Capítulo três
- Bom dia, Jay-Jay. – Louise me cumprimentou assim que eu pus os pés na sala de Transfiguração.
Essa ultima semana tem sido, realmente, difícil pra mim. Mesmo com todo esse meu, digamos, talento tem sido difícil.
Depois de cortar relações (que relação seria uma boa pergunta) com a Evans eu tenho ficado com muitas pessoas diferentes. E quando eu digo muitas quero dizer muitas mesmo.
Sem nenhum compromisso, sem nenhuma pretensão de levar nada a serio e aproveitando cada momento. Um bom lema, não? Mas eu acho que essa ainda não se tocou que o meu lema agora é esse, e que eu não pretendo mudá-lo tão cedo.
- Senta aqui, amor. – Disse ela indicando para uma cadeira ao seu lado.
Olhei ao redor, para ver se tinha outro par disponível, mas Remus estava com Dorcas, Peter com Sirius, Emmeline com Marlene e, claro, Lílian com John. Por falta de opção ou por puro despeito mesmo, me sentei com ela e abri um sorriso frouxo.
- Bom, hoje vocês irão trabalhar em duplas, como já devem ter notado. Iremos tentar transfigurar essas caixas que estão sobre suas mesas em… -- Alguém tem que dar uns toques na McGonagall pra ela fazer dessa introdução uma coisa mais interessante.
Porque se continuar assim ela vai competir com o Binns, o que é completamente covardia, já que ele é um fantasma.
Ok, então eu e a Belt temos de transformar essa caixinha em um mamífero médio, que pode ser um cachorro, um gato, ou qualquer coisa do tipo. Emocionante, não? Não.
Ai meu deus, alem dessa criatura sentar do meu lado ela ainda está me passando bilhetinhos. Quem ela acha que eu sou? Uma das melhores amigas dela?
“Jay-Jay, o que você vai fazer hoje de noite?”
Que garotinha chata. Será que ela não pensa que se eu quisesse sair com ela eu não precisaria que ela me chamasse?
“Nada demais.”
Bom, mas voltando a minha caixinha preta acho que ela daria um ótimo coala. Ou talvez uma toupeira. É, acho que toupeira combina bem com a Belt.
“Que tal a gente fazer alguma coisa juntos, Jay-Jay? Como namorados.”
É, ela realmente tem tudo a ver com uma toupeira. Como ela pôde pensar que eu e ela somos alguma coisa? Nós não somos nem amigos, que dirá namorados.
“Não somos namorados.”
Essa garota só pode ter pirado.
Quem foi que disse a ela que só porque nós estávamos tendo uns bons amassos – razoáveis, ela se tornaria minha namorada. Ela só pode ter problemas mentais e/ou psicológicos.
“ Só falta oficializar, Jay-Jay. Sei que somos praticamente namorados. Dá pra ver no jeito que você me olha, amor, não tente esconder. Então, vamos fazer o que mais tarde? Eu sei de um ótimo lugar no castelo…”
Como assim “sei que somos praticamente namorados”? Essa menina pirou, esqueceu de tomar o remédio dela ou sofre de algum mal ainda desconhecido pela ciência moderna. Porque não tem a menor chance de eu sequer olhar pra ela. Sério, como alguém tem a coragem, a ousadia, o desplante de me chamar de ‘Jay-Jay’? Não dá pra entender, não dá mesmo.
“ Loui, nós não somos namorados, não força, ok?”
Pena ela ser tão pretensiosa e burra, ainda ia ficar com ela hoje. Mas não se pode ter tudo na vida, então mais tarde eu ainda posso sair com aquela corvinal que estava no treino ontem.
- O que você quis dizer com isso ?! – Perguntou Belt em um sussurro cortante.
Olhei para ela sem entender muito bem qual a pergunta, afinal qual parte do bilhete ela não entendeu? Acho que fui bem explicito até.
- Isso o quê?
- “Não força, ok?”.
Ela está completamente alterada e está lendo as minhas palavras, pelo menos, uma dezena de vezes.
- Sim, o que tem de errado? – Perguntei intrigado.
- Você… Eu… Nós! – Ela está em estado de choque.
- Vem comigo, é melhor eu te levar lá na… -- Mas ela nem me deixou terminar a frase e caiu em prantos.
Duas amigas dela, que estavam perto, pediram à professora para levá-la lá pra fora e conversar com ela.
Não compreendo o que se passa na cabeça dessas garotas. Eu nunca fui do tipo que ilude menininhas inocentes com uma conversa mole de querer compromisso ou sei lá mais o que só pra ficar com elas. Todas sempre souberam que eu não estava interessado em romances e tal, por isso mesmo elas nunca puderam me cobrar nada. A não ser essa desmiolada.
