Inesquecível
Eles se separaram e Rony mandou a pessoa entrar…
Não. Era o que dizia a mente de Harry, parada na porta estava ninguém menos que Gina. Linda, os cabelos mais longos do que ele se lembrava, estavam na altura da cintura, os olhos castanhos eram os mesmos brilhantes e belos, expressavam duvida e medo, o olhar de Harry se deteu um instante na boca vermelha da ruiva e foi descendo pelo corpo escultural dela, corpo que ele já não reconhecia.
Apesar do grito de sua mente, lhe dizendo que aquilo não podia ser real, Harry se encaminhou para a ruiva. Ela também se encaminhou até ele e os dois se encontraram no meio da sala, Harry a abraçou mantendo o contato com os olhos, suas testas estavam coladas assim como seus corpos.
Harry se sentia confuso e curioso, mas a saudade de Gina superou qualquer outro sentimento, aproximou a boca da dela e a beijou docemente. Um beijo lento, de reconhecimento. A apertou mais contra si, deixando o cheiro e o gosto dela tomarem conta de si. Ele não ouviu Rony um pouco indignado saindo da sala sendo arrastado por uma Hermione irritada, não ouviu a porta ser fechada e lacrada, sua concentração estava ali naquela sala, na pessoa em seus braços e nada lá fora importava.
- Harry… - começou Gina ofegante.
Mas Harry não ouviu, não queria ouvir, beijou novamente Gina, o beijo que começara doce e calmo, agora era quase selvagem, anos de saudade precisavam ser compensados. Ele levantou-a do chão e a carregou até a mesa de Rony, sentando-a ali, colou seu corpo ao dela, apertando-a contra si, desceu os lábios até o pescoço dela e a ouviu gemer baixinho. Suas mãos percorreram ávidas pelo corpo dela, enquanto as mãos dela percorriam seu tórax por baixo de sua camisa. Com alguma dificuldade Harry tirou as vestes que ela usava deixando-a só com a roupa intima. Harry olhou para aquele corpo que tanto sentira falta, mas a mesa estava cheia demais para que pudesse deitar Gina, sacou a varinha e conjurou uma cama, carregando sua ruiva para lá.
- Harry… - tentou Gina novamente, tinha tanto o que explicar, mas mais uma vez Harry não a deixou terminar a beijando com ardor e se deitando por cima dela.
Harry não conseguiu parar, sentira falta demais dela para ouvir qualquer explicação, teriam tempo para conversar mais tarde, a beijou com paixão deitando-se por cima dela enquanto deixava suas mãos seguir a esmo por todo o corpo da ruiva que já arfava com seus carinhos. Sentiu Gina percorrer suas costas arranhando-as devagar, um arrepio correu todo seu corpo, Gina lhe tirou a camisa, depois a calça, deixando-o também só com a roupa intima.
Foi descendo devagar, beijando cada parte do corpo dela até chegar ao sutiã, ele o desabotoou e o jogou longe, beijando profundamente a parte descoberta, com a mão esquerda tentou tirar a ultima peça que sobrara, mas como não estava conseguindo, se levantou parcialmente e a retirou aproveitando para tirar a sua também.
…
Algum tempo depois, estavam os dois ofegantes lado a lado na cama, com um lençol fino lhes cobrindo os corpos despidos. Gina se virou para Harry que permanecia com os olhos fechados e com a mão começou a acariciar o tórax dele, Harry se arrepiou completamente e pegou a mão dela e tirou dali, porque se não, não responderia pelos seus atos. Abriu os olhos e viu que Gina voltava a ter o ar amedrontado, ele beijou a mão dela e se colocando de lado acariciou o rosto dela.
- Por quê? – perguntou Harry, apesar de um pouco nervoso ele sabia que Gina nunca fingiria sua própria morte se não fosse por um bom motivo.
- Não podia deixar que nossa filha corresse perigo. – falou Gina mordendo o lábio inferior.
Harry parou o carinho que fazia no rosto da ruiva e a olhou atordoado, como assim filha? Eles não tiveram filhos. Ele arregalou os olhos entendendo o que a ruiva queria dizer.
- Vo-você… est-estava grávida? – perguntou gaguejando.
- Sim. – respondeu Gina respirando com dificuldade. – Você sabe o quanto eu e você e qualquer um da Ordem de Salem éramos perseguidos, assim que Voldemort soubesse que nós tivemos uma filha, iria até o inferno para matá-la.
Harry piscou os olhos alguns segundos, tentando absorver o que Gina falava. Ele tinha uma filha… ele sabia muito bem que se Voldemort algum dia soubesse disso Gina provavelmente nem viveria para ter a menina.
