.Primeiro dia de aula.

.Primeiro dia de aula.

Por Lily Evans:

Sinceramente, a minha imagem no espelho ‘tá tosca: to parecendo o monstro do Lago Ness, e ainda acho que ele é mais bonito. Meu cabelo ruivo está todo despenteado, minhas olheiras estão horríveis sob os meus olhos verdes e o sono me deixa de mau-humor. Dei uma olhada para minha cama; ela não estava muito arrumada, mas parecia tão confortável e aconchegante...

- Uaaaaaaaa! – eu levantei os braços, tentando me espreguiçar.

Pow, pow! Droga, é a minha irmã, não sei como ela consegue acordar tão bem. Vou dar uma porrada nela.  

- Lily, nem adianta voltar pra cama, é o primeiro dia de aula!

Como é que a Lois adivinhou que eu ia voltar? Mas ela estava certa: hoje é o primeiro dia de aula na minha nova escola, e chegar atrasada não ia ajudar em nada.

Abri a porta do meu armário e achei o uniforme preto com detalhes brancos. Tinha uma gravata, uma saia e um terninho preto e uma camisa de manga longa e branca. Eu o coloquei na cama e fui ao banheiro tomar um banho. A água tá geladinha. No verão é tão bom quando ela ‘tá assim... Depois de alguns minutos, saí e me troquei.

Quando eu me olhei no espelho, ainda estava bizarra. Comecei por partes: ajeitei meu cabelo depois de penteado, fiz um rabo-de-cavalo e deixei duas mexas caírem sobre meu rosto. Estava melhorando... Passei uma base e um pó compacto, depois lápis preto, que ajudava a realçar meus olhos, e depois um pouco de brilho nos lábios. E por último, um broche de borboleta no terninho. Era bem discreto, mas era bonitinho.

- LILY, VEM TOMAR CAFÉ! - minha irmã é pior que a mamãe. Já falei que eu vou dar uma porrada nela? Pois é, eu vou fazer isso.

- JÁ VOU, CARAMBA!

Calcei meus sapatos e peguei minha bolsa. O meu quarto era o último do corredor. Passei pela sala de televisão do segundo andar, que era usada só pela família - ou seja, quase nunca. Mas descer as escadas que é chato: eu costumava tropeçar nos meus próprios pés e sair rolando escada abaixo, e minha irmã dizia que era engraçado, mas isso foi antes de ela levar uns tapas da minha mãe. (6)

Quando cheguei à cozinha, lá estava minha irmã, já na metade do café. Se esse momento fosse há dois anos, eu estaria olhando para uma réplica minha perfeita. Lois é minha irmã gêmea, só que há um ano ela pintou o cabelo de preto e colocou um piercing no nariz. Ela estava com uma cara risonha e usando um uniforme azul escuro.

- Bom dia, Monstra! – chata, gosto de defini-la assim.

- Bom dia, Coisa.  

- Sabe, Lily, esse ano não vai ser tão legal como os outros – disse a morena enquanto eu me sentava, e a expressão dela mudou. – Pena que a gente vai para escolas separadas.

Ela parecia realmente decepcionada, e eu também estava: nós duas somos unha e carne, gema e clara...

- E isso é tudo culpa de vocês - disse minha mãe, mexendo uns ovos na frigideira - tão inteligentes, e usam isso não só nos estudos, não é, Irmãs Evans?

- Mãe - a Lois fez cara de inocente –, a culpa não é nossa, e sim das escolas. – e piscou pra mim sorrindo.

Pois é, eu sei que não contei, mas nós duas somos conhecidas por boa parte dos colégios de Londres, só que no momento não me convém a dizer por quê.

- Run, pelo menos nos últimos dois anos vocês estão melhores. Afinal, já são duas moças, mas se não tivessem feito aquilo ano passado, ainda estariam estudando juntas. – minha mãe parecia que estava falando sozinha. Juro.

- Bom dia, mulheres da minha vida.

- Bom dia!

