Difíceis decisões
Avisinho básicooooo!
Pra quem tiver vindo direto até aqui, eu postei DOIS capítulos de uma vez só, então, volte um, ok?! Boa leitura!!!
Isabelle acordou, um tanto tonta e confusa, na Ala Hospitalar, por volta das onze e meia da noite. Ela levantou da cama, devagar, calçou os sapatos e saiu, pé por pé, da enfermaria, para não chamar a atenção de Madame Pomfrey, que ouvia música em sua saleta. Isabelle fez uma careta ao ouvir um agudo particularmente alto de Celestina Warbeck, pouco antes de passar pela porta. Tomando todo o cuidado para não ser pega nos corredores depois do horário, rumou para a torre da Grifinória, usando todos os atalhos de que se lembrava, e depois de ouvir algumas reclamações por ter acordado a Mulher Gorda para entrar, chegou sã e salva ao salão comunal. Sentiu dor no peito novamente, tão forte que chegou a lhe faltar o ar. Voltou-se na direção dos sofás, mas não chegou a dar nenhum passo em direção a eles.
- Sirius? – disse, surpresa, ao ver o amigo ali àquela hora, sozinho – Aaii...
Ela andou até as poltronas; Sirius estava jogado de qualquer jeito em uma das poltronas, e não parecia estar muito bem. A garota ofegou com a dor que sentiu ao se aproximar dele.
- B-Bell... você... você fugiu da Pompom... – disse ele, com a voz enrolada. O hálito de Sirius recendia a álcool.
- Sirius, você bebeu? – perguntou Isabelle, fazendo uma careta. Não parava de sentir dor.
- Só... só um p-pouquinhoo... – balbuciou ele, e mostrou a garrafa para ela – Ainda... ainda teem um pouco...
- Que porcaria é essa? – perguntou Isabelle, apanhando a garrafa e levando-a ao nariz, mas afastando-a quase imediatamente. O cheiro de álcool era tão forte que seus olhos chegaram a lacrimejar.
- É abs... abs... sinto. – respondeu Sirius – Fooorte! – disse ele, rindo.
Logo após separar-se dos amigos, à porta da Ala Hospitalar, mais cedo, Sirius havia deixado o castelo, indo até Hogsmeade e de lá, aparatando até Londres. Ele foi até a Abadia de Westminster, um dos lugares onde costumava ir quando precisava pensar, mas nem mesmo o som dos sinos, que ele mesmo fizera tocar, conseguiu acalmá-lo. Pelo contrário, os sinos lembravam Isabelle, que era exatamente o que ele não queria pensar no momento. Sua mente fervilhava de pensamentos enquanto ele caminhava pelas sempre agitadas ruas do Soho; estava preocupado com Isabelle, ainda perturbado por conta da discussão que os dois haviam tido, e principalmente, havia aquela sensação que não o deixava em paz, de que, de alguma forma, havia tido culpa pelo que quer que houvesse acontecido com a garota. Entrou em um dos inúmeros bares locais para tentar se distrair, mas acabou exagerando na bebida, o que o fez sentir-se ainda pior, pois todas as outras preocupações que tinha inundaram seus pensamentos, e quanto pior se sentia, mais bebia. Foi somente por sorte que conseguiu retornar à escola sem se meter em nenhuma encrenca.
- Vem, eu vou te levar pra cama. – disse Isabelle, largando a garrafa, e ajudando o Maroto a levantar-se, com os dentes cerrados por causa da dor no peito.
- Ooops! – fez Sirius, rindo ainda mais, quando se desequilibrou, voltando a cair na poltrona.
- Shhh! – repreendeu Isabelle – Fica quietinho e levanta. Se apóia no meu braço.
Com dificuldade, ela o conduziu, aos tropeços, escada acima, e até o dormitório masculino.
“Por favor, não vomite, por favor...” – pensava ela, respirando fundo para tentar ignorar a incessante dor no peito. Seu cabelo se soltou, caindo por suas costas, e algumas mechas caíram em seu rosto, dificultando ainda mais seu trabalho de ajudar Sirius.
- Seu... cabelo... – disse ele, com voz enrolada.
- Shhh...
