Capítulo oito



Capítulo oito





- Melhor a gente levar ele direto para a ala hospitalar, Sirius. – Remus disse enquanto ele e Sirius carregavam-no em direção ao castelo.

E realmente qualquer um que pusesse os olhos nele podia ver que ele não estava nada bem. A não ser que você considere normal uma pessoa que estava se contorcendo de dor até um minuto atrás e tem no corpo marcas arroxeadas, como se tivesse apanhado. Sem falar na expressão do seu rosto, que mesmo desacordado parecia estar sofrendo.

Não sei como pude não acreditar nele. Quer dizer, ele só podia estar me falando a verdade, visto que agora ele foi atacado também. Tudo bem que ele nunca quase nunca me deu motivos para confiar nele, mas até que ultimamente ele estava mudado. Ok, nos últimos doze meses, mais ou menos, pra ser mais exata.

Mas a culpa não foi minha. Eu acho. Quer dizer, tudo bem, eu poderia ter acreditado nele e, finalmente, passar a confiar nele como ele merecia, então nós poderíamos ser felizes para sempre. Só que eu não consigo fazer as coisas certas, pra variar.

Não sei qual o meu problema, só que sempre parece tão difícil fazer o certo. Que no caso era acreditar nele. E não devia parecer, afinal era a palavra de James Potter, grifinório, que nunca mentiria numa situação dessas, contra Severus Snape, que sempre foi meu amigo, desde antes mesmo de eu saber que era bruxa, mas que nos últimos tempos adquiriu cada vez mais a fama de estar envolvido com artes das trevas.

Tudo bem, até agora nada prova que realmente tenha sido Severus, mas qual é? Não tenho dúvidas de que o James estava sendo honesto. Até porque ele sempre foi.

Mesmo nas situações mais inoportunas. Como, por exemplo, no primeiro ano, quando ele realmente dizia absolutamente tudo o que ele pensava, e posso dizer que isso causou bastante intriga entre a gente. E sempre foi assim, acho que na realidade toda aquela coisa de “arrogância” era só falta – completa – de tato.

O que eu sempre adorei. Brigar com ele, eu quis dizer. Sabe, essas coisas de crianças, que quanto mais brigam é porque mais se gostam. Bom, acho que se tomar isso como base vai ver que eu sempre gostei dele. Pelo menos no começo de tudo, quando as nossas brigas eram “leves”. Depois, quando ele se tornou um completo babaca, que não conseguia parar com aquelas brincadeirinhas sem graça de jardim da infância, passei a realmente não gostar dele.

Se bem que pode ter sido porque ele começou a sair com garotas. Ele sempre era encantador e amável com todas elas, menos comigo. E acho que era isso o que me deixava mais aborrecida com ele. Só que no último ano ele mudou completamente.

Para começar ele parou de sair com todas as garotas que lhe passavam pela frente, diminui consideravelmente as “brincadeirinhas” com Snape – que até então era meu amigo – e passou a respeitar mais as regras. E tudo isso só porque eu não tinha aceitado sair com ele.

Nunca expliquei o porquê de nunca ter aceitado sair com ele na primeira vez, mas foi exatamente por ele nunca ter me chamado antes. Afinal, ele tinha saído com praticamente todas as garotas do nosso ano e só fazia implicar comigo, então quando ele resolveu me convidar também eu não quis. E não venham me culpar, todo mundo tem seu amor próprio.

Tá, o meu amor próprio foi meio exagerado, só que eu estava de orgulho ferido sabe. Sem falar que depois eu ainda tive que sustentar toda aquela minha história de ódio mortal dele, que em parte se justificava com isso. E eu me saí muito bem nessa minha coisa de “não gostar dele” até perceber que eu sou totalmente louca por esse cara.

Tudo bem que pode ser tarde demais, porque se eu fosse ele, não ia mais me querer, mas pelo menos agora eu sei que eu amo James Potter.

- E então, Madame Pomfrey? – Perguntei angustiada. – O que ele tem?

- É grave? – Sirius perguntou nervoso.

Ela fez silêncio por alguns instantes, e nos respondeu escolhendo muito bem cada palavra.

- Tenho que ser sincera com vocês, nunca vi uma maldição como essa. Parece ser magia negra…

- Mas a senhora pode fazer algo por ele, não é mesmo? – Perguntei me aproximando dela.

- Senhorita Evans, receio que o jovem Potter terá de ser levado ao St Mungus.

- Ao St Mungus? – Lene perguntou aturdida.

