Capítulo 3
Quando muitas idéias a respeito de cenas e de pessoas preenchiam sua mente, Hermione era capaz de trabalhar até seus dedos começarem a doer e se recusarem a segurar adequadamente o lápis ou a caneta.
Nos dias em que isso acontecia, geralmente alimentava-se apenas com biscoitos e bebidas diet, por gostar de ter a sensação de que estava equilibrando as calorias em relação aos dias em que havia abusado delas.
No papel, a cada tira cômica, Emily e sua amiga Cari, que durante os últimos anos vinha apresentando muitas características da personalidade de Gina, planejavam e arquitetavam mil maneiras de descobrir os segredos do sr. Misterioso. Iria chamá-lo de "Quinn", mas não por muitos episódios.
Durante três dias, Hermione mal saiu da mesa de desenho. Gina tinha uma cópia da chave de seu apartamento, por isso não era necessário ficar se preocupando em atender à porta quando a amiga aparecia para uma visita. E Gina nunca fazia cerimônia para abrir a porta para a sra. Figg, ou para algum outro vizinho que decidia visitar Hermione.
De fato, em um dado momento da terceira noite, havia tantas pessoas no apartamento de Hermione que foi possível fazer até uma festinha informal, enquanto ela terminava de colorir a tira cômica que sairia no jornal de domingo.
Alguém havia ligado o aparelho de som, mas a música não a distraiu. Os risos e a conversação chegavam até seus ouvidos, vindos do andar de baixo, mas ela não se importava com isso. Gostava da animação de seus vizinhos, mesmo quando não podia compartilhá-la.
Sentiu um delicioso aroma de pipoca e imaginou se alguém levaria um pouco para ela. Encostando-se na cadeira, examinou o que já estava pronto em seu trabalho. De fato, não tinha a veia irônica de seu pai nem a genialidade artística de sua mãe, mas tinha o que poderia ser considerado como um "talento inusitado".
Tinha a mão muito ágil e precisa para o desenho. Sim, gostava do que fazia e do resultado final de seu trabalho. Mas gostava principalmente do fato de ele fazer as pessoas rirem.
Se Malfoy, do 3B, achava que ela ficara ofendida com o comentário dele, estava muito enganado. Hermione estava mais do que contente com seu "talento inusitado para o absurdo".
Agitada pelo êxito de três dias de trabalho in¬tenso, pegou o telefone assim que este começou a tocar.
- Alô?
- Ora, ora, se não é minha neta preferida.
- Vovô! - Hermione se encostou na cadeira, com um sorriso satisfeito.
- Eu estava morrendo de saudade, mas não me venha com essa história de "neta preferida", porque eu sei que você diz isso para todos.
Tecnicamente, Gregory McDeal não era avô de Hermione, mas isso nunca a havia impedido de considerá-lo como tal. Para ela, o amor ignorava tecnicidades.
- "Morrendo de saudade"? - Gregory repetiu. - Então por que não me telefonou ou para sua avó? Você sabe o quanto ela se preocupa com você, aí sozinha, nessa cidade imensa.
- Sozinha? - Com um sorriso, ela segurou o telefone no alto, para que o som da festa no andar de baixo de seu apartamento pudesse ser ouvido por seu avô. – Parece mesmo que estou sozinha, vovô?
- Está com seu apartamento cheio de pessoas de novo?
- É o que parece. E vocês, como estão? Está tudo bem por aí? Quero saber tudo.
Os dois passaram a conversar a respeito da família. Hermione ouvia tudo com um brilho de divertimento no olhar, rindo e fazendo seus próprios comentários de vez em quando. Ficou contente ao saber que havia uma reunião familiar marcada para dali a algumas semanas.
- Que bom! Mal posso esperar para ver todos novamente. Parece que faz tanto tempo que nos vimos, desde o casamento de lan e Naomi, no último outono. Estou morrendo de saudade de vocês.
- Ora, então por que esperar até a reunião de família? Você sabe que estamos aqui o tempo todo.
- Talvez eu faça uma surpresa a vocês.
