Passado Secreto

Hermione ainda ria-se baixinho, enquanto Gina nem dava mais atenção à ela, achando que provavelmente estivesse louca. Draco acabou sua entrevista, triunfante, e começou a cumprimentar os conhecidos que ali estavam. Hermione fazia questão de acompanhar com os olhos vivos todos seus passos. Até que, o que ela esperara, aconteceu. Draco se viu à frente de Lucas Vasseur. Hermione deu um cutucão em Gina, que deu um gritinho de dor, olhando para a amiga com certa raiva.

- Posso saber o que você está fazendo aqui, Malfoy? – Lucas perguntou com ar de superioridade e quase sussurrando.
- Eu? Eu não sei se você sabe, Vasseur, mas eu represento o Ministro da Magia... – Draco respondia sua provocação à altura – E por isso, recebi um convite VIP, que, quem sabe, me dará direito até a um jantar com a Escritora após esse Coquetel...

- Você é muito impertinente, Malfoy... – O homem o encarou com ódio mortal – Se eu fosse você, não faria gracinhas, não quando está desafiando um homem como eu.
- Isso foi uma ameaça, Lucas? – Draco aumentou ligeiramente o tom de voz.
- Não, foi um aviso... – Lucas saiu dali, dando um esbarrão em Draco, e foi sentar-se em uma área separada dos convidados.

Draco mantinha um sorriso enigmático no rosto, como se acabasse de vencer um duelo. Virou-se para procurar um lugar e deu de fronte com Hermione o encarando. Acenou para ela com a cabeça, mas não foi sentar-se perto. Resolveu ficar numa cadeira do lado oposto.

- Eles vão se pegar, Gina, escreve o que estou dizendo! – Hermione balançava a cabeça.
- Quem? Diana e Draco? Se pegarem? – Gina riu maldosamente – Até que Draco é um homem bonito...

- Eu estava falando dele e Lucas, Gina! Eles se desafiaram!
- Hermione, você é uma sementinha do mal, amiga... – Gina deu uma gargalhada tão alta que chamou a atenção de todos os próximos.

Quando Hermione ia revidar, ligeiramente corada pelo comentário maldoso de Gina, ouviu os flashes novamente disparando. Diana Vasseur entrava radiante no recinto, sob todas as miras de câmeras, linda, num vestido rosa-goiaba, com os cabelos caindo pelas costas em graciosos cachos largos e jogados para trás por uma tiara de pedras brilhosas. Estava com uma luz nos olhos que a deixavam com aspecto infantil. Quem não a conhecesse, daria uns 17 anos de tão linda e jovem que aparentava ser.

- Merlin, ela é tão linda! – Gina aplaudia bravamente a mulher, que agora acenava para seus convidados.
- É... – Hermione disse sem vontade enquanto aplaudia a superficialmente.

Diana se dirigiu à mesa na qual daria sua entrevista, mas não sentou-se. Aguardou de pé com um largo sorriso no rosto o término dos aplausos. Assim que cessados, ela se dirigiu meigamente a todos os presentes.

- É um prazer, para mim, estar aqui, compartilhando com vocês essa minha nova conquista! Cada livro que eu escrevo, é como se fosse uma batalha vencida, com direito a um troféu no final. Por isso, queria agradecer a presença de cada um de vocês, que fazem meu trabalho valer a pena!

Novos aplausos e flashes dispararam. Diana acenou sorridente, sentando-se em seguida. Ao seu lado, estava o gerente da Floreio e Borrões, Nicolas Ferwell. O homem grisalho e barrigudo estava rindo abobalhado para a bela loira, até que um dos funcionários da livraria cochichou algo em seu ouvido, fazendo com que ele se levantasse num pulo.

- Bom... Estamos aqui com a escritora mais linda, sensacional, politicamente correta e... – Nicolas parou de falar quando esse mesmo funcionário fez para ele um sinal de “menos” – Er... Que agora responderá às perguntas da Imprensa, para isso, peço organização. Levantem a mão para fazer as perguntas, para que não haja tumultuo. Podem começar!

Rapidamente, Diana viu Rita Skeeter levantar sua mão branca, entre outras tantas mãos erguidas. Mesmo ela, que era um mar de simpatia, tinha problemas com a jornalista sensacionalista. Quando assumiu o comando d’O Profeta Diário, Lucas Vasseur despediu Rita por problemas pessoais, logo após ela ter publicado um escândalo envolvendo o próprio, que tinha por título “Seria o Redator chefe d’O Profeta Diário um ex-Comensal da Morte?” Nada seria mais certo que sua demissão após esse feito. Contudo, ela ainda escrevia suas barbaridades em seus livros de quinta categoria e também num tablóide de baixo nível, chamado “Nada além da verdade”. Diana pediu a Merlin que Nicolas não chamasse aquela mulher para perguntar, mas parecia que ele havia lido seus pensamentos e resolvesse fazer um chacota.