E como agora eu estava sem dupla, terminei o trabalho de transfiguração e a McGonagall liberou quem já tivesse terminado.
- O que houve com ela? – Sirius me perguntou assim que chegou nos jardins.
Dei de ombros, enquanto eles se sentavam ao meu lado embaixo de uma árvore.
- Ela era louca. – Disse por fim.
Remus começou a rir da minha cara antes mesmo de eu contar a história.
- Eu estava na minha, lá na aula da McGonagall, quando a doida veio com uma história de “meu amor, o que você vai fazer hoje a noite”, “Jay-Jay somos praticamente namorados” e outros delírios dela. Aí não tive opção, tive que dizer a ela que nós não éramos namorados. – Suspirei. – Aí ela surtou.
- Mas ela parecia legal, cara. Porque não namorar com ela?
- Legal, Peter? Legal?? Ela não conseguia articular duas frases coerentes. – Só o Peter pra pensar que ela seria uma boa namorada pra mim.
E olha só namorada. Quem quer namorada? Só o Remus.
A pessoa só pode estar louca para querer uma namorada. Não há como abrir mão de todas as garotas do mundo só para ter uma. E essa ainda vai brigar com você, dizer que você não lhe dá atenção, inventar os pretextos mais idiotas pra reclamar com você – até da sua roupa, e ainda vai exigir total devoção.
Como eu sei? Bom, eu tentei ser esse cara, “o namorado”, para a Evans durante esse ultimo ano, e posso dizer que não vale a pena. Não vale. Simplesmente não vale a pena toda essa dedicação e louvor se no final das contas você nem é levado a sério.
Mesmo que ela seja a garota mais bonita que você jamais sonhou em encontrar, mesmo que ela seja divertida a ponto de te fazer sorrir nos dias mais sem graça, mesmo que ela seja inteligente e sagaz, mesmo que ela tenha o melhor beijo que você já provou (tudo bem, o beijo foi à força, mas ela correspondeu. Apesar de ter me mordido depois, fazendo meu lábio sangrar e ficar um pouco inchado, mas mesmo assim foi o melhor), mesmo que ela se encaixe perfeitamente nos seus sonhos não vale a pena.
E eu ainda fui trocado por um nerdzinho metido e feio.
- Quem você pensa que é?! – Alguém berrou da entrada do castelo.
Era o John.
E, por incrível que pareça, ele estava gritando com a Evans.
Parecia que eles estavam discutindo. E feio.
- Aonde você vai? – Perguntou Remus me seguindo.
Não respondi.
Ao perceber com quem ele estava gritando não me contive e me levantei, seguindo para onde os dois estavam.
- John, não tem como, nós… me escute! – Lílian tentava inutilmente fazer-se ouvir por cima dos berros do imbecil.
- “Não tem como”? – Ele fez uma caricatura da Evans falando. – Claro que não tem como, você é ridícula, Lílian!
A essa altura eu já estava ao lado dela, sendo seguido por Sirius, Remus e Peter, e não me contive ao ouvi-lo falando assim dela.
- Não fale assim com ela, otário. – Falei ignorando os olhares curiosos dos que se amontoavam aos poucos ali em volta.
Ele riu.
Riu na minha cara, como se eu estivesse fazendo um papel ridículo em frente a todos.
- Ela é ridícula sim, Potter. Ou vai defendê-la, mesmo depois de ter sido chutado por ela milhares de vezes?
Sirius e Remus estavam prontos para me segurar caso eu tentasse brigar com ele.
- Sim, ela é ridícula. – Ele continuou com o seu discurso débil, cada vez mais estimulado, já que agora tinha uma platéia considerável. – Não vê? Lílian Evans nunca soube ser amada. Nunca. Primeiro Snape, que a amou muito, mas a única coisa que recebeu em troca foi desprezo nos últimos tempos. Depois Potter, que tentou loucamente conquistá-la, mas só recebeu hostilidade. Apesar desse ter merecido. – Tentei me livrar de Sirius e Remus, mas eles não cederam. – E por fim, eu. Eu que tentei agradá-la, mesmo você não passando de uma garotinha medíocre e sangue-ruim.
Não sei como ao certo, mas me soltei de Sirius e Remus e parti para cima dele.
Juntei toda a minha raiva e desprezo e dei um soco que, modéstia à parte, ficará marcado para sempre nele.
- James, não! – Eu já estava pronto para acabar com a raça daquele infeliz, mas ao ouvir a voz da Evans falando o meu nome me contive.
Apenas olhei bem nos olhos do magricelo e sorri.
- Nunca mais fale isso de novo, entendeu?
Me virei e segui para o almoço.
Agora ele aprendeu que não se brinca com James Potter.
