Capítulo cinco



Capítulo Cinco





- Então você a deixou lá, esperando um beijo seu?

Apenas confirmei com a cabeça. Já era a quinta vez que Sirius fazia essa pergunta.

- Tem certeza? Não que eu esteja duvidando, cara, mas isso quer dizer que… você está curado!

Me engasguei com o suco.

- Como assim curado? Eu nunca estive doente.

Os três limitaram-se a apenas me olhar com descrença. Tudo bem, talvez eu tenha estado um pouco obcecado pela Evans nos últimos, hum, doze meses, mas isso não constitui uma doença. Eu acho.

- Qual é, James, você sabe do que a gente está falando. – Remus completou.

Mas antes que eu pudesse discordar da minha “Evansdependência” alguém passou correndo pela mesa da Grifinória. Nós quatro nos viramos, porque não é muito comum pessoas saírem correndo em pleno café da manhã, geralmente isso acontece nas festas.

E, para a surpresa geral, vimos apenas cabelos ruivos esvoaçantes passando pela enorme porta de carvalho. Bom, não é preciso ser um gênio nem nada para descobrir que com aquela altura e cabelos daquela cor só podia ser uma pessoa: Lílian Evans.

- Você não vai? – Peter me perguntou.

Foi aí que eu percebi que já estava de pé, pronto para ir atrás dela e descobrir o que ela tinha. Bom, acho que eu talvez tenha essa doença pela Lily e, provavelmente, não esteja curado ainda.

- Não. Eu só… O que deu nela?

- Vai ver ela esqueceu algum dever que os professores passaram. – Propôs Peter.

- Não. – Almofadinhas respondeu. – Ela estava meio estranha mais cedo. Parecia triste, não sei.

- Hei, Lene. – Chamei depois de um tempo.

Bom, todos dizem que mulheres são fofoqueiras, mas ninguém pode me culpar por querer saber o que estava acontecendo com ela. Se eu não a conhecesse muito bem, diria que estava até chorando quando saiu.

- O que a Lily tinha? Porque saiu daquele jeito? – Remus perguntou.

Ela não respondeu imediatamente.

Olhou para mim durante um bom tempo. Mas o que, diabos, eu fiz?

- Nada, garotos. Ela só estava meio, hum, chateada com uma coisa que aconteceu ontem. – Emmeline respondeu fria.

Tudo bem, agora não parece que a culpa foi minha. A culpa, realmente, foi minha. Maravilha. --'

Tenho certeza de que não fiz nada errado com ela. Quer dizer, quantas vezes ela não me agrediu fisicamente e verbalmente? Bom, nem eu mesmo sei, só sei que foram muitas vezes. Vezes até demais para um cara como eu conseguir manter a maior calma e aceitar que agora ela quer um beijo seu. Porque foi totalmente isso que eu entendi.

- Ah, qual é? A culpa agora é minha? – Perguntei indignado.

- De quem mais seria? – Dorcas disse e se virou.

Então ela e Emmeline saíram do Salão, acho que para procurar a Lily.

- Lene, você sabe que…

- Hei, James, relaxa. Eu entendo o que você fez. – Disse piscando. – Agora, me responde uma coisa, com sinceridade. Você quer algo com a Lil’s?

Engoli em seco.

Como assim “quer alguma coisa com a Lils?”??! Isso não é pergunta que se faça a alguém que está se recuperando. Digo, é a mesma coisa que chegar para alguém que está tentando largar a bebida e oferecer uma garrafa inteira de wisky. Ou seja, é uma proposta indecente.

- Se eu quero algo com a Lily? Quer dizer, Evans?

- É, James. Você entendeu muito bem. Quer ou não?

- Claro.

Eu sei que essa não foi a melhor resposta do mundo e eu, provavelmente, deveria ter dito que ia pensar no caso, ou algo do tipo. Mas, qual é? Eu sou louco pela Lily há, hum, muito tempo. E nunca recebi essa proposta, sabe? Alguém me perguntar se EU quero alguma coisa com ela.

Não dava pra desperdiçar essa chance. Não que eu esteja desesperado correndo atrás dela. Ou talvez esteja, mas a Lene não vai contar isso pra ela, não mesmo.

- Tudo certo então, Potter. Mantê-lo-ei informado. – Ela falou brincando.

