Paixões problemáticas



Os três voltaram ao castelo, e foram almoçar. Os lugares à mesa da Grifinória estavam exatamente conforme os desejos dos Marotos, ou pelo menos de dois deles. Como sempre, Lilian e Isabelle estavam sentadas juntas, e havia justamente um lugar ao lado de cada uma delas. Tiago bagunçou ainda mais os cabelos, naturalmente rebeldes, e correu para sentar ao lado da ruiva, que quase engasgou ao vê-lo acomodar-se ao seu lado, e Sirius dirigiu-se ao lugar vazio ao lado de Isabelle. Pedro encontrou um lugar um pouco mais afastado, mas não pareceu importar-se muito, pois logo já estava concentrado em encher seu prato com o máximo possível de comida.
- Oi, ruivinha. – cumprimentou Tiago, ao sentar-se.
- É Evans, Potter. – respondeu Lilian, entredentes.
- É Tiago, Lily. – retrucou o garoto, frisando o apelido, e fazendo a ruiva ficar ainda mais irritada.
- Oi, Charmant. – cumprimentou Sirius – Se importa? – perguntou, apontando o lugar ao lado dela.
- Deixa de besteira e senta logo, Black. – respondeu a garota, voltando novamente a atenção para seu prato, enquanto o garoto se acomodava.
Algumas garotas da mesa dos leões se entreolharam; Alice olhava a cena, boquiaberta, e Emmeline cutucou Marlene, que não gostou muito do que viu.
- Quer dizer que você tava falando sério, lá no salão comunal? – perguntou Sirius, depois de se servir.
- Não acreditou por que não quis. – respondeu Isabelle levemente sarcástica, sem erguer os olhos.
- Remo mandou dizer obrigado. – disse ele, sem se abalar.
- Não há de quê. – respondeu a garota – Mas acho que agora não é o melhor momento pra falar sobre isso, você não acha? – perguntou ela, finalmente encarando-o.
- É, você tá certa. – concordou ele, sustentando o olhar dela num breve duelo que acabou sem vencedor, pois ambos desviaram os olhos ao mesmo tempo.
Eles continuaram almoçando, e nenhum dos quatro disse mais nenhuma palavra durante o resto da refeição. Depois, foram para a aula de Transfiguração. A professora McGonagall falou sobre os conteúdos a serem tratados naquele ano, e o interesse de Isabelle quando a professora mencionou que também teriam algumas aulas sobre Animagia, deixou Lilian intrigada.
- Como vocês devem ter percebido, caso tenham dado uma olhada no livro, – disse McGonagall, olhando para os Marotos – neste ano nós vamos nos focar principalmente na Transfiguração Humana, passando também pela Animagia.
- Veremos Animagia também, Professora? – perguntou Isabelle, endireitando-se na cadeira.
- Sim, mas apenas rapidamente. – disse a professora.
- Mas rapidamente quanto? – insistiu a garota. Lilian fitou-a, curiosa.
- Muito rapidamente. – explicou McGonagall – Iremos ver este tema apenas de maneira superficial, apenas um pouco de teoria, para que vocês conheçam o assunto. Não se animem, – disse a professora, ao ver as caras excitadas de alguns alunos – não irá sair nenhum animago desta sala.
Sirius, Tiago e Pedro não ouviram uma palavra sequer do que a professora falou, pois estavam muito ocupados, discutindo os acontecimentos da manhã.
- Cara! Ainda tô de boca aberta com o que o Aluado contou pra gente. – comentou Pettigrew.
- Ih, somos dois, então, Rabicho. – disse Tiago – Quem diria? A Charmant, logo ela, descobriu tudo. E mais, foi lá, não tá nem aí pro... probleminha cabeludo dele.
- É, Pontas. E eu aposto que o Aluado deve estar adorando essa preocupação toda dela. – comentou Sirius, fitando as costas de Isabelle.
Ao fim da aula, aproveitando que Lilian havia ido até a torre da Grifinória, Isabelle voltou à biblioteca, onde procurou livros que tivessem mais informações sobre lobisomens. A nova bibliotecária, Madame Pince, olhou desconfiada para a pilha de livros que ela havia selecionado. Na saída da biblioteca, a garota esbarrou em Sirius, deixando cair dois dos grandes livros que carregava.
- Ei, olha por onde anda! – disse ela, irritada, abaixando-se para recolher os livros.
- Foi mal, nervosinha! – disse Sirius, agachando-se para ajudá-la – Espera, que livros são esses? – perguntou ele, reconhecendo a capa do “Lobisomem: vilão ou vítima?” que acabara de recolher do chão.
