Cap 10
Os sons noturnos quebravam o silencio lá fora, enquanto Harry pensava, deitado na cama. Como ele conseguiu sobreviver aquele dia infernal? Mas embora as coisas houvessem mudado, não estava bem certo se haviam mudado na direção desejada.
Tinha de admitir que desde o inicio ele se sentira atraído por Hermione. Mas quem ficaria ileso aos seus encantos?
Engraçado, sorriu, olhando para o teto. De repente ela não parecia mais tão maluca. Oh... Precisava sair daquele hotel, antes que cometesse alguma loucura, uma loucura da qual ele se arrependeria pelo resto da vida.
Josh comentou sobre a greve dos ônibus, e disse que não terminaria antes do final de semana. Essa informação significava que ate lá, ele ficaria preso ali, com ela.
Rolou para o lado e olhou para Samuel, dormindo na cama da direita. Era um homem esquisito, de poucas palavras e dava a impressão de não dar a menor importância a sua presença. Mas ele lhe assegurou que dentro de um ou dois dias a direção do hotel teria novas acomodações para lhe oferecer.
Harry não tinha tanta certeza disso. Na verdade, não tinha certeza de nada, especialmente em se tratando de hermione. Mas talvez ele estivesse exagerando, não havia nada entre eles, nada alem de duas pessoas totalmente diferentes, e seria difícil algo duradouro se desenvolver entre eles.
No entanto, pela primeira vez na vida, ele começou a achar que talvez devesse a prudência de lado e se arriscaria. Poderia ser divertido.
- Eu desisto. Não vou entrar nesse lugar – harry parou no corredor, ao se aproximar do auditório.
Hermione não acreditava que conseguira tirá-lo do quarto e trazê-lo ate ali.
- Não seja teimoso, você precisa assistir a essa sessão – ela insistiu, passando o braço pelo dele e forçando-o a seguir em frente.
- No panfleto dizia que todos os participantes serão beneficiados. A sessão é dirigida especialmente àqueles que se sentem inseguros quanto... Quanto às atividades oferecidas pelo hotel – ela deu tapinhas confortadores em sei braço ao se aproximarem da porta de madeira – não se preocupe. Não sairei do seu lado.
Harry a fitou, irado.
- Isso de fato será uma grande ajuda. Você é maluca e não sei o que estou fazendo aqui.
- Ambos concordamos que viríamos a sessão. Falamos sobre isso esta manha, quando o acordei.
Isso foi bem cedo, Samuel já havia saído quando ela chegou no quarto.
- Ainda não estou totalmente acordado. Preciso de um café.
- Não arrume desculpas. Vamos entrar, confie em mim.
- Confiar em você? Por que deveria?
Hermione sorriu e o impeliu através da porta de entrada do auditório.
Harry suspirou. Pelo menos, ali dentro ele não correria o risco de encontrar com pessoas inconvenientes.
- Vou sentar lá atrás – disse, afastando-se quando hermione parou junto à primeira fileira de cadeiras.
- Volte aqui, Harry James Potter, e sente-se perto de mim. Quer ou não quer participar da sessão?
- Acho que você não vai querer que eu seja sincero.
- Harry!
Ele a ignorou e foi sentar-se na ultima fileira. Em seguida lhe sorriu de modo triunfante.
- Não sei porque ainda insisto com você.
- Já basta, hermione – suficientemente irritado por ter sido arrastado ate ali, harry preferiu evitar mais um conflito.
Ela ficou onde estava, sem nada dizer, movendo-se inquieta no assento.
Ótimo, harry pensou. Hora da virada.
- Você podia tentar ser mais agradável, afinal não há motivo para se sentir constrangido – insistiu ela, olhando para frente. De repente, virou para trás e o fitou – ou será que estou enganada?
Harry sorriu docemente.
- Eu? Constrangido? Na verdade, tenho medo de chocá-la. Sem falsa modéstia, devo dizer que sou bastante...
A porta do auditório se abriu de repente, interrompendo-o.
- Oh, mais que prazer! Temos convidados esta manha!
Era um homem com aproximadamente cinqüenta anos, cabelos grisalhos e um pouco mais longos que o normal e usando uma toga larga. Dirigiu-se à frente do auditório.
Para surpresa se ambos, tratava-se de Samuel.
- Sejam bem-vindos – o companheiro de quarto de harry proclamou – que bela manha, não acham? – aproximou-se de hermione e inclinou-se em sua direção, como que para partilhar de um segredo – não vejo a hora de acabar com isso e ir curtir o dia lá fora – então se endireitou e estendeu a mão.
Harry não podia ver o rosto de hermione, mas jurava que ela sorria ao apertar a mão dele.
- Bem, minha linda... Meu nome é Samuel.
- Bom dia, Samuel. Eu sou Hermione.
Harry notou que ela estava por demais empolgada com Samuel. Estaria tramando algo? O homem obviamente era um idiota. Quem mais usaria aquela toga ridícula?
Samuel então o fitou.
- Ei, você ai, na ultima fila. Não quer vir se sentar aqui na frente? Eu não mordo!
- Não, obrigado! Estou bem aqui.
- Certo. Se vocês estão bem, eu também estou – Samuel então levantou a mão – esse é o nome do jogo aqui. Relaxar e evidentemente, curtir! – virando-se, Samuel aproximou-se de uma espécie de pódio e subiu os dois degraus – posso perceber que esta é a primeira vez de vocês em uma praia de nudismo, portanto, vamos direto ao assunto. Oh, eu adoro virgens.
Harry balançou a cabeça. Minha nossa, onde fui me meter?
