Capítulo I
If it's lovin' what you want pt. 2 - Rihanna
Capítulo 1
Party up!
- Cara, isso aqui não está demais?- Ronald me perguntou, rindo. Acho que ele já bebeu um pouco demais...
- Ta sim, Rony. Mas que tal parar de beber, hun? Mione não vai gostar nadinha.
- Hey Harry, vem aqui.- um artilheiro do time americano me chamou.
A festa estava lotada de jogadores da Copa Mundial e de mulheres bonitas, e eu estava achando que estava no paraíso.
- E aí, beleza?- o loiro me perguntou.
- Claro, e com você?- eu respondi, sem nem mesmo saber seu nome.
- Melhor impossível. Viu o jogo ontem?- ele tornou a perguntar, me guiando para o bar.
- Claro!- eu exclamei mais animado do que pretendia.- Quero dizer, que jogo hein?
- Nem me fale. O que você quer beber?
Mas antes que eu pudesse responder escutei alguém gritando atrás de mim. Assustado me virei rapidamente, Só para ver a ruiva mais bonita que eu já tinha visto até aquele momento se jogando nos ombros do jogador loiro ao meu lado.
- Ai meu Deus, Jason! Quanto tempo!- a moça continuou falando alto.
- Hey, ruiva, como você está?- eu percebi que ele a chamou de “ruiva”. Provavelmente era alguma ex dele que ele mal sabia o nome...
- Ai, eu to ótima! Como vai a Hill?- ela perguntou, me olhando de repente.
- Está ótima. Não pode vir por causa do Charlie. Sabe como é, ela não quer deixá-lo sozinho.- ele respondeu sorrindo. Eu estava pensando em como sair dali.
- Eu nunca te vi por aqui.- ela disse de repente, me encarando.
Então, pela primeira vez na noite eu parei para observá-la. A jovem devia ter mais ou menos a minha idade. Os longos cabelos ruivos terminavam em cachos, os olhos, de um azul profundo tinham um brilho misterioso e os lábios eram rosados, quase vermelhos. E sabe do que mais? Eu acho que eu já tinha bebido demais também, porque me bateu uma súbita vontade de agarrá-la e levar para algum lugar com mais... privacidade. E isso é estranho, porque eu estou acostumado a andar com mulheres extremamente bonitas, e nunca perco o controle perto delas... E que corpo era aquele? Deixa quieto. Acho que preciso de uma bebida.
- Ele é da sua terra, Gina.- o loiro tornou a falar, fazendo com que mudasse a direção do meu olhar. Cara, to dizendo, aquela garota tinha algo hipnotizante.
- Ah jura?- ela perguntou sorrindo. E então veio, me abraçou e me deu dois beijos. Maluca. Ela pode até ser linda, ta quem eu quero enganar, ela é maravilhosa, e é bastante cheirosa também, mas ainda assim é maluca.
A festa tava um porre. Como é comum em todas as festas, havia jogadores de quadribol. A diferença, é que esta festa em particular era para jogadores de quadribol. Como a Copa Mundial está sendo aqui nos Estados Unidos, o governo, ou sei lá quem, teve a “brilhante” idéia de reunir todos os jogadores no mesmo ambiente. Ha Ha Ha. Sabe o que isso significa? Que amanhã o jornal vai estar cheio de casais infames e brigas entre times rivais. Eu, particularmente, não gosto muito de jogadores. Quero dizer, eles sempre se acham os gostosos da sociedade, e tudo bem, a maior parte realmente é. Mas eles se acham demais. É como se o mundo deles rodasse em volta deles e de suas vassouras. E acredite em mim, eu sei do que eu estou falando. Meu irmão é goleiro do time da Inglaterra, então eu tenho que entender, no mínimo, um pouco do assunto. E tudo bem que ele está de casamento marcado com a tal da doutora Granger, ou algo do tipo. Mas isso não muda quem ele foi ou como ele agiu antes de se “amarrar”, muda?
De qualquer forma, estava dando uma volta no salão, procurando algum rosto com quem eu familiarizasse. E eu achei.
Jason e sua esposa, Hillary, estudaram comigo na Escola para Bruxos e Bruxas de Nova Iorque. Nós não éramos tipo melhores amigos. Mas eu sempre fui popular, mesmo com 11 anos. Então a gente sempre se falou. E eu meio que ajudei a juntar os dois, sabe? É aquela velha história de bancar o cupido entre duas pessoas. Que garota nunca fez isso uma vez que atire a primeira pedra. De qualquer forma, fazia um bom tempo que eu não os via. Na verdade, desde o batizado do filhinho deles, o Charlie. E lá estava Jason, com um cara que eu não conhecia no bar. Eu gritei pelo seu nome e ele – e o cara que estava com ele – se virou e sorriu assim que me viu. Eu nem esperei nada e já saí abraçando-o. Porque essa sou eu, senhorita espontaneidade.