Me corrijam se eu estiver errado, mas Marlene McKinnon acabou de dizer que vai me manter informado sobre, pelo que eu entendi, Lílian Evans.

Mas ela se recusou a fazer esse servicinho sujo por meses!

Ela virou-se e saiu atrás das outras três amigas. Juro que não entendo. Nenhuma das três, nenhumazinha.

*


- Vai ver a McKinnon estava só tirando uma com a sua cara.

Sugeriu o Black depois de perguntá-los pela, talvez, milésima vez sobre o que ela quis dizer com aquilo.

Porque não adiantava nem tentar dizer que eu não tinha ficado animado/nervoso com o que aconteceu no café-da-manhã. Eu mal me concentrei nas aulas de hoje. O que não é lá grande novidade, mas além de não me concentrar eu não consegui fazer os feitiços direito. E se me serve de consolo a Evans também não estava fazendo nada muito bem.

- Tirando uma com a minha cara? Não. Isso não seria coisa do feitio dela. – Tentei me convencer disso.

Já me decepcionei demais com essa história da Evans, então essa é a ultima vez que eu acredito que tenho chances com ela.

M.M.: James, ela está mal. Você fez certo, mas foi traumatizante para ela. :/

J.P.: TRAUMATIZANTE? Você devia ter visto por quantas coisas assim ela me fez passar. Aquilo sim foi traumatizante. Mas você acha que ainda temos chances?

M.M.: Chances? Qual é, Jay. Se ela não sentisse nada por você ela teria dado uma festa depois do que você fez. Digo, não fez. Então isso já é um começo.


Um começo?! Depois de um ano inteiro atrás dela eu tenho um COMEÇO? Essa garota quer o quê? Que a gente namore daqui há uns, vejamos, quinze anos? Porque nesse ritmo é o que está para acontecer.

J.P.: E o que você pretende fazer?

M.M.: Caro James, sinto muito lhe informar, mas agora você será a presa. Então não deve saber de nada. Sorry. :)

J.P.: “Presa”? Eu sou a “presa” da história? Me mata de rir, Kinnon. Como, diabos, você acha que vai fazer ELA correr atrás de mim? Porque durante um ano eu tentei que ela, pelo menos, aceitasse as minhas gentilezas e nem isso deu certo.

M.M.: Você não entende a mente feminina. Câmbio e desligo. (P.S.:O Slugue está olhando pra cá, então não me devolva esse pergaminho. Dê fim nele)


Tudo bem, então parece que eu tenho que me comportar como se eu não soubesse de nada, quando eu realmente não sei, e simplesmente esperar a Lily vir atrás de mim? Isso não vai funcionar.

Não mesmo.

Imagina se ela vai se dar ao trabalho de vir atrás de mim?

Tudo bem, talvez ela até venha porque é uma ruivinha garota muito orgulhosa e vai querer vir me falar umas “verdades”. Só isso, na melhor das hipóteses.

Olha bem pra ela. É linda. Até mesmo quando está… cochichando alguma coisa com a McKinnon no meio da aula de poções?

- Esquerda. Perto da janela. – Indiquei para o Sirius.

Depois de anos nesse “ramo” tivemos que desenvolver um ótimo faro. Então ele logo percebeu o que eu estava mostrando. Por isso que eu gosto dele, cara, raciocínio rápido e sagaz.

- Ora, ora, caríssimo Pontas, parece que uma certa ruiva está falando de você bem ali.

Sorri discretamente.

Não era possível que ela estivesse ali, em plena aula de poções (uma das que ela mais gosta. Mas de qual ela não gosta?), falando sobre mim. Descaradamente.

Não sei ao certo o que elas estão falando, mas, valendo três galeões, que é sobre o Jamezito aqui. Isso é tão revigorante! Principalmente antes do almoço.

*


Certo, isso está começando a ficar interessante. Porque, primeiro: a Evans não parou de ficar gesticulando com as amigas dela durante todo o almoço. E levando em conta que ela estava com uma cara de preocupada/descrente e Marlene disse que ia me ajudar com a Evans, digo, ajudá-la comigo, suponho que eu era o grande assunto da discussão.

- Pontas, não fica olhando assim pra ela. – Comentou Sirius “discretamente” enquanto eu tentava ouvir alguma coisa do que elas estavam falando.

- Detesto dizer que o Sirius tem razão, mas assim ela não vai vir atrás, James. – Disse Remus.

