<u>Dirty</u>



Dirty Little Lily
Capítulo Um – Dirty




Dirty: adj. 1 sujo; porco; imundo. 2 indecente; obsceno. 3 vil; baixo.




Eu sou bem limpinha. Sabe, eu tomo banho todo dia, lavo o cabelo com um shampoo cheiroso, coloco perfume de lírio (e eu não quero saber de ninguém falando que isso é ridiculamente clichê da minha parte). Em resumo, eu sou cheirosa e limpa, bem gostosinha.

Mas quem disse que isso significa alguma coisa para D.M., E.V. e M.M.?! Para elas isto não tem o menor significado, para elas isto não muda em nada o fato de eu ser suja.

Por isso eu fui falar com o Remus, apenas para esclarecer algumas dúvidas.

- Moony querido – Me sentei na poltrona em frente a ele, com o olhar mais doce que consegui. – Você tem um tempo para a sua querida amiga Lily?

Eu pisquei bastante nessa hora, sabe? Como se fosse uma criancinha querendo doce. E, nada querido pedaço idiota de papel, não ouse dizer que eu realmente sou uma criança, a não ser que você queira que eu mostre a minha linda e nada infantil coleção de xingamentos.

- O que você quer e quanto vai me pagar pelo serviço sujo? – Parou de ler por um momento e me olhou bondosamente.

Eu já disse que ele é a coisa mais fofa que eu conheço? Pois é, ele é. Os olhos dele realmente parecem mel, sabe? Dá vontade de comer! Mas ele perde pra Cheek* em assunto de fofura, a minha porquinha de pelúcia lindinha e fofa. Mas mesmo assim ele é bem fofo e simpático.

- É o seguinte: eu sou pequena, eu sei, eu tenho menos de um metro e sessenta, e isso faz de mim uma semi anã, e o meu corpo é ridiculamente infantil, exceto pela minha bunda que é gigante e rebolante; eu juro que ela rebola sem a minha permissão; e é claro, eu meio que não me importo em cair na lama se isso significar que eu vou levar o Potter junto e com isso ele irá morrer afogado no lodo. MAS ISTO NÃO SIGNIFICA QUE EU SEJA SUJA!

Pronto, respirei. Tudo isto estava entalado na minha garganta, sabe? Se algumas das garotas estivessem por aqui, elas diriam que eu deveria ter escrito tudo isso, porque este é o motivo de você (nada querido pedaço idiota de papel) ter surgido; mas até mesmo você tem que concordar que berrar tudo isso é muito melhor do que escrever. E, olhem, eu gritei e escrevi, é um progresso.

Pronto, Remus, você já pode falar. Não, eu não deixei você rir.

- Lily, respirar entre as frases faz um bem enorme. – Disse enquanto ria DE MIM.

Ah, um dia eu mato esse aluado idiota.

- Okay. – Respirou longamente, tentando recuperar o fôlego que havia perdido por rir DE MIM. – Okay. Quem disse que você é suja?

Como se ele conseguisse me enganar. Eu sei muito bem que esse apelido está rolando por toda Hogwarts. Okay, talvez não por todo castelo, mas eu tenho certeza de que todos os Marotos já sabem dele. Dirty Little Lily, só idiotas para me chamarem assim.

- Quem?! Quem?! Aquela vadia da Marlene, junto com a vagabunda da Emmeline e, obviamente, com a cachorra da Dorcas! – Cara, eu juro que amo elas.

Mentira, eu odeio elas, por me obrigarem a escrever em você – e isso ficou obsceno; o lance de escrever em você. – mas isso não significa que eu não sinta um pouco de carinho por elas. Afinal, elas são minhas amigas, apesar de manterem um ódio indescritível por mim.

- Lily, você sabe que elas não são tudo isso.

Garanto que ele só se irritou com o fato de eu chamar a Dorcas de cachorra, porque ele ama a Dorcas e quer fazer sexo casar com ela.

- Elas são sim! Elas colocaram esse apelido ridículo em mim, e agora todo mundo vai começar a me chamar desse jeito! E então, quando eu virar uma super estrela de cinema todo mundo vai pesquisar sobre mim, e o que eles irão encontrar?! “Durante a sua adolescência a garota Evans foi conhecida como Dirty Little Lily, um antigo amigo chamado James Potter nos conta com exclusividade que ela amava o apelido! VAMOS TODOS CHAMÁ-LA ASSIM!”