- Não é da sua conta, Black. – disse ela, tirando o livro da mão dele de forma não muito delicada – O que faz na porta da biblioteca sozinho? Cadê os Marotos?
- Sei lá. – disse o garoto dando de ombros – O Pontas deve andar atrás da Evans; o Rabicho, procurando comida, e o Aluado... – ele abriu um leve sorriso – bom, o Aluado você sabe bem onde está.
- É, eu sei. – disse Isabelle, ignorando a malícia contida nas palavras dele – Falando nisso, me faz um favor? Separa uma roupa pra ele, e um cobertor também. – pediu ela – Amanhã eu vou lá de novo.
- Gostou do que viu, Charmant? – perguntou Sirius, aumentando o sorriso.
- Vai se ferrar, Black! – respondeu a garota, passando por ele e indo embora, furiosa.
A noite se passou sem maiores incidentes, exceto as habituais brigas de Lilian com Tiago, que já eram parte da rotina diária, e no dia seguinte, Isabelle voltou à Casa dos Gritos. Desta vez, foi mais bem equipada; além das roupas e da comida, ela levou um pequeno kit de curativos que continha vários frasquinhos com diferentes tipos de poções.
- Tá, Remo, agora fica bem quieto pra eu poder limpar esse corte no seu rosto. – disse ela, embebendo um pedaço de algodão com uma poção azul-clara.
- Ai, Isa! – disse o garoto, esquivando-se quando o algodão encostou no machucado – Isso arde!
- Eu sei. – retrucou Isabelle – Ela arde, mas vai fazer você ficar sem nenhuma marca, então agüenta.
- Tá bem, tá bem. – disse ele, resignado.
Ela limpou o ferimento rapidamente, enquanto Remo fazia caretas de dor. Depois fez sumir o algodão com um aceno de varinha.
- Pronto! Vai ficar novinho em folha. – disse ela, tampando o frasquinho de poção.
Lupin a observou guardar cuidadosamente os frascos de poções dentro da sacola.
- Eu nem sei como te agradecer, Isa. – disse o garoto – Você tá sendo um anjo.
- Imagina, Remo! – disse ela, sorrindo – Amigo é pra essas coisas.
Ele disfarçou a tristeza causada por aquelas palavras, ou melhor, apenas uma delas.
"Amigo..."
- Bom, deixa eu ir. – disse Isabelle, dando um beijo leve no rosto do garoto – A gente se vê.
- A gente se vê.
A lua cheia passou e Remo voltou da Casa dos Gritos. Alguns dias depois de seu retorno ao castelo, após o fim das aulas da tarde, Isabelle foi até a biblioteca com ele, que já tinha uma aparência bem menos abatida. Ela explicava para o colega algumas anotações que fizera das aulas a que ele não pôde assistir.
- Olha, isso é muito importante, Remo. Você não pode esquecer que as raízes de...
Remo ouvia as explicações apenas com metade de sua atenção. A outra metade estava voltada para os reflexos do sol de fim de tarde nos cabelos da garota, e no lindo azul dos olhos dela...
- Remo John Lupin! Presta atenção, pôxa! – ralhou Isabelle.
Lupin sacudiu a cabeça, como se estivesse saindo de um transe.
- Caramba, Isa, desculpa. Eu me distraí, e... – disse ele, tentando se explicar.
- Ah, isso eu percebi, né? – disse ela, com uma expressão levemente zangada – Mas no que você tava pensando? Chegava a estar sorrindo... será alguma garota? – perguntou ela, abrindo um sorriso.
- Pára, Isa. – disse Remo, encabulado.
- Quem será a dona dos pensamentos do Remo? – perguntou ela, rindo.
"Se você soubesse..." – pensou Lupin, corando logo em seguida.
- Ah, agora eu tenho certeza que tem uma garota nessa história – disse Isabelle rindo ainda mais.
A risada dela fez com que ele desejasse se aproximar mais, eles estavam tão perto, ele poderia beijá-la agora, mas...
- Não. – disse o garoto de repente, fazendo com que Isabelle o fitasse, confusa.
- O que houve, Remo? – perguntou ela.
- Ahn... nada. – respondeu ele, rapidamente – Vamos voltar pra poção do Slughorn?
- Tá bom, mas você ainda vai me contar. – disse ela, voltando a sorrir marotamente.
- Voltando às anotações... – começou ele, mas não pôde terminar a frase, pois foi interrompido pela chegada de Lilian, que vinha, aos gritos, com Tiago em seu encalço.
- Eu já disse que não, Potter! – gritava a ruiva – Me esquece, garoto, que saco!
- Shhh... – fez Madame Pince, com o indicador sobre os lábios.
