A grande final



N/A: Pra quem tiver vindo direto até aqui, volte um capítulo, porque eu postei dois de uma vez!!



O dia do jogo amanheceu ensolarado, porém um pouco frio. Tiago acordou bem mais cedo do que de costume, chegando ao Grande Salão antes mesmo de Isabelle e Lilian. Quando as duas chegaram, encontraram o Maroto sentado à mesa, muito sério, olhando para uma taça de suco de abóbora.
- Bom dia, amor! – cumprimentou Lilian – Acordou cedo!
- É, não consegui ficar na cama. – respondeu Tiago, recebendo um beijo da namorada – Bom dia, Lírio. Bom dia, Charmant.
- Bom dia. – respondeu Isabelle – Como está se sentindo?
- Ansioso, eu acho.
- Fica calmo, amor. – disse Lilian, segurando a mão dele – Vai dar tudo certo.
As garotas se serviram e começaram a tomar café. Tiago, no entanto, continuava apenas encarando a taça de suco, girando-a continuamente sobre a base.
- Você precisa comer alguma coisa, Tiago. – disse Lilian, preocupada.
- Não tô com fome. – respondeu ele.
- Só uma torrada, Tiago. – insistiu Isabelle.
- Não dá. – disse o Maroto – Não desce nada.
- Não se preocupem, meninas, – disse Remo, chegando até onde eles estavam, junto com Sirius e Pedro – é sempre assim. Bom dia, linda. – disse ele, beijando Isabelle.
- Bom dia. – respondeu a morena.
- Bom dia, meninos. – cumprimentou Lilian.
- Bom dia. – respondeu Sirius, sentando-se – E aí, Pontas? Pronto pra dar uma surra nos sonserinos? – perguntou ele, animado. Tiago não respondeu – Fica frio, cara! A Taça já é nossa.
Pouco antes das onze horas, a escola em peso começou a se dirigir para o campo de Quadribol. Apostas eram feitas, especulações sobre táticas eram discutidas aqui e ali pelo caminho, cornetas, tambores davam o aviso: a aguardada final da Taça de Quadribol estava para começar.
Lilian estava indo, junto com Isabelle, rumo ao campo de Quadribol, quando ouviu uma voz conhecida chamando seu nome. As duas pararam e se viraram para trás, dando de cara com Snape, que vinha em sua direção. Isabelle fitou a amiga, de cara amarrada.
- Lily! – disse ele, ao alcançá-las.
- Evans, Snape. – corrigiu Lilian – Pra você é Evans.
- Eu preciso falar com você. – disse Snape – Em particular. – acrescentou, encarando Isabelle.
- Eu não vou a lugar nenhum, Ranhoso. – disse a morena, encarando-o de volta.
Snape chegou a abrir a boca para responder, mas desistiu, engolindo as palavras de volta, e fitando Lilian novamente.
- Eu não tenho nada pra falar com você, Snape. – disse a ruiva, e deu as costas ao garoto, junto com a amiga.
- Lily, espera! – insistiu Snape.
- Você não ouviu? – perguntou Isabelle – Ela não quer falar com você. Dá o fora.
- Lily... – chamou ele mais uma vez, ignorando Isabelle.
- Me deixa em paz, Snape. – disse a ruiva, e ela e Isabelle seguiram seu caminho rumo às arquibancadas.
O sonserino observou as duas indo embora, fingindo estar desapontado. Na verdade, ele já havia previsto essa reação vinda da ruiva, por isso falara com ela naquele momento. Sua intenção era apenas de atrasá-la para chegar ao campo. Depois de dar as duas um tempo para se afastarem um pouco, voltou a apressar-se em alcançá-las novamente; os times já deviam estar quase entrando em campo.
As arquibancadas haviam virado um mar vermelho e dourado; a maior parte das torcidas de Lufa-Lufa e Corvinal aderira às cores da Grifinória, e a gritaria quando o time entrou em campo era ensurdecedora. Quando o time da Sonserina entrou em campo, os aplausos de sua torcida foram completamente sufocados pelas vaias e gritos vindos das torcidas das outras casas.