- Pois telefonei para fazer uma a você - declarou Gregory, com seu costumeiro tom firme mas bem-humorado. - Aposto que ainda não sabe que nossa Naomi está esperando um bebê. Teremos mais uma caixinha de presente sob nossa árvore no próximo Natal.
- Oh, vovô, isso é maravilhoso! Vou telefonar para eles ainda hoje. E com Darcy e Mac prestes a ter o deles nos próximos dias, teremos uma porção de bebês para mimar nesse Natal.
- Para alguém que gosta tanto de bebês, deveria estar preocupada em ter um também – insinuou Gregory.
O velho tema, mais do que conhecido por Hermione, fez com que ela começasse a rir.
- Meus primos já estão cuidando disso muito bem, vovô.
- Ah, se estão! - concordou ele. - Mas isso não a livra de sua incumbência, mocinha. Você pode até ser uma Granger de nascimento, mas carrega a chama do amor dos McDeal no coração.
- Bem, em último caso, ainda me resta a chance de jogar tudo para o alto e me casar com Frank.
- Aquele sujeito com boca de peixe?
- Não, vovô. - Ela riu. - Ele só beija como um peixe. De qualquer maneira, sim, é ele mesmo. Poderíamos dar algumas "trutinhas" como netos para você.
Gregory fungou, impaciente.
- Você precisa é de um homem, não de uma truta vestida com um terno italiano. Um homem com mais interesses na mente do que apenas dólares e investimentos. Alguém que entenda de arte e que tenha juízo suficiente para mantê-la longe de problemas.
- Sei me manter longe de problemas - lembrou Hermione, achando melhor não mencionar o incidente daquela fatídica noite.
- Além disso, vovó não iria gostar que eu o roubasse dela, portanto, terei de me conformar em continuar sozinha, aqui, nesta imensa cidade.
Gregory riu alto, do outro lado da linha.
- Com todos os homens que existem em Nova York, não é possível que não acabe encontrando um que lhe sirva. Você sai para passear de vez em quando, não sai? Não acredito que passe o dia inteiro sentada aí, desenhando seus papéis engraçados.
- Tenho feito isso apenas ultimamente, porque tive uma ótima idéia e precisei aproveitá-la logo. Estou com um vizinho novo, vovô. Ele é meio taciturno e reservado. Bem, digamos que ele é "certinho" demais e que detesta que invadam o espaço dele. Acho que ele está desempregado, embora toque sax de vez em quando em um clube aqui perto. É simplesmente o vizinho perfeito para Emily.
- Só isso?
- Bem, ele passa o dia inteiro fechado no apartamento e não fala com ninguém. O nome dele é Malfoy.
- Mas se ele não fala com ninguém, como sabe o nome dele?
- Vovô. - Hermione sorriu com ar travesso. - Alguma vez já me viu desistir de falar com alguém quando decido fazer isso? Não que ele seja do tipo que se solta depois de alguns biscoitos de chocolate, mas, mesmo assim, consegui descobrir o nome dele.
- E o que achou dele? - indagou Gregory, fingindo um tom casual.
- Ele parece muito, muito incrível. Capaz de deixar Emily maluquinha.
- É mesmo? - Gregory riu com satisfação.
Quando conseguiu saber tudo o que precisava da neta, Gregory fez a ligação seguinte. Cantarolando baixinho e examinando as unhas, lustrou-as sobre a camisa e sorriu quando Draco atendeu ao telefone com ar impaciente:
- Sim, o que é?
- Ah, essa sua natureza dócil sempre me deixa surpreso, Malfoy. Chega até a me comover.
- Sr. McDeal?
Draco se ajeitou na cadeira no mesmo instante. Não havia como confundir aquele sotaque escocês. Mudando subitamente de humor, riu e afastou-se do computador.
- Isso mesmo, meu rapaz. Como está se saindo no apartamento?
- Muito bem. Quero lhe agradecer mais uma vez por me deixar usá-lo enquanto minha casa continua naquela infinita reforma. Eu nunca conseguiria trabalhar com todo aquele barulho. - Dizendo isso, lançou um olhar de censura para a parede, enquanto o barulho do outro apartamento lhe chegava aos ouvidos.