Era meu pai; ele deu um beijo em cada uma de nós e se sentou. O Sr. Evans é o mais parecido com a gente, os olhos, as bochechas e o nariz. Só que nós temos os cabelos (no caso da minha irmã, tinha) da minha mãe e o formato do corpo dela.

O café foi bem tranqüilo, tirando que minha mãe nos lembrou de vários fatos ocorridos ano passado e deu alguns conselhos. Meu pai ia levar Lois e a mamãe eu, por que as escolas ficavam no caminho do trabalho deles, e também não é fácil ter dois advogados como pais.

- Lily, aqui estão os seus horários e um pequeno mapa para a escola. – disse ela, me entregando quando entramos no Fox vermelho dela, mas antes Lois bateu no vidro do passageiro, que eu abri.

- Não se esquece de se divertir por mim também, maninha - e ela deu um beijo na minha testa e saiu em direção ao papai.

- Tchau pra você também. – eu disse rindo.

Finalmente acordei!

- Nada de diversão, Lily. Só tenha um bom ano escolar.

- Ela só estava brincando, mãe. - eu espero.

Pelo menos eu estava... Eu olhei para o Big Bang que marcava exatamente 07:10. Esse ano vai ser bem longo, mas eu estou decidida a mudar algumas coisas.

 

Por James Potter:

Cara, que sono. Parece que eu acordei, mas o meu corpo não, só que mesmo assim eu estou ótimo.

Então comecei a enrolar as mangas da minha camisa e ajeitei a gravata. Olhei pro meu cabelo no reflexo: estava bem feio. Então dei uma bagunçada ali e aqui, e ficou perfeito. Olhei novamente para o reflexo: pronto, tô lindão, cheiroso e gostosão. Er, rimou.

Hoje é o primeiro dia de aula, minhas férias foram tão boas... Praia, mar, garotas...

- James querido, vem tomar café! – mãe.

- JÁ VOU!

Aah! Ainda to com sono. Peguei minha mochila e o terno, fui pelo corredor e desci devagar e com preguiça a escada. Joguei o que tinha nas mãos no sofá e quando cheguei à cozinha meus pais já tomavam café.

- Bom dia, Jay. – disse minha mãe com um grande sorriso.

- Bom dia, mãe, pai... – e sentei devagar na cadeira.

- Bom dia, filho. Eu bem que falei pra ir dormir cedo. – disse meu pai lendo o jornal. O velho é quase idêntico a mim, exceto pelos olhos.

- Run. – minha mãe tá brava porque eu fingi que estava dormindo quando ela foi falar comigo no quarto.

- Foi mau, mãe. Mas o gravador tá quebrado, eu não tenho culpa.

- Mesmo assim, Jay. Depois era só ver o resultado na net. – minha mãe usa gírias às vezes.

- É verdade. Apesar de que eu pensei que o espanhol ia ganhar. – meu pai também gosta de luta livre.

- Mas não ia ter graça, mãe – e voltei ao meu cereal, e isso foi pior, porque o sono veio de novo. Fiquei com medo de acabar caindo de cara no cereal. Não, nem pensar nisso, não vou estragar meu rosto e nem o meu cabelo, mas o sono é mais forte.

Escutei um barulho forte e a porta abriu com tudo. Quase cai da minha cadeira. Só tinha um ser humano que poderia entrar assim na minha casa e eu estava pronto para lhe meter um murro.

- Droga, Sirius, eu quase caí!

 

Por Sirius Black:

- Boooooom dia, família! Bom dia para você, também, mal-humorado. – eu disse rindo quando entrei na cozinha, estava todo mundo lá.

Nossa, que fome, e sentei logo ao lado do James e puxei um prato.

- Eu, mal-humorado? Pelo menos não sou mal-educado! – o James tá com uma cara de sono e um mau-humor.

- Que isso, Jay, o Six já é de casa. – eu me amarro na tia Sara.

- Obrigada, tia Sara. Sabe, Jayzinho, você pode dizer o que quiser em relação à minha educação, mas pelo menos eu não tenho essas olheiras horríveis, feioso. – eu disse apontando para os olhos dele.

