O Rei do Inverno e a Rainha do
Capítulo 6 – O Rei do Inverno e a Rainha dos Elfos (N/A: “O Rei do Inverno” também é um título de livro, vocês vão entender na história).
“Ron sem Hermione não existia, era como Crabbe sem Goyle e Poções sem Snape…”: essa era uma lei que regia o jovem casal, na verdade sempre regeu e sempre regerá. (N/A: essa frase é da fic O Encantamento das Almas, todos os créditos à autora Roberta Nunes! Agradeço a ela por me deixar usar! E LEIAM a fic! É LINDA, ou melhor, EMPOLGANTE! ;D ). Eles estavam abraçados, em um sofá na casa de Hermione, matando a saudade… Ron viajava muito por causa dos campeonatos, já a garota se limitava ao Ministério da Magia, mas, apesar de tudo, estavam muito felizes, amavam-se e comemorariam dois meses desse amor da melhor maneira possível: viajando com os amigos! (Suas mentes poluídas, não pensem bobagens!).
-Mione… - chamou ele, levantando o rosto da garota… “Ah esses olhos! Esse cabelo! Esses lábios!”
-Sim? – “Olhos azuis… parecem o mar me tragando… Machado de Assis, o senhor estava errado quando disse que as mulheres tinham olhos de ressaca…”
-Já disse que te amo? E que senti tua falta? – ele massageava os cachos castanhos com uma mão enquanto a outra fazia carinho por todo braço de Hermione. Ela já estava de olhos fechados, simplesmente desfrutando das sensações que só um ruivo a fazia sentir…
-Já… Mas não custa frisar… - esboçou um sorriso, ainda de olhos fechados, o qual foi correspondido pelo rapaz.
-Eu te amo! E sempre estou com saudades! – um beijo, um ardente beijo, era nisso que estavam entregues até que…CLACK!
-Amo! Desculpe interromper… - o elfo começou.
-Alfred! – Ron era o quadro da raiva, odiava interrupções, ainda mais quando envolvia os poucos momentos que tinha com sua namorada.
-Desculpe, eu lhe imploro! Mas seu treinador…
-O que tem o John? – o rapaz já estava um pouco mais calmo a pedido de Hermione.
-Ele está lá em casa, atrás do senhor, disse ser urgente… Me desculpem, por favor! – Alfred estava curvado no chão, implorando por perdão.
-Oh! Calma, Alfred! Nós te perdoamos, NÃO É, RON? – ela fez questão de enfatizar e lançar um olhar imperativo.
-Ahn… Sim, sim, amigão! Vá e diga ao John que já estou indo!
-Certo, amo! Obrigado! Vocês são os melhores senhores!
-Alfred! Já disse que eu e a Mione somos teus amigos! Você sempre foi livre!
-Não importa! Vocês sempre serão, para mim, o Rei do Inverno e a Rainha dos Elfos! Com licença! – e aparatou
-Ai, esses apelidos idiotas… - Ron revirou os olhos, Hermione não pôde deixar de rir… - Se bem que você é uma rainha mesmo…
Hermione congelou com o elogio, mas comentou meio triste…
-Uma rainha sem reino…
-Você reina o meu coração, majestade… - seus olhos se encontraram de novo, mais um beijo, mas de despedida…
-Ron! Você nunca poderá ser o Rei do Inverno, porque você… você só me traz calor e aconchego… - ela baixava os olhos encabulada, ele sorria.
-Eu só quero ser seu rei! Agora, até mais, minha rainha! – deu um selinho nela e aparatou para casa…
-RONALD! Até que enfim! – exclamou o técnico, pulando da cadeira para cumprimentá-lo – Como vai, garoto?
-Bem! Mas o que houve de tanta urgência?
-Garoto, garoto! Precisamos conversar… a mando do diretor do time…
-Ai, Merlin! Ok, sente-se. Quer algo para beber?
-Não, obrigado, Ronald. Vamos ao que interessa… você viaja em cinco dias, certo?
-Sim, mas prometi treinar ainda três dias! Não se preocupe vou comparecer!
-Eu sei… só queria te dizer que fomos treinar o Jack, ver se você estava fazendo um bom trabalho e… bem… ele nunca será tão bom quanto você, mas está muito bem! – uma expressão aflita tornou-se um sorriso de alívio no rosto de Ron – Queremos te parabenizar pelo esforço! Você, com toda certeza, preza seu time! Os Cannons nunca foram tão felizes quanto no dia que escolhemos você!
-Poxa, obrigado, treinador!