Lilian e Isabelle esperavam sua vez de subir para a arquibancada quando o time da Grifinória entrou em campo. Isabelle foi a primeira a subir, e quando Lilian se preparava para subir também, foi impedida por Snape, que segurou seu braço.
- Lily, por favor, eu preciso falar com você. – disse ele, encarando-a, com ar de súplica.
- Lily, sobe logo! – chamou Isabelle, do alto da escada.
- Vai achando um lugar pra gente, eu já vou subir. – disse a ruiva à amiga, e então se afastou da escada junto com Snape – Pela última vez, eu não tenho mais nada pra falar com você. – disse ela ao sonserino – Você é um cretino, sem escrúpulos, e se tivesse um pingo de vergonha na cara, nem olhava pra mim.
Snape ouvia tudo o que ela dizia sem esboçar qualquer reação. Pelo canto do olho, viu quando os jogadores da Grifinória deixaram o chão para o aquecimento, e ao localizar Tiago voando baixo, não muito longe deles, segurou as mãos da ruiva.
- É importante, Lily. – disse ele – Por favor.
Tiago voava treinando arremetidas e mergulhos, e numa das vezes em que voava para baixo, viu Lilian e Snape perto das arquibancadas, o sonserino segurando as mãos da ruiva. Ele desceu para o chão, e, de longe, ficou observando a cena.
- Eu tenho que ir. – disse Lilian, soltando suas mãos das de Snape.
- Espera, por favor. – pediu Snape, mais uma vez – Eu achei que você não ia querer me ouvir, então escrevi isso.
Ele colocou um bilhete na mão da garota. Lilian tentou devolver, mas Snape se recusou a pegar o bilhete de volta.
- Não, fica. – disse ele, empurrando a mão dela com delicadeza – Depois você me dá uma resposta.
E antes que Lilian pudesse dizer qualquer coisa, o sonserino se adiantou até ela, beijando-a nos lábios.
- Eu amo você, Lily. – disse ele, a uma Lilian estupefata, e então deixou a ruiva para trás, indo na direção da arquibancada da Sonserina.
Lilian observou, ainda sem conseguir reagir, o garoto se afastando, olhou para o bilhete, e então para o campo. Seu olhar encontrou com o de Tiago, que a fitava com uma expressão de descrença e desapontamento.
- Tiago. – murmurou ela, imaginando o que estava se passando na cabeça do namorado.
O Maroto baixou a cabeça, e dando as costas a ela, começou a andar em direção ao resto do time, arrastando a vassoura enquanto caminhava devagar, sempre olhando para o chão.
- Não, Tiago! – gritou Lilian, correndo até a beira do campo – Tiago, espera!
Tiago parou de andar e virou-se para ela. Seu rosto estava completamente sem expressão. Lilian gelou ao ver o modo como ele a olhava de volta.
- Por favor! – pediu ela – Me deixa falar com você!
Tiago continuou parado, apenas encarando-a. Depois, fez menção de virar-se novamente.
- Você tá fazendo exatamente o que ele queria! – gritou a ruiva – Foi de propósito, ele queria que você visse, pra prejudicar você no jogo!
O Maroto parou mais uma vez. Depois de alguns segundos olhando para o chão, foi até onde a garota estava, parando a alguns passos de distância.
- Ele beijou você. – disse Tiago, seu tom era frio – E você não fez nada.
- Ele me pegou de surpresa, Tiago! – rebateu a ruiva – Eu... fiquei sem reação!
- Por que você parou pra falar com ele? – perguntou o garoto – Depois de tudo o que ele fez com você! Tudo o que ele fez com todos nós!
- Porque ele não me deixava em paz, não saía do meu caminho. – respondeu Lilian, nervosa – Eu disse pra ele tudo o que tava engasgado na minha garganta há um tempão! Que ele era um cretino, um covarde...
- E o bilhete? – perguntou Tiago, apontando o pedaço de pergaminho na mão dela.
