Depois da Batalha



Depois de consertar sua varinha de pena de fênix com a Varinha das Varinhas, Harry deixou o escritório de Dumbledore acompanhado por Rony e Hermione. Momentos difíceis viriam pela frente. Voldemort havia sido destruído para sempre, mas isso não traria de volta aos que perderam a vida ajudando a derrubá-lo. O único consolo era o de que Fred, Lupin, Tonks e até mesmo Snape não haviam morrido em vão.
Os três atravessaram o corredor onde ainda ecoava a voz de Pirraça cantando o hino da vitória que havia composto. Então Harry deixou Rony e Hermione e seguiu sozinho para a Torre da Grifinória. Ele sabia que os amigos iriam para o Salão Principal e tudo o que mais queria era ficar sozinho, não queria mais dar explicações.
A sala comunal, como ele esperava, estava deserta. Harry largou-se em uma das confortáveis poltronas diante da lareira apagada. Como poderia encarar os Weasley? O que diria à Sra. Weasley, que havia sido como uma mãe para ele e que perdera um filho por sua causa?
Pensando em Rony, Gina e todos que amava como se fossem sua família, Harry subiu para o dormitório dos garotos. Pretendia dormir um pouco, embora duvidasse que conseguiria. Ele nem deitara na cama e ouviu um estalo. Monstro aparecera trazendo uma bandeja com um sanduíche e um copo de suco de abóbora.
- Achei que o Sr. Harry Potter devia estar com fome.
- Eu estou... Obrigado, Monstro.
Antes de Monstro desaparatar, Harry tirou a camiseta que estivera usando e entregou-a ao elfo.
- Obrigado, Harry Potter.
O elfo fez uma profunda reverência que fez o medalhão de Régulo Black pendurado em seu pescoço tocar o chão.
- Agora você está livre, Montro. Pode ir embora de Hogwarts se quiser.
- Monstro está feliz aqui, Harry Potter e se precisar pode me chamar.
Um segundo estalo indicava que Monstro havia ido. Harry sentiu-se feliz por tê-lo libertado. Era uma forma de homenagear Dobby, que tanto tinha feito por ele.
Ao terminar de comer ele tentou dormir, mas a visão de Fred Weasley caído sem vida não saía de sua cabeça. Foi quando Rony entrou no dormitório.
- O que houve com sua camiseta?
- Dei ao Monstro - respondeu Harry, sem encará-lo.
- Ah, Mione vai ficar feliz quando souber - disse o ruivo, procurando alguma coisa numa gaveta. - Vista essa outra - disse ele, atirando uma camiseta na cama de Harry. - Em quinze minutos iremos para A Toca. Você, Mione e eu.
- Eu não vou - disse Harry, ainda evitando encará-lo.
- Como assim, você vai pra onde?
- Rony, eu não posso ir pra sua casa, não depois...
- Mamãe não te culpa, Harry. Nem eu ou qualquer um da nossa família, sabemos que não foi culpa sua.
Harry olhou para Rony com atenção. As roupas do amigo, assim como as suas, estavam rasgadas e manchadas de sangue. Ele também tinha cortes feios no rosto e nos braços.
- Mas, Rony, se eu tivesse...
- Então talvez você também estivesse morto agora e Voldemort ainda estaria aí pra matar cada um de nós. Não há nada que nós pudéssemos ter feito, tinha que acontecer. E anda logo que eles estão nos esperando.
Rony saiu do quarto dizendo que iria esperar por ele na sala comunal. Harry achou que o amigo não queria começar a chorar ali na sua frente e ficou agradecido que ele tenha descido. Vestiu a camiseta que Rony lhe entregarara e desceu também.
Foi muito bom ouvir aquelas palvras de Rony. Era bom saber que o amigo não o culpava, que não o odiava, embora Harry compreenderia se o fizesse. Quando os dois chegaram ao Saguão de Entrada, Hermione já estava esperando ao lado de Gui. Rony foi ao encontro dela e juntos desaparataram. Harry fez o mesmo com Gui.
Ao chegarem À Toca eles foram para a pequena sala de visitas, onde os Weasley estavam reunidos. A Sra. Weasley foi ao encontro deles e os abraçou.
- Sra. Weasley, me perdoa. Eu juro que preferia ter morrido.
- Não diga bobagens, Harry - ela o abraçava como só uma mãe poderia fazê-lo, o que fez Harry sentir-se ainda pior.
O Sr. Weasley foi ao encontro deles para consolar a mulher.
- Vamos passar por isso juntos, porque somos uma família e você e Hermione fazem parte dela, Harry.
Todos estavam exaustos e tentaram descansar. Naquela manhã o sol parecia estar indeciso se devia aparecer ou não. Seria um dia difícil para todos.
Após um café da manhã praticamente em silêncio, os Weasley, Harry e Hermione seguiram para Hogwarts, onde seria realizado o funeral de Fred, Lupin, Tonks, Snape (que agora todos sabiam que era leal à Ordem) e todos aqueles que morreram na luta contra o Lorde das Trevas.
As partes destruídas do castelo haviam sido reconstruídas por magia e agora nem parecia que há pouco havia ocorrido ali uma batalha sangrenta.
Como ainda faltava algum tempo para que a cerimônia começasse, Harry, Rony e Hermione saíram juntos pelos jardins.
- Harry - começou Hermione, como se soubesse exatamente o que ele estava sentindo. - , nós não culpamos você, só falta você parar de se culpar.
- É que não é fácil, Mione.
- Eu sei, mas tudo vai ser diferente agora, graças a você.
- Eu não teria conseguido sem vocês. Eu sei que é pouco dizer isso, mas obrigado.
- Ah, sem essa cara! - disse Rony, abraçando o amigo. - Somos um time.
- Harry, o que você pretende fazer agora? - perguntou Hermione.
- Estive pensando em alugar um apartamento e arranjar trabalho no Ministério.
- Arranjar trabalho no Ministério não vai ser tão difícil, papai pode te ajudar. Mas é melhor você desistir dessa história de apartamento, pelo menos por enquanto.
- Por quê?
- É óbvio que a mamãe vai querer você lá com a gente, n'A Toca.
- Eu acho que você deve ir - afirmou Hermione para um Harry um pouco aturdido com a idéia. - É melhor você ficar na casa do Rony, e depois, você não vai querer contrariar a mãe dele, vai?
- É claro que não, mas...
Harry parou de falar no instante em que viu Gina se aproximar deles. seu estômago estava dando cambalhotas.
- Mamãe perguntou por vocês - disse a ruiva, olhando Harry nos olhos.
Então, em um segundo, ele decidiu que tinha que acertar as coisas, antes que ela fosse e ele perdesse a oportunidade de conversar com ela. Não podia esperar mais.
- Ei, Gina, espera! Eu preciso falar com você.

N. da A.
Eu adoro ler fan fics e sempre quis escrever uma, principalmente depois de terminar de ler o livro sete; eu me sinto meio orfã sem o Harry. Por isso decidi começar do ponto em que a Jo parou e contar como eu imagino que as coisa aconteceram.
Estou escrevendo o que eu gostaria de ler, então espero que gostem.

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