O falso Draco
_ [i]“Ele tem uma filha...” [/i]– Stephane andava de um lado para o outro ao lado da cama de Harry. – [i] “Ai meu Deus! Ele tem uma filha! Como eu poderia imaginar? Harry Potter era um pobre órfão, criado por tios trouxas que o odiavam, perseguido por um bruxo das trevas poderosíssimo! Onde ele arranjou tempo para se apaixonar e ter uma filha?!” [/i]
Stephane se sentou na beradinha da cama. Estava se sentindo péssima. Sentia que havia roubado a vida de Harry. Havia pensado nisso logo que o encontrara, mas sempre imaginou que Harry Potter fosse sozinho, que não tinha ninguém que pudesse sentir sua falta, a não ser aqueles que o idolatravam como um herói.
No fundo ela achou que o estava ajudando, fazendo-o descobrir uma outra vida, já que ele nunca recuperaria a antiga. Mas ela não imaginava que, com isso, o havia impedido de ver a filha nascer, crescer. Nunca imaginou que pudesse tê-lo separado da mulher que amava. Quem imaginaria que um adolescente perseguido por bruxos das trevas teria tempo para pensar em outra coisa a não ser salvar a própria vida.
[b] Flashback [/b]
_Um aborto? Nunca imaginei passar por tamanha vergonha! – um homem de olhar feroz e expressão rígida, falava. Seu bigode tremulando freneticamente enquanto praguejava. – Será o fim de nossa família! Vergonha! Vergonha pura!
_Não fale assim, papai! – Augustine, com as mãos apoiadas nos ombros da irmã, que chorava descontroladamente, pedira.
_Cale a boca, Augustine! Você não entende?! Afaste-se dessa menina! Ela é um aborto!
_É minha irmã! – Augustine gritou.
_Nunca! – o homem gritou mais alto ainda. – Nunca! Os Sandler só tiveram uma filha! Apenas uma! – ele olhava com raiva para a menina encolhida no chão. - Saia já da minha casa sua...
_Não, George! – a mãe se pronunciou, finalmente. – A menina não tem culpa de ter nascido sem magia. E é nossa filha! Tem apenas 11 anos! Você não pode expulsá-la de casa!
_Eu posso e eu vou! – ele esbravejou.
_Não, George! Por favor! Ninguém nunca saberá! Diremos que ela foi para uma escola de magia no exterior! Diremos que ela morreu subitamente, mas não a expulse dessa casa. É apenas uma criança!
_É uma aberração. – ele afirmou. – E eu não quero ter que olhar para ela nunca mais! – o homem girou sobre os calcanhares e saiu da sala.
_O-obriga-gada, mamãe. – ela soluçou.
_Vá para o seu quarto, Stephane! – a mãe falou, sem olhá-la. – E não saia de lá até a hora do jantar!
Resignada, Stephane se levantou e caminhou, lentamente, arrasada, a irmã sempre a seu lado.
_Você pode ficar, Augutine. – a mãe falou.
_Não! – Augustine respondeu. Também tinha lágrimas nos olhos. – Ela é minha irmã, não importa o que vocês digam! E eu vou ficar com ela!
_Augustine!
_Vocês são uns monstros! – ela berrou. – Eu odeio vocês! Não se preocupe, Stephane. Vai ficar tudo bem. Eu estou com você. Não se preocupe!
[b] Fim do flashback [/b]
_ [i] “Mas eu preciso dele... E ela já o esqueceu mesmo... E a menina não o reconheceu. Nunca fará diferença se ele não souber!” [/i] – ela tentava convencer a si mesma. – [i] “Eu jurei que voltaria ao mundo dos bruxos, e é o que eu vou fazer. Em grande estilo! Com o herói do mundo bruxo, renascido das cinzas, graças a mim!”[/i] – ela suspirou. – [i]“Mas não é justo...” [/i]
_Algum problema, Stephane? – Harry entrou no quarto secando os cabelos que tinha acabado de lavar.
_Não. – ela sorriu, forçosamente. – Nada não.
_Você parece preocupada com alguma coisa. – ele caminhou até a cama, onde se sentou para secar os pés e terminar de se trocar.
_Estou um pouco... Um pouco cansada. Só isso... – ela sentou ao lado dele, mas não teve coragem de tocá-lo. Estava se sentindo terrivelmente culpada.