-Calma que não acabei, moleque! O diretor mandou dizer que, com pesar, te libera para as férias, mas que, quando tu voltar, vai ver uma outra taça na sala de troféus, e ela será erguida em sua homenagem. Você nos fez renascer das cinzas, garoto! É muito bem-visto pelo clube inteiro, por isso é com muita honra que eu te entrego esse presente, em nome do time! – estendeu um pacote com um papelzinho a Ron cuja mão tremia e a voz falhava ao ler o cartão:
“Caro Ronald,
Queremos lhe desejar uma ótima viagem! Mas isso não significa que deva relaxar e esquecer de seus compromissos para com o Quadribol! Ordens do treinador!
Aproveite bem e retorne para continuar sua saga de vitórias!
Abraço dos amigos do Chuddley Cannons, futuro campeão do Campeonato Inglês!”
Rony abriu o pacote… Se antes não conseguia se conter de felicidade, agora ela marejou seus olhos… A camisa do uniforme do time, autografado por todos seus companheiros. Atrás, seu apelido: Rei Weasley, e embaixo a cantiga do rei.
-Tre… Treinador! Isso é muito pra mim! Merlin, obrigado! – levantou-se e abraçou-o.
-Que é isso, garoto! Sempre modesto… quando quer, né?! – ambos riram – Desculpe chamar-lhe às pressas, mas tinha que te entregar antes da viagem!
-Mas ainda tem o treino de amanhã! Sem contar os outros dois com o Jack…
-Ah! Já ia me esquecendo… Você está dispensado!
-Hein? Como assim?
-Não tem porquê ir amanhã e não jogar mais nenhuma partida. Quanto ao seu substituto, bom, ele é tecnicamente titular agora, então deve treinar com o time. Aproveite e descanse, Weasley! Recém chegamos de um jogo, uma grande vitória, diga-se de passagem.
-Obrigado, treinador! Mas amanhã faço questão de ir lá agradecer o pessoal e me despedir!
-Então até mais, Weasley! – apertou a mão do seu jogador.
-Até mais, John!
Após o técnico sair, Ron se atirou no sofá… “Nunca pensei em ser tão bajulado no time, tão acolhido… Preciso compartilhar esse momento com alguém especial… ou algumas pessoas especiais…”
-Alfred!
-Sim, amo!
-Chame o Harry para vir aqui daqui a pouco, compre o que for necessário e faça um jantar maravilhoso, digno da realeza.
-Sim, senhor! – o elfo sorria com alegria, gostava de ver o amo feliz.
-Cuide disso, por favor. O rei, aqui, irá buscar sua rainha agora!
-Sim! – Ambos aparataram…
Hermione ainda olhava para onde seu namorado tinha saído “Merlin! Meu NAMORADO! Quanto tempo esperei por isso… Rei e Rainha…” não pôde deixar de rir dos apelidos… “Lembro como se fosse ontem…”
Era fim de verão aqui na Inglaterra, recém tínhamos conseguido nossos empregos. Eu trabalhava como uma louca pela libertação dos elfos e já havia saído vitoriosa em alguns processos, mas estava um pouco triste, ou melhor, saudosa dos ruivos de minha vida. Gina entraria em Hogwarts daqui a pouco, e Ron… bom, ele estava viajando para variar… Época de campeonatos. Pelo menos o Harry eu via com freqüência no Ministério. Mas um dia meu chefe veio com uma notícia que me deixou extática…
-Senhorita Granger?
-Sim, senhor Malbourne.
-Tenho uma missão para a senhorita… no Chile…
-No Chile? – arregalei os olhos.
-Sim, detectamos maus-tratos aos elfos de uma sede esportiva. A senhorita só tem de averiguar a situação e, se preciso, indiciá-los.
-Está bem, mas devo rejeitar essa missão, chefe. Estou sem condições financeiras para uma viagem ao Chile.
-Senhorita Granger, a senhora vai a trabalho, logo o Ministério compra as passagens e te hospeda, ainda manda uma quantia para suas refeições, porém, em troca, você tem de libertar aqueles coitados! Trato feito?
-Sim, senhor Malbourne, será um prazer ajudá-los. Prometo não falhar! – agradeci mentalmente pelo chefe que tinha, ele também abraçava a causa de proteção às criaturas submissas, ele me dava ânimo para trabalhar.
-Ótimo, é só isso. A propósito, você parte amanhã, esteja aqui às oito horas. E você tem três dias para cumprir essa promessa! – com isso bateu a porta, deixando-me com os nervos à flor da pele.