- Srta. Rita Skeeter, do “Nada Além da Verdade” de Londres... Por gentileza, sua pergunta para Diana. – Nicolas falou sorridente enquanto Diana fechara seu sorriso.

- Obrigada, Nicolas! – Rita se erguia triunfante, com ar de maldade nos olhos – Diana Vasseur... Conte-nos, estamos curiosos... É verdade que se separou de Lucas Vasseur? Os boatos são de que você descobriu uma traição dele, e seu passado negro... São verídicos esses comentário? Também soube que já tem um pretendente a vista, homem famoso... E como anda sua relação com seu filho? Ouvimos dizes que vai perder sua guarda... Deve ser tão doloroso para uma criança de 12 anos saber da separação dos pais, ainda mais quando esta é cercada de...

- Eu gostaria de deixar claro que... – Diana interrompeu Rita, falando com um tom de irritação - Não vim falar da minha vida pessoal, mas do lançamento da minha mais recente obra sobre os trouxas. Portanto, se não tiver nenhuma pergunta acerca disso, por gentileza, conceda a vez a quem tiver alguma. Grata...

- Não, tudo bem... – Rita riu debochadamente, enquanto sua pena de repetição rápida escrevia freneticamente – Já consegui o que eu queria... Obrigada.

Diana a fitou, perplexa, sem palavras. Contudo, Lucas Vasseur se ergueu de onde estava, aos berros.

- Quem deixou essa mulher entra aqui? Seguranças! – E acenou para seus dois seguranças que ali estavam. Ele tinha mania de perseguição, nunca andava sozinho – Tirem essa mulher desprezível do recinto, agora!

- Sr. Vasseur, desculpe, mas o Sr. não tem o direito de expulsar uma repórter convidada! - Nicolas disse, gentilmente.
-
Não tenho? – Lucas o mirou, indignado – ela está ofendendo minha família com suas calúnias! Denegrindo o sobrenome Vasseur, tão importante sobrenome Francês!

- Ainda assim, Sr. Vasseur, Rita permanecerá na coletiva. Por favor, permita que continuemos as perguntas... – Nicolas ignorou o ataque de pelanca do homem e voltou a escolher um jornalista entre as mãos erguidas – Ah, sim... Jeanine Bounge... do “Literatura Mágica Moderna”...

- Isso é um absurdo! Tomarei providências por minha conta...

Lucas saiu de seu assento e sumiu das vistas de todos. Hermione tentou o seguir com os olhos, mas o perdeu logo na multidão que ainda fotografava Diana, agora, com expressão assustada, por também ter percebido que o marido havia saído dali, com ódio estampado no rosto. Draco, porém, parecia estar adorando aquela situação, a julgar pelo sorrisinho cínico que ainda tinha nos lábios e seu olhar fixo em Diana.

- Sobre seu convívio com os trouxas, Diana... – Jeanine Bouge fazia sua pergunta, com a pena na mão – Como é passar tanto tempo sem usar magia, ou poder comentar de assuntos mágicos? Afinal, foram cinco anos, certo?

- Ah, sim! – Diana voltou a sorrir, se concentrando na pergunta – Eu não tenho problemas, como vocês já sabem, cresci como trouxa, dentro de uma família que julgava ser a minha e estou acostumada a fazer as coisas pelos métodos trouxas, sem magia...

Enquanto Diana respondia entusiasmada à pergunta, Hermione reparou que Draco levantara, sorrateiro, se esgueirando pelos pequenos espaços entre as pessoas, se esforçando para não se notado, até atingir à saída. Imaginou o que ele poderia estar tramando, mas preferiu não levantar suspeitas irreais.

As perguntas iam seguindo, Diana as respondeu com toda sua simpatia e boa vontade. Após a série de questionamentos, foi dado início ao coquetel e aos autógrafos. Gina e Hermione entraram na fila, ambas com os livros em mãos.

- Ah, deixa eu pegar o livro “Jornalismo Mágico sem censura”, Teddy me encheu o saco para autografar um para Vick... Fica aqui, já volto! – Gina deixou a amiga na fila.
- Vai lá... Guardo nosso lugar. – Hermione folheava o livro que tinha em mãos.

