestoso. Escutou o barulho de a fechadura ser aberta então pôde ver um moreno de olhos verdes lhe observando, somente de cueca samba canção e com uma toalha em mãos, secando os cabelos ainda molhados.
Não soube mais como respirar! Ou se ainda o fazia!
— Hermione, você por aqui? – perguntou o moreno, espantado pela visita repentina da mulher. – Que surpresa é essa? – questionou, com um sorriso maroto nos lábios, fazendo finalmente a mulher se recompor, mas não completamente.
— Er... É! - murmurou ela, suspirando. - Bem, eu precisava falar com você, e não podia mais esperar!
— Você? Querendo falar comigo? E sem poder esperar? Cadê a câmera...? – perguntou, olhando de um lado para o outro pelo corredor vazio. Vendo a expressão confusa da mulher, foi logo explicando. – Isso só pode ser uma piada! – gargalhou em seguida. Porém ficou logo sem graça, pois a morena revirara os olhos. – Er... Quer entrar ou ficar parada no corredor? – perguntou por fim, dando espaço para a mulher entrar.
— Ah! Que gentil. - ironizou ela. - Mas não é piada, preciso te pedir uma coisa, e é urgente. - emendou já dentro do apartamento, que mais surpreendente ainda estava arrumado e organizado.
Pelo visto Harry andava gastando seu dinheiro com outras coisas a não ser mulheres e festas.
— E o que eu posso oferecer para a senhorita? – perguntou, dirigindo um olhar sensual a ex-namorada, que respirou profundamente, tentando em vão se acalmar.
— Bem, eu consegui ser aceita para uma missão humanitária na África, não sei se Lucy comentou com você. - contou ela e Harry assentiu. Lucy havia comentado com ele, super empolgada com a chance da mãe. - Então, eu vou e... Harry eu não pediria o que vou pedir se realmente eu tivesse escolha!
— E o que você vai pedir Hermione? – perguntou, sentando-se, com um ar sério formando-se em seu rosto.
— Quero que fique com Lucy, enquanto eu estiver fora! - falou de uma vez.
— O que?! – perguntou, se assustando.
Quando Hermione deixaria Lucy ficar somente cinco minutos sozinha com ele? Imagina... Quanto tempo de missão era mesmo?!
— Isso só pode ser piada sua! Anda... cadê a câmera? – insistiu andando pra lá e para cá pelo apartamento.
— Que droga Harry! Não tem nenhuma maldita câmera, será que dava pra levar a sério o que eu disse! - bradou séria. - Quero que fique com Lucy, minha mãe não vai poder durante a primeira semana, e não quero incomodar seus pais, muito menos outras pessoas.
— Hermione... – começou a explicar o moreno, sentando ao seu lado, gesticulando como se conversasse com uma criança de três anos. – Quantas vezes você já me chamou de irresponsável? Quantas vezes você disse que não confiaria em mim nem ao menos para trocar a fralda de Lucy? Agora você que eu passe no mínimo uma semana com ela? – perguntou assustado. – Você tem certeza que não bebeu nada de anormal no hospital? Será que você está delirando? – acrescentou colocando a mão na testa da morena, que a retirou rapidamente.
— Eu expliquei, eu não pediria a você se tivesse escolha, no entanto, estou desesperada quanto a isso! E Lucy... Ela me pediu para dar a você uma nova chance!
— Quanto tempo? – perguntou, como se esperasse a resposta para um julgamento no qual já fosse condenado.
— Uma semana, se tudo correr como eu planejei. Meus pais voltarão em uma semana, e eu em duas. Tudo que tem que fazer é tomar conta dela por sete dias. E quando meus pais chegarem você pode levá-la para a casa deles e tudo está resolvido.
— Me deixa ver se entendi: você quer que eu fique com Lucy por uma semana e depois a leve para os seus pais, por que você só volta em duas semanas? – perguntou, encarando a mulher, que confirmou com a cabeça. - E deixar a sua mãe falar que eu sou um péssimo pai? Não, muito obrigado, pode deixar que Lucy fique comigo por duas semanas! – contrariou sentando-se.
Assentia com a cabeça, como se tentasse convencer-se dessa resposta. Ela respirou fundo. Estava começando a se irritar, e nem o fato de ele ainda permanecer de cuecas, apaziguava a raiva que crescia.