- Ai meu Deus, Jason! Quanto tempo!- eu falei alto, para que ele me escutasse apesar de todo o barulho da festa.
- Hey, ruiva, como você está?- esse é um costume de quem me conhece. Como eu realmente sou famosa, meu nome virou muito comum, muito usado. Então as pessoas que me conhecem aderem apelidos, para tornar a coisa mais pessoal, sabe? De forma que eu estou totalmente acostumada a ser chamada de “ruiva”.
- Ai, eu to ótima! Como vai a Hill?- eu perguntei, desviando minha atenção para o desconhecido. Ele era tão bonito.
- Está ótima. Não pode vir por causa do Charlie. Sabe como é, ela não quer deixá-lo sozinho.- ele respondeu sorrindo. Eu mal prestei atenção. Quero dizer, como isso fosse possível, tendo aquele moreno na minha frente. Eu estava extremamente curiosa, quem era o estrangeiro?
- Eu nunca te vi por aqui.- eu disse, encarando os lindos olhos verdes. E que olhos.
Foi então que ele pareceu me notar de verdade. Outra coisa com o que eu já estou definitivamente acostumada é ter os homens me olhando como se quisessem me comer viva, como se eu fosse uma mina de ouro – apesar de que, segundo meu agente, eu sou mais valiosa e dou mais dinheiro que uma mina de ouro – de qualquer forma, o olhar do moreno não me surpreendeu. Mas ele realmente parecia fora do controle. E eu achei fofinho sabe? Mas aposto que ele já tinha bebido uns drinques antes de me ver.
Mas a verdade seja dita, eu não sou burra nem nada parecido – na verdade, eu sempre tive as melhores notas da sala – e também aproveitei o “intervalo” no diálogo. E foi um tempo muito bem aproveitado, se é que você me entende. Ele era alto, forte e com o corpo definido, como todos os outros jogadores daquele salão. Mas os cabelos negros e os olhos verdes não deixavam ele passar despercebido. Oh não, definitivamente não. Subitamente eu tive vontade de saber se o perfume dele era bom. Talvez eu já tivesse bebido uns drinques a mais também.
- Ele é da sua terra, Gina.- e quem liga? Ele poderia ser de qualquer lugar, Jason...
- Ah jura?- eu perguntei sorrindo. Aquela era a oportunidade perfeita para fazer meu teste de bom-gosto-para-perfume. Eu me aproximei lentamente, o abraçando e beijando os dois lados de sua face. E sabe o resultado? Aprovado. Totalmente aprovado. Que tal irmos para um lugar mais reservado, queridinho?
Ele me deu um sorrisinho que eu julguei ser prepotente. E lá se foi minha vontade de ir com ele pra algum lugar. De volta aos jogadores egocêntricos. ONDE ESSE MUNDO VAI PARAR? Eu devolvi com um sorrisinho amarelo.
- Gina Weasley.
- Weasley? Espera aí, você é irmã...
Eu o interrompi antes que ele continuasse. Já sabia que ele ia conhecer meu irmão, afinal eles jogam no mesmo time.
- Dos seis ruivos? É, sou sim.- e eu to falando sério. Seis. Mamãe e papai sempre foram exagerados. Mas ele pareceu achar engraçado e riu. Não tem nada de engraçado disso, eu pensei irritada.
- Sou Harry Potter, eu e Rony estudamos juntos e agora, trabalhamos juntos.
Eu sorri, mesmo não querendo. Sorrir na frente dele, para ele, eu quero dizer. Eu estava com saudades dos meus irmãos, de forma que qualquer menção a eles me fazia sorrir – ou chorar, dependendo do dia. Quando eu olhei para Jason, ele já não estava mais lá. Belo amigo meu, huh?
Tornei a olhar para o Potter. E agora?
O americano tinha nos deixado sozinhos e pela primeira vez desde meus 13 anos, eu não sabia o que falar para uma mulher.
- Quer beber alguma coisa?- eu perguntei, tentando ser gentil.
- Ahn.. acho melhor não. Passei um pouco dos limites.- somos dois então, moça.
- Certo. Duas águas então.- eu pedi ao barmen do meu lado.