Enquanto esperava Gina voltar e folheava sem real interesse o livro em suas mãos, viu Draco voltando, como se nada tivesse acontecido ou como se não tivesse sequer saído dali. Pegou um livro e entrou na fila de autógrafos. Hermione, rapidamente, saiu de seu lugar na fila, indo ao encontro dele, curiosa.

- Então, Draco? Gostou da entrevista?
- Ah, claro... – Draco respondeu sem nenhuma vontade – Diana sabe se expressar muito bem, não acha?
- Sim, sabe sim... – Hermione o encarou.

- Que foi? Algum problema, Hermione? – Draco reparou o olhar dela.
- Não, nenhum... Por quê?
- Está me olhando diferente?
- Você acha?
- Acho... E devo dizer que não gosto desse tipo de comportamento. – Draco foi curto e grosso.


- Meu! – Gina voltara, procurando Hermione – Você está fazendo o que aqui! Estávamos lá na frente! Estou morrendo de fome, louca para comer...
- Desculpa, vim falar com Draco...
- Não é sobre trabalho, por favor... – Gina fez sinal de irritação.
- Não, eu só estava comentando com ele como foi legal a entrevista... – Hermione mentiu.

A fila foi acabando aos poucos, e logo Hermione e Gina estavam tendo seus livros autografados. Diana sorriu para Gina, a cumprimentando, como se fossem velhas amigas. Tinha extrema simpatia por ela.

- Neste, por favor, dedique a Victoire Weasley... – Gina falava animadamente.
- Claro! Sua sobrinha? – Diana escrevia a dedicatória.
- Sim, filha do meu irmão mais velho, Guilherme... Ela quer ser Jornalista, ama suas obras!

- Sério? – Diana perguntou, fechando o livro e o entregando a Gina – Oras, ela ainda está em Hogwarts?
- Sim, termina esse ano! – Gina pegou o livro.

- Mande que ela me procure assim que terminar seus estudos, tenho um estágio para ela!
- Não brinca! – Gina ficou boquiaberta – Merlin! Ela vai ficar louca quando souber! Obrigada, Diana!

- Imagina! Estou precisando mesmo de uma estagiária, e sei que se ela é da sua família, com certeza é uma pessoa de confiança!
- Ah, ela vai ficar tão feliz! Vou escrevê-la hoje mesmo! – Gina sorria para a mulher loira.

- Escreva mesmo! – Diana acenou para Hermione, que lhe entregou o livro, com um sorriso sem graça no rosto – Ah, você... Olha, naquele dia eu não consegui me desculpar...
- Sem problemas, eu que te peço desculpas... Estava estressada e descontei em você, que não tinha nada a ver – Hermione se antecipou.

- Que isso, a culpa foi realmente minha! – Diana disse enquanto escrevia a dedicatória no livro – Desculpe... Seu marido foi muito gentil comigo naquele dia, e falou muito bem de você... Não entedia porque estava chateada, mas homens são assim mesmo... – Ela fechou o livro e o entregou a Hermione, sorrindo – Não entendem que temos dias que estamos, em especial, sensíveis e irritadiças! Eu disse para que ele tivesse paciência com você e não brigasse, que só pioraria a situação.

- Ah... – Hermione pegou o livro, desconcertada com o que ela acabara de dizer – Obrigada, Diana...
- Disponha! - Disse sorrindo, mas logo seu sorriso cessou, ao ver Draco se aproximar – Nossa... Você... Quanto tempo...

Hermione foi puxada por Gina para a mesa de salgadinhos, mas seu olhar se mantinha fixo em Draco, que sorria galantemente para a mulher.

- Eu também acho... Faz tanto tempo que não nos vemos, não acha? – Draco sorria, enquanto Diana escrevia sua dedicatória.

- Devo dedicar este à Pansy? – Diana perguntou sonsamente.
- Não, esse é meu... Pansy não gosta de seus livros...
- Não? Quanta sinceridade... Ela não gosta nem da autora... – Diana riu.

- Pois eu... Adoro a escritora, em particular... -Draco pegou a mão de Diana quando esta foi lhe entregar o livro – Eu ficaria muito feliz se você aceitasse jantar comigo, em nome dos velhos tempos...

- Não, Draco! – Diana rapidamente falou, olhando para os lados – Lucas... Está aqui...
- Não está, não... – Draco riu – Ele já foi...

- Está bem, Draco... – Diana o encarou – Me espere, assim que terminar os autógrafos, eu sairei...
- Essa noite será perfeita, Diana... Eu juro. – Draco pegou o livro, dando uma leve piscada para a mulher, e saindo dali logo em seguida.