- Olheiras? Aonde? – caiu.

Ele pegou a colher limpa e começou a arregalar os olhos tentando ver algo. Mané e gay.

- Eu não tenho olheira alguma! Pelo menos o meu cabelo não é seboso.

- Que cabelo você tá chamando de seboso? - ninguém fala do meu cabelo.

Comecei a levantar pra dar uns cascudos nele, quando o tio Alan me impediu.

- Garotos, nada de brigas no café. – ele falou sério, e isso dá um medo.  

Sentei-me novamente e voltei ao café, o James não sabe levar nada na brincadeira e vem falar do meu cabelo. Veado.

- E então, você falou com o Remus?

- Antes de ontem. Ele não vai com a gente. – o Remus provavelmente vai com as irmãs.

- Ah, tá!

- Então se todo mundo já terminou o café, é melhor irmos. – o tio Alan sempre faz isso, estava pensando em repetir.

Levantei-me e coloquei a louça suja na pia, e todos fizeram o mesmo. Despedimo-nos da tia Sara e fomos em direção à garagem. O James ainda estava super sonolento, quase não conseguiu entrar no carro. Eu também estava com sono, mas não era pra tanto.

- Sabe, Jay – eu disse do banco de trás – se você continuar assim, as meninas vão achar que você tá de ressaca e ficarão longe de você.

- Que isso, já tô acordado. E pára de me chamar de Jay. – ele disse se endireitando no bando e abrindo os olhos.

Eu e o tio Alan rimos da cara dele. Enquanto nós saíamos da garagem, eu olhei pro meu relógio: 07h10min. Vamos até chegar cedo à escola, já que não é muito longe daqui. E começa mais um ano letivo.

Novatas e calouras, tô chegando!

 

Por Remus Lupin:

- Duvido, ele ficou um gato como o elfo Légolas , e você não pode negar! – e essa é minha irmã Lana, falando de novo desse cara. Ela está no terceiro ano e é louca por ele desde a oitava.

- Ah, mas você não pode negar que o Depp estava super lindo no “Janela Secreta”. - por que elas sempre têm de falar de homens no caminho da escola?

- Nossa, Rita, ele era um tipo de psicopata na historia. – eu tinha que dizer isso.

Ela fez uma careta pelo retrovisor pra mim. Rita tá na faculdade e ama esse tal de Depp.

- Mas isso o deixou tão charmoso!  

Arregalei os olhos para ela com razão.

- Credo, Ritinha, ele é tão bizarro! O melhor personagem dele foi o Jack. – a Ruth tinha que falar isso.

Quatorze anos e às vezes e bem madura.

- Ah, e o que eu posso dizer do seu Dannyzinho? – ih, ferrou.

- VOCÊ NÃO PODE DIZER NADA DELE, POR QUE ELE É PERFEITO! – eu disse que era ÀS VEZES madura.

Rita levantou uma sobrancelha e virou à esquerda o carro.

- Remus, e quem você acha bonito? – quê, Rita?

- Ei, Rita, eu não jogo nesse time, não!

- Aff! Eu só perguntei errado... Quem você acha bonita?

Veio uma pessoa na minha cabeça, mas eu não ia dizer quem às minhas irmãs, porque iria ser um desastre, e eu ficaria frustrado. Então falei a primeira atriz bonita que veio na minha cabeça.

- A Jessica Alba.

- Aquela vaca loira? – Lana disse com cara de nojo.

Rita estacionou o carro bem em frente da escola, que já tinha vários alunos. Quando eu olhei do outro lado da rua, vi Sirius e James acenado. Aqueles lesados. Esperei até que o fluxo de carros diminuísse e então eu abri a porta, mas antes não resisti a dizer:

- Pelo menos ela é uma gata, ao contrário dos feiosos do Depp, Bloom e Radcliffe. – e saí sorrindo.

Tenho certeza que houve uma agitação no carro. Eu ia pagar por isso quando chegasse em casa, mas quem se importa? Atravessei a rua correndo e cheguei onde estavam os outros dois marotos sorridentes.