— Meus pais já acham você um péssimo pai, uma semana a menos, não vai fazer com que mudem de idéia! - retrucou ela.
— Mas não quero a minha filha ouvindo as “qualidades” que sua mãe acha que eu tenho, por uma semana, ok?! – indagou respirando fundo. – E então? Quando começam as “férias” de Lucy? – falou tentando brincar com a situação.
— Harry entenda, eu sei que não é burro! - desdenhou a morena. - Só preciso que fique com ela por uma semana. E ponto final!
— Muito obrigado pelo elogio Mione, mas a minha filha vai ficar comigo por duas semanas e ponto final! – arrematou levantando-se novamente. – Quando posso ir buscar Lucy?
— Argh! - exclamou ela irritada. - Pelo visto isso vai ser pior do que eu imaginava! Porque você sempre quer dar a última palavra?! Porque você sempre me irrita?! Lucy vai ficar com você durante uma semana, ou nada! Vou ter que desistir de tudo, por conta de um capricho seu?!
— Hermione, sem brigas, por favor! – pediu cruzando os braços na altura do peito. – Quer uma maneira melhor de decidir isso? Por que não pergunta para Lucy quanto tempo ela quer passar comigo? – sugeriu com um sorriso vitorioso nos lábios. Sabia que a menina escolheria a ele e não aos avós.
— Isso seria injusto, você sabe! - replicou ela faiscando de raiva.
— Injusto nada! Não é ela que vai ter que sofrer com os avós? – perguntou, encarando a morena, vitorioso. – E então? Quando vai começar essas duas semanas fantásticas?
Hermione revirou os olhos, e sua vontade era de bater algo bem duro na cabeça dele. O vaso enorme que ele mantinha ao lado da porta seria uma ótima e sábia escolha!
— Injusto sim, e quem disse que ela sofre com os meus pais? Eles a tratam muito bem, e fazem tudo que ela quer! - respondeu irada.
O moreno revirou os olhos. Já estava ficando tediosa aquela discussão sobre os avós do ano.
— Claro que ela não sofre... Deve ser super legal ficar fazendo biscoitos com a vovó em uma casa com um cheiro de naftalina, enquanto o vovô fica com problemas intestinais na sala de estar. – comentou com um sorriso no canto dos lábios. – E quando os desenhos educativos? Nossa! Que interessante... – concluiu bocejando, irritando ainda mais a morena.
— Harry! Pode ir parando com suas gracinhas, eu já estou farta. Eu sou a mãe de Lucy, e EU decido, ok?!
— Se você já se esqueceu, eu sou o pai dela e também tenho direito de decidir! Só por que você a carregou por nove meses não significa que tenha mais direitos do que eu! Não se esqueça que eu fui importante parte para ela nascer, ta legal! – disse, com um tom de voz irritado.
Ela riu cinicamente. Estava perdendo o controle. Suas mãos tremiam pela raiva. Suspirou fundo, e olhou para ele.
— Não precisa me lembrar que você é o pai dela, e não tenho mais paciência pra discutir isso com você. - falou apertando a alça da bolsa que carregava de lado. - Até mais, eu arranjarei alguém para ficar com ela durante a tal semana. Adeus! - acrescentou e dera meia volta.
— Qual é Hermione? Vai ficar irritada por causa dessa discussão boba? – indagou segurando o braço da mulher, a impedindo de ir embora. – Antigamente você agüentava as provocações por mais tempo. – relembrou sorrindo. Porém ao reparar que a mulher não ria, voltou a ficar sério soltando-a. – Tudo bem. Posso ficar com Lucy por uma semana! Feliz? – terminou vencido fazendo uma careta.
— Muito! – exclamou e sorriu. - Mas antigamente você demorava a ceder! - devolveu ela. - Até mais Harry, depois conversamos. Tive um plantão cheio e estou cansada! - disse ela a porta. Abriu-a e encostou-se nela. – A propósito: da próxima vez, tenha a decência de abrir a porta vestido, eu odiei essa cueca!
— Pelo menos você reparou nela! – comentou sorrindo e olhando da cueca para o rosto da morena. – Quer me ajudar a trocá-la? – perguntou, com um olhar maroto.
— Não obrigada, acho que você está bem grandinho para isso! - resmungou corada.