-Merlin! Como ele espera que eu consiga falar com os elfos de uma sede esportiva e indiciar o local em três dias? Eles nunca me deixarão entrevistar as criaturinhas… Vamos lá, Hermione! Você vai conseguir! Tenho de cumprir minhas promessas!
Terminei meu expediente mais cedo e fui para casa arrumar minha mala. Pelo o que investiguei, eles estavam no inverno mais rigoroso, por isso peguei todas minhas roupas quentes e torci para a calefação do hotel ser boa.
Às oito horas estava no Ministério, o senhor Malbourne acompanhou-me até o Departamento de Viagens. Depois das orientações e despedidas, cheguei ao meu destino. Fui direto ao hotel deixar minhas coisas, não podia perder tempo. Já eram dez horas, descobri a sede esportiva fechada, só abririam ao meio-dia, parece que ia ter um jogo às treze horas. “Pelas barbas de Dumbledore! Desse jeito nunca conseguirei falar com o chefe do estádio!” Ia dando meia volta, não havia o que fazer a não ser esperar no hotel, mas eu esbarrei em alguém, estava bem distraída, só senti braços fortes me amparando a queda, quando nos olhamos para agradecer e desculpar, a surpresa…
-Ron?
-Mione? – falamos em uníssono, não acreditava na sorte que tinha.
-Que saudade, Ron! – o abracei – então é aqui que você está jogando?
-Muita saudade também! – ele devolveu o abraço forte – Sim, hoje tem jogo de tarde, a semifinal! Tá todo mundo surtando! Se der tudo certo, depois de amanhã tem as finais! Mas qual o motivo dessa bela surpresa? – ele não pôde deixar de me olhar, fazendo eu corar.
-Salvar os elfos desse estádio. Parece que estão sendo maltratados, tenho de investigar e talvez acusar o clube.
-Sério? Nossa.
-Por acaso não sabe se o diretor está aqui? Preciso pedir a permissão dele para entrevistar os elfos.
-Ehr, bem eu nunca vi o diretor, só na abertura do campeonato. Mas eu tenho como te pôr aí dentro agora se quiser.
-Quero sim! Só tenho até depois de amanhã para conseguir isso!
-Então vamos. Estou indo encontrar o time, lá dentro tem um recepcionista, ele pode te ajudar, eu te acompanharia, mas estou atrasado. – Ron coçou a nuca, olhando para baixo, estava encabulado.
-Tudo bem, Ron! Obrigada MESMO! – dei um beijinho na bochecha que ficou quase da cor dos cabelos dele.
-De nada! Vamos lá, tem uma entrada ali do lado.
Estava tão feliz! Que saudade desse ruivo! Aqueles braços me segurando, nossa! Agora eu entendi a Gina quando agradeceu ao Quadribol! Entramos. Ele me levou até o recepcionista e pediu a ele me conduzir até a sala do diretor.
-Mike, por favor leve a senhorita Granger até o senhor Gutierrez.
-Sim, senhor Weasley.
-Obrigado. Bom, Mione, tenho que ir, mas volto daqui a pouco, hoje não tem treino, só estudo de jogadas. Acha que posso me encontrar contigo daqui a uma hora mais ou menos, aqui?
-Bom, vai depender do senhor Gutierrez. – ele entristeceu - Mas acho que, mesmo que ele deixe, eu posso fazer isso de tarde. – eu pisquei, ele era só sorrisos.
-Então, vamos almoçar juntos. Me espera aqui, viu!
-Está certo! Até mais, Ron. Muito obrigada de novo! Até mais.
-Até. – Rony saiu correndo por um corredor, enquanto que Mike me conduzia escada acima até uma sala afastada.
-É aqui, senhorita Granger. Com licença.
-Certo, obrigada.
-Disponha.
Bati na porta, não sabia se meus nervos era pela tarefa que tinha pela frente ou se por causa de um compromisso inusitado, mas muito bem-vindo. Almoçar com Ron! Que sonho e nostalgia! A porta abriu.
-Sim?
-Com licença, senhor Gutierrez?
-Sou eu. E a senhorita?
-Granger. Hermione Granger. Departamento de Defesa a Criaturas Mágicas da Inglaterra.
-Ah sim. O Ministério daqui não conseguiu provar nada e pediu ajuda européia. Patético.
Estava me enfurecendo.
-Bom, senhor, gostaria que me concedesse uma entrevista com seus elfos.
-Sim, já sei, já passei por isso e a resposta é a mesma: NÃO! Agora vá embora para o seu país. Aqui não há nenhuma irregularidade!