Okay, eu concordo com o Remus, respirar entre as frases deve fazer bem pra saúde.

- Porque você sabe que do jeito que ele me adora, ele vai querer com que todos me chamem dessa forma idiota. – Continuei, já que o Remus tinha voltado a rir.
- Lily, o James não te odeia, os sentimentos dele são completamente diferentes do ódio.

Mostrei a língua pra ele, porque ELE SABE QUE FALAR EM JAMES POTTER É QUERER MORRER!

- Mas eu acho que você precisa repensar a sua idéia de “sujeira”.

Hã?

- Como assim? – Fiquei bem perplexa com o que ele tinha dito.

Ele se abaixou e puxou a mochila dele para o seu colo, procurando alguma coisa ali dentro. A mochila dele devia ter algum feitiço, porque tinha muita coisa. Muitos livros, muitos papéis soltos de anotações. Depois de pouco tempo ele já estava sorrindo vitoriosamente, com um pequeno dicionário nas mãos.

- Remus, desse jeito você ofende a minha inteligência. – Comentei, séria.

Eu posso ser uma garota bem idiota às vezes, que fala coisas sem nexo e tudo o mais, mas eu sou inteligente. Eu e Remus tiramos as melhores notas em várias matérias.

- Eu sei o que significa “sujo”.
- Então me diga. – ELE ME DESAFIOU!

Respirei bem fundo, me preparando para lhe dar a resposta. Você conseguiu perceber isso, pedacinho idiota de papel? Eu segui o conselho de respirar, eu estou progredindo!

- Sujo: porco, imundo, lambuzado, poluído. – E então foi a minha vez de sorrir vitoriosa.
- Estes são os significados mais óbvios.

E ele esperava o quê? Que eu desse uma resposta poética sobre sujeira?

“Oh, amada sujeira
venha até mim, sob a luz do luar.”


Isso é uma coisa que o Potter diria, com certeza. De qualquer forma, o Remus abriu o dicionário e procurou por alguma coisa.

- “Sórdido, obsceno, pornográfico, imoral, vergonhoso”. – Recitou, os olhos correndo pela página do dicionário como de estivesse se alimentando das palavras.

ENTÃO É ISSO QUE ELAS QUEREM DIZER!

Elas estão me chamando de pervertida sexual! De tarada! De pornográfica! Aquelas vadias desgraçadas! Tomara que um travesti ache elas em uma esquina e...!

Ah, para tudo.

Isso é uma coisa boa. Eu sou uma pessoa livre de preconceitos, não me importo em falar palavrões e ainda por cima sou sórdida! Que demais!

- Agora me diga que este apelido não tem a ver com você.
- Okay, você venceu. – Falei, cruzando os braços e fingindo que estava brava.

Mas eu não estava, porque esse lance de ser suja é bem legal. Pense comigo, pedaço idiota e filhodaégua de papel: uma pessoa suja não precisa se preocupar com a imagem social dela. As pessoas já sabem que eu sou completamente podre, então qualquer coisa que eu faça será completamente aceitável.

Eu realmente espero que assassinar James Potter esteja incluído na definição de “sujo”.




Faz o quê? Uma semana que eu escrevo em você? Por aí, eu acho.

Mas, mesmo que faça tão pouco tempo, as minhas doces amigas já esperam que tenha acontecido alguma melhora no meu temperamento agressivo e assassino. Ora, como se eu fosse uma garota tão fácil assim.

Elas abriram a caixa de Pandora ao resolverem me ajudar. Eu vou dar muito trabalho para elas, você vai ver. Elas irão se arrepender de terem começado com esse tratamento de choque.

Elas estão chegando, e eu tenho que fingir que estou quase te matando, pedacinho de papel, porque eu ainda sou perigosamente cruel. Tão cruel que irei virar uma serial killer que primeiro fica amiga de meninas puras e inocentes e depois as mata.

Pena que o Potter não é uma menina e não é nada puro e inocente.

- Dirty! – Saudou Emm, sentando-se ao meu lado.

Durante a aula de Transfiguração eu havia recebido um bilhete da Lene, me dizendo que quando as aulas terminassem nós deveríamos nos encontrar nos jardins da escola. E lá estava eu, encostada em uma árvore, esperando por elas. Logo depois de Emmeline, Dorcas e Lene também se sentaram ao meu redor.

- Você irá ver que é suja por aqui, Vance. – Respondi entre os dentes.