- Não que a coisa esteja muito diferente por aqui esta noite. Minha vizinha parece estar comemorando alguma coisa.
- Hermione? Ela é minha neta, sabia? Uma garota muito sociável.
- Até demais - falou Draco, quase em um resmungo. - Não imaginei que ela fosse sua neta.
-Bem, apenas informalmente. Precisa se soltar um pouco, rapaz, e ir participar da festa.
- Não, muito obrigado. - Ele preferiria saltar de pára-quedas, sem pára-quedas.
- Acho que metade da população do bairro deve estar lá nesse momento. Este seu prédio, sr. McDeal, está cheio de pessoas que preferem mais falar do que viver. E sua neta parece ser a líder da "gangue de tagarelas".
Gregory riu. Admirava a sinceridade de Draco Malfoy.
- Ela gosta apenas de ser amigável com todos - disse, em defesa da neta.
- De qualquer modo, fico mais tranqüilo em saber que você está morando no apartamento em frente ao dela. Você é um rapaz sensível, Draco. Por isso não me importo em pedir que você fique de olho nela. Hermione é muito ingênua às vezes, se é que entende o que eu quero dizer. Eu me preocupo com ela.
Draco riu, lembrando-se de quando a vira acertar uma boa ajoelhada nas "partes baixas" do bandido que tentara atacá-la.
- Eu não me preocuparia se fosse o senhor. Pode acreditar.
- Bem, não vou mesmo me preocupar sabendo que você está por perto. Minha Hermione... Ela é uma gracinha, não é?
- Linda como uma flor - anuiu Draco.
- E inteligente. Também é responsável, embora às vezes pareça levar a vida feito uma borboleta esvoaçante. Ora, mas também não é possível ser um iceberg e conseguir produzir uma tira cômica por dia para um jornal, não é mesmo? Só tendo muito senso de humor, e isso é o que não falta à minha Hermione.
- Sem dúvida, sr. McDeal.
- Para trabalhar nesse tipo de coisa - continuou Gregory -, é preciso ser criativa, ter uma boa veia artística e ser prática o suficiente para encontrar temas nas situações do dia-a-dia. Mas você sabe de tudo isso melhor do que ninguém, certo? Escrever roteiros de teatro também não é um trabalho fácil.
- Não mesmo - concordou Draco, massageando os olhos cansados depois de horas diante do computador.
- Mas você tem o dom, meu rapaz. Um dom raro que eu admiro muito.
- Esse dom tem sido mais como uma maldição para mim ultimamente, sr. McDeal, mas obrigado pelo elogio mesmo assim.
- Precisa sair um pouco, arejar a mente, beijar uma bela garota... Não que eu entenda muito do processo de escrever, embora tenha dois netos que se dedicam a isso, e muito bem por sinal. Deveria aproveitar mais o fato de estar aí, em Nova York, antes de voltar para sua cidade e se fechar em sua casa.
- Talvez eu ainda faça isso.
- Oh, Malfoy? Poderia me fazer o favor de não mencionar a Hermione que eu lhe pedi para ficar de olho nela? Ela não gosta muito de superproteção. Mas é que a avó dela vive preocupada com aquela menina e, você sabe como é, na idade em que estamos não é bom facilitar...
- Pode ficar tranqüilo, sr. McDeal. Não direi nada a ela - Draco prometeu.
Ciente de que aquele barulho não o deixaria mesmo trabalhar, Draco saiu do apartamento. Tocou no clube de Delta, mas, dessa vez, nem mesmo a música o distraiu dos pensamentos que andavam rondando sua mente.
De onde estava, sobre o palco, não era difícil imaginar Hermione sentada no fundo do salão, com o queixo apoiado sobre a mão, os lábios curvados em um sorriso e um brilho sonhador no olhar. De fato, ela conseguira invadir um de seus bens mais preciosos: a música. E ele estava se sentindo profundamente irritado com isso.
O Delta era um de seus refúgios. Havia noites em que ele viajava de carro de Connecticut a Nova York só para subir no palco com André e tocar até que toda sua tensão desaparecesse por meio da música.