Hermione estava se mordendo de curiosidade de saber o que eles tanto conversaram. Mais uma coisa era certa: Diana encarou muito bem, seja lá o que ele a dissera. Isso causou a Hermione uma sensação de confusão. Será que eles eram tão íntimos assim? Não era o que sabia...

- Hermione, vamos? – Gina comentou, limpando a boca com um guardanapo – Harry já deve ter acabado...
- Ah, sim, vamos... – Hermione deixou de olhar Draco e saiu da livraria com Gina.

Diana se levantara, após terminar as dedicatórias e cumprimentar o gerente babão da Floreios e Borrões. Olhou de relance para Draco, que correspondeu o olhar com um sorriso, e saiu em sua frente. A bela mulher ainda se despediu dos que ainda estavam ali e saiu, sozinha. Ao alcançar a calçada, sentiu a mão de Draco, a puxando para um beco.

- Está louco? – Diana olhava para os lados, assustada – Vamos sair logo daqui...
- Sabe quanto tempo estou esperando por isso, Diana? – Draco tinha brilho nos olhos, olhava profundamente para os olhos azuis da mulher – Agora, não precisamos mentir! Você se separando de Lucas, eu me separando de Pansy...

- Não é tão fácil assim, Draco! – Diana ainda estava nervosa, olhando para ver se ninguém a havia seguido – Ainda não me separei de Lucas e estou correndo risco de perder a guarda de Zac...

- Zac... – Draco repetiu o nome do garoto – Eu cuido disso, se você quiser, sabe que sou interessado nisso também...

- Vamos logo, Draco! Alguém pode nos ver! – Diana estava gelada.
- Certo... – Draco a tomou pela mão, guiando-a até seu carro.

Partiram dali, tendo por destino um luxuoso restaurante trouxa, escolhido estrategicamente, para não levantar tantas suspeitas. Trouxas até poderiam conhecer Diana, mas não sua família profundamente. Sentaram-se à mesa, Draco estava radiante, mas Diana ainda estava um tanto nervosa.

- Diana... – Draco pegou algo no bolso interno de seu terno – Se eu amei alguém na vida, esse alguém foi você. Sabe disso... Sabe que casei com Pansy somente porque ela engravidou...
- Eu sei! Mas não só por isso, mas sim pela família dela e por todo o resto que eu não gosto nem de lembrar! – Diana ficou estressada com a declaração.

- Só que não é tarde para recomeçarmos, Diana... – Ele pegou aquela pequena caixa de veludo e a deu à mulher – Eu quero ficar com você, seremos uma família finalmente... Eu, você e Zac... E se eu tiver sorte... Escórpio também...

Diana abriu a caixinha, delicadamente. Viu aquela bela e reluzente jóia, abriu um sorriso radiante, como se aquele ato acabasse com toda sua revolta com Draco. Por impulso, Draco se debruçou pela pequena mesa e a deu um beijo apaixonado, correspondido por ela sem a menor resistência.


***

Tiago acordou cedo naquela manhã. Estava ligeiramente chateado com seu dia anterior. Até a visita de seu pai não o parecia tão agradável e surpreendente. Estava com a mente a mil. Tinha pensamentos loucos a respeito de Jullie e seu diário macabro, mas sentiu vergonha de ter contado aquilo ao pai, que agora o achava um louco, certamente. Justin e Zac também levantaram cedo e acompanharam o amigo até o Salão Principal, se entreolhando freqüentemente, para irritação de Tiago, que sabia exatamente que eles estavam se comunicando pelo olhar, e se falassem, seria “Tiago está estranho, não acha?”. Sentaram-se um ao lado do outro na mesa da Grifinória.

- Tiago... – Zac comentou, um tanto receoso – Tem certeza que não quer nos contar o que está acontecendo?
- Ah... – Tiago fingiu pensar – Tenho. É coisa minha, não precisam se preocupar.

- Como não, débil? – Justin deu um guincho de impaciência – Qual é, Tiago? Desde quando temos segredos uns com os outros?

- Não é isso, JC, e débil é seu passado... – Tiago virou-se para encarar o amigo – Eu já disse, é assunto particular.

- Tudo bem, Tiago... Você que sabe. Dane-se – Justin virou o rosto e foi se servir de suco de abóbora.

- Você é muito orgulhoso, Tiago... – Zac comentou – Talvez pudéssemos ajudar...
- Eu já disse que não! – Tiago se estressou – Dá pra parar de encher?