— Então por que antigamente você me ajudava a fazer isso, hein?! – perguntou, se aproximando. – Realmente os seus gostos são melhores do que os meus... –sussurrou no ouvido da morena, que estremeceu.
— Pare com isso, Harry... - pediu com a voz fraca.
— Quer mesmo que eu pare? – perguntou, beijando o pescoço alvo e delicado dela, que estremeceu ainda mais, porém logo se recompôs, afastando o moreno e ajeitando a bolsa.
— Eu vou embora, antes que isso... Bem, eu já vou! – disse, e se afastou rapidamente.
Parou em frente ao elevador e bateu com força no botão com os dedos trêmulos, entretanto o elevador não chegava nunca! Quando Harry começou a rir com o seu nervosismo, decidiu descer pelas escadas. Com certeza precisava fazer uns exercícios, e sendo eles para fugir dali seria melhor ainda.
Alguns dias se passaram, e para Hermione e Lucy, passaram depressa demais. No dia seguinte, a morena já teria que embarcar rumo à África. Estava sentindo um friozinho incômodo no estômago. Nunca precisara ficar tanto tempo longe da menina, e agora se sentia mais preocupada por deixá-la com o pai.
As duas arrumavam há algum tempo as malas, no quarto de Hermione. Já estavam quase terminando quando ouviram a campainha soar alto.
Lucy sorriu, queria tanto que fosse o pai, pois pedira a ele que fosse visitá-la. Mesmo ele nada confirmando, ainda tinha esperanças. Olhou para a mãe que fizera um gesto para que ela seguisse até lá e ver quem estava à porta. A menina então correu até a sala e abrira a porta rapidamente. Sorria largamente, mas seu sorriso dissipara-se quando vira a figura de um loiro parado a soleira.
— E aí menina? Tudo bem? – perguntou Draco, desarrumando o cabelo de Lucy, que se irritou com o gesto. – Sua mãe está em casa? – emendou entrando no apartamento, fazendo a menina revirar os olhos.
“Não o convidei para entrar!” - pensou, irritada. - “Metido!”
— Mãe, visita para você! – gritou, sem sair da sala, com os olhos “grudados” no loiro.
“Vai que ele roube alguma coisa?” – Mentalizou de cara fechada.
— Draco! - exclamou Hermione sorridente, surgindo na sala.
Lucy a olhou e franziu seu pequeno nariz, desgostosa. Sua mãe estava sorridente demais! E não gostava nada disso. Ela só sorria assim quando pegava uma foto em que ela e Harry estavam juntos. O que estava acontecendo?
— Nossa que surpresa, eu achei que estivesse se preparando para a viagem. - falou ela ainda sorrindo.
— “Nossa que surpresa, eu achei que estivesse se preparando para a viagem”. Que ridículo. – imitou Lucy baixinho, logo depois andando sorrateira em direção ao telefone.
Algumas coisas tinham que ser resolvidas. E logo!
Ela então pegou o aparelho enquanto a mãe seguia para a cozinha com o visitante. Teclou os números rapidamente.
—Papai? - indagou ao ouvir a voz distante dele.
— Oi docinho! - disse Harry, no carro, com uma voz animada.
— Papai... - disse numa voz manhosa. - Vai vir aqui hoje?
— Acho que sim docinho, mas vou me atrasar um pouquinho e... - comentou parando de falar no meio do caminho, olhando para a loira que parara ao seu lado. "Nossa que gata!".
— Papai! - exclamou a menina, irritada. - Não pode se atrasar!
— Lucy! Tenho algumas coisas para resolver antes de ir ai te buscar! - respondeu, jogando um beijo para a loira do lado, que sorriu, provocando-o ainda mais.
— Está bem, mas não se atrase muito, não quero ficar muito tempo com aquele chato do Draco Malfoy! - resmungou a menina. - Ele é tão azucrinante, acha que eu não sei como ele sorri pra mamãe, e pra piorar ela sorri de volta! Vem logo, papai...
— Draco Malfoy está aí? – perguntou, esquecendo-se completamente da loira do carro ao lado. - O que ele está fazendo na sua casa? – questionou nervoso.
Desde que o médico oxigenado entrara para a vida da sua ex-namorada que tanto ele quanto à filha andavam meio “cúmplices”, para não deixar os dois A sós por muito tempo.