Chegando ao dormitório, ciente que não conseguiria colocar Sirius debaixo do chuveiro, Isabelle apenas colocou-o na cama, exatamente como estava, tirando apenas os calçados do Maroto.
- Pronto. – disse ela, depois de acomodá-lo – Agora dorme. Vai estar com uma baita ressaca amanhã.
- N-Não queero ficar... ficar sozinho... – resmungou Sirius – F-Fiica aqui!
- Não dá! – disse Isabelle – Não cabemos nós dois aí.
- F-Fiica! – insistiu ele.
- Shhh! – fez a garota – Tá bom, eu fico, mas só um pouco.
Ela se espremeu na cama ao lado dele, que de tão bêbado, apagou após apenas alguns minutos, segurando a mão da garota com força. Isabelle respirava com dificuldade, e a muito custo se mantivera ali, junto com Sirius. A dor em seu peito era quase insuportável.
Depois que viu que ele não acordaria mais, a garota se esgueirou para fora da cama, seguindo para fora do dormitório. Estranhamente, tão logo passou pela porta do quarto dos meninos, a dor em seu peito abrandou, e quando chegou à escada do dormitório feminino, passou quase completamente. Ela entrou em seu quarto na ponta dos pés, tentando não acordar nenhuma das meninas, mas quando abriu a gaveta da cômoda para procurar um pijama, acabou fazendo barulho e acordando Lilian.
- Isa? – perguntou a ruiva, sonolenta – O que está fazendo aqui? Madame Pomfrey disse que você devia ficar lá.
- Eu já tô me sentindo melhor. – respondeu Isabelle.
- A gente... – a ruiva abriu um bocejo – precisa conversar, Isa...
- Amanhã, Lil. – disse Isabelle – Você tá quase dormindo, e isso é só o que eu quero fazer.
- Tá. – concordou a ruiva, bocejando novamente.
Isabelle entrou no banheiro, e tomou um demorado banho; quando voltou ao quarto, Lilian já estava dormindo novamente, e ela logo seguiu o exemplo da amiga, caindo na cama e adormecendo após apenas alguns minutos.
Na manhã seguinte, quando acordou, Isabelle encontrou Lilian já de pé, de banho tomado e começando a se vestir.
- Hmm... bom dia, Lil. – disse ela, se espreguiçando.
- Bom dia. – respondeu Lilian – Como está se sentindo?
- Bem, obrigada.
A morena foi até o banheiro, e tomou um banho rápido, enquanto Lilian terminava de se arrumar. Depois, enquanto esperava que Isabelle se vestisse, a ruiva voltou ao assunto que pretendia falar com a amiga na noite anterior.
- Isa, eu sei o que você fez. – disse Lilian.
- Lily... – começou Isabelle, mas foi interrompida.
- Você me disse que não ia usar aquele feitiço. – disse a ruiva.
- A situação mudou. – disse Isabelle, simplesmente.
- Mesmo assim! – disse Lilian, exasperada – Você viu o que aconteceu ontem, aquela dor no peito.
- Eu não tô sentindo mais nada. – retrucou a morena.
- Eu fui até a biblioteca ontem à noite, Isa, procurar mais informações sobre esse feitiço. – contou Lilian, apanhando o pergaminho onde estavam as informações que copiara do livro – Quando Madame Pomfrey disse que não tinha nada de errado com você, e que não sabia por que continuava sentindo dor, desconfiei que tivesse algo a ver com o feitiço. E eu tava certa.
Ela entregou o pedaço de pergaminho a Isabelle, que o apanhou e começou a ler, largando-o depois sobre a cama, como se não tivesse importância.
- O que tá feito, tá feito, Lily. – disse Isabelle, decidida a não contar à amiga que voltara a sentir dores no peito quando encontrara Sirius na noite anterior – Mas agora me deixa contar outra coisa pra você. – disse ela, começando então a contar à amiga o que acontecera na noite anterior, quando voltou da Ala Hospitalar.
No dormitório masculino, os garotos também já estavam de pé. Bem, nem todos eles.
- Aaai... alguém, pelo amor de Merlin, fecha essas cortinas... – resmungou Sirius, cobrindo a cabeça com o travesseiro – Ai, minha cabeça...