Tudo bem, eu até havia gostado da explicação do Remus para a minha sujeira, mas demonstrar que havia gostado desse apelido ridículo já era demais.

- Hãn, hãn. – Rosnou/tossiu/falou Marlene, tirando uma pena da mochila e apoiando uma prancheta no colo.

Eu parecia ser a única que não estava entendendo aquilo, porque as outras olharam com serenidade para a Marlene. Merlin, que raiva daqueles cabelos castanhos e brilhantes.

- Eu, Marlene McKinnon, juntamente com Emmeline Vance e Dorcas Meadowes estamos aqui para a primeira sessão de ajuda à Lily Evans.

Enquanto a Lene falava, as duas começaram a sorrir para mim. A Emm com aquele sorriso de Miss dela, balançando os cabelos loiros; já a Dorcas parece se solidarizar comigo, já que ela sorriu meio que bondosamente para mim. Ela é igual ao Remus, fofa e simpática. E também parece ser feita de mel, principalmente os cabelos. Dá vontade de comer os cabelos dela.

Que tal um bolo chamado Dorc & Remm? Feito de olhos de Remus batidos e decorado com cabelo de Dorcas! O bolo mais melado que você já comeu! Menos você, pedaço idiota de papel, porque você é um papel e não tem boca.

- Vocês nem são psicólogas. – Reclamei, olhando para elas como se lesmas gigantes estivessem ali.
- E você nem é uma assassina de verdade. – Retrucou a Lene.

Eu odeio ela.

- Talvez eu vire agora.
- Você não me mataria, Dirty. Você me ama, eu sei que ama. – Disse, jogando os longos cabelos para trás, como se nós estivéssemos em um comercial de shampoo.

Mas vamos imaginar que nós estamos em um comercial de cabelos. A Marlene tem cabelos bem cuidados, hidratados e sedosos, chega a dar raiva dos cabelos dela. Mas são castanho-escuros e sem graça.

Já os da Dorcas, como eu já mencionei, são castanho-claro/mel e são tão macios que dá vontade de comer.

Os da Emmeline é uma covardia, porque ela tem aquele cabelo longo e louro, a maldita parece uma Barbie.

Não, você não quer saber sobre o meu cabelo. Porque ele é ruivo e mal cuidado. Assunto encerrado, eu não quero falar sobre os meus cabelos, acabou o comercial.

- Mas vamos à nossa consulta. – Anunciou Emm. – Srta. McKinnon, me passe os papeis.

Eu juro. Elas piraram de vez. Elas realmente se comportavam como se aquilo fosse uma consulta psicológica.

- A paciente número 001 apresenta sintomas de distúrbio de personalidade, onde uma delas mostra aversão a qualquer tipo de ajuda. – Tirou os olhos do papel e me olhou com olhar crítico.
- Não se esqueça do instinto assassino e desejo por sangue. – Acrescentou Dorcas.

Se antes disso eu não tivesse desejo por sangue, pode ter certeza que agora eu tenho. Eu quero derramar cada gota da porcaria de sangue dessas vadias.

Nesse momento eu vi a Marlene erguer uma das mãos e abanar felizmente para algum ponto à direita. Inocente como eu sou, eu olhei para onde todas estavam olhando. Claro, como dizem: tragédia pouca é bobagem. Não bastava uma consulta ridícula, precisava ter o Potter para acabar de vez com o meu dia.

- Era só o que me faltava! – Resmunguei, afundando o rosto nas mãos.

Senti as mãos de Marlene tocarem os meus pulsos, tirando-os de perto do meu rosto. Olhei para ela sem entender nada, no que ela aproximou o rosto, como se fosse me contar um segredo.

- Lily, se não for por causa do seu tratamento, que seja pelas suas amigas. Seja simpática. – Sussurrou, se afastando aos poucos.

Acho que “simpática” significava não tentar matar todos os Marotos com as próprias mãos. Okay, eu vou tentar. E que fique claro que o único motivo disso é por eu saber que elas duvidam que eu vá ser simpática com eles.

Eles se aproximaram e eu ignorei todos os olhares que James me lançou.

Para tudo.

Nada-querido-pedaço-idiota-de-papel! Você não tem olhos, você não sabe como eles são! Que tragédia. Eu, Lily Evans, vou ter que descrevê-los.

