Amores Imperfeitos



Hermione não se lembrava de quando havia adormecido profundamente, mas sabia que quando acordou no dia seguinte, seu corpo estava agradecido por aquela noite de sono. Ainda na parte da manhã eles voltaram para a central da Ordem da Fênix. Chegando lá, uma garota pulou de alegria ao rever Harry. Era Gina, que agora parecia estar chorando de alegria. Hermione não pode deixar de sentir certo ciúme, o que fez com que ela fosse direto para seu quarto.

Após o almoço, ela foi preparar alguns relatórios obrigatórios. A sala que escolheu estava vazia. Mas se assustou quando alguém pousou a mão em seu ombro e disse:

_Então você é a famosa Hermione Granger?

Hermione olhou para a pessoa que dizia isto. Não reconheceu de imediato mas quando ele se apresentou, lembrou-se do folheto que tinha a foto dos “procurados”.
_Me chamo Adam. Desde que voltei, só ouvi seu nome.
_Espero que tenham falado bem.
Adam sorriu e sentou-se em uma cadeira ao lado dela.
_Fiquei sabendo que roubou o Maximum. Parabéns.
_Não foi muito difícil.
Adam voltou sua atenção para o pergaminho a sua frente. O silêncio caiu pesado, até que Rony entrou.
_Ei, Adam, que bom que voltou.
_È bom estar de volta.
_Mione, quer dar uma saída?
Hermione pensou um pouco. Realmente, fazia um bom tempo que não saía, sentia-se sufocada ali.
_Claro, você me espera um pouco? Preciso terminar isso aqui.
Rony concordou e saiu. Alguns minutos depois, ela se despediu de Adam e foi se arrumar. Seria a primeira vez que ela saía às ruas depois que virou uma inimiga do estado. Por isso, colocou um óculos escuro.
Rony a esperava na portaria, e não estava sozinho. Gina se agarrava a Harry, enquanto este parecia extremamente entediado.
_Vamos? _ Hermione perguntou

Depois de uma discussão entre Rony e Harry ( que Gina se intrometeu insistentemente), resolveram ir no carro de Harry. È claro que podiam aparatar, mas todos concordaram que seria mais divertido irem de carro. Durante toda a viagem, Gina e Rony discutiam que músicas iriam ouvir. Hermione ouvia aquilo e ria, mas se sentiu encabulada quando olhou sua imagem no retrovisor e encontrou os olhos de Harry a observando. Imediatamente ele voltou a mirar a estrada.

Quando chegaram à uma cidadezinha acolhedora, Harry disse:
_ Que tal aqui?
_Bom, se vocês quiserem a mesmice... _ disse Gina. Hermione não se controlou e respondeu:
_Eu adoro a mesmice!
Harry a olhou pelo retrovisor e não resistiu: teve que sorrir para ela. Hermione abaixou a cabeça e ouviu Rony dizendo:
_Acho que aqui está perfeito.
Harry procurou um lugar para estacionar. Assim que desceram do carro, perceberam que estava um pouco frio. Rony pegou o casaco de Hermione deu-lhe para que ela vestisse.
A cidade se chamava Little Months. Era pequena, mas aconchegante. Simpáticos chalezinhos se espalhavam pelo local, soltando fumaças convidativas pelas chaminés.
_Me sinto em casa. _ Hermione disse.
_Me sinto em paz. _ disse Harry perdido olhando as montanhas.
_Me sinto entediada.

Todos olharam para Gina, que tentava tirar o salto fino de sua bota enterrado na grama. Harry ajoelhou-se aos pés dela e, com cuidado, retirou o salto. Ela o olhou encantada, mas antes que pudesse dizer algo, Rony disse animado:

_Vamos gente! Temos a tarde toda!

Hermione o seguiu. Começaram o passeio pela praça central. Pelo visto, a cidade se erguia ao redor dela. Várias lojinhas se estendiam por uma rua, o que fez com que Hermione e Gina arrastassem Rony e Harry até lá. Hermione se concentrou em uma lojinha com uns chapéus lindos! Experimentava um por um, obtendo aprovação por Rony em todos. Enquanto experimentava um gorro fofo, ela sentiu que alguém os observava. Mas, ao olhar para trás não viu ninguém.