- Até que enfim você acordou, Almofadinhas. – disse Remo.
- É, mais um minuto, e eu ia checar a sua pulsação. – disse Tiago – O Rabicho quase colocou o quarto abaixo, e você nem se mexeu.
- Eu fui dormir super tarde ontem... – disse Sirius, devagar.
- Eu sei disso. – disse Lupin – Quando eu apaguei, você ainda não tinha aparecido.
- É, mas isso aí não parece só sono, tá com cara é de ressaca. – disse Tiago.
- Você andou bebendo, Sirius? – perguntou Remo.
- Ah, Aluado, não me faz pergunta difícil... – respondeu Sirius, desconversando – Minha cabeça tá me matando...
Os Marotos encontraram com as meninas no Salão Principal, onde elas já estavam acomodadas à mesa para o café. Lilian percebeu que Isabelle se encolheu, fazendo uma careta de dor, quando eles as alcançaram. Os garotos então se acomodaram à mesa; Tiago beijou Lilian, e Remo se adiantou para fazer o mesmo com Isabelle, mas se interrompeu antes de fazê-lo.
- Força do hábito. – disse ele, com um sorriso embaraçado. Isabelle também sorriu fracamente.
- Que cara, hein, Sirius?! – comentou Lilian.
- Minha cabeça parece que vai explodir... – respondeu o Maroto.
- Aqui, toma isso. – disse Isabelle, estendendo para ele um frasquinho com uma poção avermelhada – Vai melhorar.
- Obrigado. – agradeceu Sirius, apanhando o frasco da mão dela. Seus dedos roçaram de leve os da morena, que por pouco não derruba o frasco de poção, tamanha a dor que sentiu no peito.
- Que foi, Isa? – perguntou Remo.
- Nada. – mentiu a morena – Escorregou.
Lilian apenas a fitou, sem nada dizer. Eles tomaram café e depois se dispersaram. Tiago e Pedro foram para os jardins, Sirius voltou à torre para dormir mais um pouco e Lilian arrastou Isabelle até uma sala vazia, perto do salão dos monitores, para onde fora Remo.
- Já estava melhor, é? – perguntou ela, zangada – Eu vi como você ficou quando os meninos chegaram, estava com dor de novo!
- Lily... – começou Isabelle.
- E tenho certeza que ontem, quando ajudou o Sirius, também sentiu. – continuou a ruiva. Isabelle não disse nada, nem era necessário que o fizesse – Entende agora? O sentimento já tá lutando contra você, por isso sente dor!
- Eu posso agüentar. – disse Isabelle.
- Não pode, não. – discordou Lilian – Precisa desfazer.
- Não. – Isabelle foi firme.
- A cada vez que ele se aproximar, vai doer. – insistiu a ruiva – E vai doer cada vez mais.
- Eu posso agüentar. – repetiu Isabelle.
- Deixa de ser teimosa, Isa! – disse Lilian, zangada – Não é só a dor, pode haver complicações mais sérias!
- Eu não posso fraquejar, Lil. – disse Isabelle, com voz cansada – Não agora.
- Eu vou contar. – disse Lilian, de repente.
- O quê? – perguntou Isabelle.
- Eu vou contar pro Sirius, se você não desfizer. – respondeu a ruiva, encarando-a.
- Você não faria isso... – disse Isabelle, duvidando da ameaça.
- Ah, faria sim. – respondeu Lilian.
- Você não pode estar falando sério, Lily. – disse a morena.
- Eu tô! – disse Lilian – Você não me ouve! Tô com medo do que pode acontecer, Isa! – confessou ela – Se você não desfizer, eu vou contar.
As duas ficaram se encarando por um instante. Isabelle estava relutante, mas Lilian estava determinada a convencê-la, e não ia ceder.
- Isa, desfaz. – Lilian agora pedia – Seu coração tá reagindo contra o feitiço, você não sabe o que pode acontecer. – disse ela, nervosa – Por favor, desfaz.
Isabelle a fitou por um momento; a ruiva tinha os olhos marejados. Depois, olhou para a janela, pensativa. Lembrou do que Madame Pomfrey lhe dissera, em um momento em que estivera acordada por alguns minutos na Ala Hospitalar, quando ela finalmente confessou ter se auto-enfeitiçado.
