De volta a Hogwarts
Fora um breve momento de confusão, devido ao súbito desaparecimento de um dos monitores – Lupin – o desembarque dos alunos na estação de Hogsmeade decorreu de forma tranqüila, e a chegada à escola foi igual a todos os outros anos. Após a seleção dos alunos novos, Dumbledore levantou-se para dar as boas-vindas aos alunos.
- Sejam bem vindos e bem vindos de volta, alunos de Hogwarts! Hoje damos início a mais um ano de estudos em nossa escola, mas creio não ser a hora apropriada para discursos. Vamos comer!
Os pratos então se encheram com uma variedade enorme de comidas, e logo todos estavam concentrados em aproveitar o seu jantar, comendo, conversando e rindo animados. Quando todas as sobremesas haviam sido devidamente devoradas, e o nível de ruído no Salão recomeçou a aumentar, o diretor levantou-se, fazendo as conversas cessarem e todos voltarem sua atenção para ele.
- Bem, agora que já saboreamos este esplêndido banquete, peço alguns minutos de sua atenção para os nossos habituais avisos de início de ano letivo. – disse Dumbledore, sorrindo – Primeiro, é proibido sair do castelo antes das oito da manhã e depois das oito da noite. Não é permitido aos alunos, salvo aos monitores em seus dias de ronda, estar nos corredores após as dez horas da noite. Segundo, e para o Sr. Filch, fundamental, devo alertá-los que os produtos da Zonko's são proibidos no interior do castelo, bem como praticar magia nos corredores durante os intervalos das aulas. Sr. Filch me pediu também para avisá-los que a lista de objetos proibidos cresceu, novamente. A lista completa deve ter uns... – Dumbledore parou, pensativo por um instante – bem, muitos itens, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, caso alguém tenha interesse. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido entrar na floresta que faz parte da propriedade. E alguns de nossos alunos mais antigos fariam bem em se lembrar desta proibição. – neste ponto, o diretor olhava diretamente para os Marotos, pois era fato conhecido de todos que os quatro já haviam se enfiado na floresta muito mais do que apenas algumas vezes.
Isabelle viu Tiago e Sirius trocarem olhares cúmplices. Dumbledore continuou com seus avisos.
- Devo lembrá-los também que as visitas a Hogsmeade são restritas aos alunos a partir do terceiro ano, somente com expressa autorização dos pais ou responsáveis para os menores de idade. Os treinos de Quadribol devem ter início na terceira semana de setembro, e os interessados em fazer parte dos times devem falar com a nossa professora de vôo, Madame McFly.
O ruído depois do último aviso voltou a aumentar, Dumbledore, então, bateu com um garfo na borda de sua taça, chamando novamente a atenção dos estudantes.
- Agora temos um assunto não tão ameno para tratar. Em vista dos acontecimentos recentes, creio que vocês devam estar a par da situação atual do nosso mundo. Lord Voldemort – ao ouvir esse nome, muitos se encolheram – ganha cada vez mais poder, e tem cada vez mais seguidores. Lamento ter de dizer isto a vocês, mas creio que uma era de trevas e dificuldades está à nossa frente, e cada um deve pensar bem na posição que irá adotar, diante desse fato. – Dumbledore encarava os alunos, um a um. Pareceu a Tiago que ele se detivera um instante a mais na mesa da Sonserina – É mais importante do que nunca, renovar e fortalecer os antigos laços de amizade, e criar outros tantos novos, pois unidos somos muito mais fortes, e estaremos muito mais bem preparados para enfrentar o que quer que esteja em nosso futuro.
Neste momento o silêncio no Grande Salão era total. O que diretor falou sobre Voldemort era de fato, algo do interesse de todos. O bruxo estava reunindo cada vez mais seguidores, e disseminando o ódio e a intolerância na comunidade bruxa e, sobretudo, o medo entre os nascidos trouxas.
- Bem, acredito que já tenha falado o suficiente, e dado coisas o suficiente para vocês pensarem. – disse o diretor – Tudo o que nós precisamos neste momento é de uma boa noite de sono. Monitores, por favor, guiem seus colegas de casa até os respectivos salões comunais. Boa noite a todos.
Mais tarde, no salão comunal da Grifinória, enquanto conversavam sobre as férias e discutiam sobre as palavras do diretor, Isabelle sentiu falta de um dos colegas. Porém, ao olhar para a enorme lua cheia no céu, compreendeu o motivo da ausência de Remo. Ela voltou a se questionar se teria realmente coragem para fazer o que havia planejado durante as férias. Não gostava de quebrar regras mas, neste caso, abriria uma exceção.