- Você me entende não é? – perguntou Gina desesperada pelo silêncio do Harry. – Eu estava desesperada, Lílian veio em um momento totalmente caótico, não poderia permitir que ela morresse, mesmo que para isso eu tivesse que te perder.
- Lílian? – perguntou Harry emocionado, Gina corou e acenou que sim, aquele era o nome da filha dos dois.
Harry sorriu como nunca antes na vida, abraçou fortemente Gina a beijando novamente apaixonadamente, ele mal podia acreditar no que estava acontecendo. Se fosse um sonho que ninguém ousasse acorda-lo, ou ele mataria o infeliz.
- Peraí! – exclamou Harry interrompendo o beijo ao se lembrar do que a ruiva falara. – Como assim me perder?
Gina se sentou na cama e abraçou os próprios joelhos.
- Tive medo de que pudesse conhecer outra pessoa. – murmurou ela, sua voz saindo com dificuldade. – Eu sabia que a guerra estava longe de acabar e que mesmo depois que você matasse o Voldemort, por algum tempo nossa filha ainda estaria em perigo…
Harry silenciou Gina com um beijo.
- Nunca. – falou Harry com convicção. – Entendeu bem? Eu nunca iria olhar para outra mulher, eu te amo e por todos esses anos apenas você esteve em meus pensamentos.
- Não sabe como foi doloroso fazer você sofrer tanto. – falou Gina, seus olhos se enchendo de lágrimas. – Todas as noites eu sonhava que você com outra mulher, e durante o dia eu ficava imaginando como seria nosso reencontro e o medo de que você não me perdoasse me matava aos poucos. Só depois do nascimento de Lílian que tudo melhorou um pouco, me dediquei completamente a ela.
- Onde ela está? – perguntou Harry enxugando as lágrimas de Gina.
- Com Hermione. – respondeu Gina. – Fui conversar com Hermione primeiro para que caso você não quisesse ouvir ela falasse com você.
- Como você fingiu sua morte? Eu vi você morrendo. – perguntou Harry curioso, estava louco para conhecer sua filha, mas precisava deixar tudo claro com Gina antes, não podia deixar um mal entendido se intrometer no primeiro encontro com sua filha.
- Lembra do espião que eu tinha e que não falava para você quem era? – perguntou Gina, aquela era a parte mais difícil de Harry aceitar.
- Snape. – falou Harry somando os fatos.
- Sim. – concordou Gina. – Ele veio até mim e me provou que estava do nosso lado, Dumbledore estava morrendo e os dois fizeram esse plano para que Snape se tornasse alguém acima de qualquer desconfiança, mas ele sabia que ninguém o ouviria, então soube que eu estava ao seu lado, e mesmo sabendo que era perigoso ele foi ao meu encontro. Por sorte eu não o matei assim que o vi. Ele me passava informações sempre que podia e quando eu lhe disse que estava grávida, e que precisava de algum modo para fingir minha morte para todos, inclusive para você, pois se Voldemort entrasse em sua mente descobriria tudo, ele resolveu fazer a emboscada contra você, o seu espião era na verdade um espião duplo. Ele espionava para o Voldemort, mas Snape convenceu o Lorde que o miserável era na verdade seu espião e então a emboscada estava armada…
- Então Snape a “matou”. – terminou Harry. – Porque ele fez tudo isso? Ele me odiava então o mais lógico seria ele não ajudar você.
- Ele amava a sua mãe Harry. – disse Gina. – Foi ele quem pediu para Voldemort não matar a sua mãe, mas Snape não acreditou em Voldemort e foi até Dumbledore se tornando espião, jurou proteger você, mas você era tão parecido com seu pai, que toda vez que ele te olhava se lembrava do homem que tirou a mulher que ele amava dele.
Harry estava estupefato, sua mãe e o Snape?
- Sua mãe durante alguns anos foi amiga de Snape, mas ele estava tão obcecado pelas artes das trevas que acabou perdendo a amizade dela. – Continuou Gina. – Mas Voldemort descobriu que Snape mentira, que ele fora realmente um espião, Voldemort ficara tão furioso que torturara Snape até a morte, sem pegar nenhuma informação sobre nada, principalmente sobre mim e Lílian.
Harry se sentiu mal por ter tantas vezes amaldiçoado Snape, já que era graças a ele que sua filha e Gina estavam vivas.
- Quero conhecer nossa filha. – disse Harry. – Ela deve estar com cinco anos agora.
- Eu fiquei nove meses grávida Harry. – falou Gina rindo. – Estava apenas com um mês quando “morri” então nossa filha logicamente tem quatro anos.