— Deixa pra lá! Estou aí daqui a cinco minutos Lucy, espere! – exclamou afobado, logo depois desligou o telefone. Ao olhar para o lado, viu a loira piscar para ele novamente. – E então, quer meu telefone? – perguntou soltando um sorriso magnífico, em seguida jogou um cartão em cima da loira. Ao abrir o sinal, saiu em disparada em direção a casa de Hermione.
Havia coisas que nunca mudavam...
Cinco minutos exatos!
Foi esse o tempo que Harry usou para chegar à casa de Hermione. Não soubera exatamente como fizera isso, ou melhor, sabia sim, furara incontáveis semáforos e quase atropelara um cachorrinho perdido. Afinal, não importava mais. Já havia chegado, e trataria de fazer com que o oxigenado saísse dali. Nem que fosse à base de violência.
Desceu do carro, e caminhou rapidamente até a porta iluminada pela luzes fortes da varanda. Com certeza todos ali se surpreenderiam com sua presença, menos Lucy é claro. Já podia imaginar a cara de Hermione, sem contar que ficaria mais que feliz com o semblante mais pálido ainda do rival.
Antes que chegasse próximo à campainha, pode ouvir passos de alguém correndo em direção a porta para atendê-la.
Lucy com certeza estava na janela, esperando que ele chegasse para abrir logo a porta sem ter a necessidade de alarmar o inimigo. Ao observar quem abrira a porta, abriu um sorriso cúmplice para a menina, fazendo-a correr em sua direção.
— Anjinho! – exclamou pegando a filha no colo e a girando no ar, fazendo a menina rir.
— Papai, você veio! – disse, se afastando para encará-lo. Depois sussurrou, para que só ele ouvisse. – Chegou bem na hora! Entra papai! – acrescentou, já no chão, puxando o pai pelo braço em direção a sala. – Olha mamãe quem chegou!
Hermione surgira na sala e o sorriso que tinha nos lábios se esvaíra. Engoliu em seco, e desviou os olhos da figura de Harry. Talvez fosse uma alucinação.
Sim! Tinha que ser!
Olhou novamente para o homem que segurava a mão da menina.
"Oh! Não... isso não pode ser verdade!"
— Harry? - indagou surpresa. - O que está fazendo aqui? Combinamos de "eu" levar Lucy a sua casa amanhã!
— Oi para você também, linda... – cumprimentou Harry, com um ar falsamente chateado. – E respondendo a sua pergunta: resolvi visitar a minha filha, por que aí depois poderíamos ir lanchar juntos! Não é uma boa idéia? – perguntou, olhando da mulher para a menina, reparando que os olhos de Lucy se iluminavam pela grande idéia, ele sorriu.
— Tinha pelo menos que ter me avisado, sei que sabe usar o telefone! - comentou sarcástica.
— Resolvi fazer uma surpresa! - comentou, com um sorriso maroto nos lábios, fazendo com que a menina ao seu lado repetisse o gesto. - Não gostou? - perguntou, abrindo os braços.
Porém, antes dela responder, Lucy já foi declarando:
— Eu adorei papai! - afirmou abraçando as pernas do pai, fazendo ele se abaixar e a pegar no colo.
— Sinceramente? - indagou e olhou de soslaio para a cozinha. - Não! Eu não gostei, agora pode ir embora, eu levo Lucy amanhã. Afinal de contas, tenho muito que recomendar!
— Quê isso Mione, deixa de ser mal educada... – falou andando em direção a cozinha. Sabia muito bem por que esse nervosismo todo! - Olha quem está aqui! - comentou, sorrindo para o loiro. - Não sabia que tinha visitas, morena?! - concluiu com um olhar espantado, fazendo sua filha segurar o riso.
Hermione ficara mais pálida que Draco.
Porque Harry sempre tinha que estragar tudo?
— Sim, eu tenho visita. - murmurou desgostosa. - Draco, lembra-se de Harry?
— Lembro sim. Tudo bem Harry? - cumprimentou, estendendo a mão para o moreno, que o encarou sério e apertou fortemente.
— Legal que você lembre de mim... Por que eu não lembro de você! - comentou o moreno, com um olhar de desculpas, fazendo Lucy, que ainda estava em seu colo colocar o rosto no seu pescoço e disfarçar o riso.