- Hei, cara, belo soco. – Almofadinhas disse sentando-se para o almoço.
- Sabe, eu não aprovo esse tipo de coisas, mas ele bem que mereceu. – E vindo do Remus isso é quase um “parabéns”.
- Mas porque eles estavam gritando daquele jeito? – Perguntou Rabicho entre uma garfada e outra.
Dei de ombros.
Não queria falar no assunto. E, na verdade, eu não sei bem porque eles estavam brigando, afinal eram o casal perfeito.
- Parecia que estavam terminando…-- Comentou Aluado.
Não comentei nada, apenas enchi minha boca com uma porção de lasanha que tinha à mesa.
- Boa noite, James. – Lene me cumprimentou assim que entrou no salão comunal.
- Oi, Lene. – Sorri enquanto ela se sentava em uma poltrona perto de mim.
Nós sempre fomos amigos, sabe. Mesmo com a Evans me odiando e tudo mais.
- A McGonagall quer falar com você. – Ela me disse sorrindo.
- É, imaginei que aquele covarde ia dar com a língua nos dentes. – Respondi ‘arrependido’.
Ela riu mais ainda.
- Sabe, você fez bem em ter ido defender e Lily. E, apesar dela não falar nada, ela também acha isso – completou me analisando.
- Ele mereceu aquele soco. Onde já se viu falar de mim daquele jeito? – Respondi sem tocar no assunto Evans.
- James, você ainda gosta dela? – Ok, Lene você está forçando a barra.
- Eu? Não… -- Tentei parecer ter superado toda aquela coisa de ‘eu te amo lírio’ mas Marlene apenas ergueu as sobrancelhas em sinal de descrença. – Ah, você sabe que não tem como deixar de gostar de alguém assim, de uma hora para a outra. Mas não fiz aquilo só por ela.
- Hum, mas quando é mesmo o a grande final? – E embarcamos numa conversa sobre o campeonato de Quadribol desse ano, que nós, grifinórios, estamos liderando.
Vamos ter a grande final em um clássico, daqui a duas semanas, Grifinória versus Sonserina. Por isso estamos treinando pesado, três vezes por semana.
Com pouco tempo Sirius se juntou a nós e passamos quase a noite toda falando sobre Quadribol, e não voltei a pensar sobre o acontecido de mais cedo nenhuma vez sequer.
Só quando fui dormir e minha mente foi invadida por sonhos confusos que envolviam uma mulher ruiva e um bebê com olhos muito verdes.
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N/A: Hi, dears! :D
Mil desculpas pela demora, mas como eu já tinha dito ensino médio está barra pesada. Sem falar que a inspiração as vezes demora pra vir. Mas por fim ela veio. E eu já tenho tudo planejado para essa fic, que não vai ser muito grande.
Bom, eis o capitulo, espero que vocês tenham gostado. Ah, e espero que tenham gostado também das liindas capas que a Liisa Prongs e o Arty Black fizeram pra mim. Eu realmente amei as duas!
E respondendo comentários:
Munique Negrão: em qual das capas? Nas minhas, na da Lyra White, na Liisa ou na do Arty? :s me diz em qual capa que eu respondo qual o ator que tá no lugar do James.
Sakura Li: vou continuar, com certeza. Já tenho toda (ou quase) história na cabeça :)
*Lari Forrester Black*: Concordo contigo Lari, como a Elisano pode dizer que a capa tá feia? Não entendo.
Suze .: O John é um pé no saco [2]. Não sei como eu criei um personagem tão mala, :S e em breve vocês saberão mais sobre aquela conversa que a Lil ouviu ;)
Lisi Black: Ai que bom que você lembrou dessa humilde J/L aqui *_* Bom, aqui está o terceiro, espere que goste e continue lendo :)
Ah, e para quem ainda nãao foi www.floreiosonline.vai.la É um site criado pelo Ártemis Black, que é só sobre coisas daqui, do FeB. Máximo né? Bom, em breve lá vão ter entrevista com autores, reportagens, tem um chat lá suupermaneiro e muitas coisas mais. E eu sou repórter *_* Meu primeiro emprego.
Bom, é só isso.
Beijos
N/B: que liiiiiiiiiiiindo, Raissano! Capítulo perfeito *-*
Eu boto fé no James. Adorei, adorei a reação dele. So cute. E a Louise. HAHAHAH, que garota iludida! E finalmente a Lily se livrou desse John. Que garoto pé no saco! u_u Enfim, é isso, Raissano. A fic tá ficando cada dia mais linda! Espero que escreva o outro bem rapidinho, preciso ler mais *-* Vamos todos comentar muito, porque ela merece! Amo você, girl.
Liisa Prongs.
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