- É verdade que você fez uma tatuagem, Isa? – perguntou Alice Jenkins, amiga de Isabelle e Lilian e companheira de quarto.
- É, sim. – disse Isabelle, mostrando o desenho no pulso.
Lilian a fitou, curiosa, como que perguntando sobre a outra tatuagem, mas nada disse; Isabelle olhou de volta, de forma significativa, e a ruiva deu de ombros. Elas eram assim. Se conheciam e se entendiam tão bem, que na maior parte das vezes um gesto simples como aquele olhar era o suficiente para que uma soubesse o que a outra estava pensando ou sentindo. Só conseguiam esconder alguma coisa uma da outra se estivessem realmente muito determinadas a fazê-lo.
- Que linda! – comentou Alice – O que significa?
- Coragem.
- Legal! – disse a outra – Eu tenho vontade de fazer uma, mas... – ela riu – não tenho coragem.
- Nem dói tanto assim, Lice. – disse Isabelle, rindo também.
- Meninas, – interrompeu Marlene McKinnon, também companheira de quarto – eu conheci um garoto muito gato nas férias, Marcus é o nome dele. Ele é da Durmstrang. Alto, moreno, musculoso...
- E aí, Lene? – perguntou Alice.
- Ah, eu tive que tirar uma casquinha, né? – disse Marlene, com um sorriso malicioso.
- Lene! – exclamou Emmeline Vance, a última ocupante do quarto.
- Ah, qual é, meninas, eu não sou de ferro. E, afinal, sem o Sirius por perto, eu tinha que arrumar outra diversão... – retrucou Marlene, arrancando risadas das demais meninas.
Mais tarde, quando todos já dormiam, Isabelle aproveitou para escrever com calma em seu diário, o pequeno pingente de diamante de sua gargantilha entre os lábios, como era costume quando se concentrava em algo.
"Não acredito que a Lily realmente insinuou aquilo. Eu, euzinha, Isabelle Charmant, interessada de novo em Sirius Black. Ela só pode estar pirando! Eu tinha só catorze anos e era uma tonta. Recaída! Ora, bolas! Tudo bem que aqueles olhos e aquele sorriso dele são realmente lindos, isso é inegável... aaaaai! Pára tudo! Do que é que eu tô falando, ou melhor, escrevendo? É o Black! O Black, Isabelle! Além de ser um Maroto, ele é o MAIOR GALINHA DE TODA HOGWARTS, todo mundo sabe disso. Recaída. Que bobagem!"
No dia seguinte, Isabelle e Lilian acordaram cedo, se vestiram e rumaram para o Grande Salão. Como já era hábito, foram as primeiras grifinórias a chegar, mas para o desespero de Lilian, logo os Marotos chegaram para o café.
- 'Dia. – resmungou Pedro, sentando-se e já começando a se servir.
- Bom dia, meninas. – disse Sirius, sonolento.
- Bom dia. – responderam as duas.
- Bom dia, meu lírio! – disse Tiago, sentando ao lado de Lilian.
- É Evans, Potter! Evans! – disse a ruiva, irritada – E cadê o Remo, hein? Não vejo ele desde o trem.
Os Marotos se entreolharam.
- Ahn... sei lá. – respondeu Sirius, hesitante – Achei que ele já tinha descido. – disse, parecendo subitamente interessado em um pote de geléia sobre a mesa.
Isabelle fitou-o, mas nada disse. Serviu-se de mais uma xícara de café bem forte, e depois perguntou a Lilian:
- Qual é mesmo a primeira aula?
- Poções. – respondeu a ruiva, sorrindo. Poções era sua matéria preferida.
- Ah, ótimo. Começamos bem. – resmungou Isabelle.
- Ah, qual é, Charmant? Você é tão boa em Poções quanto a Evans. – comentou Sirius, enquanto enchia uma torrada de geléia.
Isabelle corou levemente.
- O problema é que o Slughorn me detesta na mesma medida em que adora a Lily. – retrucou ela.
- Bom, chega de reclamação. – disse Lilian – Vamos andando?
Quando eles chegaram às masmorras, o professor Slughorn já os aguardava, com sua barriga, que parecia ainda maior que no último ano, a careca lustrosa, e seu bigode que lembrava ligeiramente o de uma morsa.
- Bem vindos! Bem vindos de volta, meus caros! – dizia ele, animado – Srta. Evans. Como foram as férias?