Vamos lá: James Potter tem cabelos ridículos, óculos ridículos, e se comporta ridiculamente; Sirius Black tem um sorriso bonito, um corpo bonito, mas é ridiculamente convencido da sua beleza; Remus é comestível, como eu já falei; e Petter é...bom, ele é bem bonitinho, sabe? Ele era bem gordinho, mas então ele decidiu fazer uma dieta e até que adiantou. Mas eu ainda o acho meio sonso.

Estes são os Marotos e isso é tudo o que você precisa saber deles. Ah, claro, todas garotas babam por eles.

Falando em babar, controle a baba, Marlene.

- Como vão as garotas mais lindas de Hogwarts? – Perguntou Sirius assim que eles pararam na nossa frente, com um sorriso convencido.
- Bem. – Respondeu Dorcas, vagamente.

Por isso que eu amo a Dorcas. Ela compartilha da mesma opinião que eu sobre os Marotos. Também acha que eles são um grupo de idiotas e que o único que se salva é o Remus. A única coisa triste é que ela sempre diz ter uma queda por idiotas.

- Little... – Começou Potter.

“Potter, que fique bem claro que em nenhum momento eu lhe dei o direito de me chamar desta forma. Se você quer mesmo saber, eu prefiro que você não me chame de jeito nenhum. É muito difícil você entender isto? Então, por favor, pare de me lançar esse olhar gostoso.”

Eu teria dito isso, teria mesmo. Menos a última parte. Mas eu vi o olhar quase desesperado que a Marlene me lançou, então eu resolvi esquecer um pouco o ódio que eu sentia pelo James – e até pouco tempo atrás por elas também.

- O que foi agora, Potter? – Limitei-me a responder, ainda sem olhar para ele.
- Eu estava pensando – não, eu não vou sair com você. – Você gostou do apelido que deram para você?

Só um idiota para me perguntar isso. Ele sabia que eu não tinha gostado, todos sabiam disso.

- Na verdade eu adorei, Potter. Adorei tanto que vou ser obrigada a enfiar essa porcaria de apelido no seu... – Eu nem reparei, mas enquanto eu falava isso, eu acabei me levantando e me postando de frente para ele.

Como se me levantar, erguer a cabeça e estufar o peito fizesse um grande efeito. Acorda, Lily, você tem menos de 1,60, enquanto ele tem tipo quase 1,80.

- Você quer ajuda de um banquinho, Little? – Perguntou sorrindo.

Eu adoro quando ele faz isso. Sabe, ele sorri para mim. Não é como a maioria, que sempre ri DE mim. Ele sempre sorri PARA mim de uma forma tão fofa e carinhosa. E, não, você nunca me viu escrevendo isso. Você nunca leu isso. Você nunca sonhou que eu um dia pensei isso.

- Eu acabei de dizer que odiei esse apelido! – Exclamei, fazendo uma careta e mostrando os dentes.

Fiquei na ponta dos pés, para tentar dar um efeito mais assassino no meu quase grito. Eu teria gritado, se a Lene não tivesse pedido para eu ser simpática.

- Exato. Por isso mesmo que a partir de hoje eu irei chamar você assim, Little.

Dei um super salto ninja e lhe dei um chute, mas infelizmente ele é muito forte, então eu precisei dar outro super salto e uma super rasteira mortal. Ele caiu no chão e eu me ajoelhei do lado dele. Segurei com força a sua cabeça entre as minhas mãos, batendo a sua cabeça contra o chão. Mas logo isso se tornou monótono, já o seu sangue começou a sair em grande quantidade e ele desmaiou; bati mais algumas vezes, apenas para jorrar mais sangue, e depois me levantei e comecei a chutá-lo. Acabei o serviço e saí saltitante até o castelo.

Só Merlin sabe o como eu queria que isso tivesse acontecido. Mas, infelizmente, eu me controlei. Simplesmente me afastei dele, lhe lançando olhares mortais, e voltei a me sentar. Okay, agora eu estava realmente emburrada.

Viu, nada querido pedaço idiota e gay de papel? Quando eu quero, eu consigo ser muito educada e simpática.




(N/A):
Caras, estou adorando escrever essa fic. Sim, como a maioria deve ter percebido, a idéia veio da música Dirty Little Secret. Faz um bom tempo que eu tive essa idéia e fiz a primeira capa pra fic, mas ficava com preguiça de postar[?]
Enfim. O capítulo dois tá quase pronto, cooperem e tal, pra ele chegar mais rápido. Obrigada por toodos os comentários, pessoinhas fofenhas[?], adorei demais.
Beijos,
Lisi Black

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