- E aí, Remus, beleza? – o Sirius é sempre o animado de manhã.

- James, tu tá com uma cara horrível. – eu disse depois de ter apertado a mão morta dele.

- Não to, não! – ele disse com raiva e eu ri mais - Pelo menos eu assisti a luta livre.

- Hum, eu vou assistir quando chegar em casa. – afinal, eu gravei tudo, mas por que o James fez essa cara?

- Não vai me dizer que você tem gravador? – não sei por que o Sirius perguntou isso, e revirei meus olhos.

- É claro que tenho.

Tudo aconteceu rápido: James voou em cima de mim, mas Sirius o segurou.

- Caramba, Remus, por que você nunca disse pra gente que tinha um gravador? Ficamos acordados até tarde.

- Por que vocês nunca perguntaram. – eu falei com cara de sonso.

Sabia que o James ia ficar puto, mas o Sirius o impediu de novo de me bater.

- Ei, James, dá uma olhada. – Sirius disse isso fazendo um aceno com a cabeça para o outro lado da rua, e eu olhei também.

Um Fox vermelho tinha acabado de sair, deixando uma garota na frente da escola. Olhei para o James e ele tinha um leve sorriso no rosto. Voltei os meus olhos à garota ruiva que estava fazendo uma careta enquanto olhava uns papéis. É realmente bonita.

Um vento passou, e tenho que dizer que é um milagre no verão, e fez com que seus cabelos fossem para um lado. De repente ela olhou pra gente, quer dizer, pro James, ele sorriu e ela levantou uma sobrancelha e corou levemente, depois se virou para a escola.

- Esse ano vai ser demais. – agora ele acordou. Infelizmente.

- Novatas e calouras, aqui vou eu. [2] – e agora é o Sirius. – Ei, Remus, aquela não é a sua loirinha? – ele estava apontando para a entrada da escola.

- É ela. – eu disse sorrindo. Só podia ser. Quem mais entrava pulando feliz daquele jeito?

E então atravessamos a rua.

 

Por Dora Tonks:

Primeiro dia de aula! Primeiro dia de aula! (8) Nossa, que saudades, as minhas férias foram ótimas na França, mas eu queria ir pra escola. E cá estou eu. Onde será que tá a Lene?

Eu cumprimentei algumas pessoas animadamente e fui procurar a morena. No meio do camino trombei com uma ruiva, ela derrubou tudo o que tinha na mão, mas nada hoje vai tirar o meu bom-humor!

Ajudei-a juntar os papéis do chão.

- Desculpe, eu não estava olhando! – ela parecia ser simpática! Vi que os horários dela eram quase todos iguais aos meus e peguei o papel.

- Tudo bem! Vem comigo e me ajuda procurar a minha amiga. – peguei a mão dela e a guiei para dentro.

Boa parte dos alunos já tinham chegado, e eu ainda não achei a Lene.

- Como ela é? – pelo menos ela é legal e vai me ajudar.

- Não muito alta, com cara de séria, quase mal-humorada, branca e cabelos negros e longos, parece uma boneca de porcelana viva.

- Não é aquela ali? – disse a ruiva apontando para perto das escadas.

Quando olhei, eu a vi encostada à parede, olhando para algum ponto do teto. Só pode ser a Lene. E eu tinha que fazer ela se tocar que eu estava aqui.

- LENEEEEEE! - eu comecei a gritar e ir em direção a ela. Aposto que as poucas pessoas que estavam dormindo acordaram. Marlene olhou para mim assusta e abriu um sorriso.

- Dora! – eu a abracei feliz. – Que saudades, menina!

- Saudades, também. - depois que a soltei ela percebeu a ruiva ao meu lado.

- Ah! Lene essa é a... - caramba, eu nem perguntei o nome dela.

- Lily Evans! – ela disse animadamente. Essa palavra existe?

- Eu sou Dora Tonks e essa é minha amiga Marlene McKinnon! - eu tenho a mania de esquecer-se de perguntar o nome das pessoas.