_Você vai dormir aqui? – Harry perguntou, apreensivo, mirando os olhos dela com cautela, tentando não deixar transparecer que não a queria ali aquela noite.
_Hum... Não sei... – ela recusou-se a olhá-lo. Os olhos verdes que sempre a encantavam agora a faziam se sentir mal.
_Não sabe? – ele riu, surpreso. – Você nunca perde a chance de dormir aqui quando pode.
_Te incomodo? – ela retrucou, sem pensar, sentindo-se ofendida.
_Não é isso. – ele foi rápido. – É só que...
_Você está me convidando? – ela levantou-se, para enfatizar o quanto havia ficado chateada.
_Hum... Eu estou um pouco cansado, sabe?
_Depois que nos casarmos, Josh, você não vai poder me expulsar de casa por estar cansado. – ela ficou de frente para ele, com os braços cruzados e o olhar realmente triste. – Você ainda quer se casar comigo, Josh? – a pergunta saiu queimando seu peito.
_Claro... – ele respondeu inseguro, se concentrando em procurar o pé esquerdo da meia que pretendia calçar.
_Josh... – ela se aproximou, sentou-se ao lado dele e, colocando carinhosamente a mão em seu rosto, virando-o para si, falou: - Eu te amo... E espero que você nunca duvide disso... Em nenhuma circunstância. Quero que saiba que eu te amo muito! – então lhe deu um beijo no rosto e se levantou. – Eu vou te deixar descansar agora...
_Stephane... – Harry chamou. Estava confuso com a reação dela. Stephane sempre o tratara bem, era atenciosa e ele nunca duvidou de que ela sentia algo realmente forte por ele, mas ela nunca havia falado que o amava. – Você está bem mesmo?
_Sinceramente? Não... – ela baixou os olhos. Parte do que diria ali era verdade. – Estou me sentindo muito mal porque estou te sentindo cada vez mais distante de mim... – ela o encarou. – Desde que aquela menina apareceu em nosso caminho. – nesse ponto o coração dela se apertou dolorosamente.
_É só uma criança, Stephane. – ele tentou sorrir para mostrá-la que aquele ciúme era infundado.
_Não é ela que me preocupa. – Stephane respondeu. – Mas o fato dela estar conseguindo te fazer pensar mais na mãe dela do que em mim. Isso não é fácil para mulher nenhuma, sabia?
Harry respirou fundo e baixou o rosto. Sabia que Stephane estava certa. Já havia se dado conta que aquela desconhecida, que ele só vira por foto, estava tomando mais espaço em seus pensamentos que qualquer outra coisa ou pessoa.
_Eu sinto muito, Stephane, mas eu fiquei preocupado. Aquele Malfoy...
_Você já disse isso! – ela o cortou. – E eu acho muito nobre de sua parte toda essa preocupação, mas talvez você pudesse se preocupar um pouco mais comigo também. Com os meus sentimentos. – cada palavra que ela dizia lhe incomodava profundamente, mas era algo que ela precisava fazer, ao menos para ganhar tempo, até decidir que caminho tomar. Ela o olhou mais uma vez, penetrante. – Eu vou para minha casa. Você precisa descansar, e pensar... – deu meia volta e saiu do quarto.
Decididamente ele estava se sentindo culpado. Suspirando mais uma vez, Harry caminhou de volta a cama e sentou-se com os cotovelos apoiados nos joelhos. Não parava de pensar em como Stephane deveria estar se sentindo com aquela situação. Ela fora a única pessoa a lhe estender a mão quando ele sofrera o terrível acidente que lhe tirara a memória, e era assim que ele lhe pagava.
Por outro lado, Harry sentia também que tinha o dever de, no mínimo, avisar Gina do possível perigo que estava correndo. Mesmo que essa desconfiança fosse apenas uma grande antipatia que surgira por Draco Malfoy em seu rápido encontro. Ele devia isso à Lily. Havia prometido a ela, e não costumava quebrar promessas.
Cansado e confuso, Harry terminou de se vestir, desceu para a cozinha, onde preparou, no forno de microondas, uma bandeja de qualquer coisa congelada, foi para a sala e ligou a televisão. Ficaria por ali mesmo, fazendo hora até a meia noite, quando entraria na Internet e diria tudo à Gina, mesmo que isso lhe custasse a parca amizade que estavam cultivando há algumas semanas.
