A AULA DE POÇÕES



Capítulo 15
– A Aula de Poções –



Existem coisas que não se pode fazer em grupo sem que os participantes se tornem amigos. E lutar contra um Trasgo é uma dessas coisas.
Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger eram os amigos mais inseparáveis de Hogwarts, e parecia que a última integrante finalmente completara o grupo. Os três eram extremamente inteligentes ao seu modo, e parecia que supriam as falhas do outro. Onde um errava, havia outro amigo para ajudar, e todos forneciam suporte para os outros.
Era começo de novembro, e os primeiros sinais da neve já estavam cercando o castelo. Harry, Rony e Hermione corriam loucamente pelo corredor das Masmorras do castelo, pois ao fim deste havia a sala de poções. A matéria era odiada por Harry, assim como o professor.
Prof. Snape parecia ter a sinistra alegria de tornar as aulas um inferno para Harry. Diretor da Sonserina, alto, magro, cabelos negros oleosos e um nariz de gancho, o homem era uma das criaturas mais parciais que existia, dando pontos para os Sonserinos e distribuindo detenções e reclamações para todos os outros. Principalmente os grifinórios.
O trio derrapou e parou no fim da pequena fila de alunos que esperava o sinal para entrar na classe. Ao vê-los, Draco Malfoy torceu o nariz, enquanto o estranho Jack Blaze parecia irritado. Com um olhar de ódio para o moreno, Malfoy lhes deu as costas, ao mesmo tempo em que a porta da masmorra se abria.
Snape surgiu no portal e fez um gesto ríspido para os alunos entrarem. Eles mergulharam então na escuridão desagradável que era a sala de poções.
O trio sentou numa das mesas ao fundo, onde um grupo de até quatro pessoas poderia dividir uma mesa. Harry ajeitou seu caldeirão e colocou seu conjunto de ingredientes num local de fácil acesso. Ajudou Hermione a empilhar alguns livros na mesa e esperou. Ele sentava à direita, Hermione no meio e Rony à esquerda. Esta pequena tática de posicionamento poderia salvar a vida (ou pelo menos o pescoço) da Meio-Vampira, que sentia-se absolutamente segura ali. Harry tinha uma maneira inconsciente de fazê-la sentir-se bem e protegida. E ela tinha perdido seu jeito metido quase inteiramente e parecia estranhamente carinhosa com o moreno.
– A poção de hoje está no quadro – Começou o professor. – E vocês possuem todos os ingredientes, ou pelo menos deveriam possuir. Podem começar.
Harry ajeitou os óculos no rosto e suspirou enquanto lia rapidamente a poção. Abrindo o livro na receita da beberagem, ele começou a preparar os ingredientes. Rony fez exatamente a mesma coisa, apenas parando um pouco para acender o fogo do caldeirão. Hermione apanhou uma faquinha de seu conjunto e começou a picar alguns escaravelhos, sentindo o estômago embrulhar de nojo enquanto transformava os insetos mortos em pó.
Harry, sem desgrudar os olhos da poção que já havia começado, apanhou um pouco de algum material estranho numa partição de seu estojo de poções e jogou a coisa no líquido. Uma espécie de fumaça esverdeada brotou da beberagem.
– Isso está certo? – Murmurou ele, consultando o livro.
Os cabelos rebeldes e levemente compridos de Harry caíram sobre seus olhos e óculos enquanto ele se debruçava sobre o livro, procurando com urgência se fumaça verde significava alguma coisa, já que Rony produzira uma forte névoa laranja em sua poção.
Hermione sorriu discretamente enquanto via seus novos amigos procurarem referências de vapores coloridos. Harry parecia sinceramente preocupado com o odor fétido de sua poção oleosa e verde. Então a garota apanhou um pouquinho de pó de chifre em seu estojo e jogou na própria poção.
A fumaça verde subiu pela sala, se enrodilhando na do caldeirão de Harry Potter. As duas névoas se fundiam no mesmo tom e subiam pela sala, exatamente iguais. Harry virou-se para Hermione, que lhe mandou um pequeno sorriso. Ele sorriu de volta, levemente vacilante e então suspirou em alívio.
Virou-se e consultou o livro.
– Não vai procurar se está certo? – Sussurrou a garota para ele. Rony consultava o seu próprio livro, desesperado. Harry sorriu para sua poção.
– Se a sua ficou igual à minha, então eu fiz certo.
A morena desviou os olhos para a poção dele, enquanto voltava à tarefa de picar escaravelhos.
– Como pode ter certeza que estamos certos?
– Confio em você.
Hermione engoliu em seco, enquanto Harry cuidava da temperatura de seu caldeirão. Ela, mais para se ocupar do que realmente para ajudar, colocou um vidrinho de Beladona na frente de Rony. Ele olhou para o líquido e despejou um pouquinho em sua poção laranja. Imediatamente esta se tornou verde musgo como a dos amigos.
– Por Drácula! Obrigado, Hermione! – Exclamou o ruivo, baixo.
– Não foi nada – Disse ela automaticamente.
Harry estava mergulhado em seus pensamentos, que misturavam a tarefa da poção (que ele queria perfeita apenas para irritar o professor), proteção de Hermione, em que ele ficava de olho nos que percebiam a presença de sangue fresco e também alguns de seus próprios pensamentos.
Naquela noite ele sonhara com coisas realmente terríveis. Fora um emaranhado de sangue e gritos. Mas o sangue que vira não era o que ele bebia todo dia, mas sim sangue tomado à força, enfiando os dentes longos em pescoços. Também sonhara com gritos histéricos de medo, e arfar sôfrego de fuga. Todavia, isso não era o mais terrível de tudo.
O fato é que ele gostara do sonho.