Até Hermione escondera o sorriso. Harry sabia ser desagradável, no entanto, mantinha certo ar cômico. Concluindo: ela não pudera se controlar.
— Bem, agora que estão devidamente apresentados. O Harry já está indo, não é? - indagou esperançosa de que essa tortura acabasse.
— Indo aonde? - perguntou o moreno, a encarando jocoso. - Só se for para sentar à mesa. – decidiu, sentando-se em frente ao loiro, então colocou Lucy sentada no seu colo. - E então... Draco não é? - perguntou, encarando o homem, que confirmou com a cabeça. - De onde você conhece a Mione mesmo? – perguntou e pegou um biscoito na mesa.
— Do hospital! - respondeu ela rapidamente. - Trabalhamos juntos!
— Ah ta... - respondeu o moreno, olhando da mulher para o homem novamente. – E que função desempenha lá? É enfermeiro? - perguntou, colocando um biscoito na boca da filha, que por um minuto não gargalhou.
— Não! - negou Draco, carrancudo. - Sou cirurgião... E você é jogador de que mesmo?
Hermione suspirou. Iria ser uma noite longa!
— Sou jogador de futebol. - respondeu, olhando sério para o homem. - Mas acho que essa parte eu posso deixar a minha baixinha responder, não é Lucy? - perguntou, olhando para a filha, que estava totalmente vermelha.
Na pressa de engolir o biscoito, acabou se engasgando, confundindo tosses e risos.
— Meu pai é o artilheiro do time! - comentou, logo após se controlar e secar as lágrimas nos cantos dos olhos. - Ele joga no Manchester United.
— Oh! Mas que "legal"... - comentou sem emoção.
Hermione mantinha-se calada. Na verdade, queria tornar-se invisível, ou fugir correndo dali. Nunca lhe ocorrera uma saia justa como essa. E parecia que Lucy estava do lado do "capitão gancho". Ela via no olhar de ambos, que estavam ali para aborrecer Draco, e fazer com que ele fugisse com o rabo entre as pernas.
Só que tinha um trunfo nas mãos, conhecia pai e filha como ninguém...
Arqueou a sobrancelha, e sentou-se ao lado de Draco na mesa. O mais próximo que conseguira. Tentou disfarçar um sorrisinho, quando viu Harry se remexer incomodado na cadeira, sacolejando Lucy que tomava leite, levemente.
— E então? Está visitando Hermione para pegar informações sobre os pacientes dela? - perguntou, tentando se recompor. Lucy fechara a cara.
Seu plano parecia estar se evaporando.
— Não... Nós vamos juntos para a África. - alfinetou Hermione sorrindo.
— Sim, isso mesmo e resolvi dar uma passada por aqui. - completou Draco. - Uma visita surpresa, como você fez.
— Bota surpresa nisso! – soltou Lucy, fazendo Harry sacudir a perna, para controlá-la. – Digo... Quer leite pai? – perguntou, com um olhar inocente para o homem, que assentiu.
— Vocês... Vocês vão para a África? Juntos? – perguntou Harry, sem saber o que fazer. Fora pego totalmente de surpresa. Mas não deixaria se abater, não mesmo! – Que legal... Aposto que será bem instigante, uma companhia tão "agradável" - concluiu ele.
“Tomara que você seja comido por leões! Será que eles gostam de carne branca?” - indagou mentalmente o moreno, que olhava fixamente ao casal.
— Agradável? - sussurrou Lucy em frente à geladeira, fechou-a, em seguida, colocou o copo na frente do pai, sentando-se novamente no colo dele.
— Concordo com vocês. Draco é bem agradável. - falou a morena olhando significativamente para Draco que sorrira para ela.
— Eu não disse nada! - declarou a menina com raiva. Ao observar o olhar da mãe, tentou mudar de assunto. - E então pai? Vou ficar duas semanas na sua casa, não é? - perguntou, olhando diretamente para o pai.
— Claro que sim, pequena! - falou Harry, olhando para a filha, com um sorriso no rosto.
Aquela garotinha tava começando a ter características de uma Potter... E ele estava amando isso!
— O que? - indagou Hermione perdendo a passividade. - Vocês estão confabulando nas minhas costas? É somente por uma semana Lucy, eu te disse! E te disse também! - acrescentou olhando para Harry, que agora sorria vitorioso.