Ele jamais escondera sua predileção por Lilian. Ela era uma ótima preparadora de poções.
- Bem, Professor, obrigada. – respondeu a ruiva.
- Tomem seus lugares! – disse o professor – Black! Potter! Parem já com isso!
Os dois garotos haviam enfeitiçado a mochila de Pedro, que agora corria pela sala, latindo como se fosse um cão. Eles retiraram o feitiço, e sentaram em seus lugares.
- Bem, hoje teremos uma tarefa fácil, apenas para relembrar. – disse Slughorn, em pé diante da classe – Vocês podem escolher uma entre as poções que estão no quadro negro para preparar. Todas elas são conhecidas suas e são relativamente simples, então, mãos à obra!
Todos os alunos pegaram seus materiais e se puseram a trabalhar. Logo a masmorra estava repleta de diversos aromas, alguns agradáveis, como o leve aroma frutal da poção de Lilian, outros nem tanto, como o cheiro da poção de Pedro, que lembrava levemente repolhos velhos.
O dia passou rápido e, para o alívio dos Marotos, Lilian não voltou a perguntar por Remo. À noite, quando todos foram jantar, Isabelle ficou na torre da Grifinória, lendo. Estava com uma forte cólica que nem poções nem os remédios trouxas de Lily haviam feito passar, e isso havia tirado seu apetite. Sentada em uma das poltronas, ela viu Sirius chegar ao salão comunal, com a gravata em uma das mãos e o uniforme totalmente desalinhado.
- Charmant? – disse ele, parecendo alarmado – O que você tá fazendo aqui?
- Bom, Black, caso você não lembre, durante alguns meses do ano eu moro aqui. – respondeu ela, irônica.
- Vamos nessa, Sirius, a gente tá atrasado! – disse Tiago, descendo a escada do dormitório masculino – O Rabicho até foi jantar. Você fica de pegação pelos corredores e... Charmant? – ele parou de falar bruscamente ao perceber a presença da garota.
- Oi, Tiago. – disse ela, calmamente – Calma, meninos! Eu sei onde vocês estão indo. Não vou dizer pra ninguém que os vi sair.
- Não sei do que você tá falando, Charmant. – disse Sirius, tentando soar despreocupado.
- Ah, tá bom, Black. – disse a garota, impaciente – Só tomem cuidado, tá? Boa noite.
Ela fechou o livro que tinha no colo e, fazendo uma careta de dor, subiu a escada para o próprio dormitório.
- Você acha que ela tava falando sério? – perguntou Tiago, preocupado.
- Sei lá. – respondeu Sirius, dando de ombros – Mas a gente pensa nisso depois. Temos que ir logo encontrar o Aluado. – disse ele, já se encaminhando para a saída da torre.
Na manhã seguinte, Isabelle acordou muito cedo, e sem fazer barulho para não acordar nenhuma das meninas, sobretudo Lilian que tinha o sono muito leve, vestiu-se e deixou o dormitório. Ela foi até o dormitório masculino e, pedindo a Merlin e todos os outros grandes bruxos que nenhum dos garotos acordasse, procurou por uma cama vazia, até encontrar.
- Lumus! – sussurrou ela, e a ponta da varinha se acendeu – “Cara, eles mal chegaram e isso aqui já tá uma zona!”
Ela desviou do malão de Tiago, que jazia aberto no chão, e do monte de roupas de Pedro, que estavam jogadas no meio do quarto.
- Cadê você... – murmurou ela, procurando o malão de Remo – vamos... aqui! – falou, um pouco mais alto do que pretendia.
- Hmmm... – ouviu Tiago resmungar.
“Não acorda, por favor...” – pensou ela, enquanto pegava o cobertor que estava sobre a cama, e procurava as roupas no malão – “Merlin, por favor, me ajude...”
- Nox! – disse, num sussurro, enquanto se dirigia à porta.
- Lily... por favor... não grita... – murmurava Tiago em seu sono.
Isabelle soltou um suspiro de alívio; ele estava apenas sonhando.
“Peraí! Sonhando com a Lily...” – ela pensou, enquanto deixava o quarto na ponta dos pés, contendo a risada que lhe veio aos lábios.
Saindo da torre da Grifinória, ela foi à cozinha, onde conseguiu com os elfos uma cesta com alguns pães, bolos e frutas, que ela levou junto com as roupas e o cobertor ao sair da escola. Tomando cuidado para não ser vista, ela seguiu o mesmo caminho que vira os Marotos percorrerem, alguns meses atrás. Alcançou o Salgueiro Lutador e, imitando fielmente o que havia visto, imobilizou a árvore usando um comprido galho seco que encontrou caído no chão, e entrou pelo buraco entre as raízes da enorme árvore, chegando a um túnel. Ela caminhou pelo túnel durante um longo tempo, até que encontrou um alçapão, por onde subiu.