“E é isto o que está acontecendo em seu coração neste momento. – dissera a bruxa – Tentou aprisionar um sentimento forte, mais forte do que a magia que usou, e ele deseja voltar a ser livre. Irá lutar, como já está fazendo, contra você, para conseguir essa liberdade de volta.”
Finalmente, a morena sacou a varinha, apontando-a para o próprio peito.
- Libera amor.
Como na noite anterior, um facho de luz rosada saiu da varinha, atingindo-a na altura do coração. Com expressão de dor, esperou que o feitiço terminasse, sendo amparada por Lilian quando seu corpo perdeu as forças.
- Vai ser melhor assim. – disse a ruiva, acalentando a amiga – Vai ser melhor assim.
No meio da tarde, Isabelle chamou Sirius para conversar sobre o que acontecera na noite anterior. Os dois foram até a Sala Precisa, onde poderiam conversar sem serem interrompidos, e a garota não pôde deixar de se sentir aliviada pela ausência das fortes dores no peito.
- Aposto que se arrependeu de ter tomado aquela coisa ontem à noite. – comentou ela, para quebrar o gelo.
- Nem me fala. – disse Sirius – Se não fosse aquela sua poção...
- É, ela é ótima. – concordou Isabelle – Mas... não era sobre isso que eu queria falar...
- Vai me dar uma bronca? – perguntou Sirius.
- Não, eu não vou dar uma bronca em você. – respondeu Isabelle – Na verdade, eu queria saber por que você bebeu daquele jeito!
- Sei lá, Bell... já tinha um monte de coisa na minha cabeça, – disse Sirius – e daí a gente discutiu de novo, e depois você passou mal...
- Sirius...
- Eu já tava meio errado, a gente tá saindo da escola, eu não sei o que vai acontecer depois. – continuou ele – Eu não tenho uma casa, tá, eu sei que tenho a casa da Tia Dorea, mas não posso depender dela pra sempre. E ainda tem o Regulus, e a besteira que ele tá fazendo...
- Eu sei. – disse a morena.
- E... também tinha você. – disse Sirius – Eu fico mal quando a gente briga, eu... senti a sua falta, a gente já tava sem se falar há um tempão!
- Eu também fiquei mal com isso, Sirius, mas não dava pra ficar junto com você, se ficava me acusando o tempo todo! – disse Isabelle – Mas... eu tenho a impressão que você não tá me falando tudo. Não, – disse ela, quando Sirius ia argumentar – não vou pressionar você, como você também não me pressionou. Se decidiu não me contar, é porque tem um motivo, e eu vou respeitar isso.
- Você também tem seus segredos, que não conta pra mim. – disse Sirius – Sei que já falamos sobre isso, – disse ele, antes que ela protestasse – mas é que eu não consigo entender porque não confia mais em mim.
- Não é uma questão de confiança, eu já disse pra você. – rebateu a morena – Mas não quero voltar a esse assunto. Você falou do Regulus... sabe que não tem nada que possa fazer, Sirius. – disse ela – Regulus só quer se sobressair a você. Você sempre foi o mais talentoso, sempre “brilhou mais” do que ele. Ele sente que precisa fazer algo que... – ela procurou a palavra certa – ofusque você.
- Acho que mais uma vez você tá certa. – disse o Maroto, com um sorriso fraco.
- Regulus não é mais criança, já toma as próprias decisões, ainda que não sejam as mais acertadas. – disse Isabelle – Ele vai acabar percebendo que está seguindo o caminho errado, e irá fazer isso sozinho.
- Mas e se for tarde demais? – perguntou Sirius.
- Bom, só podemos torcer pra que não seja. – disse Isabelle – Não pode salvá-lo de si mesmo, Sirius.
- É, eu sei.
- Quanto à casa... bom, tenho certeza de que podemos achar uma solução. – disse a garota – A gente fala com os outros, e daí pensamos em alguma coisa. Tudo tem um jeito.
Sirius assentiu.
- Com você aqui parece tudo tão mais simples... – disse ele, segurando uma das mãos da garota.
- Não é assim tão complicado. – respondeu Isabelle – E agora eu vou estar aqui com você.