Harry riu, estava tão feliz. Abraçou Gina carinhosamente para ter certeza que era ela mesma, mas não tinha mais duvidas o cheiro, o sabor, o corpo, os olhos, eram dela.
- Bem acho que para você ver sua filha é necessário que se vista. – falou Gina. – E que espere até amanhã, pois caso não tenha percebido já estamos em plena madrugada.
Harry olhou para a janela, tinha perdido a cerimônia de seleção, aquilo devia ser algum feitiço lançado contra ele, durante todos os anos que estivera em Hogwarts poucas vezes assistira a cerimônia. Mas isso lhe trouxe uma vantagem, já que estava de madrugada e sua filha estava dormindo, ele podia curtir um pouco mais a mãe dela, pensando nisso ele sorriu marotamente para Gina que não entendeu nada, pois achara que Harry iria ficar frustrado por não ver a filha imediatamente. Só compreendeu quando viu Harry se aproximar dela calmamente e a beijar, bem aquela era sem duvida uma ótima idéia.
No outro dia…
Harry e Gina acordaram com os raios de sol em seus rostos, Harry ficara horas olhando Gina dormir, com medo de dormir e quando acordasse percebesse que era um sonho, mas por fim o sono o venceu e ele dormiu abraçado a ela.
- Acho melhor nos vestimos e irmos ver Lílian. – falou Harry se levantando após dar um pequeno beijo de bom dia em Gina, agora que já assimilara todas as novidades percebera que não podia ficar nem mais um segundo sem conhecer sua filha, vestiu a roupa rapidamente, tentou ajeitar (inutilmente) os cabelos, olhou para Gina que o olhava marota.
Gina se levantou afastando o lençol e Harry precisou de toda sua força de vontade para não agarrá-la agora mesmo. Gina vestiu lentamente as roupas, ou assim pareceu a Harry que estava babando, e quando terminou fez a cama desaparecer e com um aceno da varinha fez com que a porta se deslacrasse e abrisse, fazendo Rony cair de cara no chão.
- Rony! – exclamou Hermione que vinha possessa atrás do ruivo. – Me desculpem tentei segurar esse idiota, mas quando eu pisquei ele sumiu!
- Tudo bem Mione. – respondeu Harry rindo e ajudando Rony a se levantar, Harry olhou para a amiga de tantos anos e sorriu, sentira muita falta da sabedoria dela, abraçou fortemente Hermione que o abraçou de volta, estava muito feliz.
- Assim eu fico com ciúme. – falou Rony sorrindo, não gostava da idéia do que Harry e Gina fizeram trancados naquela sala, mas não podia deixar de se sentir imensamente feliz de ter a irmã e Harry de volta e de brinde uma sobrinha linda.
- Onde está Lílian? – perguntou Harry ansioso, soltando Hermione.
Hermione sorriu e apontou para a porta, lá parada olhando meio apreensiva para ele estava uma linda menina, branca, de cabelos intensamente vermelhos e olhos muito verdes, verdes como os seus, Harry sorriu emocionado, sua filha se parecia muito com sua mãe, se ajoelhou e estendeu os braços. Lílian abriu um lindo sorriso e foi correndo abraçar o pai, que não conhecera, mas que passara a vida inteira ouvindo sua mãe falar que ele era um homem maravilhoso.
Harry abraçou forte a filha, tomando cuidado para não machuca-la, naquele momento se sentia o homem mais feliz do mundo, tinha Gina de volta e tinha uma linda menina que era sua filha.
- É tão bom te conhecer. – falou Harry olhando a filha, guardando cada detalhe dos traços dela.
- Eu gostei do senhor, papai. – falou Lílian, sua voz infantil transparecendo alegria.
Harry teve que se segurar para não chorar de emoção ao ouvir sua filha o chamando de pai.
- Vamos tomar café? – perguntou levantando-a do chão sem o menor esforço.
- Vamos! Eu estou com fome. – respondeu Lílian alegre, depois ficou séria e olhando para o pai passou a mãozinha no rosto dele. – O senhor é mais bonito do que nas fotos que a mamãe me mostrava. Eu fiquei com medo que o senhor não gostasse de mim.
- E porque eu não gostaria da menina mais linda que existe no mundo? – perguntou Harry se segurando novamente para não chorar de emoção, Gina e Hermione já choravam há muito tempo e até Rony enxugava disfarçadamente algumas lágrimas.
- Mamãe sempre disse que o senhor era o homem mais legal do mundo. – falou Lílian corando pelo elogio. – Ela tinha razão.
Harry resolveu que já era hora de ir, porque se não ele iria chorar feito um bebê na frente da filha, segurando Lílian com o braço esquerdo passou o braço direito pela cintura de Gina dando um beijo no rosto de cada uma das mulheres da sua vida eles se encaminharam juntos para tomar o café da manhã.