Botei a mão na porta, impedindo-o de fechá-la.
-Se não há nada, então porquê o senhor não me deixa investigar? Está com medo? – isso o afetou.
-Não estou com medo. O que eu faço com meus elfos é assunto meu! Não interessa a ministério nenhum! Muito menos ao de um país a quilômetros daqui! Adeus! – fechou a porta na minha cara.
“Mas agora sim que eu não vou desapontar o senhor Malbourne! Vou cumprir minha promessa a todo custo!” Com esse pensamento, voltei ao hall de entrada e esperei por Ron que não demorou, por algum milagre.
-Hey, Mione! Desculpe te deixar esperando.
-Oi, Ron! Não, estou a pouco aqui.
-Como foi?
-Ele é um grosso, mal-educado! – a fúria tinha voltado.
-É, ele parecia um chato abrindo os jogos por pura obrigação. Garanto que só ta aqui por dinheiro.
-É, ainda parece um pingüim gordo naquele terno! – Ron arregalou os olhos, não esperava um comentário desses de mim.
-É a Hermione Granger que está aí?
-Ai, não enche, Ron! Eu estou furiosa com ele! Garanto que os coitados estão sofrendo! Não quero isso!
-Vamos comer, eu acho que tenho como te ajudar de novo.
-Sério? Obrigada!
-Sim, vamos para o meu hotel. Infelizmente tenho que seguir dietas nos dias de jogo, temos um cardápio rigoroso, e também é lá que pretendo te ajudar.
-Como assim?
-Você já vai entender. Vamos que ambos temos pouco tempo! – segurou minha mão e aparatou no seu “quarto”.
Era uma salinha com sofá e televisão, tinha uma cozinha num cantinho pequeno, um corredor que dava para o quarto propriamente dito e para o banheiro. Fazia o estilo de um apart hotel. Bem aconchegante e, por incrível que pareça, bem arrumado.
-Alfred!
-Amo! Seu almoço está pronto! – o elfo veio correndo da cozinha.
-Obrigado, Alfred. Agora quero que conheça uma grande amiga minha, Hermione Granger. Esse é o Alfred, meu elfo. Não me olha com essa cara, ele é livre!
-Ah bom! Está desculpado! Prazer em te conhecer, Alfred! – “Está explicada a organização...”
-É um prazer para mim conhecer a amiga do amo!
-Ela vai almoçar conosco, amigão!
-Sim, senhor, até fiz comida a mais, por sorte.
-Ótimo. Posso te pedir um favor, Alfred? Eu e Hermione temos um pedido.
-Hein? Como assim, Ron?
-Ué, ele sendo elfo pode aparatar onde quiser, pode ir falar com os do estádio, fazer a sua entrevista.
-Que ótima idéia, Rony! Poderia fazer isso, Alfred?
-Sim, claro. Vou agora mesmo. O que devo perguntar?
-Vamos depois do almoço, que tal? Daí eu te entrego um questionário.
-É, vamos comer agora. Depois você vai.
-Às ordens!
Comemos, senti uma pena do Ron, ele se controlava, mas também tinha um jogo daqui a pouco. Ai ele salvou meu dia e meu trabalho. Dei uma pilha de papéis para o Alfred, pedi para ele perguntar e anotar tudo antes de aparatar.
-Mione?
-Sim, Ron?
-Bom, o Alfred vai passar um bom tempo indo atrás disso, então quero minha recompensa!
-Quê? O que você quer? Sem dúvida, te devo muito, Ron! Pode pedir!
-Toma. – entregou-me um papel, era um ingresso pro jogo de hoje. – Quero que você vá e continue me dando sorte.
-Eu dando sorte? Você é quem me ajuda!
-Mas é por você que vou jogar hoje! Não vai passar uma goles por mim!
-Não precisa prometer isso também! Mas eu vou lá sim! Afinal vou ter de esperar o Alfred mesmo. E estou te devendo! Obrigada de novo!
-De nada, mas vamos então! Já é quase meio-dia e vinte!
-Sim, rei Weasley. – ele sorriu.
-Posso te conduzir, senhorita? – ele ofereceu o braço e apertou minha mão. Ao chegar no estádio, de novo cada um foi para o seu canto.
O jogo começou, ainda bem que estava de casacão, estava um frio naquela arquibancada. Coitado do Ron tendo que voar nesse tempo, mas ele cumpria sua promessa, nenhuma goles tinha entrado ainda. Então o tempo começou a virar, rajadas de vento atrapalhavam os jogadores, até os expectadores ansiavam pelo pomo ser pego. E nada de pomo. Os batedores não conseguiam rebater os balaços direito, a goles não entrava, era desviada pelo vento.