- Promete? – perguntou Sirius.
- Prometo. – disse Isabelle – Mas você também tem que me prometer uma coisa. – disse ela, muito séria.
- O quê?
- Sem mais porres. – respondeu a garota – Quando tiver algum problema, ao invés de ir atrás de uma garrafa, promete que vem falar comigo.
- Bell, eu... – começou Sirius.
- Promete, Sirius. – insistiu Isabelle.
- Tá bom. – rendeu-se ele – Eu prometo.
Depois dessa conversa, a relação dos dois voltou ao normal. Sirius e Isabelle voltaram a ser vistos andando juntos pelo castelo, e todas as desavenças foram deixadas para trás.
- Sirius, viu o Tiago? – perguntou Lilian, quando encontrou o amigo, no corredor da biblioteca.
- Não. E você, viu a Bell? – perguntou o moreno.
- Não. – respondeu Lilian.
- Estranho...
Enquanto isso, na Sala Precisa, Tiago e Isabelle trocavam opiniões e discutiam, observando um catálogo enviado pela mãe do Maroto.
- Ela vai gostar mais desse aqui. – disse a garota, apontando uma fotografia no catálogo.
- Tem certeza? – perguntou Tiago.
- Tenho, Tiago! – disse a morena, revirando os olhos.
- Bom, é o mesmo que eu tinha pensado. – disse Tiago, fechando o livreto – Vou pedir pra mamãe encomendar ainda hoje.
- Lily vai amar! – comentou Isabelle.
- Espero. – disse o Maroto – Mas, Charmant?
- Hum?
- Não esquece, bico fechado. – recomendou ele.
- Tá, tá, eu sei! – disse a garota, impaciente.
Ainda conversando, os dois deixaram então a Sala Precisa, dando de cara com Emmeline, às lágrimas, parada no meio do corredor, perto da porta.
- Line, o que houve? – perguntou Isabelle.
- O Roger! – respondeu Emmeline, entre lágrimas – Ele... ele tava com outra garota!
- Ai, Line... – disse Isabelle, abraçando a amiga.
- Como assim? – perguntou Tiago – Você viu?
- A Lene... a Lene viu eles indo pra sala vazia do corredor da biblioteca, e me avisou. – contou a garota – Eu fui lá, e... e... – ela desatou a chorar.
- Vem cá, Line. – disse Isabelle, abraçando-a novamente – Vamos pra torre. Vai ficar tudo bem.
Mais tarde, depois de ficar um bom tempo com Emmeline no dormitório, Lilian e Isabelle deixaram a amiga dormindo no quarto – elas haviam dado a ela uma poção calmante – sob os cuidados de Alice, e voltaram para o salão comunal. Estavam no meio das escadas quando ouviram as vozes dos garotos vindas lá de baixo, e pararam antes de entrar no campo de visão deles para poderem ouvir a conversa sem ser vistas.
- E então, Pontas? – perguntou Sirius – Já falou com a Minnie sobre aquele assunto?
- Shhh... Almofadinhas! – repreendeu Tiago – Elas podem estar vindo! – disse ele, olhando na direção do dormitório feminino – Já, já falei com ela, tá tudo combinado.
- Quero só ver a cara da Evans quando você... – começou Pedro, mas foi logo interrompido.
- Shhh! – fez Tiago, novamente – Que coisa, vocês, hein?!
Lilian fitou Isabelle, franzindo a testa. A morena fingiu a cara mais inocente que conseguiu, e as duas então voltaram a prestar atenção à conversa.
- Falando em formatura, com quem vocês vão? – perguntou Tiago.
- Eu chamei a Marianne, lembram dela? – perguntou Pedro – A garota que foi comigo a Hogsmeade? – Remo, Tiago e Sirius assentiram.
- Bom, eu pensei em chamar a D'Argento, – disse Sirius – mas como a Bell não tem par, eu vou chamar ela pra ir comigo.
Na escada do dormitório, Lilian e Isabelle voltaram a trocar olhares, sem dizer nada. A ruiva viu a amiga morder o lábio, nervosa com o que o Maroto dissera.
- E você, Aluado? – perguntou Pedro.