- Ah, qual é, Lily?! – disse Tiago, bagunçando os cabelos, enquanto Lilian revirava os olhos. Ela olhava para todas as mesas de estudos, procurando por Isabelle e Remo.
- Evans, Potter! Pra você é Evans. – retrucou Lilian, zangada – Isa! Graças a Merlin, te achei! – disse ela, chegando à mesa dos colegas – Preciso de umas anotações suas da última aula do Flitwick. Me empresta?
- Claro! – disse Isabelle – Mas aqui eu só tenho o material de Poções. Faz o seguinte, – sugeriu ela – vai indo pra torre que eu já encontro você lá.
- Tá. – concordou a ruiva – Você fica, Potter. – disse ela, ameaçadora, enquanto se virava e deixava a biblioteca.
Isabelle começou a juntar seu material, enquanto Tiago se lamentava por ter levado mais um fora da ruivinha.
- Que droga! – gritou ele, passando as mãos pelo cabelo – Ela não me dá uma chance!
- Shhh... – fez Madame Pince outra vez, com uma expressão severa.
- Ela não acredita em você, Tiago. – disse a garota, calmamente – E, bem, é difícil mesmo acreditar, afinal, você é o maior galinha da escola, depois do Black, é claro.
- Obrigado pela parte que me toca. – disse Sirius, chegando por trás de Isabelle e assustando a garota.
- Aaai! Black! – gritou ela – Você me assustou!
- Shhh... – fez a bibliotecária, já impaciente, pela terceira vez.
- E não era um elogio. – disse Isabelle, um pouco zangada, para Sirius. Remo riu.
- Magoou, Charmant. – disse Sirius, com uma falsa expressão de tristeza.
- Com ela é diferente! – disse Tiago, exasperado – Nem eu sei por quê insisto em gostar dela desse jeito, já que ela vive gritando comigo e não suporta sequer a minha presença. Mas eu não consigo tirar ela da minha cabeça! Não consigo ficar com mais ninguém, é ela que eu quero.
- Que coisa mais gay, Pontas! – disse Sirius, rindo – Não nega que é um veado, mesmo.
- Ah, cala a boca, seu cachorro pulguento. – respondeu Tiago, impaciente – E é cervo!
- Ei! Pulguento não! Eu sou bem cheirosinho... – retrucou o outro, fingindo indignação – E cervo, veado, é tudo a mesma coisa.
- Não é, não! – respondeu Tiago.
- É sim! – disse Sirius.
- Eu já sei disso tudo, Tiago. – falou Isabelle, interrompendo a discussão dos dois – Mas não é a mim que você tem que convencer.
- Mas eu já tentei de tudo... – resmungou Tiago, amuado.
- Das formas erradas. Esse seu jeito é que estraga tudo, Tiago. – disse a garota, enquanto fechava sua mochila – Além disso, a Lily é tão teimosa! Se tivesse um jeito de... – começou ela, falando mais para si mesma.
- Peraí, Charmant! Você tá pensando em me ajudar? – perguntou Tiago, incrédulo.
- Talvez. – respondeu Isabelle, com ar pensativo – Me deixa pensar um pouco. Até mais, meninos. – disse, levantando-se e indo atrás da amiga.
Os três garotos se entreolharam, surpresos.
- Ela tava falando sério? – perguntou Tiago.
- Parecia. – disse Lupin.
- Ah, deixa isso pra lá por enquanto, Pontas, e vamos nessa também. – disse Sirius – Você tem treino agora, o time já deve estar indo pro campo. – disse ele, puxando Tiago pelo braço para fora da biblioteca, sendo seguido por Remo que vinha logo atrás, fechando a mochila enquanto andava.
Isabelle chegou ao salão comunal da Grifinória e encontrou Emmeline e Alice conversando em um dos sofás. As duas estavam tão concentradas na conversa que nem perceberam a presença da amiga.
- Ah, Lice, ele é tão fofo! – suspirava Emmeline.
- É, mas... ah, sei lá, Line! – retrucou a outra – Você já viu a rapidez com que ele troca de namorada?
- Eu sei, mas... ainda assim acho que vale a pena...
- Oi, meninas! – interrompeu Isabelle – Viram a Lily? – perguntou ela.
- Ah, oi, Isa. – cumprimentou Alice.
- Ela subiu, Isa. Tá soltando fumacinha. – disse Emmeline, rindo.
- Foi o Tiago, de novo? – perguntou Alice.
- E você tem alguma dúvida, Lice? Quem mais consegue deixar ela daquele jeito? – disse Isabelle, rindo também.
- Até quando será que a Lily vai negar que ele mexe com ela? – perguntou Emmeline.