- Isso mesmo, agora me dêem licença, preciso examiná-lo melhor.

Mas eu não consegui me mexer.

Na realidade, acho que as minhas pernas estavam paralisadas de choque e horror. Afinal, James tinha sido gravemente atacado e agora tinha de ser transferido para o St Mungus. E a culpa toda era minha. Minha e do meu orgulho.

Só conseguia olhar para o rosto dele e sentir cada vez mais a minha culpa aumentar. Porque se eu não fosse tão cabeça-dura, tão egoísta, tão egocêntrica ele não estaria assim.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, e eu já não me importava mais se todos iriam me ver chorando por causa dele.

- Lily, temos que ir. – Emmeline me chamou, puxando-me pela mão.

- Não. – Sussurrei ainda sem me mover.

- Vamos, Lil. – Dorcas disse pegando a minha outra mão.

- Eu não posso ir. – Expliquei entre as lágrimas que rolavam cada vez mais rapidamente pela minha face.

E antes que eu caísse em prantos e começasse a soluçar desesperadamente, Lene veio e me deu um abraço apertado.

Então ela me conduziu para fora da enfermaria, e aí sim eu comecei a chorar enlouquecidamente.

Todos pareceram chocados com essa minha reação. Exceto Sirius, que assim que me viu sentar no chão do corredor, abraçando meus joelhos e chorando como uma criança olhou para mim de forma fria e disse:

- Não precisa fingir compaixão, acho que isso foi sempre o que você quis que acontecesse com ele, não é mesmo? – E saiu pisando duro.

Isso só fez com que eu chorasse cada vez mais compulsivamente, afinal eu realmente sabia que a culpa tinha disso tudo era inteiramente minha. Não sei ao certo por quanto tempo ainda fiquei ali chorando, mas vi quando o professor Dumbledore chegou à enfermaria.

- Senhorita Evans, -- Ele chamou assim que saiu de lá. – receio dizer que o senhor Potter terá de ser levado ao Hospital St Mungus.

- Mas ele vai ficar bom, não é? – Perguntei me levantando. – Quer dizer, lá existem os melhores curandeiros de todo o mundo bruxo, então ele vai ficar bom não é mesmo?

Dumbledore apenas sorriu de lado para mim.

- Agora é melhor ir para o salão comunal da sua casa. Não há nada que possa fazer por aqui.

Acho que já estava cansada de chorar, afinal já era hora do jantar e eu tinha passado o resto da tarde inteira ali, sentada no chão do corredor.

Não estava com nenhuma vontade de jantar. Só queria ir para o meu quarto, deitar na minha cama e dormir. Dormir talvez uns dois ou três dias, quem sabe mais. Estava exausta. Não tinha sequer forças para subir todas aquelas escadas e acho que se não tivesse encontrado a Dorcas no caminho, não teria conseguido lembrar do caminho até o salão comunal.

- Lil, onde você está indo? – Ela me perguntou quando me viu, porque eu não a vi.

- Pra cama.

- Você já comeu?

- Não estou com fome.

E realmente não estava. Acho que essa coisa de fome é toda psicológica, porque depois desse meu dia não estava com a menor fome. Só queria que o dia acabasse logo.

- Vem comigo, você tem que comer alguma coisa.

Então nós duas seguimos para o salão principal, que como de costume estava lotado e havia conversa, risadas e toda essa animação. Ninguém devia saber ainda do ocorrido. Segui pela mesa da Grifinória, sem ligar se as pessoas olhavam para a minha cara de choro sem entender nada.

Fui até onde a Emmeline e Marlene estavam sentadas, e me sentei ali mesmo.

- Tá melhor, Lil? – Emmeline perguntou.

- Hunrum. – Disfarcei.

Não consegui pôr nada além de um pedaço de pão na boca. Também não consegui conversar com todo mundo, até porque toda vez que Sirius olhava em minha direção era para me lançar um olhar duro. Eu sei que eles são melhores amigos e que ele tem todo o direito de achar que a culpa foi inteiramente minha, no que eu concordo, mas o Black não precisa ficar me lembrando a todo instante de que é realmente minha culpa. Porque se ele ainda não notou, eu também estou sofrendo.

- Vou subir. – Sirius anunciou depois de terminar o seu jantar.

Então ele se retirou, no que foi seguido por Peter. Acho que até se Sirius tivesse dito que iria ao banheiro Peter teria se oferecido para ir ajudar a limpar o traseiro dele. Mas foi melhor os dois terem ido, assim eu podia ficar na minha fossa sem ligar pra o que ele estava pensando de mim.