- Eu acho que vou sozinho mesmo. – respondeu Remo.
- Por que não chama a Takemi, Aluado? – perguntou Tiago.
- É melhor não. – respondeu Lupin – Melhor deixar as coisas como estão.
- Mas você não gostava dela?
- Gostava. Gosto bastante ainda. – concordou Remo – Mas não dá pra ficar com ela depois de tudo o que aconteceu. Além do mais, não posso querer que alguém fique comigo sendo o que eu sou.
- Um cara doce e gentil? – perguntou Isabelle, terminando de descer os degraus da escada, e indo junto com Lilian até onde os garotos estavam.
- Vocês estavam ouvindo a conversa? – perguntou Tiago, preocupado.
- Não. – mentiu Lilian – Só ouvimos o final. Por quê? Alguma coisa que não devêssemos ouvir? – perguntou ela, para disfarçar.
- Não. – respondeu Tiago, rapidamente.
- Você me entendeu, Isa. – retrucou Lupin.
- Você é que não entende, Remo! – disse a morena – Não pode se impedir de gostar de alguém só por isso.
- É, Aluado! – concordou Tiago – Você tem que parar de se diminuir desse jeito. Você só tem um probleminha...
- Probleminha? – ecoou Remo.
- Ei, vocês! – disse Lilian – Acho que esse não é o melhor lugar pra terem essa discussão, né?
- É, a Lily tem razão. – concordou Lupin, e os demais assentiram.
- Bom, vamos jantar, então? – sugeriu Pedro.
- Vamos nessa. – disse Sirius – Tô morrendo de fome.
Após o jantar, Isabelle despistou os amigos e saiu pelos corredores procurando por uma pessoa. Encontrou-a não muito depois, indo em direção à biblioteca.
- Ei, Annelise! – chamou ela.
A corvinal parou de andar e virou-se na direção de Isabelle; os olhos verdes demonstravam curiosidade, mas a garota não parecia exatamente surpresa. Isabelle acelerou o passo, alcançando-a.
- Oi, Isabelle! – cumprimentou Annelise – Queria falar comigo?
- É, queria sim. – confirmou a grifinória.
- Eu tava indo até a biblioteca. – disse Annelise – Se importa?
- Não, não. – respondeu Isabelle – Podemos ir falando no caminho. – disse ela, e as duas então começaram a andar rumo à biblioteca.
- Bom, sobre o que você queria falar comigo? – perguntou Annelise.
- É... sobre o Sirius.
- Black? – perguntou a corvinal, e Isabelle assentiu – Não estou entendendo...
- Eu... quero saber se você... aceita ser par dele na formatura. – disse a morena, hesitante.
- Como assim? – perguntou Annelise, encarando-a – Por que você tá me perguntando isso, e não ele?
- Sirius me chamou pra ir com ele, porque eu não tenho par, – explicou Isabelle – mas eu sei que é com você que ele quer ir.
- E você? – perguntou Annelise.
- Eu me viro. – disse Isabelle, dando de ombros.
- Você não me entendeu. – disse a corvinal, meio sorrindo – Quero saber com quem você quer ir.
Isabelle abriu um sorriso triste.
- Isso não faz diferença. – disse ela, fitando o chão – E então, aceita ou não?
- Bem... sim. – disse Annelise, por fim.
- Ótimo. Ele encontra com você as quinze pras nove, na escadaria do Grande Salão. – marcou Isabelle.
- Certo. – concordou Annelise.
- Ah, – fez a grifinória, lembrando-se de algo – você... me faria um grande favor?
- Claro. – disse Annelise.
- Pode entregar isso para Bárbara Takemi? – pediu Isabelle, entregando um pedaço de pergaminho para a garota – Acho que a conhece, ela é do sexto ano.
- Conheço sim. – disse a corvinal – Pode deixar que eu entrego. Mas, Isabelle?– chamou ela.
- Hum? – fez Isabelle, voltando-se novamente para a garota.
- Tem certeza do que está fazendo? – perguntou Annelise – Sobre o Black?
A morena assentiu com a cabeça.
- Bem, boa sorte pra você, então. – desejou a corvinal, antes de entrar na biblioteca.
N/A: explicações no capítulo seguinte!
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