Zac o olhou ressentido, mas respeitou. Ficou quieto. Alvo, Claire, Rosa e Louis acabavam de chegar, os desejando “bom dia”. Alvo rapidamente entendeu que o irmão estava de mal com a vida ainda, e o olhou severamente, contudo, Tiago e todo seu orgulho o fitaram com uma expressão “está tudo sobre controle”. As corujas começaram a entrar Salão adentro e alunos pegavam animados suas correspondências. Na capa d’O Profeta Diário, Rosa viu Diana Vasseur sorridente, sob o título “Escritora dá show de simpatia em tarde de autógrafos”.

- Olha, Zac! Como sua mãe está linda! – Rosa mostrou a capa do jornal para o menino.
- Ah, é... – Zac disse, olhando para seu próprio exemplar do jornal.

- NÃO ACREDITO! – Victoire deu um berro na outra extremidade da mesa, desembrulhando o livro que Teddy a mandara – EU TENHO UM ESTÁGIO GARANTIDO COM A DIANA VASSEUR QUANDO TERMINAR HOGWARTS!

- Quê? – Dominique encarava a irmã, assim como Molly e Lucy, que estavam ao seu lado.
- Teddy está contando aqui... – Victoire balançou o pergaminho – Tia Gina conversou com Diana sobre mim e ela está interessada em me dar um estágio!

- Não acredito... – Molly comentou, invejosamente.
- Valeu, “Perfeitinha” Weasley! – Lucy se levantou para abraçar a prima – Você merece, Vick! Parabéns!
- Mana! Isso é perfeito! – Dominique também foi abraçar a menina.

- Ouviram isso? – Rosa abriu um sorriso – Vick! Que legal! Sua mãe é tão gentil, Zac!
- Eu sei... – Zac estava lendo outra coisa qualquer no jornal, nitidamente emburrado.

Enquanto isso, na mesa da Sonserina, Jullie tinha os olhos fundos e marcados por olheiras, como se não dormisse há dias. Estava quieta demais, Escórpio estava ao seu lado, a fitando tristemente.

- Ju... Que foi? – Perguntou a menina, curioso.
- Nada...
- Brigou com o idiota do Potter, não foi? – Ele arriscou – Eu sabia que não era pra...
- Não é nada! – Jullie o cortou secamente, enquanto pegava suas correspondências para ler.

Escórpio ficou quieto. Pegou suas próprias cartas, mas uma delas chamou mais a atenção. Era um jornal, mas... Ele não tinha assinatura alguma. Abriu curioso aquele tablóide, vendo a foto imóvel do pai na capa, na companhia de uma mulher que demorou alguns segundos a identificar que era Diana Vasseur. Leu a matéria. A medida que lia, sua face pálida ia se tornando cada vez mais rubra. Jullie reparou, mas não comentou. Só tomou partido quando o garoto levantou com raiva da cadeira, saindo da mesa, decidido, amassando o jornal nas mãos com ódio.

- Ei, o que houve? – Jullie parou Escórpio.

- Eu tenho um assunto a resolver! – O menino tinha lágrimas nos olhos e empurrou Jullie para o lado, seguindo decidido para a mesa da Grifinória.

Conforme ia andando, os alunos das outras casas iam o seguindo com o olhar, todos curiosos para saber o que o garoto iria fazer. Ele se encaminhou diretamente a Zac, que agora lia, distraído, as últimas notícias sobre a Liga Inglesa de Quadribol. Escórpio deu um puxão em Zac pelas costas, fazendo com que o garoto quase caísse da cadeira. Tiago e Justin levantaram na hora, se colocando entre ele e o amigo.

- Está maluco, Malfoy? - Tiago cresceu para cima do garoto. – Perdeu a noção?

- Cala a boca Potter! Não se mete! Isso é entre mim e Vasseur! – Escórpio tinha ódio na voz.

- Que houve, seu babaca? Eu não tenho nada a ver com você! – Zac se ergueu com raiva.

- Ah, não? Já leu as últimas notícias? – Escórpio empurrou o jornal para Zac – Veja o que sua mamãezinha anda fazendo!

Zac pegou o jornal, confuso. Passou os olhos pela primeira página, viu que uma foto trouxa a estampava, com uma qualidade inferior àquelas que eram de costume se ver nos jornais, mas era nítido que sua mãe estava beijando um homem loiro. Após ver essa foto, Zac só teve olhos para ler o que estava escrito sobre ela: “Bomba! Escritora e Secretário Sênior do Ministério e seu passado secreto!”

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