O time rival estava com a goles, vinham dois artilheiros em cima de Ron, os batedores tentaram impedir, mas um deles caiu da vassoura, um balaço desviado atingiu-o em cheio! O outro batedor e os artilheiros do Cannons estavam com dificuldades de vôo, não estavam acostumados a esse vento. Ron ficou num dilema, salvar seu amigo ou defender o ataque. Ele me buscou nas arquibancadas com o olhar antes de fazer uma descida rasante. Conseguiu salvar seu amigo que estava acordado por sorte. Os Cannons tomaram gol nesse meio tempo, mas graças a Merlin o apanhador deles conseguiu o pomo. Fim de jogo! Vitória do Chuddley Cannons por duzentos a dez! A cantiga do “Weasley é nosso rei” renasceu na platéia, Ron era cada vez mais adorado, vários repórteres vinham entrevistar o time, daí a alcunha do Rei do Inverno. Ron é o rei do gol, que superou o inverno rigoroso para salvar seu companheiro, conquistando seu espaço no time e no coração dos torcedores.
Fui para a recepção do estádio esperar por Ron, mas quem encontrei não foi nada agradável.
-Senhorita Granger, ainda insiste?
-Senhor Gutierrez. Não desistirei tão facilmente, acredite.
-Bom, minha resposta continua sendo a mesma. Não desperdice seu tempo e volte para a Inglaterra. Adeus!
-Adeus! Mas não desisto dos meus objetivos! – ele me deixou falando sozinha… que raiva!
-Senhorita Granger!
-Mike?
-Boa tarde! O senhor Weasley pediu para avisar a senhorita que ele não vai poder encontrá-la agora. O pessoal insistiu para ele sair e comemorar, mas disse que voltava logo e pediu para mim anotar seu hotel. Disse que te buscaria para ver a pesquisa do Alfred ainda essa noite.
-Ah sim, vou anotar para você, obrigada, Mike.
Assim parti para meu quarto, tomar uma ducha bem quente e esperar o Ron. Estava realmente cansada, mas precisava ver o resultado da enquete e parabenizar meu ruivinho. Até que o telefone toca, era a recepção, havia um rapaz chamado Ronald me esperando. Fui encontrá-lo.
-Olá.
-Olá. Desculpe a demora, o pessoal me obrigou mesmo a ir.
-Sem problemas, o senhor tem de comemorar mesmo, rei Weasley. – aparatamos para o quarto de Ron de novo.
-Há! Há! – ele estava sério e meio triste - o rei não conseguiu cumprir sua promessa.
-Não, ele fez mais que isso, ele salvou a vida de um amigo. Isso vale muito mais do que perder cem goles. Parabéns, Ron! Você sempre me deixa orgulhosa! – abracei-o e dei um beijinho em sua bochecha, ele sorria e continuava segurando firme minha cintura, realmente por mim só diminuiria aquela distância entre nós, e foi o que estava acontecendo, mas daí o CLACK de novo. Era o Alfred. Nos largamos abruptamente, ambos vermelhos, olhando para o elfo que tinha uma expressão triunfante.
-Senhorita Granger!
-Pode me chamar de Hermione, Alfred!
-Certo, Hermione! Consegui o que a senhora pediu! Sem dúvida, nunca vi elfos tão infelizes na vida. Disseram-me tudo, está aqui anotado! – entregou os papéis a mim.
-Muito obrigada, Alfred! – fiz carinho na cabeça dele.
-Eu é que agradeço a vocês dois por serem tão bons comigo.
-Alfred, amigão, sabe que nunca faríamos mal a você, por isso pedi uma pizza para nós três, assim poupo trabalho pra ti!
-Obrigado, mestre, mas podia cozinhar para nós.
-Não, não. Ron está certo. Você fez muito hoje. Obrigada aos dois.
Comemos e depois analisei tudo o que Alfred conseguiu, sem dúvida era o pior regime escravista que já vi! Açoite, privação de comida, isolamento, carga horária pesada… Era horrível! Isso que poucos testemunharam, muitos morriam de medo de sofrerem mais. Até Ron ficou com raiva do senhor Gutierrez. Alfred disse que nunca vira elfos tão tristes e raquíticos.
-Ron, não posso mais suportar isso. Agradeço a vocês dois, provavelmente não conseguiria sem sua ajuda! Obrigada mesmo. Mas agora vou para o hotel, escreverei para meu chefe sobre tudo isso, tenho que preparar os papéis e ir no Ministério daqui pegar assinaturas.