- Eu não quero saber o que tá escrito aqui. – disse a ruiva, apontando o bilhete – Não me interessa. Nada que venha dele me interessa.
E dizendo isso, rasgou o pergaminho dado a ela por Snape em inúmeros pedaços. Encarando intensamente um ao outro, o casal não percebeu as linhas escritas no pergaminho rasgado cintilarem, vermelhas, e depois desaparecerem, antes que os pedaços de papel tocassem o chão. Tiago encarava Lilian, mas ela não conseguia decifrar a expressão no rosto dele. As lágrimas que estava tentando segurar escaparam, rolando pelo rosto delicado da ruiva.
- Por favor... – dizia ela, angustiada – Por favor...
Tiago se aproximou mais e secou as lágrimas do rosto dela, abraçando-a com força. Depois, afastou-se, beijando-a de leve nos lábios. A expressão em seu rosto era séria, quase de raiva.
- Eu vou pegar o pomo por você. – disse ele, encarando-a.
- Por nós. – disse Lilian, encarando-o de volta – Por nós.
Tiago assentiu, e depois de dar outro beijo na namorada, dirigiu-se até onde estavam os outros jogadores, enquanto Lilian ia ao encontro de Isabelle na arquibancada. Ao pé da arquibancada da Sonserina, Snape viu tudo o que acontecera. Viu Lilian falando com Tiago, e depois rasgando o bilhete que ele lhe dera, destruindo com isso o plano que ele havia construído. Havia um poderoso feitiço naquele bilhete, semelhante à maldição Imperius. Assim que lesse o que estava escrito, Lilian ficaria à mercê do feitiço, e da vontade de Snape, mas ela o havia rasgado sem nem ao menos abri-lo, tornando o pergaminho inútil. Finalmente, o que mais o perturbou, viu os dois beijos trocados pelo casal, e o sorriso no rosto da ruiva, quando ela caminhava rumo à arquibancada. Sentiu raiva dos dois como jamais sentira antes. Não, Potter não iria se dar bem desta vez. Ele cuidaria para que isso não acontecesse.
- Muito bem, eu quero um jogo limpo. – disse Madame McFly, a juíza do jogo – Capitães, apertem as mãos.
Os capitães dos dois times apertaram as mãos um do outro com o máximo de força que conseguiram imprimir, e depois foram reunir-se aos seus times.
- Lembrem, cuidado com os truques sujos deles. – disse o capitão da Grifinória aos seus jogadores – E você, Tiago, como combinamos.
- Montem nas vassouras! – disse Madame McFly – Quando eu apitar...
A professora soprou seu apito dourado, dando início à partida. Tiago voou bem para o alto, como havia combinado com o capitão do time. Ele devia ficar fora do caminho, e, sobretudo, longe dos batedores sonserinos, concentrado apenas em localizar o pomo o mais rápido possível. O irmão de Sirius, Regulus, que era o apanhador da Sonserina, veio atrás dele, parando a vassoura bem ao seu lado.
- Fugindo do jogo, Potter? – perguntou Regulus, debochado – Com medo de ficar lá em baixo?
- Ah, vai pro inferno, Black! – respondeu Tiago, deixando o sonserino para trás e indo até outro ponto do campo para procurar pelo pomo.
Abaixo dele, o jogo se desenrolava como já era esperado. Cada lance era muito disputado, a goles passava de mão em mão, mas o time da Grifinória se mostrava levemente superior, já tendo marcado quatro gols, contra apenas um da Sonserina. Tiago continuava apenas sobrevoando o campo, e percebeu que Regulus o seguia de perto.
“Espertinho, já que não vai conseguir achar o pomo por conta própria, decidiu esperar que eu o encontre por ele...” – pensou o Maroto. Fingindo uma expressão de concentração, disparou com a vassoura na direção da arquibancada da Sonserina, e Regulus, pensando que ele havia avistado o pomo, apressou-se em segui-lo, quase colidindo com a arquibancada, depois que Tiago, numa manobra arriscada, desviou no último minuto, arremetendo para cima.