- Lily, -- Ouvi o Remus me chamar. – você sabe que nós não te culpamos por nada, não é?

- Não precisa se desculpar por eles. – Respondi com uma tentativa de sorriso. – Sirius tem toda razão, a culpa de tudo isso foi minha.

- Não fale assim. – Marlene disse severa.

Mas a quem eles estão tentando enganar? Eu sei que a culpa foi minha.

- Você não teve culpa de um maluco estar atacando todos os caras com quem você sai. – Dorcas completou.

Não queria discutir sobre isso. Só queria dormir [2]

- Estou cansada. – Disse bocejando. – Vou indo.

- Quer que a gente vá com você? – Emmeline se ofereceu.

- Não, não precisa. Ainda sei chegar à minha cama sozinha.

A verdade era que queria ficar um pouco sozinha, com meus pensamentos.

Passei um bom tempo andando pelos corredores vazio e lembrando de cada imagem do James que eu pude achar nas minhas lembranças. Eu sei que não devia estar pensando nele assim, como se estivesse à beira da morte, mas se algo ruim acontecesse a ele não seria capaz de me perdoar nunca.

Imagine só se ele ficasse com alguma seqüela desse ataque? Sem poder voar, ou até mesmo andar direito... acho que nunca mais conseguiria dormir em paz. Mas decidi não pensar mais em coisas ruins. Como minha mãe sempre disse pensamentos negativos atraem coisas negativas.

Então voltei a pensar em como ele era maravilhoso.

Uma coisa que eu reparei, foi que em todas as minhas lembranças sobre James não houve uma sequer em que ele estivesse com raiva de mim. Houve ocasiões onde ele estava realmente implicando comigo, mas não era aquela coisa de querer me machucar, ou quem sabe até me deixar triste, ele simplesmente queria minha atenção.

Não sei quanto tempo andei sem rumo pelo castelo, mas depois de mais ou menos uma hora andando distraída em meus pensamentos encontrei um garoto.

Ele estava debruçado em uma janela, como James tinha feito há menos de uma semana. Mas ele, com certeza, não era James. Ele era mais magro, mais baixo e, mesmo de longe, podia-se ver que seus cabelos eram maiores e maios oleosos que os dele.

Continuei andando em direção àquele menino. Mas ao chegar perto me arrependi. Era a última pessoa que eu gostaria de encontrar hoje: Severus Snape. Pensei em me virar imediatamente e seguir por outro corredor até o salão comunal, mas antes que eu pudesse fazê-lo Severus já estava voltando-se para mim.

Não dissemos uma palavra.

Acho que se eu abrisse minha boca diria um monte de coisas rudes a ele e começaria a chorar novamente. E eu não queria fazer isso. Mesmo sabendo que ele tinha sido o culpado pelo que acontecera a James. Na verdade, uma parte de mim ainda tinha esperanças de que ele não tivesse sido realmente culpado por tudo aquilo.

- Boa noite, Lily. – Ele disse depois de ver que eu não ia dizer nada.

- Evans. – Foi tudo que eu consegui responder a ele.

- Quanto tempo, hein?

Não acreditei que ele estava tentando puxar assunto comigo. Como se ainda pudéssemos ser amigos, ou sequer colegas, depois das atrocidades que ele cometera contra John e depois contra James. E mesmo que não tivesse sido ele, cortamos relações depois que ele começou a andar com uns bruxos muito esquisitos, para não dizer bizarros.

- Nem tanto assim. – Respondi fria.

- O que houve com você? – Ele me perguntou se aproximando de mim.

- Não encoste em mim. – Disse quando ele fez menção de se aproximar de mim. – Nada demais, sabe. Apenas um imbecil qualquer atacou James hoje em Hogsmead. Você não soube?

- Não.

- Incrível que você não tenha sabido ainda. – Continuei fria e incisiva. – Foi uma coisa terrível. Aposto que foi o mesmo lunático que atacou o John Adams. Desse você soube, não? – No que ele apenas assentiu com a cabeça. – Pois é. Algum ridículo acha que assim vai chamar minha atenção. – Soltei uma gargalhada. – Incrível como essas pessoas não conseguem ver que eu amo James Potter e nada nem ninguém vai poder mudar isso, né?

Ele ficou mudo por alguns instantes.

- Mas talvez essa pessoa também te ame. – Ele disse por fim.