- Prazer em conhecê-la, Lily. Acho que já ouvi esse sobrenome – Lily fez uma careta. - E então, vai para que ano? – eu já disse que eu sou o Sol da Marlene? Viu, ela já tá até puxando papo.

- Segundo ano! – a ruiva estava super feliz também. Amo gente animada!

- Lene e eu também somos, você nem vai precisar disso. – eu disse mostrando o horário dela, que eu nem tinha devolvido. Então entreguei a ela.

Virei-me pra perguntar para a Lene sobre as férias, e o sorriso que tinha no rosto dela desapareceu.

Só tinha uma pessoa que no momento poderia fazer aquilo, e isso significa que essa pessoa estava com outra certa pessoa. Olhei para onde Lene estava olhando.

- Black! – disse a Lene, baixinho.

- Remus! - agora fui eu.

Os Marotos vinham no meio dos alunos, rindo. Sirius, James e Remo, os garotos mais gatos da escola, mas o Remus é o mais perfeito. Alto, cabelos e olhos claros, super simpático e lindo.

- Vamos sair daqui. – dizendo isso, Lene puxou pela mão Lily e eu.

Só porque eu queria falar com o Remus e ela faz isso. Quando chegamos ao segundo andar, já tinha alguns alunos. Passamos pelos armários e chegamos ao lado da sala, quando Lene nos soltou.

Lily se encostou do lado dos armários, Lene na parede ao lado da sala, e eu cruzei os braços e comecei a bater um dos meus pés, impaciente, e Lene odeia isso.

- ‘Tá, eu sei que isso é ridículo, mas eu não tô a fim de encarar o Black agora de manhã. - ela parecia aborrecida.

- ‘Tá, eu sei, mas é que você não vai poder fugir dele o tempo todo. – afinal, eles estudam no mesmo colégio.

- É, eu sei! Mas você vai poder falar com o Lupin logo, logo. – ela disse isso só pra me provocar.

- Qual deles são o Black e o Lupin? – tinha quase esquecido da Lily.

- Sirius Black é o de cabelo mais longo, o Lupin é o de cabelos e olhos mais claros, o mais alto e que tem o sorriso mais lindo. - acho que eu exagerei, mas a ruiva sorriu, e depois ela se virou e olhou para a entrada da escada. Adivinha quem estava lá? Acertou. – Acho que eles nos acharam...

- Run. – Lene não gostou nadinha.

- E quem é o outro? – eu e ela ainda estávamos olhando-os. Eles estavam em uma conversa animada.

- James Potter, por quê? Você se interessou por ele? – claro, né.

- Não, não é isso. – é isso sim, ela não tira os olhos dele.

- Mas você concorda que ele é um gato?

- Isso eu não nego. – um sorriso maroto apareceu nos lábios dela.

Eu soltei uma gargalhada, só que foi alta demais e eles viraram e olharam para gente. Rapidamente nós duas voltamos a nos esconder ao lado dos armários e encaramos uma Lene séria.

- Vocês duas podiam ser mais discretas. – ela olhou pro teto. Eu e Lily sorrimos.

Eu não resisti e dei uma olhadinha. Eles tão vindo pra cá. Mas a professora vinha do outro lado, e nós três entramos na sala, a turma já estava quase toda lá. E a professora parou na porta para falar com os Marotos.

- Só vai entrar quem tem aula comigo!

- Eu tenho. – Remus disse e eu quase pulei de felicidade.

- Puxa, professora linda do meu coração...

- Nada disso, Black. Vá logo para a aula de vocês, isso serve para você também, Potter.

 

Por Marlene McKinnon:

Puxei rapidamente a Lily para se sentar ao meu lado, as mesas eram de duas em duas, e claro que eu ia deixar a Dora e o Remus juntos. A loira não ia perder tempo, foi logo abraçando ele.

- Também é fantástico ver você. – Remus é sempre tão simpático...

- Vem sentar comigo, as meninas estão ali. – Dora disse isso puxando ele em nossa direção.

- Oi, Lene. – ele disse sorrindo. Então ele viu a Lily. – Oi...?