Nós dois nos sentamos no bar e ficamos lá, nos hidratando e conversando sobre banalidades. De vez em quando – tipo de dois em dois minutos – alguém vinha falar com ela, de forma que a gente sempre começava outra conversa com outro assunto. E nesses curtos intervalos, eu tinha a oportunidade de observá-la melhor. Ela tinha a pela branca de um jeito bonito, que criava um contraste bem legal com o cabelo e com os lábios. O vestido vinha até o meio das coxas e era meio justo, mas não de um jeito vulgar. Apenas parecia que o vestido tinha sido feito especialmente para ela, o que eu não duvido muito vindo de uma modelo mundialmente conhecida. Mas apesar do corpo dela ser realmente bonito, o que mais me chamava a atenção era o sorriso. E ela nunca parava de sorrir. Será que ela não fica com dor no maxilar? Quando ela tornou a me olhar, eu percebi que já não tinha mais assunto. E agora? O pânico começava a me consumir quando vi um cara ruivo ali perto.
Dei graças aos céus ao ver Rony se aproximando da gente. Salvo pelo gongo. A Weasley, como eu já esperava, se levantou em um salto – exatamente como uma criança faria ao ganhar um presente – e abraçou o irmão, como se o mundo fosse acabar amanhã. Qual o problema dessa garota, afinal? Modelos costumam ser meio piradinhas das idéias, mas ela?! Não, aquilo ali já era caso de hospício.
Mas até aquele momento, não tinha nada fora do comum, afinal eu já sabia que ela maluca. Decidindo dar um pouco de privacidade aos irmãos, eu me virei para o bar, terminando de beber a água do meu copo, quando eu ouvi a maluquinha chamar meu nome. Não do jeito alegre feito criança de quatro anos como eu esperava, mas de um jeito assustado e preocupado. De forma que eu quase torci o pescoço ao me virar rapidamente para ver o que ela queria. Eu já ia começar a xingar por me assustar quando eu vi o entendi o porquê dela ter me chamado daquele desesperado. Ou melhor, eu vi. Eu vi meu melhor amigo apoiado na irmã mais nova, mal se agüentando em pé de tanto que bebeu. Mione ia me matar...
Meu irmão tinha que fazer isso, não é?! Ele não podia ficar em uma festa sem encher a cara. Mas tudo bem, Ronald Billus Weasley, porque o que é seu está guardado.
Agora eu estou aqui, em um quarto de hotel com um irmão quase desacordado de tanto beber e um cara que eu conheci nesta noite. Minha vida é digna de novela mexicana, não é? Só to imaginando o que os jornais vão dizer amanhã.
O tal do Harry acabou sendo um cara legal, e me ajudou a trazer Rony para o quarto. E tudo bem que ele era exatamente o tipo de cara com quem eu dormiria uma noite para nunca mais ver, mas ele foi bem legal comigo lá no bar. E ele ficou bebendo água comigo. Em um bar. Foi mesmo bem legal da parte dele. Ou ele também estava alto como eu, o que é bem possível. O quarto do hotel em que eles estão hospedados é bem legal, de verdade. E é bem grande, com direito até a uma mesinha, que é onde eu estou agora, anotando os meus telefones enquanto Harry tenta fazer com que meu irmão vá tomar um banho. Espero que ele entenda que os meus números não são algum tipo de cantada, e sim preocupação com meu irmão.
- Gina, pode me dar uma mãozinha aqui?- ele perguntou.
Eu me levantei da cadeira e fui até ele, passando o pesado braço do meu irmão pelo meu ombro e o envolvendo com o meu braço, para ajudar Harry a levá-lo ao banheiro. E sabe do que mais? Nós três parecíamos bêbados. Vocês não têm noção da dificuldade que foi passar pela porta. Pra tirar a roupa do Rony então, nem te conto.
Ronald nunca foi de me dar problemas, mas acho que ele tirou a noite para recuperar o tempo perdido. Eu acharia graça, se não estivesse fazendo papel de idiota perto da garota mais bonita que eu já vi. Não Potter! Ela é maluca. Pára com isso!
A verdade era que estava sendo bem difícil manter Rony em pé debaixo do chuveiro, de modo que eu e Gina já estávamos tão encharcados como ele. E sabe do que mais? O vestido dela parecia mais justo agora. Pára Potter! Mas o que mais estava me deixando irritado com aquela situação toda é que eu estava no mesmo quarto que uma mulher belíssima e tudo o que eu estava fazendo era dar banho no irmão dela, o que humilhante. Depois de alguns minutos, tivemos outra batalha dificílima contra Rony para secá-lo. E o idiota deu de dez à zero na gente. Para sair do banheiro foi outra negação. Pelo visto, ser atrapalhado era genético, no caso dos Weasleys.