_ [i] “1 hora da manhã...” [/i]– ele pensava, sentado em frente ao computador, navegando aleatoriamente, na esperança que a caixa de diálogo indicasse que Gina estava on line. – [i] “Se não entrou até agora, não vai entrar mais...” [/i] – ele mexeu a cabeça de um lado para o outro, tentando relaxar os músculos que já doíam por ficar tanto tempo sentado na mesma posição em frente ao monitor. – [i] “O que será que houve?” [/i] – desistindo, Harry desligou o computador e foi se deitar, decepcionado.
[hr]
_ [i] “1 hora da manhã...” [/i] – Gina pensava. – [i] “1 hora e eu ainda não consegui pegar no sono.” [/i] – ela bocejou com vontade.
Sono ela tinha, mas não conseguia dormir. Toda vez que fechava os olhos imaginava se Josh estaria on line, esperando para falar como ela como vinha fazendo quase todos os dias. Então o sono lhe abandonava, ela olhava para o relógio ao lado da cama e ficava vendo os minutos passarem, até suas pálpebras pesarem, ela fechar os olhos, e pensar em Josh de novo.
_Droga, Gina! – ela falou consigo mesma.
Ao seu lado, ela sentiu o corpo quente de Draco se movimentar. Ela havia sido pega de surpresa, depois do jantar, pela presença dele. O recebeu carinhosamente, sabendo que ele nunca ficava até muito tarde, porque sempre tinha negócios a tratar muito cedo no dia seguinte, mas aquela noite ele ficou. Gina não podia, simplesmente, dispensá-lo. Seria estranho para uma noiva, que acabara de adiantar seu casamento, dispensar o noivo apaixonado e cheio de carinho. Ele ficou. E ela não pudera falar com Josh...
[hr]
_ [i] “Como eu não pensei nisso antes?” [/i] – Harry desceu para o café da manhã muito mais animado do que quando fora dormir. – [i] “Eu posso pegar o endereço dela na lista telefônica!” [/i]
Sorridente, esquecendo-se completamente da fome, Harry procurou a lista em sua estante. Demorou alguns minutos para encontrá-la, já que ele quase nunca a usava. Assim que a achou levou-a até a mesa do telefone e a abriu. Foi direto para a letra W e, ansioso, acompanhou com o indicador os nomes que se seguiam.
_Watson, Walburg, Wa..., Wa..., We... Wea…Wean…Weasley! - seu coração deu um salto em seu peito. – Weasley, Ginevra M. Só pode ser ela! – comemorou.
Imediatamente ele tentou se lembrar onde poderia encontrar, o mais rápido possível, uma caneta e um papel para anotar o número e o endereço. Amaldiçoou-se por nunca ouvir o conselho de Stephane e deixar uma caderneta de anotações ao lado do telefone. Irritado consigo mesmo ele colocou a lista, aberta, sobre a mesinha do telefone e...
_De onde veio isso? – ele se perguntou. Ao lado da lista havia surgido um pedaço de papel amarelado e com aspecto de coisa antiga. – Estranho...
Agora só faltava a caneta. Tudo que ele achou foi um lápis, sem ponta, mas...
_Mas o quê? – ele se espantou novamente. – Eu estou precisando trocar as lentes. Tenho certeza que você estava sem ponta! – ele falou olhando para o lápis.
Decidido a não perder mais tempo, Josh simplesmente anotou o número e o endereço.
_Acho que seria bom ligar antes... – ele olhou para o relógio. Eram oito e três. – [i] “Será que ela já saiu?” [/i]
Mesmo assim arriscou. Suas mãos suavam enquanto ele aguardava o telefone ser atendido. O aparelho chamou uma vez, duas, três, qua...
_Hum... Ehr... Sim? – uma voz masculina, parecendo confusa, atendeu. – Tem alguém aí? – a voz perguntou, diante da falta de resposta do outro lado da linha.
_ [i]“Ele está lá.”[/i] – Harry se assustou. – [i]“Droga.” [/i] – com medo de piorar as coisas, desligou. – [i] “E agora?” [/i]
[hr]
_Gina. Você tem certeza que esse negócio funciona mesmo? – Draco perguntou, afastando o fone do ouvido, desconfiado.
_Claro que funciona. Por quê? – Gina veio da cozinha, curiosa.
_Sei lá. – ele colocou o fone no gancho. – Eu atendi, mas ele não fez som nenhum. Depois começou a apitar...
