BREVE



Capítulo 29
– Breve –



Por fim, Harry descobriu que tanto Rony como Hermione estavam bem. Eles contaram suas próprias versões da história, e acabaram acrescentando novos fatos, terminando assim o quebra-cabeça que se tornara o dia da busca da Pedra. E a última coisa que Harry ficara sabendo é que Flamel destruíra a Pedra. Infelizmente, pôr fim à uma criação sua acabou matando Flamel, que realmente sabia disso.
E Harry guardou para si a informação dos Lordes, e principalmente que sobrara apenas dois Lordes Vampiros depois da morte de Flamel.
Em um átimo, as últimas semanas se passaram. Harry, Rony e Hermione prestaram as provas e passaram, sendo que os garotos conseguiram passar em todas as matérias, várias vezes de raspão, graças às anotações de Hermione.
Então, do nada, as notas tinham sido entregues, os guarda-roupas foram esvaziados, os malões se encheram e todos estavam se despedindo do castelo.
Harry passou a mão na parede de pedra, e pensou que estava saindo de sua casa, para ir para outro lugar, o lar dos Dursleys. Ele suspirou e levou o malão e a gaiola vazia de Edwiges.
A coruja branca, que se tornara finalmente sua amiga, estava empoleirada em seu ombro, enquanto desciam as escadas. Logo as carruagens partiram, e Harry, Rony, Hermione e Neville (além de Edwiges e do sapo de Neville, Trevo) embarcavam no Expresso de Hogwarts.
– Harry! Harry! – A voz de Hagrid o impediu de subir no trem, ele se voltou para o grande amigo.
– Hagrid! E o Norberto?
O grande Vampiro baixou os olhos.
– Dumbledore me fez guardá-lo na Floresta Proibida, onde ele terá companhia. Pena não poder mais guardá-lo em minha cabana... – O amigo suspirou. – Mas eu trouxe algo pra você.
E nisso colocou um grande livro encadernado em couro nas mãos de Harry.
O garoto abriu o volume, e viu que era um álbum de fotos. Deparou-se com a primeira, onde uma linda ruiva dançava uma valsa lenta com um alto Vampiro moreno, de cabelos muito arrepiados.
– Sei que você não tinha nenhuma deles... Então pedi para todos os nossos amigos, e eles enviaram fotos. As últimas chegaram hoje.
– Hagrid, eu... não sei como... – Harry sentiu algo se embolar em sua garganta, e parou. – Obrigado.
Hagrid lhe abraçou, e Harry sentiu que não se sentiria em casa até voltar à Hogwarts.

O trio dividiu uma cabine, assim como no primeiro dia, antes da escola. E ignoraram Malfoy e Jack, jogaram cartas, compraram doces e se divertiram.
– Sangue, queridos? – Perguntou a mulher que empurrava o carrinho de doces, mostrando uma jarra.
– Três copos – Pediu Hermione. – Eu pago.
E ela girou a taça, bebendo do líquido assim como os amigos.
– Vai ser um longo verão – Riu Rony. – E podem apostar que vou arranjar um jeito de vocês me visitarem!
– E enquanto isso, vocês prometem que vão escrever? – Perguntou Hermione.
– Prometemos! – Sorriram os garotos.
Hermione olhou longamente para a janela, e então virou-se para Harry.
– Harry, você vai ficar bem?
Rony riu um pouco, mas o moreno apenas sorriu.
– Vou sim, Mione. Estarei inteiro para você!
E os garotos gargalharam ao verem como Hermione corara.


O trem parou, arrotando fumaça pro céu, naquele início de noite. Um condutor, velho e com um uniforme que já vira dias melhores, fez o trio esperar um pouco, e os mandou atravessar a barreira. Justo quando atravessavam, um carrinho de bagagem estava estrategicamente posicionado do outro lado para que ninguém visse o trio saindo da parede.
Hermione acenou para os pais, que estavam parados olhando confusos para todos os lados. Rony deu um sorriso cansado para a mãe, que estava já abraçando Percy e os gêmeos. Harry viu ali perto os Dursleys, em trio, de caras amarradas.
Hermione espiou a cara vermelha de Tio Válter e torceu o nariz.
– Me chame, se eles te perturbarem muito – Sussurrou ela. – Mestre.
Harry estremeceu levemente em vista da entonação da última palavra.
Ahh, então ela aprendeu a jogar, não? Disse a voz em sua mente, aquele lado que ele pretendia controlar um pouco durante o verão.
– Eles sabem que sou um Vampiro, e mesmo que não saibam que não posso morder humanos, ficarão bem assustados – Disso Harry, de volta, em tom baixo, quase sussurrando no ouvido dela. – Vou me divertir muito com Duda esse verão.
Então eles se abraçaram, e abraçaram Rony. E por fim se separaram, por algum tempo, esperando que logo se reunissem outra vez.
Harry entrou no carro dos Dursleys, que seguiram calados para a Rua dos Alfeneiros. Não pode deixar de tocar na esmeralda que escondia sob o casaco. Sentiu seus lábios se moverem em um sussurro tão baixo que Duda, que tentava colocar o máximo de distância entre os dois, não conseguiu entender.
O carro deu um solavanco pequeno, mas não interrompeu o toque nem o murmurar. E Harry não via a hora de voltar para Hogwarts.
Voltar para casa.

Hello darkness, my old friend,
I come to talk with you again...


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