- Ih, Line! Se depender dela, pro resto da vida. – respondeu Isabelle, subindo a escada para o dormitório.
Lá chegando, encontrou a amiga, ainda emburrada, arrumando algumas folhas de pergaminho.
- Xiii... ainda tá estressada? – perguntou ela à amiga, largando a mochila ao lado da cama e sentando-se.
- Ai, o Potter me tira do sério! – reclamou a outra – Fica insistindo pra eu sair com ele. Será que ele não cansa de ouvir “não”?
- Mas você recusa por quê? – perguntou Isabelle, mesmo já sabendo qual seria a resposta. Ela já a ouvia há pelo menos dois anos.
- Ahn... deixa eu ver... porque ele é arrogante, infantil, metido, galinha... – enumerou a ruiva, sentando aos pés da cama de Isabelle.
- Peraí! Galinha não mais. – discordou a morena – Faz um tempinho que eu não vejo ele com ninguém.
- Que seja, – disse a ruiva, sem se abalar – mas ele continua sendo todo o resto. Além daquela mania irritante de mexer nos cabelos. Ah, e não esqueça daquele maldito pomo!
- Tá, e se ele não fosse tudo isso? – perguntou Isabelle.
Lilian a fitou, aturdida.
- Como assim, Isa? – perguntou ela.
- Você daria uma chance pra ele? – perguntou a morena – Se ele fosse diferente?
- Eu... não sei... – disse Lilian, confusa por um instante – se ele fosse diferente... – ela parecia considerar a idéia.
- Sim? – incentivou Isabelle.
Lilian percebeu a própria hesitação, e logo tentou consertar as coisas.
- Mas ele não vai mudar. – disse, levantando-se – Vai continuar sendo o mesmo Potter de sempre.
- Mas você pensou... – disse Isabelle.
- O quê? – Lilian virou-se rapidamente para a amiga.
- Você pensou, – repetiu Isabelle – cogitou a possibilidade.
- Pára, Isa! – disse a ruiva, corando – Você é que fica me confundindo!
Porém já era tarde. Lilian não viu o sorriso que surgiu no rosto de Isabelle. Ocorreu à morena uma idéia que tinha boas chances de funcionar, e, antes do jantar, ela despistou a amiga e foi falar com Tiago.
- Vai ser fácil, Almofadas. – disse Tiago, despreocupado, enquanto eles caminhavam em direção ao Salão Principal – Você vai ver.
- Você tá muito confiante, Pontas. – retrucou Sirius.
- O time deles tá fraco, metade dos jogadores saiu no ano passado. – explicou Tiago – Não tem chance...
- Tiago! – interrompeu Isabelle – Preciso falar com você.
- Tá. – disse o garoto – Senta aí. – ele apontou um dos bancos de pedra do corredor.
- Não, não. – disse ela – Lily não pode me ver sentada de papo com você.
- Certo, ficamos de pé, então. – concordou Tiago – Mas, afinal, o que houve?
- Eu tive uma idéia pra você se aproximar da Lil. – explicou a garota – Mas olha só, mato você se ela souber que eu estou metida nisso. – ameaçou ela.
- Tá, tá, eu não vou contar nada, juro. Fala logo, Charmant. – respondeu ele, impaciente.
- Calma, garoto! – disse ela, sorrindo – Você não se dá muito bem com Poções, não é?
- É, mas e daí? – perguntou Tiago, sem entender.
- Daí que você vai convencer a Lily a te dar umas... aulas particulares. – respondeu Isabelle, sorrindo marotamente.
- Aulas particulares? – ecoou Tiago.
- Bom, é ano de N.I.E.M.'s, e a Academia de Aurores não aceita nada abaixo de um Excede Expectativas, como você bem sabe. – explicou a garota calmamente.
Tiago ficou pensativo.
- E você acha que isso vai convencer a Lily? – perguntou Sirius, cético – Sem chance, Charmant. Ela não vai topar.
- Cala a boca, Black. – disse Isabelle, mas não de forma ríspida – Ela vai topar. Se fizermos tudo direitinho, ela vai. Aí, passando um tempo sozinhos, você vai ter a chance que precisa pra provar pra ela que não é tudo aquilo que ela pensa. – disse ela.
- Tá, mas como vamos fazer isso? – perguntou Tiago, parecendo ainda em dúvida.
- Eu já vou explicar. Mas antes, me deixa avisar, Potter...
- Ih, Pontas, chamou pelo sobrenome... – disse Sirius, já rindo.
- Acho bom estar sendo sincero – disse ela, de dedo em riste – Não se atreva a machucar minha amiga, ou vai se ver comigo.