Hermione estava pensando também. Na poção, na nota e em Harry.
Parecia que seu novo hábito era pensar no moreno praticamente o tempo todo. Ela nunca tivera amigos de verdade, sempre mergulhara em livros e estudos, ficando longe de outras pessoas. Ali naquele mundo ela também praticamente não tivera contato com outras pessoas. Mas Harry e Rony eram seus amigos. Dois garotos, incomuns de todo, e tão diferentes!
Rony era brincalhão e estranhamente estratégico, se sobressaindo em Elementos, num domínio perfeito do Fogo. Ela realmente se impressionava com ele.
E Harry... Não havia ninguém como ele!
Ele era forte, e bonito, e legal, e inteligente, e interessante... Ele era famoso! Mas nem ligava pra isso... E era protetor, a fazia se sentir bem, se sentir segura do resto do mundo. E... Porque ele estava olhando pra ela?
– Hermione, é melhor você sair de perto deste caldeirão.
– Hum? Por quê?
– Porque você está ficando muito vermelha.
A garota desviou os olhos e fingiu checar atentamente alguma informação no seu caldeirão.


– Nota perfeita! – Riu-se Harry, enquanto saía da sala de poções. – Snape não conseguiu achar nenhum defeito desta vez!
Hermione se atrapalhou com alguns livros extras, e Rony apanhou um pouco da pilha da garota, enquanto discutia com Harry sobre a nota de suas poções.
– Eu acho que ele nem percebeu que minha poção tinha alguns ingredientes a mais. Graças à Hermione, a poção ficou perfeita também!
Hermione ajeitou os livros nos braços com mais cuidado e negou sua ajuda.
– As poções já estavam boas. A nota foi bem merecida. Mas mesmo assim... – Ela cortou o que falava quando o maior dos livros de sua pilha escorregou para fora de seus braços.
Harry não pensou, apenas esticou a mão para frente e pegou o livro no ar. Fechou seus dedos com mais força na lombada do livro e o depositou novamente no topo da pilha que Hermione carregava. Ela agradeceu, sorrindo e ele voltou a mergulhar em seus pensamentos.
– Parece que a cada dia você me mostra que fiz uma ótima escolha, Potter! – Disse uma voz forte, às costas deles. O trio se virou e Olívio Wood se aproximou.
– Wood! – Cumprimentou Harry. – Não foi tanto assim...
O garoto mais velho sorriu e colocou a mão forte no ombro de Harry.
– Esta noite, no campo. Reservei especialmente para nós. Não conte para mais ninguém.
Harry assentiu e Olívio se foi.
– Estou morrendo de fome – Reclamou Rony. – E há uma garrafa novinha de sangue me esperando!
– Certo, certo, Weasley. – Gracejou o moreno. – Vamos comer.
Eles colocaram as mochilas nos ombros e se encararam. Harry tirou o resto dos livros de Hermione dos braços cansados da menina e ele e Rony os dividiram igualmente. Encaram-se em desafio e dispararam pelos corredores, correndo em direção ao Salão Principal. Hermione suspirou, levemente atordoada e pegou uma das passagens que Harry lhe ensinara. Em alguns minutos estaria no Salão, guardando lugar para os dois desafiantes.