- Foi o que eu pensei! – disse ela, olhando ao redor.
Estava na Casa dos Gritos, não havia dúvida. Ela revistou os cômodos do andar de baixo; estavam vazios. Então, lentamente, subiu a escada, que rangiu alto. Assim que chegou ao andar de cima, deu de cara com uma porta entreaberta; empurrando-a devagar, ela encontrou o que estava procurando.
- Ah, Remo... – murmurou ela, penalizada.
Remo Lupin jazia no chão, nu; felizmente, de bruços. Seu corpo estava cheio de cortes e hematomas, e ele parecia dormir profundamente.
Isabelle largou a cesta no chão, próximo à porta, pegou o cobertor e cobriu delicadamente o garoto, que respirou fundo e então se moveu, inquieto. Depois, voltou-se para deixar o lugar, mas foi detida pela voz sonolenta de Lupin, que contra todas as possibilidades, acabara acordando.
- Isa?
"Droga!" – pensou ela, enquanto se virava para onde o garoto estava – Ahn... oi, Remo. – cumprimentou, embaraçada.
- Há quanto tempo você tá aí? – perguntou ele, ruborizando, e cobrindo-se um pouco mais com o cobertor.
- Não muito. – respondeu Isabelle, corando também – Ahn... eu juro que não olhei, Remo. Eu entrei, deixei as coisas ali, e cobri você. Eu... achei que você estaria com fome, e que... precisaria de roupas. – explicou ela, fazendo o garoto ficar ainda mais vermelho.
- Você... você sabe...? – ele a encarou.
- Aham. – disse ela, um pouco mais calma – Eu vou sair... pra você poder se vestir.
- Tá.
Lupin vestiu as roupas rapidamente. Apanhou sua varinha, que ficava escondida para que ele não a danificasse durante as transformações e conjurou uma bacia e água limpa, para lavar o rosto.
- Estou pronto! – gritou ele, quando acabou de calçar os sapatos.
- Agora sim. – disse Isabelle, voltando ao cômodo – Bom, eu... não posso ficar muito. Não quero confusão logo no início do ano.
- Claro. Você tá certa. – disse Lupin – Mas... como descobriu? – perguntou ele.
- Bom, parando pra prestar atenção, fica meio óbvio, né? – perguntou ela – Você some sempre na lua cheia, dá uma desculpa pior que a outra. Eu já perdi a conta de quantas vezes a sua avó morreu, Remo.
Lupin deu uma risada nervosa. Isabelle sentou-se, para ficar na mesma altura que ele.
- E você... não se importa? – perguntou ele, fitando as próprias mãos, com medo da resposta – Por eu ser o que eu sou?
- Claro que não, Remo. – disse Isabelle, ao que o garoto voltou a encará-la – Isso não muda nada. Os Marotos não são os seus únicos amigos, sabia? – disse ela, sorrindo.
- Eu... eu sei. – respondeu ele, tímido.
- Você não tá com fome? – perguntou ela, para aliviar o clima – Eu trouxe bolo, suco, algumas maçãs...
Ele foi até a porta e pegou a cesta que ela trouxera, depois, voltou a sentar-se.
- Está servida? – perguntou, tirando o prato de bolo de dentro da cesta.
- Ah, não, não, obrigada. – respondeu ela – Fique à vontade.
Lupin conjurou um copo e serviu-se de suco de abóbora.
- Como conseguiu as roupas? – perguntou ele, tomando um grande gole do suco.
- Ahn... – ela hesitou – eu... fui até o dormitório de vocês.
- O quê? – Remo quase engasgou.
- Tiago chama a Lil enquanto dorme. – disse ela, mudando de assunto para disfarçar seu embaraço.
- É, nós agüentamos isso o ano todo. – disse ele, percebendo o ardil, e caindo nele de propósito.
- Bom, eu... tenho que ir. – disse ela, levantando-se.
- É, melhor. – concordou Lupin – Valeu mesmo, Isa.
- Tudo bem. – disse ela, com um sorriso – A gente se vê.
- Tá. Tchau.
Isabelle fez o caminho de volta correndo, e por pouco não foi pega por Filch quando entrava no castelo. Chegou ao Grande Salão ainda ofegante, a tempo de ver Lilian dando os primeiros gritos do dia com Tiago.