-Nossa, você vai fazer tudo isso hoje e amanhã?
-Pretendo. Pelo fim do dia de amanhã o documento já tem q ser encaminhado. Então depois de amanhã, esperamos pela prisão do diretor.
-Isso vai afetar os jogos?
Nem tinha me dado conta! As finais eram no mesmo dia! Não podia estragar o jogo do Ron, não depois de tudo que ele fez por mim, outra coisa para me preocupar…
-Vou dar um jeito para não estragarem seu jogo, Ron! Eu prometo!
-Confio em vocês e quero bem aos elfos. Mas também queria jogar, passamos por muita coisa para acabar assim.
-Eu sei, por isso te prometo, você vai jogar e vai ganhar!
-Vou te cobrar essa vitória então! O jogo começa às nove horas e nem Dumbledore saberia dizer quando acaba.
-Certo. Deixa comigo! Agora eu vou indo, tem muita coisa para redigir. Obrigada, Alfred! – fiz carinho na sua cabeça – Obrigada, Ron! – abracei-o.
-De nada. Amanhã vai ter treino o dia inteiro e acho que você estará muito ocupada, mas se puder ir no jogo depois aqui está o ingresso.
-Eu vou! Até mais! Bom treino e bom jogo!
-Obrigado! Boa noite!
Aparatei e comecei a escrever o e-mail endereçado ao senhor Malbourne, por sorte ele também era filho de trouxas, nessa situação a rapidez de um e-mail é muito bem-vinda! Melhor do que deixar uma coruja exausta voando nesse inverno!
Consegui a autorização do meu chefe, ele estava satisfeito e muito agradecido. No outro dia, surtei escrevendo mandatos e acusações, por sorte Alfred conseguiu um bom número de assinaturas dos elfos.
Já era quase fim de tarde quando cheguei ao Ministério, o Departamento de Defesa a Criaturas Mágicas não acreditou quando mostrei os documentos, me parabenizaram e prometeram agilizar tudo para amanhã depois do jogo. Ah, o jogo, eu fui ver as finais, nunca torci tanto na vida, até me estranhei. O tempo estava ajudando, não havia muito vento e nem estava tão frio, Rony conseguiu ótimas defesas, garantindo a vitória!
-É isso, pessoal! Kate pegou o pomo! Os Chuddley Cannons são os vencedores desse ano! – o locutor gritava, logo depois vieram os fogos de artifício, todo time estava comemorando e cumprimentando o adversário. Até que chegou a hora mais esperada… o troféu.
O senhor Gutierrez continuava com sua cara séria e nada agradável, pelo visto não gostou da vitória da Inglaterra, mal sabia ele que o país tinha ganho outra batalha, mas essa ele saberia logo logo quando a polícia viesse. O discurso foi feito, cada um recebia uma medalha, até que chamaram o Ron. Foi tão lindo ver seu sorriso de satisfação, todos companheiros levantando ele o troféu, mas daí aconteceu algo totalmente inesperado… um bando de elfos domésticos invadiram o estádio! Ninguém entendia nada, mas a cara de raiva do diretor me fez ter bons risos. Oficiais do Ministério vieram e prenderam-no.
-Desculpem o transtorno, senhoras e senhores. Decidimos esperar o fim do jogo para prender o senhor diretor Gutierrez por maus-tratos aos seus elfos. Temos as provas necessárias e libertamos essas criaturas, até se alguém precisar dos serviços deles, os procurem! Obrigado pela atenção, tenham uma boa noite! – vários burburinhos ainda tomavam conta do estádio, mas aos poucos as pessoas foram saindo, algumas conversavam com os elfos, e eu apreciava o sorriso de um certo ruivo que tornou tudo isso possível. Ele subiu na vassoura e veio falar comigo.
-Mione! Você conseguiu! Parabéns! E obrigado por esperar o fim do jogo!
-Eu é quem agradeço, Ron! Graças a você e ao Alfred deu tudo certo! E parabéns pela vitória!
-Obrigado! Você já tem de ir?
-Sim… Mas ainda bem que o jogo acabou antes do meu horário de partir.
-Que bom, então! Mas pena que você já vai, queria que viesse comemorar com o time…
-Ah eu não agüentaria, preciso dormir MUITO! – nós rimos, realmente era um momento de mútua felicidade.