_A linha deve ter caído. Acontece... – ela deu de ombros.
_Ou a pessoa não quis falar com você! – Lily descia as escadas, já emburrada. – Eu não ia querer!
_Você está querendo ficar de castigo, Lily? – Gina perguntou, brava.
_Não. Desculpe. – ela passou direto por Draco e tomou seu lugar a mesa.
_ [i] “Não quis falar comigo?” [/i] – Draco se perguntou. – [i] “Potter... Será?” [/i]
_O café está servido, Draco.
_Hum... Acabei de me lembrar. – ele foi até Gina e beijou-lhe, rapidamente, os lábios. – Não vou poder tomar o café com você, querida. Tenho que ir.
_Mas por que a pressa? – Gina perguntou, confusa.
_Negócios. – ele respondeu, pegando sua maleta sobre o sofá e indo para a porta. – Acabei de me lembrar de uma reunião urgente. Tchau Gina! Nos vemos mais tarde!
_Espero que não. – Lily sussurrou.
[hr]
Aquela era a casa. Tinha que ser ela. A rua era aquela, o número era o mesmo. Tudo que o separava dele e de Gina era a rua. Harry respirou fundo e atravessou. Daria apenas uma espiadinha, para ter certeza de que Draco já havia saído. Ele com certeza não ficaria lá o dia todo, então tocaria a campainha.
_Que coincidência! – alguém falou.
Assustado, Harry parou no meio da rua para ver de quem se tratava. Draco estava parado na mesma calçada de onde ele viera, e estava sorrindo. Harry achou aquilo muito estranho, e teria ficado refletindo mais tempo, não tivesse sido sobressaltado por uma buzina.
_Sai da rua, seu louco! – gritou o motorista.
_Cuidado, Josh... – Draco falou, cínico. – Ruas são perigosas... – ele sorriu.
_Malfoy? – Harry perguntou, já na outra calçada.
_Parece que nós dois tivemos a mesma idéia, não? Visitar [i] minha [/i] noiva.
_Eu... – ele tentou. – Eu vim ver a Lily... Fiquei preocupado com ela. – respondeu.
_Lily? – ele olhou para os dois lados da rua. - Por quê? Algum problema com ela? – atravessou e parou em frente a Harry.
_Ela ainda não me parece aceitar bem essa situação. – Harry explicou.
_Crianças... – Draco girou os olhos. – Ainda assim você não tem nada a ver com isso. – falou, azedo.
Harry o fitava sentindo sua raiva crescer mais ainda. Draco deve ter percebido isso, porque em seguida falou:
_Escute, Josh, será que podíamos conversar um pouco antes de você entrar para ver a [i]Lily[/i]?
_Conversar? – Harry desconfiou.
_Na verdade... Eu gostaria de lhe pedir desculpas...
_Desculpas?
_Sim. – Draco fez sinal para que o homem o acompanhasse. – Eu não fui muito educado no nosso primeiro, e último encontro. Eu estava nervoso. Enfim... Perdi um pouco a calma.
_Você me ameaçou! – Harry respondeu, enquanto caminhava ao lado dele.
_Eu sei... – Draco colocou as mãos no bolso e baixou a cabeça, tentando parecer envergonhado. – É que... – ele suspirou. – Gina é uma mulher incrível! – ele olhou para Harry, passando sinceridade. – E eu sou um pouco... Ciumento. Lily me fez acreditar que você estava mesmo interessado em Gina e eu... Não suporto a idéia de perdê-la! Eu a amo! – ele parou, Harry parou com ele. – Você já amou alguém, Josh?
Harry tentou puxar pela memória. Não chegou nem mesmo a cogitar Stephane. Ele não a amava, e se dera, realmente, conta disso depois de ver Gina. Mas e antes? Antes do acidente? Será que ele amara alguém?
_Que pergunta a minha! – Draco sorriu e voltou a andar. – Você tem uma noiva. Deve amá-la muito. Com certeza tem apenas um carinho muito grande por Lily e quis ajudar, certo?
_Cl-claro... – Harry respondeu, confuso.
_Eu sou um homem inofensivo, Josh. Não seria capaz de ferir nem uma mosca, quanto mais um ser humano! Um igual! – ele sorriu mais uma vez, amigável. – Eu perdi a cabeça, mas isso não vai acontecer de novo, imagine! Foi besteira minha. Na verdade... O que mais me revoltou foi ver que você era comprometido. Eu pensei: é mais um cafajeste querendo tirar proveito da confiança de uma criança para se aproximar de Gina! Bobagem! Vê-se de longe que você não é desse tipo. Você parece o tipo de cara fiel até a morte. Duvido que faria qualquer coisa que magoasse sua noiva. Estou errado? – ele parou novamente.