Então voltava para casa ou, se já. fosse muito tarde, apenas se acomodava em um sofá no fundo do Delta e dormia até a manhã. Ninguém o aborrecia no clube ou esperava que ele desse mais do que queria dar.
Mas depois que Hermione estivera ali, seu olhar insistia em se voltar para a mesa que ela havia ocupado, enquanto ele se flagrava imaginando se ela não estaria ali, observando-o com aqueles olhos de pantera.
- Rapaz - disse André, tomando um gole de água da garrafa deixada ao lado do piano -, você está mesmo esquisito esta noite.
- Sim, acho que sim.
- Geralmente, quando um homem fica com essa expressão, é porque há alguma mulher envolvida na história.
Draco balançou a cabeça, negando o fato mais para si mesmo do que para o amigo.
- Não, não há nenhuma mulher. Estou preocupado com o trabalho.
André se limitou a dar de ombros enquanto Draco levava o sax novamente aos lábios.
- Se é o que você diz...
Draco chegou em casa às três horas da manhã, preparado para bater à porta do apartamento de Hermione e exigir silêncio. Por isso, foi um alívio chegar e descobrir que a festa havia terminado. Não se ouvia nenhum ruído vindo do apartamento dela.
Entrou em casa, trancou a porta e prometeu a si mesmo que aproveitaria ao máximo aquele momento de paz. Depois de preparar um café forte, acomodou se novamente diante do computador, preparando-se para entrar na mente das personagens que estavam arruinando suas próprias vidas por não conseguirem seguir os impulsos de seus corações.
O sol já estava alto quando ele parou de trabalhar, depois que o súbito surto de energia criativa que se apoderara de sua mente finalmente se desvaneceu. Concluiu que aquele fora o primeiro trabalho mais consistente que ele conseguira realizar na última semana, e decidiu comemorar isso caindo sobre a cama com a mesma roupa com que estava vestido.
Não demorou muito para começar a sonhar. Um belo rosto com expressivos olhos castanhos se apoderou da maioria das imagens que surgiram em meio a seu estado onírico. E juntamente com ele, uma voz insistente que parecia não parar mais de falar.
Por que tudo tem de ser tão sério?, ela perguntou, rindo ao deslizar a mão sobre o peito dele.
Porque a vida é um negócio sério.
Mas esse é apenas um dos lados da moeda. E há muitas e muitas moedas em nossa vida. Não vai dançar comigo?
Ele já estava dançando. Estavam no Delta, e embora o clube estivesse vazio, havia música no ar. Uma música suave e sensual.
Não vou ficar de olho em você. Não conseguirei fazer isso.
Mas você já está.
Draco apoiava o queixo no alto da cabeça dela. Quando ela inclinou a cabeça para trás e mordiscou-lhe o queixo com sensualidade, ele sentiu um arrepio pelo corpo.
Ficar de olho em mim não é tudo que você quer fazer comigo, não é?
Eu não quero você.
Ouviu-se uma risada leve como o ar.
Acha que adianta negar isso até mesmo em seus sonhos? Pode fazer o que quiser comigo em seus sonhos. Não fará diferença.
Eu não quero você, ele repetiu, já deitando-se com ela sobre o chão.
Draco acordou ofegante e suando, enrolado entre os lençóis. Depois de alguns segundos, quando sua mente finalmente começou a clarear, não conteve o riso.
Hermione era mesmo uma ameaça, concluiu. De fato, a única coisa que parecera mais sensata em seu sonho erótico fora o detalhe de ele repetir que não a queria.
Depois de passar as mãos pelo rosto, olhou para o relógio ainda em seu pulso. Já passava das quatro horas da tarde, e foi somente então que ele se deu conta de que aquela fora a primeira vez que ele conseguiria dormir por oito horas na última semana. Que culpa tinha ele, se seu relógio biológico andava meio maluco?
Ao chegar à cozinha, notou que teria de descer e comprar algo para comer. Tomou um banho e se barbeou pela primeira vez, depois de três ou quatro dias sem fazê-lo.