Sentados e suados, mas rindo alegremente, Rony e Harry comiam vorazmente o que havia em seus pratos, antes da refeição de sangue. Hermione abandonara seu lugar de sempre, isolada dos outros, para se sentar no meio dos dois garotos, e ainda sentia os olhares famintos dos outros colegas sobre ela, mas estes se mantinham longe, principalmente pelos boatos sobre Harry desde que ele mostrara seu estranho Elemental.
Harry comia algo que parecia a Hermione um pedaço muito grande de carne, além de uma porção exagerada de batatas, molho em excesso e várias iguarias extremamente energéticas e calóricas.
– Harry, que diabos você está comendo? – Riu ela. – Você parece que vai pra guerra!
– Oras! E isso aí no seu prato é o quê, comida de coelho?
Harry encarou a montanha de folhas e tiras de ervas, matos e verduras com desprezo. Hermione franziu as sobrancelhas e então sorriu para ele. Com habilidade, a garota separou uma grande folha verde e empilhou sobre ela vários tipos coloridos de verduras. Com alguns movimentos habilidosos, ela dobrou a folha numa pequena trouxinha recheada e a espetou no garfo prateado.
– Experimente – Disse ela, levantando o garfo.
O Vampiro abriu a boca, meio desconfiado, e a Meio-Vampira depositou a trouxinha na boca dele, puxando o garfo em seguida. Ele mastigou lentamente, sentindo o sabor diferente e engoliu. Ela fixou os olhinhos de mel nele e Harry sorriu.
– Gostoso.
– Viu? Não é comida de coelho! – Disse ela, triunfante.
Ele apanhou alguma coisa no seu próprio prato e sorriu.
– Sua vez!
Hermione suspirou e abriu a boca. Ele depositou algo dentro da boca dela e tirou o garfo. A garota mastigou e imediatamente foi invadida por um sabor maravilhoso, que a fez arregalar os olhos. Engoliu tão lentamente quanto possível e encarou o amigo.
– O quê é isso?
– Pastelão de Carne de Rins e batatas.
A garota correu os olhos pela mesa e encontrou a travessa. Apanhou uma bela quantidade da iguaria e colocou em seu prato. Harry riu enquanto ela comia, deliciada, com um novo sabor.

___________________________________________________

Na pressa, não vi quem comentou (os nomes), mas muito obrigado pelos comentários! \o/
Última respirada, hein. Se não tomarem fôlego agora, não vai mais ter tempo. V.V. descamba loguinho pro final, que já está pronto.

Quanto à Série, eu tenho muitos e muitos trechos, mas falta "costurar" tudo, e reformar muita coisa. O fim já está pronto, o Epílogo da Sétima Fic.

Mais cedo que imaginam, ele estatá postado.

Aguardem, e até o próximo!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.