Ok, eu vou me controlar.

Afinal, o que há de difícil em manter distância e se fazer de difícil? Nada. As garotas fazem isso o tempo todo, não é? Não pode ser tão difícil.

E vai ser totalmente fácil ignorar a Evans durante a aula de Herbologia. Geralmente a Sprout nos manda formar duplas e a minha sempre é o Sirius. Então podemos nos distrair com alguma outra coisa mais interessante.

- Agora, por favor, formem duplas e iremos dar início aos nossos trabalhos com a…

Eu ainda estava ouvindo o que a Profª estava falando quando percebi que alguém se aproximava de mim, provavelmente Sirius.

Só que não era o Sirius. Nem o Remus e, muito menos, o Peter. Era Lílian Evans, e ela me encarava sorrindo. Sorrindo!

Apenas olhei-a sem entender nada. “Aonde está o Black?” Não que eu esteja sentido tanta falta dele, nem faça questão dele vir ser a minha dupla em vez da Lily. Não mesmo.

- Então nós somos uma dupla? – Indaguei sem me alterar (?).

- Acho que sim. – Ela pareceu pensativa olhando ao redor. – A minha dupla de sempre, a Lene, está com o Black, então acho que fomos trocados.

- É o que parece.

Bom, porque é realmente isso.

Aposto que Marlene McKinnon combinou isso com o Almofadinhas. E ela, claro, sabe disso. Mas eu sou a caça agora, sabe? Então eu não sei de nada. Sou um pobre cervo indefeso (ou não).

- Então, você vai à Hogsmead amanhã?

Não acredito no que meus ouvidos escutam. É pura ilusão. Ou sonho, alguma coisa assim, só pode.

- Claro. Não perco uma e você sabe disso. – E pisquei com um olho.

Bom, me mandaram continuar com o ‘joguinho’. Então, é assim que ele funciona para mim.

- Bom, estarei por lá. – Ela me olhou bem nos olhos quando disse isso.

E não pareceu nenhum pouco abalada com o que eu disse.

Terminamos o nosso trabalho de Herbologia incrivelmente rápido, mais rápido do que eu jamais tinha conseguido com Almofadinhas. Talvez porque conversássemos mais do que qualquer coisa. Então Sprout nos liberou mais cedo.

- Então, te vejo amanhã, Potter?

Pára tudo!

Lílian Evans está me chamando para ir à Hogsmead com ela?! :O

Cara, não sei que tipo de feitiço a Marlene fez com a Lily, mas ela devia ter feito isso muito tempo atrás!

Mas antes que eu pudesse dizer alguma frase marcante/inteligente ela sorriu pra mim e se foi. Só que não foi qualquer sorriso. Foi um tipo de sorriso que eu geralmente dava para ela, naqueles tempos, sabe?

Um sorriso que foi inventado para deixar a pessoa que o vê completamente caidinha por esse sorriso. E foi exatamente esse efeito que ele produziu em mim.


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N/A: SORRY. Me desculpem de verdaade! Nesses últimos dias TANTAS coisas aconteceram na vida da pessoa que vos fala que eu não tive tempo/não pude escrever.
Mas a partir de agora eu vou postar com mais freqüencia. Até porque só devem vir mais uns dois ou três capítulos por aí :/ Mas são os melhores, pelo menos se saírem do jeito que eu estou planejando :D
Bom, só tenho a agradecer pelos comentários de vocês. Sério, são lindos e vocês são uns amores! Brigada meesmo (:
Continuem lendo e comentando. Beijos,
Raah B. Potter

N/B: a beta não tava sumida, gente! A beta tem 4 provas todo sábado na porcaria da escola e a beta tava estudando! E a beta vai parar de falar em terceira pessoa! E a beta amoooooooooooooooooou esse capítulo. Tell me Tell me. WTF? Lily dando em cima do James? Isso aê, garota. GOGO, Lily Evans! E Raissano, NÃO! Você não pode parar a fic agora, ela tem que ser enorme, sabe? Porque a cada capítulo ela fica melhor; E a minha N/B não tem sentido, porque eu to com muito sono e tenho que dormir nem que seja meia hora antes da festa, então é isso, povão. Comentem, pra que a Raíssa escreva logo, porque estou ansiosa pra saber o que vai acontecer nesse Hogsmead! Haha! Beeigos na bunda e até segunda.

Lisa Prongs.

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