Flashback Parte II: A Toca
Capítulo 3 – Flashback Parte II: A Toca
“Falei com a mamãe, ela amou a idéia e quer todos aqui na Toca antes do almoço! Quem quiser pode até dormir aqui! Até amanhã!”: esse era o convite que reuniu três pessoas em frente à porta de uma casa meio torta, a residência dos Weasley. Neville mandou corujas para Luna e Harry, ele estava com muita vergonha de chegar lá sozinho. Combinaram de aparatarem do Largo Grimmauld às onze horas, e agora Harry estava prestes a bater na porta quando esta é escancarada. Tudo o que viram foram dois cabelos ruivos e cachos morenos voando sobre eles.
Ron, Hermione e Gina estavam, na janela, esperando seus amigos. Ao verem eles chegando, correram para a porta de entrada, e Ron usou Alohomora. Nem combinaram quem pularia em quem, só queriam dar “as boas-vindas” com uma “recepção calorosa”. Quando viram, Ron estava em cima de Neville, Hermione sobre Luna, e Gina em Harry.
-Hey! Mas vocês amam quebrar as costas das pessoas ou o St. Mungus anda pagando vocês para arranjarem pacientes? – perguntou Harry risonho, mas sem desviar olhar da ruiva e sem perceber que a segurava pela cintura. Era ela quem o deixava desnorteado, agora não pensava em mais nada a não ser naquela cena: ele deitado, Gina inclinada praticamente sentada em seu colo, com as mãos apoiando-se no chão, a cabeça do rapaz entre elas… Eles estavam cara-a-cara, sem se moverem, mas a moça acordou de seus devaneios com as risadas dos outros, esboçou um sorriso e disse:
-Pois é, nos ofereceram muitos galeões se trouxéssemos você lá, então achamos que o melhor jeito seria criando uns machucadinhos.
-É, Voldemort não conseguiu, mas nós conseguiremos! – falou Ron. Todos riram, não tinha como não estar feliz justo no dia de combinarem sua viagem, ainda mais para Ron e Gina que só conseguiram autorização com muito esforço e ajuda do senhor Weasley. – Bom, vamos sair desse chão… - Ron levantou-se e auxiliou Hermione, com toda mesura, a fazer o mesmo. Mesmo sendo um legume insensível, ele amava essa garota. Não se esquecera do beijo e de seus momentos juntos, na verdade cada dia estava mais apaixonado. Com a morte de Fred, Hermione foi para a Toca tentar animar sua segunda família, ela sempre esteve presente, em todos os momentos, contudo ele a queria presente durante toda vida.
Neville agora pode levantar-se e, seguindo o cavalheirismo do amigo, ajudou Luna. A garota para ele ainda era só uma amiga, mas o tempo muda os sentimentos, como veremos mais tarde…
-Poxa, não vou conseguir bancar o cavalheiro com a dama em cima de mim, mas vamos dar um jeitinho nisso… - Harry piscou para Gina, ele foi tão rápido que, quando ela viu, estava deitada em seus braços, e ele levantando-se. – Pronto, não foi muito cordial, mas pelo menos a senhorita não fez esforço. – Não conseguia parar de admirá-la e, em seus devaneios, não a soltou no chão.
-Muito bem, senhor Potter. Me impressionou… e pelo visto tá ficando fortinho, hein? – disse Gina apalpando os braços e os ombros do rapaz… Ela tinha de tirar sua “lasquinha”…
-Culpe ou agradeça ao Quadribol… - falou isso depositando-a cuidadosamente no chão.
Ron esticou o braço para porta, convidando-os a entrarem. E lá foram eles… Luna, Neville, Harry, Ron… No momento em que Hermione ia passar, ela ouve a amiga:
-Agradeço! E COMO agradeço! – sussurrou. Por sorte Hermione era discreta e só deu umas risadinhas e piscou para Gina que enrubesceu.
-Bem-vindos à Toca! – exclamou Ronald ao chegarem na sala.
Ao ouvirem isso, o senhor e a senhora Weasley correram para abraçar seus convidados, principalmente Harry, considerado seu outro filho. Eles não conheciam muito bem a Luna e o Neville, mas sabiam da sua participação na guerra e na grande amizade, por isso sempre seriam bem recebidos ali.