-Com licença, senhoras e senhores! – uma vozinha de um elfo ecoou pelo estádio – Queríamos agradecer ao pessoal do Ministério por não ter desistido de nossa causa! Ficamos com muito medo quando um companheiro nosso, chamado Alfred, veio com perguntas, ele é o elfo do senhor Weasley e se disponibilizou a ajudar uma amiga do seu senhor a nos socorrer. Por isso queremos agradecer também ao Senhor Ronald Billius Weasley, ao seu elfo, Alfred, e à Rainha dos Elfos, a senhorita Hermione Jane Granger.
Todos aplaudiam e olhavam para nós, um mais ruborizado que o outro.
-É, Mione, acho que agora você também é famosa!
-Ah, não começa, Ronald!
-Por quê? Não gosta da realeza, majestade? – ele ria, eu queria me esconder.
-Bom, a rainha tem de voltar ao seu castelo agora. Até mais, majestade.
-Deixe-me acompanhá-la, dama.
-Não é necessário, e o senhor tem de ir numa festa!
-Ah sim, mas eles que esperem. A rainha é sempre mais importante, inclusive no xadrez. – ele piscou.
-Só você mesmo! Então vamos, tenho de pegar minha mala e ir pra rede Flu.
-Sim, senhora, vamos! – fomos, a despedida foi o pior, estávamos envergonha…
-MIONE?
-Ahn? O quê? – olhei pros lados, acordando do devaneio. – Ron?
-Ah aleluia! Estou te chamando há horas!
-Sério? Desculpa! Estava relembrando nossos momentos no Chile.
-Ah! Foram bons aqueles dias!
-Sem dúvida! Mas como foi com o treinador?
-Ah ele me deu férias adiantadas e me parabenizou! Nunca me senti tão lisonjeado!
-Ai, ruivinho! Você merece!
-Chamei o Harry para vir lá em casa de noite, você também vem!
-Claro que vou! Vamos comemorar!
-Sim! Já que você está em clima nostálgico, agora me lembrei que temos uma lembrança juntos muito melhor para pensar…
-Qual delas?
-Uma certa noite, depois de um jantar na casa do Harry… quase dois meses atrás…
-E como ia me esquecer daquele dia, hein?
-Sem dúvida impossível…
-Ah, mas já que vamos celebrar hoje, vou tomar um banho e me arrumar! Tu me espera?
-Claro! Vou ficar aqui.
-Prometo não demorar muito, amor! – ela deu um selinho nele e subiu as escadas até o quarto.
-Sem dúvida impossível de esquecer… - ele tinha o olhar sonhador para a escada onde Hermione acabara de subir.
Ainda não sei como consegui convidá-la pra ir lá em casa… Na verdade, naquela noite eu provei ser um verdadeiro grifinório, coragem não me faltou. E ela aceitou, Merlin, aceitou! Foi tão…tão… tão PERFEITO aquele dia…
Eu aparatei no corredor para não acordar o Alfred, abri a porta lentamente e acendi a luz da sala. A Mione vinha quieta atrás de mim, afinal ela se preocupa muito mais com os elfos. Fechei a porta devagar, já estávamos nos encaminhando pro sofá quando nosso amiguinho nos deu um susto.
-Amo? – nós dois demos um pulo.
-Alfred? Ainda está acordado?
-Olá, Alfred! Tudo bem?
-Senhorita Hermione! Que prazer revê-la! Tudo bem e a senhorita?
-Tudo bem.
-Amo, fiquei acordado esperando o senhor porque vieram umas correspondências do seu trabalho, estão em cima da mesa.
-Ah, não precisava se incomodar, amigão! Obrigado!
-É um prazer. E valeu a pena para rever a senhorita Granger! – Hermione corou, e eu estava controlando o ciúme.
-Certo, Alfred! Agora já pode descansar.
-Não querem que eu prepare algo?
-Não queríamos te incomodar.
-Mas senhorita Hermione, é um prazer servir a realeza. – ambos nos olhamos e viramos os olhos, definitivamente aqueles apelidos nunca seriam esquecidos…
-Então, amigão, combinei um chá com a Mione, pode prepará-lo para nós?
-Sim, sim, amo! Já volto!
-Ron! Não precisava ter mandado ele!
-Você não conhece o Alfred, ele não ia parar de insistir, acredite!
-Ai, ai, está bem.
-Vamos sentar, então. – diferentemente da Toca e da casa do Harry, eu só tinha um sofá. Não convidava muita gente para me visitar, na verdade mal freqüentava a sala, o que eu realmente agradeço, já que assim ela se sentou do meu lado.
-Então, Ron. Como vai o time?