- Como eu disse, a palavra-chave aqui no Éden 2 é relaxamento – Samuel continuou – vocês precisam estar relaxados para expandir suas mentes, permitir a si mesmos curtir e realizar coisas que normalmente não se permitiram realizar. E poderão realizar muitas coisas. Mas, claro, depende de vocês – ele sorriu, em seguida fechou os olhos e estendeu os braços a frente.
Hermione o observava atentamente.
- O exercício que lhes mostrarei a seguir os ajudara a relaxar e a libertar suas mentes. Tentem comigo, repitam comigo... Humm.
Hermione então fecho os olhos e passou a imitá-lo. Harry ficou a observá-la, seu adorável perfil, suas pálpebras cerradas, seu corpo esguio tão convidativo. Que sabor teria a sua pele? Qual era mesmo o perfume dos seus cabelos?
Samuel pigarreou, chamando a atenção de harry para si. Harry notou que ele mantinha o olho direito aberto, fitando-o. Teve a sensação de que o homenzinho era capaz de ler seus pensamentos.
- Mais uma vez... Repitam comigo – continuou Samuel, as mãos estendidas à frente, a palma virada para cima – Humm. Humm. Relaxem.
Harry não moveu um só músculo. Mais de uma vez, ao longo daquela semana, perguntou-se porque estava naquele hospício. Precisava encontrar um meio de sair dali. Tinha que haver um.
Olhou para hermione e admitiu que ela o intrigava, como nenhuma outra já fizera.
- O segredo para uma melhor qualidade de vida, uma vida mais saudável é viver em comunhão com a natureza. Precisamos também ficar atentos as armadilhas que a sociedade nos impõe, a tortura diária sofrida por milhões, que são forçados a cobrir seus corpos, a fugir da verdade...
- Que absurdo... – harry murmurou e mudou de posição no assento.
-... todos nos precisamos estabelecer uma meta... – Samuel continuava.
De repente, dois homens entraram no auditório e caminharam na direção onde hermione se encontrava sentada. Sentaram-se na fileira imediatamente atrás da dela.
Harry não acreditou nos próprios olhos. Devia estar imaginando coisas. Eram Fred Johnston e Dino Southworth, seus colegas de trabalho em Seattle, em pessoa! O que estariam fazendo ali?
Samuel, enquanto isso, prosseguia com sua ladainha, porem Harry não ouvia uma só palavra.
Hermione agora se sentava a moda indiana, as pernas cruzadas sob o corpo, aquelas pernas bronzeadas e fantásticas, as mãos pousadas levemente nos joelhos, as palmas para cima, o rosto levantado em direção ao teto, os olhos fechados.
Atrás dela, Fred e Dino a observavam, fazendo comentários maliciosos entre si, os olhos avidos percorrendo-a. Miseráveis! Na certa tentavam imaginar como ela seria nua.
Samuel então abriu os olhos e abaixou as mãos, olhando diretamente para os recém-chegados. Após um momento, hermione abriu os olhos e pousou os pés no chão. Dava a impressão de estar em transe, os olhos fixos em Samuel que, de repente, dirigiu-se a Fred e a Dino.
- Sinto muito, cavalheiros, mas vou pedir que se retirem. Estão interrompendo a nossa meditação.
Fred e Dino continuaram onde estavam, sorrindo feito dois idiotas.
- Senhores, estou falando com vocês! Vieram aqui para brincar, e isso é coisa seria – Samuel ergueu o tom de voz – peçam reembolso na administração. Podem sair.
Os dois homens sentados atrás de hermione trocaram olhares. Fred então se levantou.
- Escute aqui, senhor... – ele tentou lembrar o nome.
- Samuel, meu nome é Samuel.
- Certo Samuel. Deixe ver se entendi. Você acha que estamos com vontade de brincar e por isso quer que nos retiremos...
Samuel assentiu.
- Exatamente. Agora, se nos der licença... eu e as pessoas aqui presentes gostaríamos de continuar com a sessão. A srta. Hermione, aqui presente, é uma pessoa bonita e possui uma aura pura.
Dino cutucou Fred nas costelas.
- Bonita eu posso concordar, mas pura...?
Hermione naquele instante se levantou para encarar os dois homens. Harry reconheceu sua expressão zangada e teve certeza de que ela estava prestes a colocar os dois em seus devidos lugares. Não pensou duas vezes. Pulou por sobre as quatro fileiras de cadeiras que separavam dos dois homens. Parou atrás de Dino e pousou a mão em seu ombro. Surpreso. Dino se virou. Foi quando harry o agarrou pelo colarinho.
- Você não deveria fazer julgamento apressado a respeito de quem não conhece, Southworth.
Dizer que Fred e Dino ficaram surpresos era uma grande verdade, mas harry concluiu ser ele o mais surpreso ali. Nunca antes se aproximara de alguém de forma tão agressiva.
- Mas que coincidência! Você por aqui, Harry Potter?
Harry largou Dino e olhou para Fred.
- O que estão fazendo aqui?
- Estamos de férias. O que mais seria? – os dois responderam em uníssono.
Harry afastou-se ligeiramente, os olhos estreitados. Cruzou os braços diante do peito.
- Esperam que eu acredite nisso?
Fred deu de ombros.
- Após tratarmos de sua viagem a Jamaica, não resistimos a vir conhecer o lugar – Fred tornou a olhar para hermione e deu uma risadinha.
Hermione procurava manter distancia deles. Tinha uma expressão intrigada no rosto, mas quando Fred virou-se e sorriu, ela sorriu-lhe também, de modo hesitante. Harry sentiu a temperatura do corpo se elevar alguns graus.
Ela era uma mulher volúvel, daquelas que davam confiança para qualquer um. Que grande tolo ele fora.
Harry nem sequer se deteve para dar explicação. Simplesmente deixou o auditório, sem olhar para trás.
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Até o proximo pessoal...
Espero q tenham gostado desse cap...Comentem...
Beijosss
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