Após uma hora de passeio, eles resolveram parar para lancharem. Vários chalezinhos os convidavam para entrar. Mas um chamou a atenção pelo movimento. Eles se sentaram em uma mesa afastada. Hermione começou a reparar como ali era aconchegante e quentinho.

_De quem foi a idéia de sairmos?_ ela perguntou de repente.
_Minha!_ disse Gina entusiasmada. _ Eu estava entediada, então pensei “acho que vou chamar o Harry para darmos uma voltinha”, mas aí eu me lembrei que você e o Rony estavam namorando também...
_Também?_ Hermione a interrompeu. Gina ficou um pouco confusa, mas sorriu quando entendeu o sentido daquele também.
_Ah, você não sabia? Eu e o Harry estamos namorando, assim como vocês dois.

Nesse momento, Hermione encarou Rony desconfiada. Sim, eles já haviam se beijado, mas nunca falaram de namoro. Rony sorriu encabulado e disse:
_E então?

Hermione não pode deixar de perceber que Harry não tirava os olhos dela. Estava muito interessado na resposta a seguir. Mas, ele não saberia daquela resposta tão cedo. Um estrondo os alertou. As pessoas começaram a gritar, o restaurante virou um caos. De repente alguém puxou Hermione pelo braço e a jogou no chão. Nos momentos seguintes, ela se viu sendo puxada por Harry para fora do local e o restaurante desabando. Só
pararam de correr quando encontraram um beco que parecia seguro.


_O que está acontecendo?_ ela perguntou aflita.
_Acredite, eu adoraria saber a resposta para sua pergunta.
_Onde estão Rony e Gina?
_Devem ter saído correndo também, não se preocupe.
Hermione sentou-se no chão para descansar um pouco. Harry conjurou um patrono e ordenou que ele fosse atrás de Rony. Quando este partiu, eles ficaram em silêncio por um tempo, até que ela perguntou:
_Por que não salvou sua namorada?
_Eu salvei.
_Como?
_A empurrei da cadeira.
_Como você é cavaleiro.
_Aquele momento não pedia gestos nobres, pelo contrário.
Uma chuva fina começou a cair. Hermione estava cansada de ficar ali, queria procurar Rony e Gina, mas Harry a pediu que esperasse um pouco.
_Não estamos devidamente armados. _ ele dizia.
_Sim, e por isso eu vou deixar Rony e Gina correndo perigo?
_Duvido muito que eles estejam em perigo. O Rony sabe se cuidar.
_Por que você me arrastou para fora do restaurante e não a Gina?
Harry não sabia o que responder. Quando viu Hermione em perigo, não pensou duas vezes antes de pegá-la e tirá-la dali. Sentia que ela corria um perigo maior.
_Olha, se você não quiser me agradecer por ter salvado sua vida tudo bem, mas não me critique.
_Não estou te criticando. Só te fiz uma... DÁ PARA VOCÊ OLHAR PARA MIM PELO MENOS UM POUCO?
Harry a olhou no mesmo instante. Quando ele fez isso, Hermione calou-se. Se ela soubesse como aquele olhar a atingia, ela não teria dito aquilo.
_Hermione, precisamos nos acertar.
_Não... Entendi.
_ Bom, não podemos negar que tivemos um passado e que neste passado fomos muito amigos e que VOCÊ nos traiu... Me traiu! Mas se vamos trabalhar juntos, devemos entrar em um acordo.
_Concordo.
_Eu proponho selarmos a paz até isso tudo acabar.
_ E depois? Vai cumprir sua promessa e me matar?
Harry estava pronto para dizer que sim, mas quando seu olhar encontrou o dela um medo de perdê-la o surpreendeu. Ele abaixou a cabeça e disse:
_Não sei.
_Não?
_Não.
Ele a olhou novamente. Desta vez, ela se sentiu encabulada e teve que desviar sua atenção da boca dele para a aranha mais próxima. Ele fez o mesmo. Mas não resistiram muito e voltaram a se encarar. Ele sorriu e disse:
_Será que vai ser sempre assim?
_Assim...?
_Eu salvando sua vida, você salvando a minha.
_Até que no final, você me mate?
_Eu não pretendo fazer isso.
_ Por que não?
_Não se faça de boba, sabe que eu sempre gostei de você!