— Mas qual a diferença entre uma e duas semanas mamãe? - perguntou a menina, tentando fazer cara de inocente.
— Lucy, já falamos sobre isso, e agora não é o momento! - ralhou ela, séria. A menina entendia muito bem este tom, portanto, fizera um biquinho e se calara. - Este assunto está encerrado, não pretendo mais tocar nele, entendeu?
— Sim mamãe. - respondeu Lucy, de cabeça baixa.
Harry olhava a cena, nervoso. Teria que fazer alguma coisa. Sua pequena não podia ficar uma semana com os Granger.
— Vamos fazer assim então: Lucy quer passar essas duas semanas comigo, não é? E você não quer deixar por que não confia em mim, não é isso? – perguntou, encarando Hermione, que inflava com toda essa situação. – Então... Por que durante essa primeira semana você não pede para a minha mãe me vigiar? E na segunda semana a sua mãe passa na minha casa todos os dias e verifica se a casa está limpa e se a Lucy está viva! O que você acha? – sugeriu esperançoso. Se fosse para ter a sua pequena longe dos Granger deixaria até a rainha vistoriar a sua casa.
— Harry... - começou Hermione.
— Eu acho que já vou indo. - falou Draco. - Isso é um assunto que não me cabe, então nos vemos amanhã no aeroporto.
— Sim, te ligo amanhã. - disse ela, sem aparentar impaciência na voz. - Eu te levo até a porta. - terminou e saiu com o loiro.
"Mal educado, nem se despediu" - pensou Harry, vendo os dois saírem em direção a sala.
— Conseguimos ganhar a batalha docinho! – comentou animado para a filha, que sorriu pelo comentário. - Agora é ganha a guerra...
— Guerra é? - indagou Hermione que voltara sorrateira.
— Mione?! - gritou Harry assustado, fazendo a filhar pular no seu colo. - Estávamos falando de... - tentou explicar olhando suplicante para a filha.
— Batalha naval! - falou Lucy, fazendo os adultos a encararem espantados. - Estávamos falando que eu e papai vamos ganhar muitas batalhas e tentar ganhar guerras jogando juntos. - a garota olhou para o pai, espantada por pensar tão rápido em uma resposta.
— Sei... - murmurou colocando as mãos na cintura. Olhou séria para Harry, que sorriu inocentemente.
— Que foi? Nunca jogou batalha naval, Mione? - perguntou o moreno, segurando-se para não gargalhar.
— Sabe que não gosto deste tipo de jogo! - exclamou ela.
— Mas é legal mamãe! Quer que eu explique? - perguntou Lucy. Mas Hermione a encarou de um modo, que resolveu ficar calada.
— Não tentem me enrolar! - bradou ela. - O que pensam que estão fazendo me contrariando assim. De você Harry, eu já esperava, mas Lucy?
— Mione, tente se acalmar tá legal? - começou Harry, sentando-se novamente na cadeira e pegando um biscoito. - Lucy quer passar essas semanas comigo, qual é o problema? – perguntou mordendo-o.
Lucy olhava do pai para a mãe, como eu um jogo de tênis.
— Ah meu Deus, vocês são insistentes! - praguejou a morena.
— Com certeza querida! - respondeu Harry de boca cheia.
— Quais eram mesmo as condições de vistoria? - indagou cedendo.
— Que a minha mãe me vigie na primeira semana e a bruxa da sua mãe na segunda! - respondeu Harry, prontamente. Ao olhar para a expressão de Hermione, percebeu a besteira que tinha dito. – Digo... a maravilhosa da minha sogra? - perguntou, fingindo estar sem graça. Lucy somente ria da situação.
— Ex-sogra, aprenda isso! - exclamou Hermione. - Bem... Eu... Eu aceito a proposta, e vou ligar sempre e sempre, e também vou conversar com Lílian para que ela também não dê trégua alguma a você!
— Eba! - comemorou Lucy, pulando na cozinha de felicidade.
— Você está falando sério Mione? - perguntou Harry, espantado. - Tem certeza? - levantando-se, encarando-a com os olhos brilhando.
— Tenho, pois sei que não vão me deixar em paz! - falou ela aborrecida. - Mas aceitei por pura pressão!