Pensou em comer algo fora, para ter uma refeição decente. Quem sabe assim teria mais ânimo de enfrentar o horror de ter de fazer compras e ver todas aquelas pessoas armazenando carrinhos e mais carrinhos de comida no mercado.
Já vestido e sentindo-se mais bem-disposto, abriu a porta.
Hermione abaixou a mão que havia acabado de levantar para tocar a campainha.
- Graças a Deus que você está em casa.
Draco não conseguiu deixar de se lembrar do sonho que tivera havia poucas horas.
- O que foi?
- Você precisa me fazer um favor.
- Não, não preciso não.
- Mas é uma emergência! - Ela o segurou pelos braços antes que ele pudesse se afastar. - È uma questão de vida ou morte! A minha vida e muito provavelmente a morte de Johnny, sobrinho da sra. Figg. Sim, porque um de nós vai morrer se eu tiver de sair com ele! Foi por isso que eu disse a ela que já tinha um encontro esta noite.
- E você acha que eu tenho algo a ver com isso porque...
- Oh, não seja ranzinza justo agora, Malfoy. Não está vendo que sou uma mulher desesperada?! Ouça, ela não me deu tempo de pensar, e eu sou péssima com mentiras. Quero dizer, não minto com muita freqüência, por isso não consigo mentir direito. Ela ficou insistindo em perguntar com quem eu ia sair, e eu não consegui pensar em ninguém mais a não ser você.
Hermione continuou de pé bem diante dele, impedindo-o de sair. Draco respirou fundo, tentando se manter paciente.
- Vamos deixar uma coisa bem clara, está bem? - disse a ela. - Isso não é problema meu.
- Não, eu sei que é meu. E com certeza teria inventado uma coisa melhor se ela não houvesse me pegado de surpresa, enquanto eu estava trabalhando e pensando em outra coisa. - Desesperada, Hermione passou a mão pelos cabelos.
- Ela vai ficar me vigiando, entende? Vai querer se certificar de que eu vou mesmo sair com alguém.
Dizendo isso, começou a andar de um lado para outro massageando as têmporas, como que para estimular os pensamentos. Draco aproveitou o momento de distração de Hermione e começou a seguir em frente pelo corredor.
- Ouça, tudo que terá de fazer será me acompanhar para fora do prédio fingindo ser alguém que está interessado em mim - falou ela, atrás de Draco.
- Poderemos tomar um café, ou algo do gênero, e passar algumas horas fora antes de voltarmos. Sim, porque ela também vai saber se não voltarmos juntos. Aquela mulher sabe de tudo! Prometo que lhe pagarei cem dólares por isso.
Ouvir aquilo o fez parar de repente.
- Quer me pagar para que eu saia com você?
- Não é bem assim, mas é quase - admitiu Hermione. - Sei que o dinheiro lhe será útil, e acho justo compensá-lo pelo tempo que você vai gastar. Cem dólares, Malfoy, por algumas horas. Ah, e eu pagarei o café.
Draco se encostou na parede e ficou observando-a. A idéia parecia tão absurda que chegava a ser cômica.
- Nem um pedaço de torta? - perguntou a ela. A risada de Hermione foi de puro alívio.
- Torta? Você quer torta? Pois terá sua torta.
- Onde está ele? - indagou Draco, olhando para o bolso dela.
- Ele? Ah... o dinheiro? Espere um pouco aqui.
Hermione entrou no apartamento e Draco pôde ouvi-la andando de um lado para outro, abrindo e fechando gavetas e armários.
- Deixe-me apenas me arrumar um pouco - disse ela, lá de dentro.
- O cronômetro está correndo, garota.
- Tudo bem, tudo bem. Onde diabos está minha... A-ha! Dois minutos, só dois minutos. Não quero que ela fique dizendo por aí que saio com rapazes sem nem mesmo passar batom.
Draco teve de admitir: quando ela dizia dois minutos realmente eram dois minutos. Quando voltou, dois minutos depois, estava usando um par de sandálias de salto alto, batom cor-de-rosa e um par de brincos de argola. Segundo ele pôde notar, quando ela lhe entregou o dinheiro, os brincos continuavam não combinando. Devia ser uma questão de preferência mesmo, concluiu ele. Uma "inusitada preferência pelo absurdo".