A Sonserina conseguira aproximar-se no placar, estando agora apenas dez pontos atrás da Grifinória. Tiago precisava encontrar logo o pomo, pois o jogo estava ficando cada vez mais complicado. Os balaços iam de um lado para o outro, já tendo quase derrubado dois dos artilheiros da Grifinória, e os sonserinos, como já era esperado que fizessem, estavam procurando cavar faltas de todas as formas, provocando os adversários com palavras e encontrões intencionais.
O Maroto esquadrinhou todo o campo em busca do reflexo dourado da bolinha, mas parecia que ela havia desaparecido. Então, com um zunido, um dos balaços passou rente à sua orelha esquerda. Ele olhou para baixo, para os batedores, tentando descobrir quem havia mandado o balaço, mas não parecia ter sido ninguém; Tiago teve que interromper sua observação, pois o balaço vinha outra vez em sua direção, desta vez mirando em suas costelas. Desviou outra vez, e mal teve tempo de se virar para ver aonde a bola havia ido, pois ela já estava voltando, dessa vez em direção à sua cabeça. Ele imprimiu velocidade à vassoura, fazendo loops e ziguezagues, mas nada adiantou, o balaço continuava vindo o tempo todo atrás dele. Distraiu-se da perseguição do pomo, tentando escapar da pesada bola que não parava de segui-lo, mas então viu Regulus, com uma expressão de triunfo, voando para baixo. Seguiu o olhar do jovem Black, e viu o pomo de ouro, as minúsculas asinhas batendo enquanto fugia do apanhador sonserino.
Ignorando o balaço que continuava a persegui-lo, Tiago impulsionou a vassoura em direção à bolinha dourada, emparelhando-a com a vassoura de Regulus que, ao ver o balaço vindo em sua direção, desistiu de apanhar o pomo, desviando de Tiago e voando para cima. O grifinório esqueceu o balaço, concentrado em apanhar o pomo, e no instante em que fechou a mão na fria bolinha de ouro, sentiu uma dor excruciante na nuca e tudo à sua frente virou um enorme borrão. Ouviu gritos distantes e sentiu que caía velozmente. Fechou os olhos e abriu-os novamente, sua visão entrou em foco por um instante e ele pôde ver Snape parado à beira da escada que levava à arquibancada da Sonserina, a varinha em punho e um ar de satisfação no rosto. Depois, foi só a escuridão.
Quando recobrou os sentidos, Tiago se viu deitado em uma cama quente e confortável. Abriu os olhos, mas a claridade os incomodou e ele tornou a fechá-los. Tentou levantar-se, mas uma mão firme em seu peito o manteve deitado na cama.
- Mais devagar, mocinho. – disse Lilian, gentilmente – Você tem que ficar quieto aí.
- Eu vou chamar Madame Pomfrey. – disse Isabelle, afastando-se da cama.
Tiago estendeu o braço em direção à mesinha de cabeceira e apanhou seus óculos, colocando-os e abrindo os olhos. Sua visão entrou em foco e depois que acostumou com a claridade, pôde ver Lilian e os Marotos, todos ao redor da cama, fitando-o com expressões preocupadas. Bandagens envolviam sua cabeça, que doía um pouco.
- Como está se sentindo? – perguntou Lilian.
- Meio zonzo, e com um pouco de dor de cabeça. – respondeu ele – O que aconteceu?
- Um balaço acertou você, e você despencou. – contou Sirius. Tiago recordou o que havia acontecido.
- Eu preciso sair daqui. – disse ele, descobrindo as pernas para levantar-se.
- De jeito nenhum. – disse Madame Pomfrey, chegando à beira da cama junto com Isabelle – Acaba de sofrer um grave acidente, deve evitar maiores esforços por algumas horas.
- Eu só preciso encontrar o Ranhoso. – disse Tiago – E matar ele.
- Bem, acredito que isso se enquadre em maiores esforços. – disse a bruxa, empurrando-o com delicadeza contra os travesseiros – Esse... “Ranhoso”, seja lá quem for, terá mais algumas horas de vida. Irá ficar quieto aqui, ou terei que conversar com a Profª. McGonagall sobre este assassinato que pretende cometer. – ela então se voltou para os demais – E vocês todos indo embora. Esse garoto acaba de ter o crânio emendado, ele precisa descansar.