-Meus queridos! Que prazer revê-los! – exclamou a senhora Weasley abraçando todos. – Harry, ou você está trabalhando de mais ou comendo de menos! Vou caprichar no almoço pra você!
-Harry, Luna, Neville! Muito bom ver vocês aqui! Podem nos visitar sempre viu! Convites não são necessários! – foi a vez do senhor Weasley apertar a mão de todos.
-Obrigado a todos pela hospitalidade. Vocês sempre foram minha família, eu realmente gostaria de compensar todo o carinho que me dão aqui.
-Oh Harry, querido! Nós é que te agradecemos por tudo! Agora se sentem e sintam-se à vontade, eu vou para a cozinha.
-Ahm, com licença, senhora Weasley, mas gostaria de alguma ajuda? – perguntou Luna, timidamente. Ela também sempre fora bem recebida e queria ajudar, mesmo sendo meio desastrada algumas vezes.
-É, podemos te ajudar, senhora Weasley. – concordou Hermione, sempre prestativa.
-Ai, está bem, vamos todas as garotas para a cozinha. Comportem-se, meninos!
-Bom, desculpem-me, mas quero terminar de examinar um artefato trouxa. Com licença, garotos. – Senhor Weasley saiu da sala, deixando-os sozinhos.
-E aí, já viram algum lugar pra irmos? – perguntou Harry, empolgado.
-Andei fazendo umas pesquisas… Prefiro esperar todos para comentar. – falou Neville.
-É, vamos esperar as garotas. Também tenho uma idéia de onde quero ir. – Ron tinha um sorriso maroto no rosto. – Hey, vamos aprontar com elas?
-Nossa, você não sossega!
-Será que é uma boa idéia? Estamos prestes a combinar uma viagem de férias… - Neville estava receoso, ele também suou muito para conseguir autorização da avó.
-Não se preocupem, confiem em mim! Não vou acabar com nossa viagem! Escutem meu plano…
Na cozinha…
-Nossa, mamãe, mas você convidou toda família?
-Não, Gina, por quê?
-Pra que tanta comida então?
-Eles têm de se alimentar bem, minha filha! Harry está tão magrinho, dá pra ver seus músculos, se duvidar os ossos!
-É dá pra notar os músculos… - suspirou Gina com olhar sonhador, provocando mais risadinhas de Hermione.
-E o Neville ainda parece meio abatido. E a Luna ainda está em fase de crescimento, ainda precisa aumentar essas ancas!
-Mamãe! Você essa sua idéia antiquada…
As garotas só podiam rir da situação. Hermione só agradecia por já ter passado por isso. Luna ficou analisando seus quadris…
-Luna, não dê bola pra isso!
-Acho que está tudo pronto! Podem chamar o pessoal pra mim, crianças?
-Sim, senhora.
As garotas foram atrás dos membros da família. Ao término de alguns minutos, todos já se reuniam na mesa, conversando, comendo e divertindo-se. Para Harry, Neville e Luna aquilo era bem diferente da sua realidade. Harry odiava comer com os tios, preferia a solidão ou os salões de Hogwarts. Neville só tivera a companhia da avó, e Luna a do pai, eles pareciam estar bem constrangidos, mas não diminuiu a alegria do momento.
-Então, crianças, vocês estão pensando em viajar ano que vem… Saibam que apesar de deixar, eu não aprovo essa idéia…
-Molly, se acalme! Eles ficarão bem, já serão todos maiores. – tentou apaziguar o senhor Weasley.
-Mas, Arthur, se acontecer alguma coisa? Eu fico preocupada… Não quero perder outro filho… - ela falou isso segurando as lágrimas, a cena era de comoção geral.
-Senhora Weasley, sei que não posso fazer muito, mas prometo proteger a Gina e o Rony. – Harry sempre se mostrava solícito, mas também nunca deixaria algo de ruim acontecer a seus amigos, ainda mais com a Gina.
-Oh, Harry, meu querido! Obrigada! – ela se levantou, abraçou-o e deu um beijo estalado em suas bochechas. Molly nunca deixaria de ser a segunda mãe do Menino-Que-Sobreviveu.