— Obrigado Mione! – exclamou abraçando a morena, que ficou espantada pelo gesto. Mas antes que pudesse dizer algo, Lucy já estava no meio dos dois, abraçando a perna de cada um. Unindo-os. – Vem cá pequena...
— Ganhamos a guerra papai! – exclamou feliz, esquecendo-se completamente da mãe.
— Batalha naval, hein? - falou apertando de leve o narizinho da filha. - Uma dupla de trapaceiros, isso que vocês dois são!
— Trapaceiros não, espertos! - declarou Harry, fazendo as duas rirem.
— Trapaceiros sim! - insistiu a mulher, soltando-se dos braços dele. - Mas vou avisando, não caio nessa da próxima vez!
— Tem certeza? Quer apostar como ela sempre vai cair? - indagou Harry baixinho somente para Lucy, a menina tapou a boca rapidamente, tentando controlar-se para não rir. Mas sem sucesso.
— Já chega disso! - resmungou Hermione. - Já está na hora de você ir embora Harry. Lucy tem que dormir.
— Tá! Tudo bem... - respondeu Harry, fazendo careta. - Me leva na porta? – perguntou insinuante.
— Não! Você sabe chegar lá sozinho, boa noite!
— Mamãe... - disse Lucy, lhe olhando como se ela fosse uma bruxa má. - Pode deixar que eu te acompanho, pai! - acrescentou pegando a mão do homem, que sorriu pelo ato da filha.
Hermione encostou-se no balcão, vencida. Harry tinha o mesmo controle sobre Lucy, como tivera com ela no tempo em que namoravam. Escutou a filha conversando com o pai animadamente, e em seguida, a porta se fechou. Olhou pela janela, e viu Harry lá fora, ele também à vira. Sorriu e piscou a ela, antes de entrar no carro. Hermione desviou os olhos, corada.
— Mamãe, vou arrumar a minhas coisas tá bom? – perguntou, somente aparecendo com a cabeça pela entrada da cozinha.
— Hã? - indagou a esmo. - Ah! Claro... Claro, querida...
— Está tudo bem mamãe? - perguntou Lucy, estranhando o comportamento da mãe.
— Tudo ótimo, por quê? - indagou esboçando um sorriso.
— Por que não parece! - completou o pensamento, lhe encarando. - Vai me ajudar a arrumar?
— Claro, vai indo à frente, eu já vou. Preciso ajeitar um pouco a cozinha...
— Tudo bem. - comentou, logo em seguida saindo correndo em direção ao quarto. - Vou te esperar! - gritou, animadamente.
Ela suspirou.
Que diabos estava sentindo no peito?! Há muito tempo não se sentia daquele jeito!
Desencostou-se do balcão, ainda sentindo um arrepio por ter na ocasião os olhos de Harry fixos em si. Pegou os copos e os colocou na pia. Tinha que esquecer essas malditas reações sempre que o tinha por perto. E ela temia que nunca fossem passar, e nem que qualquer outro conseguisse tal façanha.
N/A Jessy: bem pessoal, dá pra ver que nos empolgamos! realmente temos motorzinho nos dedos e no cerebro, escrevemos tanto que vocês nao tem noção, só irão saber quando comentarem muito! Isso chantagem tá mais que na moda! Ficou tão lindo o capt três que se eu fosse vocês eu comentava muitoo e deixava duas autoras felizes. Isso mesmo o capt três já está finalizado, então está nas mãos de vocês leitores! Quero agradecer a todos que comentram e que nos deram uma forcinha... BRIGADA PESSOAL! Bjokas e tá o proximo capt!
N/A Josy: Gnte... cap gigantesco esse neh!??! kkkkk concordo com a Jessy... meus dedinhos chegam a estar doendo de tanto digitar... mas a minha mente naum para d trabalhar sobre essa fic... Nem falo p/v6 q o cap 3 ta hilaaaaaario.. e parecendo comercial d manteiga.. (naum eh Jessy.. hehhee) Ih.. jah falei... querem saber se estou falando a verdade?? comentem então q a gnte posta ele rapidinho p/v6 conferirem.. (sou má igual a minha net.. hã???)
Amei os comentarios da fic anterior... Vlw msmo gnte.. Amamos v6
Bjoks e ate +
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