- Essa é Lily Evans, ela é nova. Lily, esse é Remus Lupin. – a Dora sempre apresenta as pessoas.
- Prazer em conhecê-la, Lily.

- Igualmente. – disse a ruiva, sorrindo.

- Deixem para fofocar depois e vamos logo com essa aula! – era a professora.

Como eu presumia, a aula foi um saco, a professora passou um monte de cálculos. E como toda aula chata demora, fiquei viajando na maionese e criando alguns planos para me livrar do Black.
Quando finalmente a aula terminou, virei-me para Lily e disse:

- Lily, eu e você vamos ter aula juntas agora.

Comecei a arrumar meu material e ela fez o mesmo.

- Está bem. E vocês? – disse a ruiva para o casal.

- A nossa aula é outra agora, na hora do intervalo a gente se fala. – a Dora não tá nem feliz. Imagina.

Enquanto eu e Lily íamos em direção à porta, Lupin disse:

- Me faz um favor, Lene? Fala pro Sirius devolver o meu transferidor. – ele estava sorrindo e eu fiz uma careta.

- Acho melhor não, fala você isso pra ele. – duvido que ele tenha pegado o transferidor dele; o Remus só falou isso pra me avisar.

Lily e eu fomos andando devagar para o terceiro andar, já tinha saído um bocado de gente das salas, eu não estava com a menor vontade de ir pra aula agora. Encarar o Sirius Galinha Gostoso Black é complicado. (Eu só falo isso em pensamento, obrigada.) Quando chegamos, adivinha quem eu vi na frente da sala? Acertou quem disse a dupla dinâmica Potter and Black!

- Lily, vamos ao banheiro?

- Está beem. – ela revirou os olhos, mas eu não liguei.

Os banheiros da escola são algo que não se deve reclamar: são bem iluminados, super limpos, com um grande espelho que pega metade da parede, e as pias são de mármore. Ótimo lugar pra conversar.

- Você deve achar que eu sou uma louca. – disse meio cansada.

- Essas coisas acontecem! – ela estava encostada na parede, sorrindo.

- Lily, eu preciso te dizer uma coisa. Provavelmente o Potter vai pedir para sair com você. – ela ficou realmente surpresa. Virei-me e a encarei, séria. – Não pergunte como eu sei, mas é melhor eu te prevenir. Os três são super legais, grandes amigos, mas tirando o Lupin, os outros dois são... Como eu posso dizer? Galinhas! E às vezes magoam algumas meninas. Você parece legal e tal.

- Entendo. – ela parecia séria. – Obrigada por ter falado.

Dessa vez eu não respondi. O sinal tocou, fomos em direção à porta, quando a abri quase levei um susto. Black estava lá sorrindo para mim. Parado na minha frente parecia uma estátua de algum deus grego da beleza. Por que ele tem que ser tão lindo?

- Marlene! – ele falou baixinho.

- Black. – eu falei séria.

Lily estava logo atrás de mim e James estava encostado na parede ao meu lado.

- Black, Potter e McKinnon, venham logo para a aula! – o professor, meu salvador.

- Esses professores estragam prazeres... – o moreno resmungou baixo. – Então, Lene, como foram às férias?
- Vai logo pra sala, depois a gente se fala. – o professor ia matar a gente.

Sirius e James foram para a sala, e eu puxei Lily e nós duas fomos logo atrás. Os dois marotos estavam sorridentes demais para meu gosto.

Quando entramos na sala, o resto dos alunos já estavam lá, os meninos sentaram nos últimos dois lugares, e eu e a ruiva nos dois da frente deles. A aula foi chata, o professor falou muito, só foi pior porque Sirius ficava mexendo no meu cabelo, e Lily ficava rindo enquanto eu colocava o meu cabelo na frente.

Alguns minutos antes eu me inclinei para falar no ouvido da Lily, os meninos chegaram perto para ouvir. Me virei e puxei o cabelo do Black, ele ficou com raiva e voltou ao normal, o James ficou rindo da cara dele, e voltei-me para a ruiva novamente.

