um último beijo...



A pronúncia do nome dele fez com que ela se assustasse e encarasse Lupin estupefata.
_Sim, o Harry sabe investigar muito bem e você tem uma inteligência incrível. Quero que partam o mais breve possível.
Hermione tentava reverter a situação, mas Lupin disse por fim:
_Olha, não me importa qual o problema entre vocês, me importa o resultado final do trabalho de vocês, e eu não tenho dúvidas de que será ótimo. Agora, sugiro que vá se organizando.

Hermione levantou-se e saiu sentindo sua cabeça explodindo. Quando chegou ao seu quarto, jogou-se na cama e fechou os olhos querendo que o mundo acabasse naquele instante. Mas batidas na porta a alertaram para a realidade.

_Entre.

Mel entrou com um sorriso iluminado e sentou-se ao lado da amiga, que mantinha os olhos fechados.

_ Já viu quem está aí? _ disse Mel com entusiasmo.

_Não...

_O Harry.

_ah...

_Mais lindo do que nunca!

Hermione abriu os olhos relutante e sentou-se. Com um suspiro ela disse:

_Eu já o vi. Tive o desprazer de encontrá-lo enquanto ia para a sala do Lupin.

_Desprazer? Você pode enganar a todos, mas eu sei o que se passa nesse coraçãozinho...

_Olha eu não quero falar disso.

Mel abriu a boca para revidar, mas calou-se imediatamente ao ver o olhar frio da amiga. Algumas horas depois, Hermione estava na sala de reuniões sozinha esperando por Lupin. Uma chuva forte caía lá fora e isso a distraiu. Como ela conseguiria ficar sozinha com Harry em um país longínquo e desconhecido? Sua raiva por ele foi crescendo a cada instante em que ela se recordava daquela conversa em que ele pedia que se afastassem um do outro.

Uma lágrima silenciosa rolou em seu rosto e ela se apressou para enxugá-la, mas alguém presenciou esse momento. Alguém que deveria ser o último a ver aquilo.

¬_Incomodo?_ perguntou Harry sério, ainda parado na porta.

Hermione sentiu um frio percorrê-la ao ouvir aquela voz, mas concentrou-se em sua raiva para responder:

_Não. Lupin disse que já vem.

Ele fechou a porta e sentou-se em uma cadeira oposta a garota, que insistia em continuar focalizando as gotas de chuva que caiam lá fora. Mas a simples presença dela ali a incomodava. Ela sentia os olhos dele a analisando e não resistiu: olhou-o também. Como uma das lâmpadas da sala estava queimada, o local estava mal iluminado. Por isso, sombras cobriam um pouco o rosto dele.

Por um momento eles permaneceram naquela posição: um fitando o outro sem dizer nada. Quando, porém, ele abriu a boca para dizer algo, a porta se abriu mais uma vez e Lupin entrou sorridente.


_Boa noite, desculpem a demora.

_Tudo bem Lupin. _ disse Hermione aliviada por não estar mais a sós com Harry.

_Bom, eu os reuni aqui por que quero acertar alguns detalhes da viagem de vocês.

_Espere um momento... _ interrompeu Harry endireitando-se na cadeira. _ Você não me disse que eu iria a essa viagem acompanhado.

_Ah não? _ Lupin perguntou sem fitá-lo, fingindo espanto.

_Ah, senhor! _ disse Hermione irônica. _ Esqueci de alertá-lo ao fato de que o senhor Potter possui uma certa raiva em relação à minha pessoa, eu o assusto sabe?

_Eu sei Mione, mas eu já disse que vocês não podem misturar emoções com trabalho. Além disso, você e o Harry são meus melhores soldados, preciso de vocês juntos nessa missão.

_Sim, eu não vejo problema algum nisso. _ disse Harry sorrindo maldosamente. _ Mas receio que a srta. Granger esteja com medo de suas próprias reações, por isso esteja jogando todo o peso em mim.

_Bom... _ Lupin começou mas Hermione o interrompeu.

_O senhor não acha que está se dando importância de mais em relação a mim, senhor Potter?

_Claro que não srta. Granger. Apenas estou esclarecendo as coisas ao Lupin. Além disso, tadinho do Ronald né? Mas sabe ele de suas reações quando está a sós comigo...

_Por que não esclarece também o fato de que tem medo de ir comigo por que a namoradinha ficaria com ciuminho e te deixaria sozinho?

Harry colocou-se de pé e bateu o punho na mesa com raiva.

_Não coloque a Gina no meio disso...

_Você é um covarde mesmo...


_Chega!

O grito de Lupin os alertou. Harry sentou-se novamente, mas continuava encarando a jovem.

_Por favor, parem de brigar! Está decidido, vocês partirão depois de amanhã para a Suíça e ponto final. Podemos, agora, acertar alguns detalhes?

Os dois assentiram em silêncio. Porém, durante as duas horas daquela conversa, Lupin foi interrompido diversas vezes pela discussão dos dois.


Logo pela manhã, Hermione resolveu contar a novidade para Rony. Para isso, chamou-o para darem uma volta fora da Ordem. Ele a levou para um campo aberto, em uma cidadezinha próxima dali. Após beijos e carícias embaixo de uma árvore frondosa, ela disse seriamente.

_Querido, terei de fazer uma viagem amanhã.

_Ah é? Vai para onde?

_Para a Suíça.

_Uma missão?

_Sim.

Rony ficou em silêncio um momento, parecia pesar os prós e os contras daquela informação. Depois de um tempo, ele respondeu.

_Tome cuidado meu amor. Essas coisas são perigosas.

_Não se preocupe, eu sei me cuidar.

Rony a beijou com carinho, mas interrompeu o beijo imediatamente quando se lembrou de um detalhe importante:

_Você vai sozinha?

Hermione desviou seu olhar e respondeu:

_Não, o Potter vai comigo.

_Por quê?

_Por que... O Lupin quis assim.

Rony se afastou dela e pôs-se a observar os raios fracos do sol entre as nuvens pesadas.

_Não entendo por que o Lupin não me chamou para ir com você...

_Eu também não entendo... _ ela mentiu.

Vendo que ele não se movia, ela se aproximou dele e o abraçou. Deitou sua cabeça naquele peito tão acolhedor. Logo, os braços dele a acolheram. Ficaram assim algum tempo, até que ele segurou o queixo da jovem, fazendo-a olhar para ele. Rony estava sério e disse:

_Tudo o que eu quero é que você seja feliz.

Hermione sorriu e o beijou. Por algum motivo desconhecido, ela sentia que aquele seria o último beijo deles.

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