- Por favor, Madame Pomfrey, eu posso ficar com ele? – pediu Lilian.
- Se ele prometer que ficará quieto e irá descansar... – disse Madame Pomfrey, olhando para Tiago.
- Prometo. – disse o Maroto, mais do que depressa.
- Então está bem. – concordou a bruxa – Os outros, fora!
- Não faça nada que eu não faria, Pontas. – recomendou Sirius.
- Não existe nada que você não faça, Almofadinhas. – comentou Lupin.
- Ah, é. – disse o outro, dando de ombros.
- Além do mais, o Pontas não tá em condições de tentar nada.
Lilian ficou extremamente vermelha.
- Ah, dêem logo o fora daqui! – disse Tiago, atirando um travesseiro contra os amigos.
Os Marotos e Isabelle deixaram a Ala Hospitalar, prometendo voltar mais tarde para ver Tiago, e Madame Pomfrey voltou para sua sala, deixando o casal de namorados a sós.
- E então? – perguntou Tiago – De quanto perdemos?
- Hã? – fez a ruiva, confusa.
- Eu tava disputando o pomo com o Regulus, – lembrou Tiago – então... se o balaço me pegou, ele apanhou o pomo, certo?
- Errado. – respondeu Lilian, rindo da expressão de surpresa dele.
- Como assim? – perguntou Tiago, sem entender.
- Você não soltou o pomo, mesmo depois de o balaço acertar você. – contou Lilian – Foi um sufoco pra tirá-lo da sua mão, mesmo desmaiado.
- Quer dizer que... ganhamos? – perguntou Tiago, sorridente.
- Duzentos e quarenta a oitenta. – informou a ruiva.
- Isso! – exclamou o Maroto, dando um soco no ar.
- Shhh! – fez Lilian, com o indicador nos lábios – Se você não ficar quieto, Madame Pomfrey me expulsa daqui.
- Tá, tá. – concordou Tiago, ainda sorrindo.
- Tiago... por que disse que ia matar o Snape? – perguntou Lilian – É pelo que aconteceu antes do jogo?
- O balaço que me acertou, ele tava me seguindo. – disse Tiago – Com certeza tava enfeitiçado.
- É, eu vi que em alguns momentos você precisou fugir do balaço. – confirmou a ruiva – Mas o que isso tem a ver...
- O Snape tava no chão, perto da arquibancada, – contou Tiago – eu vi ele quando tava caindo, de varinha em punho e olhando pra mim. Ele tinha motivo, Lily, – continuou ele – devia estar furioso porque o truque antes do jogo não funcionou, e... Lily, o que você vai fazer? – perguntou ele, ao ver a ruiva levantar-se.
- Eu volto já. – respondeu ela, muito séria, e já se afastando.
- Lily, espera! – chamou Tiago – Aonde você vai?
- Eu não demoro. – disse Lilian, já saindo pela porta.
A ruiva deixou a Ala Hospitalar, andando rápido, e segurando a varinha com força na mão direita. Passou pelo Grande Salão, pela biblioteca e pelo salão dos monitores, sem encontrar o que procurava, então rumou para os jardins. Encontrou com Isabelle no meio do caminho, mas sequer parou para falar com a amiga.
- Viu o Snape, Isa? – perguntou ela, ao avistar Isabelle.
- Não, mas o que... – começou Isabelle, mas se interrompeu quando a ruiva simplesmente continuou andando – Lily, espera! O que houve?
- Não posso parar agora. – respondeu Lilian – Se vier comigo, eu explico enquanto andamos.
Isabelle seguiu caminhando junto com a amiga, que então lhe contou o que Tiago havia dito a ela na Ala Hospitalar.
- Merlin! Eu não acredito! – exclamou a morena.
- Pois é. – disse a ruiva, inexpressiva – Vem, os amiguinhos dele estão ali.