-Pra onde pretendem ir mesmo?
-Brasil! – os 6 disseram ao mesmo tempo.
-Poxa, nem me convidaram para ir junto! Tô de cara com vocês! – debochou Jorge.
-Acho que foi uma bela escolha! Quero que aproveitem bem lá!
-Calma, pai, é só ano que vem… E a propósito, obrigado pelo apoio. – disse Ron, tímido.
-Sem problemas. Vocês merecem. Agora vamos comer a sobremesa, porque eu tenho um compromisso mais tarde!
-Ah sim, já trago…
Mais uma pilha de doces surgiu na mesa e mais uma vez se deliciaram. Ninguém nunca viu um banquete tão farto, provavelmente nem Hogwarts oferecia tanto. Pena que o clima familiar teve de se desfazer, o senhor Weasley e Jorge possuíam compromissos, Molly ficaria arrumando a casa, e os amigos planejariam seu futuro.
-Vamos lá pra sala que tem mais espaço, o que acha mano?
-Não sei, faça o que quiser… - respondia Ron, sem ânimo.
À princípio essa reação foi muito estranha para todos, mas decidiram continuar e rumaram para sala. Harry e Neville perceberam que o plano havia começado.
-Bom, andei pesquisando em uns livros de viagem, tem umas indicações muito boas sobre hotéis, restaurantes e programas turísticos. É esse livro que está bem ao seu lado, Harry, poderia me passar ele? – pediu Hermione.
-Ahn? Hein? Ah, aquele? – apontou Harry – Ai, está muito longe, tô com preguiça…
As garotas estranharam muito. Mione se deu por vencida e foi buscar o livro no criado-mudo ao lado da poltrona do amigo. Foi a vez de Luna falar.
-Bem, eu vi um lugar interessante, acho que agrada a todos, principalmente ao Neville, pois tem muitas plantas, o que acha? – perguntou ela feliz, mas tudo que viu foi um garoto dormindo no sofá.
-Neville? Neville! – exclamou Gina.
-Ahn? Oi? Desculpem.
-Tá legal, o que vocês estão aprontando?
-Não conhece a “moleza pós-almoço”, maninha?
-Conheço preguiça e desinteresse, isso sim! Vocês são homens façam algo!
-Como assim “vocês são homens, façam algo”?
Os três rapazes ficaram indignados, levantaram-se, postaram-se um ao lado do outro, fecharam os dois punhos e estenderam um pouco seus braços. Ninguém estava entendendo mais nada, definitivamente Molly deve ter deixado alguma coisa cair no suco… Gina já ia perguntar algo quando Harry começou a falar.
-É sempre assim mesmo: (N/A: H = Harry; R = Rony; N = Neville)
H:-Work it harder, (Trabalhe duro,)
R:-Make it better, (Faça melhor,)
N:-Do it faster, (Faça mais rápido,)
H, R, N:-Makes us stronger. (Faça-nos mais forte.)
H:-More than ever (Mais do que)
R:-Hour after (Hora depois)
N:-Our work (Nosso trabalho)
H, R, N:-Is never over. (Nunca está acabado)
Foi um riso geral, à medida que cantavam a música iam gesticulando com os dedos cada palavra (N/A: vejam o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=K2cYWfq--Nw e entendam o que estou dizendo ^^).
-Tá, de onde vocês arranjaram tanta coordenação? – perguntou Gina risonha.
-Muito bom! Realmente eu não esperava isso, achava que estivessem mesmo irritados! – comentou Hermione entre risadas.
-Que coreografia legal! Me ensinem? – perguntou Luna.
-Maninha, temos muita coordenação, tá bom!
-Depois de horas treinando, enquanto vocês ajudavam a senhora Weasley… - delatou Neville
-Isso não precisava ser exposto, Neville!
-Ok! Ok! Nos enganaram, então agora sua punição será nos ensinar! – Gina sentenciou.
-Enganaram? Então eles estavam se fazendo?
-Nossa, Luna, não esperava esse comentário… Acha que seríamos tão largados assim?