-Bem, melhoramos muito. Depois daquele campeonato do Chile, eu fui escalado pra titular. Agora é que não saio de lá ta cedo!
-Você mereceu! No primeiro jogo oficial só deixou passar uma goles! E ainda por cima foi porque deixou o gol para ajudar seu amigo! Só você conseguiria isso!
-Graças a você! – deixei escapar, Merlin, achei que minhas orelhas fossem explodir de tão quentes.
-Ehr, bem você cumpriu a promessa, mas na verdade foi seu potencial.
-É, mas no outro jogo eu deixei passar mais goles…
-Você deixou passar três goles! Ganharam o jogo de novo! Não vem se fazer de salame, Ron! Você é um ótimo jogador, ainda bem que foi reconhecido!
-Tudo bem, mas eu sou tão bom jogador quanto você é defensora! Só você pra fazer aquilo tudo em TRÊS dias!
-Caso tenha se esquecido, senhor Weasley, só consegui aquilo por causa do senhor e o Alfred!
-A gente só deu uma mãozinha, você deve ter passado a noite em claro com um bando de ofícios pra escrever!
-Mas isso foi a parte mais fácil.
-Com licença… Aqui está o chá.
-Obrigada, Alfred!
-Valeu, pequeno. Pode descansar agora.
-Quer que eu prepare uma cama para a senhorita Granger?
-Não será necessário, Alfred. Mesmo. Amanhã de manhã eu tenho de ir ao beco, não vou demorar aqui. Muito obrigada pela gentileza.
-Certo. Boa noite.
-Boa noite! – foi uníssono.
-Ele é sempre tão prestativo…
-Sem dúvida! O Alfred é um grande elfo! Ele que me treinava no início de carreira, ainda agüentava meus resmungos… - ela riu, ela rindo é tão linda…
-Vocês dois são uns amores. Obrigada, Ron.
-Pelo quê?
-Por me fazer rir, por me convidar, por sempre me ajudar, por ser um grande amigo… tem muita coisa na lista pra dizer… - ela realmente gostava de mim, como amigo, eu sei, mas gostava!
-Se é assim eu também te agradeço por infinitas coisas! – dei um tapinha na mão dela e fiquei segurando-a. COMO eu consegui fazer isso não sei, só sei que a estava acariciando… sua pele era tão macia… ela estava responde as carícias. Ai nem os sermões da McGonagall me tirariam do devaneio.
-Ron, você é um rei, não precisa agradecer nada… - ela sorria.
-Sabe, Mione, um rei precisa de uma rainha… - eu tinha entrelaçado os dedos dela, não podia mais adiar essa conversa…
-Realmente. Vai ser difícil achar uma à sua altura.
-Não… Na verdade, ela está na minha frente. – eu beijei ela! Nem a Trelawney iria prever isso! Bom, não que ela previsse algo né… Mas foi tão MÁGICO!
-Eu te amo, Mione!
-Eu também te amo, Ron! – nossos olhos marejavam.
-Você, bem, ahm, quer ser, ahn, minha namorada?
-Não precisa ficar tão envergonhado, bobinho. É o que eu sempre quis! O que eu mais quero!
Foi tão bom tê-la nos braços, num beijo apaixonado. Nem sei quanto tempo se passou… Maldita dependência ao ar! Porque precisamos respirar e acabar com esse momento? Mas foi ótimo ver o brilho de felicidade nos olhos dela. Isso me lembrou uma canção, e como disse antes, foi a noite da coragem, eu cantei.
-Feche os olhos e sinta um beijinho agora (dei um selinho nela) de alguém que não vive sem você… Que não pensa e nem gosta de outra menina e tem medo de lhe perder.
Todo amor desse mundo parece, querida, que está dentro do meu coração. Por favor, queridinha, divida comigo um pouco da minha paixão.
Coisa linda, coisa que eu adoro, a gotinha de tudo que eu choro. Coisa linda, coisa linda…
(N/A: mais uma!! Essa é MUITO velha! Tempos da jovem guarda!! Faz uns bons 30 anos... xDD Renato e Seus Blue Caps – Feche os Olhos)
-Que linda música!
-Combina com voc…
-RON!!!
-Oi? O que houve?
-Depois sou eu que fico no mundo da lua…
-Desculpe, estava lembrando aquela noite…
-Ambos nostálgicos, coitado do Harry hoje. Vai parecer encontro de velhos relembrando a adolescência… - riram.
-Sabe do que mais eu lembrei?
-Do quê?
-Uma música… - ele cantou exatamente como naquele dia. Foi a mesma sensação, a mesma paixão…
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