- Não. Isso não é amor. A pessoa que foi capaz de fazer isso não sabe, nem de longe, o que é amar alguém. Não de verdade. – E conclui olhando bem nos olhos dele. – Uma pessoa que ama de verdade a outra, deixa ela ser feliz e não a faz chorar e sofrer como esse louca está fazendo comigo.

Então virei as costas para ele e deixei-o sozinho ali.

Depois disso tive certeza de que James estava falando a verdade. Quer dizer, Severus não tentou negar nenhuma vez que não tinha sido ele nem nada, ele apenas aceitou a culpa e ainda tentou me explicar seus motivos.

Como se pudesse existir qualquer motivo capaz de justificar o que ele fez. Nunca mais falo com ele. Nunca. Afinal, quem ele pensa que é pra tratar James assim? Tudo bem que eu nunca fui muito adorável com ele, mas cabe a mim, e somente a mim mesma, decidir quando e com quem eu quero sair. E eu acho que não pedi para ninguém sair por aí atacando todos os caras com os quais eu saio. Definitivamente.

Essa minha conversinha com o Snape deve ter me deixado mais transtornada do que eu pensei, porque assim que eu pus meus pés no salão comunal a Emmy percebeu que tinha alguma coisa errada e veio falar comigo.

- O que houve, Lil? – Ela me perguntou.

- Nada. – Respondi séria.

- Onde você se meteu, Lílian Evans? – Isso era Lene, claro. – Você disse que estava vindo pra cá há horas!

- Só precisava ficar um pouco sozinha. Pensar em algumas coisas. – Menti.

Eu sei que elas são as minhas melhores amigas e que eu posso confiar nelas totalmente, sem falar que o Snape não merece isso que eu fiz, que foi não contar a elas. Mas, qual é? Se eu falasse algo do tipo “ah, eu só fui falar com o Snape, porque, sabe como é, ele que atacou o James e o Adams” os meninos estavam por perto e, ao ouvir isso, eles iriam querer ir lá tomar satisfações com ele – leia-se o Sirius ia querer brigar de verdade.

Então o máximo que eu pude fazer foi dizer que estava cansada demais e fui chorar dormir um pouco.

*


Hoje, quarta-feira, fazem quatro dias que James foi pro St Mungus, e não posso dizer que me sinta menos culpada por tudo que aconteceu com ele. O mesmo pode-se dizer do Sirius, que parou com aquela coisa de achar que eu estava fingindo, mas que com certeza ainda acha que a culpa é minha.

Nos últimos dias eu tenho sempre perguntado aos professores se eles tem alguma noticia dele, mas ninguém parece saber de nada. O que é totalmente frustrante, porque pode ter acontecido alguma coisa com ele, e eu aqui sem saber de nada! Não que eu pudesse fazer mais do que todos os curandeiros do St Mungus, mas… eu preciso saber!

Não sei como tenho conseguido ir para as aulas todos esses dias. Na verdade, só tenho levantado da cama todas as manhãs porque as meninas me obrigam. Porque a minha vontade era de dormir, ficar só dormindo e sonhando que nada daquilo tinha acontecido. E é o que estou tentando fazer agora: dormir. Vai ver elas tem pena de mim e me deixam dormindo aqui pelo menos hoje.

- Lil, levanta. – Era a Dorcas.

- Deixa ela, Dorcs. – Emmeline pediu. – Olha só pra carinha dela, aposto que mal dormiu à noite.

- Mas ela tem que ir pra aula. Vocês sabem que ela não pode ficar assim. – Lene disse com uma voz triste. – Lílian, acorda!

- Deixa eu ficar, por favor. – Implorei ainda de olhos fechados.

- Nada disso. – Marlene falou puxando o meu cobertor. – Você tem que levantar, mocinha.

- Mas as aulas de hoje nem são importantes assim. – Choraminguei.

Mas não surtiu efeito nenhum nelas. Então me levantei, tomei um banho e me vesti desanimada. Descemos e tomamos café-da-manhã. Quer dizer, elas tomaram café-da-manhã, porque eu só comi uma torrada e tomei um pouco de leite.

- Não vai comer nada? – Dorcas perguntou toda preocupada.

- Sem fome.

- Lílian, pare com isso. – Lene disse.

- Isso o quê? – Perguntei sem entender.

- Isso de não viver. Tudo bem você estar triste pelo que aconteceu com James, mas a culpa não foi sua! Então pare de se culpar, ok? Aposto que ele não lhe culpa. – E ao ouvir isso pude sentir lágrimas vindo aos meus olhos.

