Prólogo
- Boa noite, Lily. – apenas revirei os olhos.
Ele sabe que isso me irrita, me tira do sério.
- Como foi a tarde sem mim? – Arrogante, prepotente e metido.
Com todos esses predicados uma tarde sem o Potter só poderia ter sido maravilhosa. Mas ele se faz lembrar em cada ocasião, em cada minuto.
- Teria sido melhor se você não se metesse na minha vida!
E ele ainda fica me olhando com essa cara de “o que eu fiz?”. Isso é o que mais me irrita, e isso é bem difícil, levando em conta que tudo nele me irrita. O jeito como ele anda, todo empinado, o jeito como ele ri, gargalhando sem parar, o jeito como ele fala, como se estivesse escolhendo cada palavra especialmente, o jeito como ele me olha, como se fosse a ultima vez que ele me vê. Tudo me irrita.
- Eu? Mas o que eu…? – Se eu não soubesse com quem estou falando até cairia nessa.
- O que você fez? – Usei minha melhor voz de cínica. – Você apenas fez com que o Adams fosse parar na enfermaria!
O Potter sempre interferiu nos meus relacionamentos, sempre. E na maioria dos meus encontros ele dava um jeito de atrapalhar, mas eu nunca achei que ele fosse capaz disso.
- O que aconteceu com o Adams? – Ele perguntou como se estivesse preocupado. Bom, se eu fosse ele, eu estaria muito preocupada, já que o que ele fez foi grave.
- Quer mesmo que eu explique o que você fez? – Parei apenas para tomar fôlego. – Bom, eu e o Adams estávamos em Hogsmead, como todos os casais no dia dos namorados, tínhamos acabado de sair da Dedosdemel. Estávamos andando abraçados e quando chegamos, mais ou menos, na frente do Três Vassouras “alguém” lançou um feitiço sobre ele. Um feitiço terrível que eu nunca tinha visto, ele começou a sangrar, sangrar e não parecia que ia parar. – Nesse momento minha voz tremia de raiva e meus olhos estavam prestes a derramar lágrimas. Mas continuei. – Olhei para os lados, mas a rua estava cheia de pessoas que tinham ido ver o ocorrido, alguns garotos levaram-no a enfermaria. Só conseguiram fazer o ferimento parar agora, e eu vim dormir, para esquecer o que você fez.
Comecei a chorar.
De um ano pra cá, durante todos os dias, ele diz que gosta de mim, que eu sou a única garota que importa, e blábláblá. Mas como, como ele pôde fazer uma
coisa horrível dessas contra alguém que eu gosto, e que me ama?
- Lílian, eu…
- Não me venha com suas desculpas esfarrapadas, Potter. –Disse cansada, enxugando as lágrimas. – Você sempre faz isso, não é? Sempre dá um jeito de atrapalhar a minha vida.
- Eu nunca fiz isso, eu só… -- Cínico, descarado, canalha.
- Não? E com o Diggory? E o Wood? Você sempre me atrapalha, sabia? Sempre se mete nos meus assuntos, com uma desculpa… de quê mesmo? De gostar de mim?
- Lílian, me escute. – Ele pediu, ainda tonto pelas informações que eu havia jogado sobre ele. – Eu nem fui à Hogsmead hoje!
- Potter, você não tem que me dar satisfações da sua vida.
- Como não preciso? Você está me acusando de ter quase matado aquele seu namoradinho. Isso é grave! – Quanta cara-de-pau desse garoto.
- De qualquer forma, eu vi você saindo hoje de manhã pra Hogsmead. Não tente mentir para mim, isso é ridículo.
- Sim, eu saí, mas eu estava indo pra… um outro lugar.
Não consegui me controlar mais e comecei a chorar compulsivamente. À essa hora o John devia estar agoniando de dor na enfermaria, enquanto esse
- Não me interessa, Potter. Se não fosse você, quem seria?
- Não sei. Esse Adams era meio estranho, algum inimigo, sei lá.
Claro que essa hipótese é impossível, já que John sempre se deu bem com todo mundo, menos o James, claro.
- Você sabe que ele não tinha inimigos. Só nunca pensei que você fosse capaz de fazer isso comigo.
- Lily, eu nunca…
- Você já fez! Nunca mais nem olhe para mim. – Me virei em direção às escadas que levam ao dormitório feminino.
Não agüentava mais olhar na cara dele. Sempre soube que o Potter não era alguém confiável, no auge daquela arrogância era impossível para ele suportar a idéia de uma garota não cair de amores por ele, e sim por um cara que era o seu oposto.