Harry andou ainda alguns passos, perdido em pensamentos e remorsos. Havia saído de casa sem comer, não passara na loja, nem ao menos ligara para avisar. Tudo isso para ir atrás de outra mulher. Coisa que sua noiva, praticamente, implorara para ele não fazer. Agora estava ali, prestes a arruinar o casamento de um homem que é, simplesmente, louco pela noiva.
_Algum problema, Josh? – Draco perguntou, solícito.
_Não. Problema nenhum. – respondeu, evasivo.
_Que bom! – Draco suspirou. – Ufa! Estou me sentindo bem melhor! – sorriu. – Obrigado por me ouvir, Josh. Tinha certeza que você me daria essa chance. Agora... Aonde você ia mesmo? Ah sim! Falar com a Lily. É melhor se apressar. Daqui a pouco Gina a levará para a escola.
Harry olhou para Draco com surpresa. Agora ele queria realmente que Harry fosse até a casa de Gina? Só podia ser brincadeira.
_Bom. Eu preciso ir. – Draco estendeu a mão. – Até qualquer dia, Josh.
Harry não teve reação. Apenas olhava para Draco, tentando buscar no fundo de seus olhos cinzentos alguma sinceridade. Mas se Draco estivesse mentido, ele pensou, o estava fazendo muito bem. Sem muita opção, Harry estendeu a mão para ele também, mas antes que a tocasse...
...Santo Potter... – ele ouviu
_O que foi? – Draco perguntou, confuso.
_Santo Potter... – Harry falou. – Estranho...
O rosto de Draco esquentou. Ele tentou disfarçar o incômodo que aquilo havia lhe causado. Era assim que ele chamava Harry na escola.
_O-o que é estranho? – Draco sondou.
_Santo Potter... Ultimamente algumas palavras estranhas vêm surgindo em minha mente, mas não sei de onde as ouvi.
_Hum... Bom... Eu realmente preciso ir, Josh. Até... Até qualquer hora. – sem enrolar muito Draco deu meia volta e começou a se afastar.
Harry ainda ficou observando-o por um tempo, tentando se lembrar por que “Santo Potter” havia surgido em sua cabeça justo naquela hora, enquanto conversava com Draco Malfoy.
_Draco Malfoy... Tenho certeza que já ouvi esse nome antes.
Confuso, Harry começou a caminhar na direção oposta em que Draco tinha partido. Agora estava em dúvida se ia ou não falar com Gina. Ele ainda não conseguia acreditar em Draco, mas tinha medo de estar fazendo um julgamento errado dele por influencia de Lily, ou do ciúme que começara a sentir a algum tempo.
_E a Stephane? – ele se perguntou. – [i]“Eu devo tudo a ela... Não é justo fazer tudo isso às escondidas, como se fosse um crime.” [/i] – enquanto pensava, chegou à esquina da casa de Gina. Ela e Lily estavam saindo de carro. – [i] “Gina... Vai se casar com outro. E por que não o faria? Ela nem me conhece...” [/i]– suspirou. – [i] “Esqueça Josh. Um completo desconhecido não vai conseguir convencê-la, em cima da hora, a não se casar...” [/i]
Desanimado, depois de ver o carro sumir rua adentro, Harry decidiu ir embora. Era melhor assim. Lily teria que perdoá-lo por isso, mas ele não se sentia no direito de interferir, muito menos de ferir os sentimentos de Stephane, a única pessoa que o conhecia de verdade, e a quem ele devia tanto.
_Droga! – Draco resmungou, encostado numa árvore, observando os movimentos de Harry. – [i] “Essa foi por muito pouco. Se Gina o visse...” [/i] – ele passou a mão nos cabelos loiros, impaciente. – [i] “Será que ele está começando a se lembrar?” [/i] – pensou. – [i] “Mesmo que sejam lembranças jogadas... E se ele se lembrar? Preciso dar um jeito nisso! Potter não pode me atrapalhar! Ele não pode ganhar dessa vez! Eu tenho que dar um fim nisso. Tenho que dar um fim nele...” [/i]
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