- Se prepara. – Lily apenas fez um “sim” com a cabeça, depois o sinal tocou.
Os alunos começaram a se movimentar, arrumando as mochilas, eu fazia o mesmo enquanto me levantava, mas Black arrumou mais rápido e ficou me observando, eu não gosto quando fazem isso. Olhei para Lily, que tentava segurar o riso.

- Marlene McKinnon! - ele estava dizendo o meu nome completo.

- O que foi? - eu disse isso olhando para ele com uma mão na cintura, ele sabe como ter a minha atenção.

- É assim que você fala comigo depois de quase dois meses? Nenhum beijinho ou abraço? – ele disse isso abrindo os braços. E eu cruzei os meus braços, depois virei-me e fiz sinal para Lily me acompanhar, e nós duas saímos da sala.

O corredor já estava cheio de pessoas, mas os dois nos alcançaram. Sirius ficou ao meu lado e James ao lado de uma Lily deslocada.

- Que mau-humor! – até parece que ele liga - Onde você passou as férias?

- Em Gales. – eu dei um sorrisinho. Uma das minhas melhores férias. Principalmente por causa de um primo de segundo grau.

- Parece que foram boas. – ele encerrou o assunto ali. – Então... Não vai apresentar a sua amiga?
- Acho que esse não é o local apropriado. – nada foi dito a partir daí.

Os alunos se empurravam para chegar ao refeitório. Era um dos locais maiores da escola. Quando entramos, vimos Remus e Dora acenando. Nós quatro entramos na fila, pegamos a comida, e, depois de alguns minutos, conseguimos chegar onde estava o casal. Lily sentou-se ao meu lado, Sirius ao meu outro, James ao lado de Remus e em frente à Lily.

- Bem, meninos, essa é Lily Evans. Lily, esses dois trastes são Sirius Black e James Potter.

- Trastes? – até parece que o Sirius ficou com raiva.

Lupin e Dora soltaram uma gargalhada.

- Ei, não somos trastes. Até parece que somos uns tipos de objetos, que depois de usados são jogados fora. – James disse e estava era achando graça.

- Lene - por que o Sirius tem que falar assim tão perto do meu ouvido? –, se você quiser eu posso ser o seu objeto, não me importo.

- Você é impossível, Black. – eu disse isso dando uma cotovelada nele. Todo mundo riu e eu fiquei vermelha, com certeza.

- Então, Lily - lá vai o James –, como foram as suas férias?

- Boas, tirando que eu passei em casa. – ela falou normalmente, mesmo o Potter jogando todo aquele charme.
- Ah! – ela entregou o ouro pra ele. - Então que tal você sair comigo para compensar as férias?

A ruiva olhou para Potter, e deu um leve sorriso. Parece que ele conseguiu. Droga! Vou perder outra futura amiga. Depois o sorriso desapareceu. Muito estranho.

- Acho que não. – ela falou calmamente.

- Por que não? – Potter parecia não acreditar.

- Por que não.

- “Por que não”, não é resposta.

- Claro que é.

- Já sei, ruivinha - ele é decidido, sabe. –, você deve ter namorado. Mas eu não sou ciumento! – Idiota. Com esse charme, não sei se ela resiste.

Lily ficou vermelha, mas não parecia ser de vergonha.

- Primeiro lugar: eu não tenho namorado. – Potter abriu um sorriso do tipo eu-tenho-32-dentes. – Segundo: eu não vou sair com você. Terceiro: Não... Me... Chame... De... Ruivinha!
Antes de James dizer algo, o sinal tocou.

- Bem, gente, antes de ir para a aula, preciso resolver uma coisa. Foi ótimo conhecer todos, até mais.

A ruiva se levantou e saiu sorrindo. Simples assim.
- Até mais! – todos disseram, e ficamos calados acompanhando ela pelo olhar.

- Ainda pego essa ruivinha de jeito! – James disse e acredite, ele nunca desiste.

- Lene, - só agora a Dora fala comigo.

Quando ela tá com o Remus, esquece o mundo.

– Ela sabe onde é a sala da próxima aula?

- Opa!

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