Quando entraram no salão principal o silêncio foi total, até Minerva estava surpresa, ainda não tinham contado para ela que Gina estava viva, se recuperando Minerva cumprimentou os recém chegados, como Harry não aparecera ela não falara nada sobre o novo professor de DCAT. Conversou brevemente com Harry ficando a par dos acontecimentos, ficando chocada com tudo, pigarreando para se recuperar e começar a falar ela se virou para a multidão de alunos silenciosos a sua frente.
- Como todos já devem ter percebido o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas é Harry Potter. – houve um grande barulho, todos começaram a falar ao mesmo tempo, excitados, mas a um olhar da diretora todos silenciaram. – A partir de hoje ele fará parte do corpo docente de Hogwarts, sei que cada um de vocês tem muitas perguntas que gostariam que fossem respondidas, mas acho que todos entenderão que é melhor que elas não sejam feitas, o senhor Potter esteve em guerra liderando a Ordem de Salem e a Ordem da Fênix…
Novamente a diretora foi interrompida pela onda de cochichos urgentes entre os alunos, dessa vez ela teve que lançar para o auto faíscas vermelhas várias vezes até todos silenciarem.
- Gina Weasley Potter que todos pensaram estar morta, na verdade fingiu sua própria morte para proteger sua filha Lílian Potter.
Após essa afirmação não foi mais possível continuar a falar e resignada Minerva se sentou para ser colocada a par dos detalhes sobre a inusitada noticia, era estranho pensar que Harry era o mesmo que estivera em sua sala ontem, ele sorria abertamente, se assemelhando ao antigo Harry que estudara há tantos anos em Hogwarts, a pequena Lílian foi muito mimada por todos os professores, coisa que ela adorou, ela gostou principalmente de Hagrid que deixou ela mexer na barba dele.
Dois anos depois.
- Eu te amo. – falou Harry para Gina que estava sentada entre suas pernas, os dois estavam embaixo da árvore perto do lago, que nos tempos da escola eles ficavam horas por lá.
- Eu também. – disse Gina virando o rosto para ele e beijando-o, Gina havia se tornado professora de feitiços após a aposentadoria do professor Flitwick.
- Hum-hum. – eles se afastaram e viram Lílian agora com seis anos parada olhando para eles.
- O que foi querida? – perguntou Gina sorrindo.
- Posso ir ver o tio Hagrid? – perguntou Lílian esperançosa, adorava ir na casa de Hagrid e brincar com canino.
- Pode sim, mas não demore, está perto do jantar. – respondeu Harry, Lílian sorriu e foi correndo ver Hagrid.
Harry olhou para Gina e a beijou novamente, aqueles foram os dois anos mais felizes de toda a sua vida, pois não tinha guerra e ele havia realizado seu maior sonho. Ter uma família. Gina sorria alegre para ele quando ela arregalou os olhos.
- Mexeu! – exclamou ela alegre, puxou a mão de Harry e a encostou na barriga de quatro meses.
- Acho que vai ser menino. – falou Harry sorrindo.
Gina concordou alguma coisa lhe dizia que seria realmente um menino, ela olhou para Harry e nos olhos dele pôde ver felicidade, amor, desejo, tudo que sempre quis ver naqueles olhos verdes. Ele estava feliz e isso já era suficiente para ela ser a mulher mais feliz do mundo.
Harry muitas vezes não acreditava no que tinha acontecido, parecia irreal que depois de tudo que passara pudesse ser feliz, mas ele estava. Lílian era a melhor filha que alguém poderia ter. Era o sonho de todo pai. Gina a cada dia que passava lhe dedicava mais e mais amor, assim como ele a ela, e agora vinha àquela criança para alegrar mais ainda sua vida. Ele mais do que nunca amava Gina, seu amor por ela, é e sempre foi inesquecível. Ele sabia mesmo sem saber como, ele sabia que a partir dali ele seria feliz para sempre.
Anna: realmente foi muito triste, mas acho que nesse sentido eu me redimi um pouco, obrigada por comentar e espero que goste desse capítulo também, beijo.
Tuca: obrigada pelo comentário e fico muito feliz que você tenha gostado da fic, beijo.
Alarico: aí está o capítulo espero que goste dele também e obrigada por comentar, beijo.
Prika: bem... a Gina não morreu, eu não consigo fazer o Harry ser infeliz pro resto da vida, eu sei que eu faço ele sofrer muito nas minhas fics, mas não podia deixar ele ficar o resto da vida sofrendo pela Gina, e não podia colocar outra pessoa do lado dele... bem espero que goste do capítulo, beijo.
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