- Você é mesmo muito chato, Pot... Isa! Onde você tava? – perguntou a ruiva ao ver a amiga chegar – Acordei e não te achei em lugar nenhum.
- Ahn... eu... acordei super cedo, – disse a morena, hesitante – e... fiquei com pena de te acordar...
Tiago se aproximou novamente de Lilian, por trás, e apoiou o queixo no ombro da garota para ouvir as vacilantes explicações de Isabelle, o que deixou a ruiva ainda mais zangada.
- Potter! Se fizer isso de novo, juro que vou esquecer que Maldições Imperdoáveis são imperdoáveis! – gritou ela, furiosa, desvencilhando-se dele – Fala, Isa.
- Bom, eu... ah, esquece isso, vai? – pediu Isabelle, tentando fugir do assunto – Eu tô morrendo de fome!
Eles não teriam aulas pela manhã, então o grupo logo se dispersou. Lilian e Isabelle foram à biblioteca, enquanto Sirius, Tiago e Pedro iam à Casa dos Gritos ver Lupin. Os três tiveram uma grande surpresa, ao encontrar o amigo já vestido, comendo tranqüilamente uma maçã.
- Como é que é? A Charmant esteve aqui? – perguntou Sirius, incrédulo, depois que Remo contou a eles o que havia acontecido.
- Aham. – confirmou Lupin – Eu não sei como, mas ela descobriu tudo, o que eu sou, o esconderijo, tudo.
- Cara, essa garota é... – Sirius se interrompeu – ... peraí! Se ela veio aqui antes de você acordar... – ele deixou a frase no ar.
- É, Sirius, – disse Lupin, já corando – mas ela jurou que não tinha olhado, e...
- E você acreditou, Aluado? – perguntou Sirius, com um sorriso maroto – Você ouviu isso, Pontas?
- Hã? Do que é que vocês estão falando? – perguntou Tiago, confuso, tirando de dentro do bolso o pomo de ouro, roubado da caixa de bolas de Quadribol da escola.
- Pontas, eu não acredito que você não devolveu esse pomo no fim do ano. – censurou Lupin.
- Eu esqueci, Aluado. – respondeu Tiago – Bom, durante as férias ninguém ia precisar dele mesmo. – disse ele, dando de ombros.
- Ei, ei, ei! Não muda de assunto, lobinho. – disse Sirius.
- Afinal, do que é que vocês estão falando? – perguntou Tiago – Eu não tô entendendo nada.
- Pontas, às vezes você é tão lerdo... – disse Sirius, revirando os olhos – A Charmant viu o Aluado sem roupa!
Tiago olhou de um amigo para o outro, aturdido por um instante, mas logo abriu um sorriso tão malicioso quanto o de Sirius, e soltou o pequeno pomo no ar, para a alegria de Pedro.
- Não tem graça, vocês dois! – disse Lupin, ainda mais vermelho – Foi embaraçoso.
- Ha, ha, ha! Olha o Aluado, parece um tomatão! – riu Pedro.
- Cala a boca, Rabicho! – disse Lupin, nervoso – Foi legal da parte dela ter vindo, fora a parte em que ela me viu, ahn... – ele hesitou – bem, pelado. Ela não teve medo ou, sei lá, nojo de mim, e parecia preocupada de verdade comigo.
- Bom, preocupada ela devia estar, né, Aluado? Ou não teria vindo até aqui. – comentou Tiago, sem tirar os olhos da bolinha dourada que voava pelo cômodo.
- É. – concordou Lupin, por um instante surpreso com as sensatas palavras do amigo – E no fim, eu fiquei tão envergonhado que nem consegui falar direito com ela.
- Pode deixar que eu mando os seus agradecimentos, Aluado. – disse Sirius – Bom, gente, vamos indo. A aula depois do almoço é com a Minerva, e vocês sabem como ela é.
- É, e, além disso, eu tô morrendo de fome! – disse Pedro.
- Novidade! – disseram os outros três Marotos, rindo.
- A gente se vê à noite, Aluado. – disse Tiago, dirigindo-se para a porta.
- Tá. Até a noite!
Por favor, pessoinhas que estiverem lendo... COMENTEEEEM!!!! Mesmo que seja pra dizer que tá uma droga, que é pra eu parar de escrever e ir dormir. Ou então, o que seria muito bom, pra dizer que estão gostando, dar opiniões, sei lá. Mas, please, eu preciso saber o que vocês estão achando!!!
Bjokas!!!
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