- Tudo bem. – Ele disse em um tom um tanto elevado, de quase raiva. – Seu desejo é uma ordem para mim, e você sabe disso. Então nunca mais nem sequer olharei pra você de novo, Evans. Se preferir nem fico no mesmo aposento que você, mas antes de ir me escute.
Parei no terceiro degrau, e fiquei de costas para ele, apenas escutando o que ele tinha a me dizer.
- Eu realmente te amo, sabe… Não, não vá embora, me deixe terminar, sim? Amo mesmo, com todas as letras e significados. Mas você nunca aceitou isso. Não lhe culpo, afinal nem eu mesmo acreditava no começo. Fiz de um tudo para conseguir o seu amor ou, pelo menos, sua atenção. – Ele fez uma pausa, acho que pra pensar no que dizer. – E o que eu sempre recebi em troca das minhas declarações foram patadas, foras e gritos.
Eu realmente não entendia onde ele queria chegar com aquele papo apaixonado, mas não conseguia deixá-lo ali, falando sozinho.
- Confesso que diversas vezes atrapalhei seus encontros. E nunca escondi isso de você, nem de ninguém, e dessa vez não seria diferente. Sabe, eu realmente pensei em atrapalhar o seu dia dos namorados com o John. Mas eu desisti. Meu plano era ridicularizá-lo em plena Hogsmead, mas depois que vi vocês dois juntos, o jeito como você olhava pra ele, não consegui fazer aquilo. Não por ele, ainda sentia uma inveja capaz de dilacerar meu coração, mas por você, eu nunca seria capaz de te machucar, do mesmo jeito que nunca machucaria um lírio.
Os olhos dele me fitavam apaixonadamente, mas eu ainda ardia em ódio. E a simples menção da palavra “lily”¹ fez meu estomago revirar de desprezo.
- E por não querer machucá-la farei o que você me pede, nunca mais irei importuná-la. Não vou mais te mandar flores, nem bilhetes, não vou mais sorrir quando te ver passar no corredor, não vou mais te dar “bom dia” todas as manhãs, não vou mais te chamar pra sair, não vou mais te comprar presentes, não vou mais atrapalhar os seus namoros, não vou mais dizer que te amo, não vou mais fazer nada daquilo que eu tinha vontade.
Os olhos dele brilhavam, como se estivessem cheios de lágrimas, como os meus. Seria uma linda cena para um filme, mas não para mim. Principalmente quando o “mocinho” da cena é o Potter.
- Isso mesmo, Evans, tinha, não tenho mais. Cansei de lutar por um amor que não tem futuro, nem passado pra ser franco. E, se quiser saber o porquê de tudo isso, o que conseguiu destruir o meu amor por você foi essa sua arrogância, seu orgulho e sua falta de confiança em mim.
- Arrogância? Olha só quem fala…
- Eu posso ter sido arrogante no passado. E se você tivesse reparado um pouco mais em mim, esquecido nossas diferenças e me dado uma chance, você veria que eu mudei muito no ultimo ano. Eu tinha mudado por você.
- Mudou? Fazer isso com o John pra você é uma mudança? Claro que é, uma mudança pra pior. Eu tenho nojo de você, Potter! – Me virei sem olhar novamente nos olhos dele e saí correndo para o quarto.
Chorei mais do que já tinha chorado em qualquer outra vez na minha vida, até mais do que quando a meu cachorro morreu, quando eu tinha oito anos. Eu mal dormi nessa noite, apenas deitei e fiquei pensando em tudo aquilo que o Potter tinha me dito. Revi o diálogo inúmeras vezes na memória, e em todas elas encontrava mais razões para não acreditar nele.
Lá pelas quatro horas da manhã, eu acho, peguei no sono. Tive um sonho confuso, eu estava em Hogsmead com o John, e eu via quem o atacava. Mas não era o Potter, era um homem encapuzado, que não me era estranho.
__________________________________________________________________
¹ Pra quem não sabe lily em inglês é lírio.
__________________________________________________________________
N/A:
Bom, eu adorei escrever esse capitulo, apesar de ter ficado meio triste. É que eu sou
Eu ia começar com “capitulo um” e tal, mas acho que essa história precisa de um prólogo, pra situar melhor vocês na história. Sobre a quantidades de capítulos eu ainda não defini, mas acho que vai ser algo pequeno, uns cinco ou seis capítulos, se muito. E vou postar uma vez por semana, se possível, porque ensino médio tá barra pesada. Quero muitos comentários, muitos mesmo, ok? *.*
Beeijos,
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!