Ela se assustou ao ouvir isso. Harry se aproximou um pouco mais dela e continuou:
_Você... Se esqueceu dos nossos...
_Nunca.
_Eu não posso te matar, por que pretendo repeti-los um dia.

Ele estava muito perto agora, suas palavras eram quase um sussurro. Ela podia sentir sua respiração. Não sabia muito bem quando ele a beijou, mas sabia que não queria que aquilo terminasse nunca. Seus lábios se tocavam de forma desesperada, como se esperassem por aquele momento há muito tempo. Mas, uma explosão interrompeu o beijo. De repente, um patrono surgiu e aguardou, mas Harry não reparou. Continuava segurando o rosto de Hermione e ela continuava com os braços em volta do pescoço dele.

Os dois se encararam por um momento até que ela sorriu e disse:
_O Rony enviou o patrono.


Ele se levantou com raiva e virou-se para o patrono. Deste saiu a voz de Rony, dizendo: “Estamos perto do seu carro. Venha logo.” Hermione sentiu-se aliviada ao ouvir a voz do amigo e disse:

_Acho melhor irmos.
_Sim.
Ele começou a andar, mas parou. Virou-se para ela e se aproximou. Se ele soubesse como essa proximidade era perigosa!
_Eu senti muito a sua falta! Não imagina o quanto.
_Eu imagino sim. Mas não sentiu mais falta do que eu.
Harry sorriu e a beijou com intensidade. Tanto, que ela foi obrigada a encostar-se na parede atrás de si. Sentiu um arrepio quando o corpo dele a pressionou. Quando se afastaram, estavam ofegantes. Trocaram olhares cúmplices e continuaram seu caminho.

Rony e Gina esperavam encostados no carro. Quando viu Harry, Gina correu até ele.
_Ah, querido! Fiquei tão assustada.
Hermione se afastou deles rapidamente. Queria ver Rony. Este a recebeu de braços abertos.
_Que bom que está bem.
Hermione o abraçou forte. Quando fez isso, Harry a observou enciumado, mas uma coisa chamou sua atenção: Gina chorava sem parar.
_O que está acontecendo Gina?_ ele perguntou.
_Não... È que eu fiquei muito assustada quando não te vi do meu lado. Acho que estou só me recompondo do susto.
Harry ficou sem palavras. Hermione sentiu uma certa culpa invadi-la, não podia negar que Gina gostava muito dele.
_Eu acho melhor irmos embora logo. _ Disse Rony.
Todos concordaram e começaram a entrar no carro, mas uma pessoa no meio daquela multidão desesperada chamou sua atenção. Um homem alto, de cabelos castanhos, fardado a observava. Um calafrio a percorreu quando reconheceu aquele homem.
_Mike...
_Hermione, entre logo!_ chamou Rony em vão, pois ela não ouvia.
Várias lembranças a invadiram de repente. Podia ter toda a raiva do mundo, mas não podia negar que Mike era um homem bom. Ainda era jovem, não passava dos 25 anos, e já tinha a missão de dirigir um dos principais batalhões do governo americano. Desde que conheceu Hermione não conseguia mais viver sem ela. Ele lutou tanto, que ela acabou cedendo e teve um caso com ele.

Agora ele estava ali, pronto para matá-la, para prendê-la, para fazer com que ela pagasse pela traição. Quando Hermione voltou a si, percebeu que estava um pouco longe do carro e próxima a Mike. Este a olhava com raiva no olhar.

_Olá Granger...
_Como vai Mike?
Ele olhou ao redor e sorriu:
_Estou ótimo! Veja, que festa linda! Tudo isso, por você.
_Não entendo...
_Ah, parece que seu raciocínio ficou mais lento depois que você saiu do esquadrão. Querida, eu estou atrás de você, não percebe? Mandei explodirem o restaurante que você estava, mas você escapou.
_Não precisa colocar essas pessoas em risco mais, eu estou aqui, na sua frente.
_ O que? Você não acha que eu te quero fácil assim, acha? Eu quero brincar de gato de rato um pouco. Agora, eu deixo você ir. Mas, não garanto que da próxima será tão fácil.
Hermione ia responder, mas alguém começou a puxá-la pelo braço, levando-a até o carro.

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