- Não se preocupa com isso, Charmant. Eu tô falando muito sério, gosto mesmo dela. – disse o garoto com sinceridade.
Algo no jeito com que ele falou convenceu Isabelle.
- Bom, sendo assim, eu pensei o seguinte... – começou ela, mas foi interrompida por Sirius.
- Ih, Charmant, a explicação vai ter que ficar pra depois. – disse ele – Aí vem a ruiva.
- A gente conversa depois. – disse Isabelle, se afastando dos garotos.
- Tava procurando você! – disse Lilian, quando a alcançou – O que você tava conversando com os garotos? – perguntou, desconfiada.
- Nada não, Lil. Só umas tarefas que eles não fizeram e queriam copiar de mim. – mentiu a morena.
Lilian soltou um muxoxo.
- Eles não têm jeito mesmo. – disse ela, sacudindo a cabeça em desaprovação.
E as duas foram então para o Grande Salão para o jantar. Na mesa da Grifinória, um pouco distantes de onde as garotas estavam, os Marotos discutiam sobre a conversa com Isabelle.
- Qual será o plano da Charmant? – perguntou Sirius.
- Sei lá. Mas seja lá o que for, eu vou tentar. – disse Tiago, decidido – Uma chance é uma chance. Além disso, ela é amiga da Lily, deve saber o que tá fazendo.
- Falando na ruiva, ela tá olhando pra você, Pontas. – comentou Pedro.
Tiago olhou para onde Lilian estava. Ela corou e desviou o olhar rapidamente, com uma expressão zangada.
- Devia estar pensando num método particularmente doloroso de me matar. – disse Tiago, dando de ombros.
- Talvez não. Lembra do que a Charmant falou? – perguntou Sirius, sorrindo.
E ele tinha razão. A expressão de raiva de Lilian fora apenas por ter sido pega olhando atentamente para alguém a quem, supostamente, ela detestava. Assim que percebeu que Tiago a havia surpreendido, virou rapidamente o rosto pra o outro lado, como se estivesse conversando com as meninas.
“Isa e suas idéias!" – pensava ela, enquanto tomava um grande gole de suco de abóbora.
Mais tarde, já na torre da Grifinória, Isabelle voltou a fugir de Lilian para ir falar com Tiago.
- Não tenho muito tempo. – disse ela ao chegar ao salão comunal – Eu disse pra ela que só vinha buscar um livro que tinha esquecido. Bom, voltando ao nosso assunto...
E ela então começou a explicar o plano que havia bolado. Após a explicação, Isabelle respondeu a todas as perguntas de Tiago, e quando eles acertaram todos os detalhes ela levantou-se para voltar ao dormitório.
- Qual foi o feitiço que lançaram em você, Charmant? – perguntou Sirius.
- Hã? – ela o encarou, sem entender.
- Você tá diferente. Quebrando regras, ajudando o Pontas, invadindo o dormitório masculino...
Isabelle corou levemente e depois deu de ombros.
- É verdade. – concordou Tiago – Quanto ao Remo eu até entendo, mas quanto a mim... Por que você tá fazendo isso, Charmant? – perguntou ele.
- O quê? – perguntou ela, inocentemente.
- Me ajudando. – disse ele.
- Honestamente? – perguntou Isabelle – Não faço idéia. Ela pira se descobrir. E é por isso que você tem que ficar de bico calado.
- Tá. Eu já disse que não vou falar nada. Mas... você acha mesmo que eu tenho chance? – perguntou Tiago – Falando sério, Charmant.
- Lily me mata se souber que eu disse isso, – disse Isabelle – mas... acho, acho sim.
O garoto sorriu, satisfeito.
- Bom, deixa eu ir, antes que ela venha me buscar. – disse a morena – Boa noite.
- Boa noite. – responderam os dois garotos.
Isabelle começou a andar na direção da escada, mas quando colocou o pé no primeiro degrau, ouviu Tiago chamá-la.
- Ahn... Charmant?
Ela virou-se para onde eles estavam com uma expressão interrogativa no rosto.
- Obrigado. – disse ele.
Isabelle acenou com a cabeça, sorrindo e depois subiu para o dormitório, deixando para trás dois Marotos bastante pensativos.
Eles haviam decidido dar início ao plano nos dias seguintes, mas um pequeno incidente quase pôs tudo a perder. No fim, porém, acabou por tornar as coisas mais fáceis.


Por favooooor!!! pessoinhas fofas que estão lendo, digam-me algo!!! Estou roendo os dedos (visto que unhas já não tenho) pra saber o que vocês estão achando dessa historinha. Please, comenteeeeeem!!! Beijokas!!!

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