- Ficarei muito agradecida por isso - disse Hermione. - Sei que a situação deve estar parecendo ridícula, mas é que não tenho coragem de magoá-la.
- Se os sentimentos da mulher valem cem dólares para você, tudo bem. - Draco deu de ombros. - E melhor para mim - acrescentou, guardando o dinheiro no bolso de trás da calça. - Agora vamos. Estou faminto.
- Oh, quer jantar? Também posso lhe pagar um jantar. Há um restaurante ótimo no final da rua, onde eles servem massas deliciosas. Tudo bem, vamos começar o teatrinho agora - avisou ela, enquanto se encaminhavam para a saída do prédio.
- Finja que não sabe que está sendo observado por ela. Aja naturalmente e segure minha mão, está bem?
- Por quê?
- Ah, pelo amor de Deus, Malfoy! - respondeu ela por entre os dentes, entrelaçando os dedos com firmeza entre os dele e sorrindo com ar sonhador. - Estamos saindo para um encontro, lembra-se? Nosso primeiro encontro. Faça um esforço e finja que está se divertindo.
- Mas você só me deu cem dólares.
A ironia fez Hermione dar uma gargalhada.
- Puxa, você é mesmo "durão", 3B. Vamos saborear uma refeição quente e ver se isso melhora seu humor.
De fato, melhorou e muito. Seria preciso ser um sujeito muito mais mal-humorado do que ele para conseguir resistir ao apelo de uma enorme travessa cheia de espaguete com almôndegas, aliada à esfuziante companhia de Hermione.
- Maravilhoso, não é mesmo?! - falou ela, gostando de vê-lo saborear o prato com tanta empolgação.
Provavelmente o coitado não tinha uma refeição decente havia semanas, pensou ela, lembrando-se do apartamento vazio. Talvez ele estivesse mesmo com dificuldades financeiras.
- Sempre como demais quando venho aqui - confessou. - Eles servem uma porção suficiente para meia dúzia de adolescentes famintos, mas acho que é isso que dá um certo charme ao lugar. Toda essa fartura. Depois, termino sempre levando para casa. o que sobrou e comendo demais também no dia seguinte. Mas dessa vez poderá me salvar levando um pouco para sua casa - acrescentou ela, com um sorriso.
- Negócio fechado - respondeu Draco, tocando a taça de Chianti na dela.
- Sabe de uma coisa? Aposto que há dezenas de clubes noturnos na cidade que se mostrariam mais do que interessados em contratá-lo.
- Hum?
- Para tocar sax.
Hermione sorriu novamente para ele, que não resistiu ao impulso de observar aqueles lábios polpudos e convidativos.
- Você é muito bom no que faz - continuou ela. - Aposto que conseguirá arranjar um bom emprego logo, logo.
Divertindo-se com o comentário, Draco levantou a taça novamente, sugerindo outro brinde. Então a srta. Hermione Granger pensava que ele era um músico desempregado? Bem, melhor assim.
- As oportunidades vêm e vão - foi tudo que Draco falou.
- Você toca em festas particulares? - Subitamente animada, ela se inclinou sobre a mesa. - Conheço uma porção de pessoas, e há sempre alguém oferecendo uma festa.
- Imagino que isso seja mesmo muito comum no seu círculo social - ironizou Draco.
- Posso divulgar seu nome, se quiser. Importa-se de viajar?
- E para onde eu iria?
- Alguns dos meus parentes são donos de hotéis - explicou Hermione. - Atlantic City não fica muito longe daqui. Acho que você não tem carro, certo?
Draco conteve a vontade de rir, lembrando-se de seu Porsche "novinho em folha" guardado em uma garagem da cidade.
- Não aqui comigo - foi sua resposta.
Draco sorriu, mordiscando um pedaço de pão.
- Bem, de qualquer maneira, não é difícil se deslocar de Nova York para Atlantic City.
Por mais divertido que aquilo estivesse sendo, Draco achou melhor amenizar um pouco as coisas.
- Hermione, não preciso de alguém para administrar minha vida.