As duas foram andando em direção à beira do lago. Nott, Avery e outro garoto da Sonserina jogavam cartas à sombra de uma árvore.
- Cadê o Snape? – perguntou Lilian, quando ela e Isabelle alcançaram os garotos.
- Como se atreve a... – começou Avery, mas foi logo interrompido.
- Cadê o Snape? – repetiu a ruiva, furiosa.
- Eu não...
- Só responde a droga da pergunta! – gritou Lilian.
- No salão comunal, mas... – respondeu o sonserino, mas antes que terminasse a frase, a ruiva já lhe dava as costas, rumando para a entrada do castelo, com Isabelle em seu encalço. As duas entraram no castelo, seguindo em direção às masmorras. Desceram os degraus de pedra, entrando em um corredor mal iluminado, por onde Isabelle seguia Lilian, sem nada dizer. Os corredores frios e escuros davam voltas e voltas, indo cada vez mais fundo por debaixo da escola, mas a ruiva parecia saber exatamente onde estava indo. Elas viraram em mais um corredor escuro, e avistaram um garoto com o uniforme da Sonserina, saindo por uma abertura na parede, que se fechou logo em seguida.
- Ei, você! – chamou Lilian.
O garoto olhou para as duas grifinórias, detendo-se um instante a mais em Lilian, ou melhor, no distintivo de monitora preso às vestes da ruiva.
- Conhece Severo Snape? – perguntou Lilian, e o garoto assentiu – Ele está aí dentro? – o garoto concordou novamente – Pode chamá-lo pra mim?
O sonserino continuou fitando-as por um instante, e depois se voltou para a parede, dizendo algo, provavelmente a senha, em voz baixa para que elas não ouvissem. Uma porta de pedra escondida na parede lisa e úmida deslizou para o lado, e o garoto entrou novamente no salão comunal. Quando retornou, trazia Snape junto com ele.
- Lilian? – perguntou o sonserino, surpreso – Mas o que...
Ele não teve chance de terminar a pergunta que formulara, pois Lilian se aproximou, muito séria e andando rápido, e deu-lhe um sonoro tapa na cara. Alguns alunos da Sonserina que chegavam ao corredor, pararam para assistir à cena. Isabelle fitava a amiga, boquiaberta.
- Você é a criatura mais desprezível, mais asquerosa e mais repulsiva da face da Terra! – gritou a ruiva – Eu tenho nojo de você!
Snape olhou para a garota, parecendo ao mesmo tempo chocado e profundamente ferido. Levou a mão ao rosto, onde estava a marca vermelha dos cinco dedos da mão de Lilian.
- Nunca mais chega perto de mim, do Tiago, ou de qualquer um dos meus amigos, você entendeu? – disse Lilian, os olhos chispando de raiva – Nunca mais!
E dizendo isso, deu as costas ao sonserino, ainda sem reação, pegou Isabelle pela mão e começou a andar rumo à ponta do corredor. Elas haviam dado apenas alguns passos quando Isabelle virou-se para Lilian com uma expressão levemente marota.
- Lil... você não vai me pôr em detenção se eu fizer uma coisinha, vai? – perguntou ela, baixinho.
- O quê? – perguntou Lilian.
- Isso. – respondeu Isabelle. Ela deu uma olhada por cima do ombro e escondendo a varinha na manga comprida das vestes, apontou-a para Snape. O sonserino sequer soube o que o havia atingido. Isabelle, boa em feitiços não-verbais, não precisou pronunciar o feitiço que, atingindo o garoto, arremessou-o violentamente para trás, e quando ela e Lilian olharam na direção da entrada do salão comunal, o garoto já estava estatelado no chão, completamente zonzo.
- Ooops! – fez Isabelle, fingindo uma cara inocente, e as duas deixaram o corredor, rindo.


N/A[2]: agora sim, oi, gente! Cá estou, deixando mais dois capítulos. A fic tá se encaminhando para o fim, agora, eu já tenho ela quase pronta. Espero que gostem desse post novo. Beijos!

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