Logo após botamos Rony na cama – ele se jogou nela – e eu corri para pegar alguma coisa para ela se secar. Hey, minha mãe me deu educação afinal de contas.
A ruiva se sentou na ponta da cama e começou a secar o cabelo com a toalha, enquanto eu me secava com a minha varinha. Somos bruxos ou não?!
Ela me olhou e sorriu, com aquele sorriso dela. E antes que eu pudesse me dar conta, ela já estava em pé, na minha frente me entregando um papel.
- Esses são meus números, para o caso de acontecer alguma coisa com o Rony.
Eu acenei com a cabeça, guardando o papel no meu bolso. Quando voltei a olhar para ela, ela já estava pegando sua bolsa e se preparando para sair. Eu me apressei para abrir a porta para ela e quando o fiz, ela sorriu para mim. De novo, pela milésima vez naquela mesma noite. Ainda sorrindo, ela pousou uma mão no meu ombro para se apoiar, ficou nas pontas dos pés e me deu um beijo estalado na bochecha. Doidinha das idéias. E talvez essa doideira fosse contagiosa, porque foi como se o lugar onde ela beijou estivesse queimando, de um jeito bem legal. O que é doideira, porque queimadura nunca é legal.
- Você acha que ele vai ficar bem?- ela me perguntou, já no corredor.
- Vai sim, pode ficar despreocupada.- eu afirmei, levando-a até o elevador daquele andar. O que eu estava fazendo? Eu nunca levei mulher nenhuma à porta do meu quarto, quanto mais ao elevador.
Nos dois ficamos calados, olhando as portas de metal, até que ela interrompeu o silêncio.
- Você não acha que eles podiam trabalhar nessas portas? Elas são tão... impessoais.
Ahá! Eu disse que ela era maluca. Mas antes que eu pudesse responder, a porta do elevador abriu e ela entrou, murmurando um “Boa noite, apanhador.” E no instante seguinte ela já não estava mais lá. E eu voltei para o quarto correndo, para me certificar que Rony estava bem. E pra tomar um banho frio. Gina Weasley não era só maluca, ela fazia os outros se sentissem malucos também.
Ta legal, eu sei que a coisa da porta-do-elevador foi meio estranha, mas eu estava tentando puxar assunto – mesmo sem saber o porquê de me esforçar tanto. E além do mais, as portas realmente são “impessoais”, quero dizer, é sempre a mesma coisa, metal mais metal, mais duas portazinhas idiotas que se abrem com um barulhinho irritantemente comum. Qual é? Ninguém nunca pensou em decorar as portas?! E o lance do “Boa noite, apanhador”?! Que merda foi aquela, Ginevra?! Parece até que o conhece há anos, mas hey, VOCÊ SÓ O CONHECEU ESTA NOITE! Que que tem de errado com você?!
Irritada por fazer papel de idiota, eu saí do elevador apressadamente, percebendo que o vestido estava colando nas minhas coxas, ai eu lembrei que estava encharcada. Ai que beleza! Era tudo o que faltava para os jornais...
Meu irmão me paga! Ahh Ronald, você vai ter que me comprar outro vestido, tão bonito como esse. Porque você simplesmente acabou com o pobrezinho. E o Potter, hein? Que cara mais... estranho. Parece até que não sabe dialogar com as pessoas. Por que diabos eu to pensando nele de novo?!
Eu estava tão exausta que nem quis pegar um táxi, simplesmente aparatei em casa e subi para meu quarto. Bastou apenas tirar os sapatos para me sentir confortável o suficiente para me jogar na cama. E foi o que eu fiz. Na manhã seguinte eu teria um ensaio fotográfico para uma marca de sapatos bruxos nova e o dia prometia ser cheio, novamente.
Mesmo estando morta de sono, a imagem de um certo moreno apareceu rindo na minha mente. Que diabos você está fazendo aqui de novo Potter? Saia daqui agora! Quem liga se você tem olhos maravilhosos e se usa um perfume muito bom?
Frustrada, eu enterrei meu rosto no travesseiro, tentando tirar o amigo do meu irmão da minha cabeça. Não funcionou. Ao menos, não jeito que eu esperava. Porque antes de tirar ele da minha cabeça, eu dormi.
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