Todos riram. Passaram um tempo aprendendo a coreografia da música, mas precisavam voltar ao foco da reunião: o planejamento da viagem.
-Tá, vamos falar sério agora. Onde vocês pretendem ir? – Perguntou Neville.
-Torres! – disse Gina.
-Capão da Canoa! – exclamou Ron.
-Gramado! – disse Luna.
-Bento Gonçalves! – falou Hermione.
-Porto Alegre, xê! – Harry tentou forçar um sotaque gaúcho.
-Ahm... é “tchê” e não “xê”! – a sabe-tudo tinha de corrigi-lo.
-Onde você tinha pensado, Neville? – Luna perguntou
-Bom, pensei por Canela, mas já que tu disse Gramado, eles são muito perto, podemos fazer uma visita de um dia.
-É uma boa, mesmo! Minha sugestão, a praia de Torres, também fica perto de Capão da Canoa, podemos juntar os dois e escolher algum outro lugar, se vocês quiserem.
-Você não se importa, Gina? – Harry não queria que os planos da garota fossem estragados.
-Não, não. Vai ser melhor! Podemos ver mais lugares!
-Bom, mas para onde vamos? Não pesquisei sobre outros lugares. – Luna estava sem idéias.
-Nem eu. – Ron e Hermione responderam em uníssono, causando olhares furtivos e rostos corados em ambos.
-Ahn, bem, se vocês não se importam de eu dar outra sugestão. – Neville ainda estava meio tímido e inseguro. – Eu pensei em Pelotas.
-Hmm, parece ser uma boa.
-É, e vai haver a Fenadoce, um evento deles com os doces tradicionais de lá. – foi a vez de Neville enrubescer.
-Neville, Neville, nunca pensei que apoiaria tanto sua idéia! – disse Ron, rindo muito.
-Certo. Capão da Canoa e Torres, Gramado e Canela, Bento Gonçalves, Porto Alegre e Pelotas. Está decidido! Agora está na hora de usarmos o livro da Mione pra vermos hotéis e pontos turísticos. Posso vê-lo? – pediu Harry.
-Pega, eu tô com preguiça, ele é muito pesado para alcançar. – Hermione espreguiçou-se e amoleceu os braços. Após todos rirem da cena, ela mostrou a língua para o amigo e deu-lhe o livro.
Passaram o resto dia escolhendo seus destinos em cada cidade, assim como os hotéis e possíveis restaurantes. Quase tudo estava pronto, só faltava uma coisa… Dinheiro.
-Vocês abriram as contas em Gringottes?
-Sim, uma está no meu nome e a outra na da Mione. São contas temporárias e só nós nesta sala temos permissão de mexer nelas. – Ron estava feliz por ajudar em algo.
-Ótimo! Então já sabemos, vamos economizando, precisamos deles quase cheios para comprarmos passagens e reservar hotel. – Harry adorava organizar.
-Vamos confirmar isso quando faltar uns dois meses ou menos para a viagem, não é? – Hermione gostava de deixar tudo esquematizado com antecedência.
-Dois meses? Bom, é melhor assim do que não conseguirmos. – Gina já preferia coisas de última hora.
-Tá, então vamos poupar trabalho para uma pessoa só… Cada um reserva hotel e tal na cidade que escolheu. – Luna tentava ser prática.
-Mas sobra uma pessoa. – Neville sempre achava algum erro.
-Posso cuidar das passagens, então. – ofereceu-se Gina.
-Então está combinado, se os cofres estiverem volumosos, uns dois meses antes vamos todos realizar nossas tarefas e nos encontramos pra ver se deu tudo certo. Pode ser lá em casa, prometo que o Largo Grimmauld estará mais apresentável.
-Tudo bem então. E que arranjemos férias! – exclamou Ron.
-Ahn, eu não vou poder sair do castelo, mas mando uma coruja! – Gina sempre sentia-se mal quando lembrava que ser menor acarretava em algumas proibições, e não ver seus amigos era o pior.
-Combinamos na lareira então! – mas Harry sempre a deixava mais feliz.
Já estava tarde, e, com tudo organizado, eles decidiram voltar para suas casas. Todos estavam sonhando, seria realmente uma viagem para entrar na história.
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