Nesses últimos dias só a menção do nome “James” já me faz ficar assim, a ponto de chorar.

- Lil, não chora. – Emmy disse me abraçando.

Enxuguei minhas lágrimas bem rápido e seguimos para a aula de Feitiços, que nos últimos tempos poderia estar até sendo interessante, se conseguisse prestar atenção na aula.

O que outra coisa que está acontecendo comigo, não consigo prestar atenção em nada. Qualquer coisinha me lembra ele.

Não lembro sobre o que a aula era, porque pela primeira vez em quatro dias, eu me concentrei em alguma coisa, e não foi a aula.

Eu estava sentada com a Lene, que ia ser minha dupla na aula, desenhando J.P.<3 qualquer coisa, quando a explicação do Professor foi interrompida por alguém que tinha chegado atrasado. Nem me dei o trabalho de levantar a cabeça e ver quem tinha chegado, porque qualquer um que fosse, não me interessava mesmo.

- Sr Potter! Seja muito bem vindo novamente.

Me levantei da cadeira assim que ouvi o Professor Flitwick dizer isso. Mas acho que me levantar enquanto todo mundo continuava sentado em suas cadeiras, não foi a melhor idéia de todas. E, com certeza, sair correndo em direção ao James, abraçar ele bem apertado e ficar chorando no ombro dele não foi a coisa mais equilibrada de se fazer também.

Não sei quanto tempo eu passei pendurada nele soluçando que nem uma criancinha, mas acho que foi tempo demais. Porque Flitwick pediu pra gente se retirar da sala até eu parar de chorar.

Quando saímos da sala eu ainda não tinha conseguido olhar na cara dele, mas foi inevitável depois de estarmos só nós dois no corredor. Assim que chegamos do lado de fora da sala, eu consegui me soltar dele e enxugar um pouco as minhas lágrimas, não muito, mas o bastante para que eu pudesse olhar para o rosto lindo dele.

Não tinha nenhuma cicatriz, e ele parecia até mais saudável do que antes de ser atacado pelo Snape. Ou talvez eu estivesse com essa impressão porque ele estava sorrindo. E era aquele sorriso de alegria, de felicidade.

- Nunca mais faça isso comigo. – Eu disse e dei um tapinha no braço dele.

- Fazer o quê? – Ele perguntou ainda rindo. Pra ser sincera, ele parecia estar se divertindo muito com a situação.

- Me deixar preocupada assim. – Eu disse com uma voz brava. – Sabe a quantas noites eu não durmo por sua causa?

Ele deu uma risada. Mas não foi uma risada de deboche, foi mais como se ele estivesse mesmo achando engraçada toda essa minha preocupação, como se não tivesse acontecido nada demais.

- Estou falando sério. – Eu disse quando ele me puxou pela cintura, mas continuava rindo de mim.

- Você nunca vai se livrar de mim, ruivinha.

Então nos beijamos, como se fosse a última vez, o que com certeza não seria.



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N/A: Oi :) Aí está o oitava capítulo, depois de muita demora e muitos reajustes acho que isso é o que chegou mais próximo do que eu queria. Eu sei que não ficou perfeito, na verdade está bem longe disso, mas foi o melhor que eu consegui fazer. Espero que vocês tenham gostado desse último capítulo, porque esse é o ultimo capítulo mesmo. Bom, eu vou escrever só mais um, que vai ser o Epílogo, então esse é tecnicamente o último. Mas ainda não vou começar as despedidas, nem a choradeira de ultimo capítulo de novela (?). Só quero agradecer a todos vocês que vêm me aguentando por tanto tempo, e muito obrigada mesmo por todos os comentários e todo o carinho de vocês.

Beijos

Raah B. Potter

N/B: OMG, Raissano! Não quero acreditar, não quero acreditar que acabou ://// PQP, o capitulo em si foi triste, mas a Lily tinha que passar por isso e tal, mas o final... my God, eu AMEI o final, foi muuuuuuuito fofo. O James é o melhor! Desce em mim, James *-*
E sim, tem sido um prazer betar essa e todas as tuas outras fics, então o que tenho a dizer é parabéns por todas as tuas idéias maravilhosas, e a forma que sabe escrevê-las. Nos vemos em Hogwarts High School, se vocês pensam que se livraram de mim estão supremamente enganados... muahaha (6)
Agora eu tenho que ir, deve ser muito mal educado falar mais que a autora! Te amo, Raissano. Amo vocês, leitores. Beeeigos :*

Lisa Prongs.

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