Ela fez uma careta.
- Eu sei. Esse é um dos maus hábitos dos quais não consigo me livrar. - Sem parecer ofendida, ela partiu o pedaço de pão em dois e ofereceu um a ele.
- Eu me envolvo demais com as coisas - admitiu. - Depois fico aborrecida quando as outras pessoas se metem na minha vida. Como a sra. Figg, atual presidente do partido "Vamos Encontrar um Pretendente para Hermione". Isso me deixa furiosa.
- Porque você não quer um pretendente - afirmou Draco.
- Oh, sei que encontrarei um no devido tempo. Vir de uma família grande meio que nos predispõe... A mim, pelo menos... A querer ter uma também. Mas ainda há muito tempo para isso. Gosto de morar na cidade grande e de fazer aquilo que quero quando eu quero. Detestaria ter de me submeter a horários rígidos, o que, definitivamente, não combina com meu trabalho de criação. Não que o meu trabalho não exija um certo tipo de disciplina, mas sou eu quem a faz, do meu jeito. Como acontece com sua música, imagino eu.
- Creio que sim - anuiu Draco.
O trabalho dele raramente se tornava um prazer, como o dela parecia ser. Mas sua música, sem dúvida, era feita por prazer.
- Ei, malfoy - começou ela, com outro de seus sorrisos marotos -, quantas vezes você realmente já se soltou e respondeu a uma pergunta com mais do que três frases curtas em uma mesma conversa?
Draco comeu o último pedaço de almôndega de seu prato e olhou para ela.
- Gosto do mês de novembro. Geralmente, falo muito mais em novembro. É o tipo de mês de transitoriedade que faz com que eu me sinta mais filosófico.
- Três de uma única tacada - brincou ela. - E todas inteligentes. - Sorriu para ele.
- Você tem um senso de humor escondido em algum lugar, não tem? - Antes que ele pudesse responder, ela se recostou na cadeira com um suspiro e perguntou:
- Quer sobremesa?
- Claro que sim - respondeu Draco, como se aquela fosse a resposta mais óbvia.
Hermione sorriu.
- Tudo bem, mas não peça o tiramisu, porque serei forçada a lhe implorar um pedaço, depois dois e então terminarei comendo metade dele e provavelmente entrarei em coma.
Sem desviar os olhos dos dela, Draco fez um sinal para o garçom, com a autoridade casual de um homem acostumado a dar ordens. Aquilo fez Hermione franzir o cenho.
- Tiramisu - pediu ele, sem hesitar. - E dois garfos - acrescentou, fazendo Hermione rir alto. - Talvez entrando em coma, você fale menos.
- Acho que nem assim - salientou ela, ainda rindo. - Falo até dormindo, sabia? Minha irmã costumava ameaçar pôr um travesseiro na minha cabeça.
- Acho que eu iria gostar de sua irmã.
- Adria é maravilhosa. Provavelmente o seu tipo também. Contida, sofisticada e inteligente. Ela dirige uma galeria de arte em Portsmith.
Draco notou que estavam quase terminando de tomar a garrafa de vinho. O Chianti era mesmo muito bom, e provavelmente estava sendo a causa de ele se sentir tão relaxado. De fato, não se sentia assim havia semanas. Ou meses. Talvez anos.
- Então vai me apresentar a ela?
- Acho que ela iria gostar de você - considerou Hermione, observando-o por sobre a borda da taça e apreciando a sensação de leveza que a bebida lhe dera.
- Você é bonito de uma maneira meio... Como posso dizer... Meio selvagem, acho. Além disso, toca um instrumento musical, o que apelaria para o lado de Adria que é sensível às artes. E é auto-suficiente demais para tratá-la como alguém da realeza. Muitos homens fazem isso.
- È mesmo? - Draco se surpreendeu.
- Ela é tão linda que eles não conseguem deixar de agir assim. Adria detesta esse tipo de atitude, por isso acaba sempre tendo de dispensá-los. Provavelmente terminaria arrasando seu coração - completou Hermione, fazendo um gesto com o copo. - Mas a experiência seria boa para você.
- Não tenho coração - declarou ele, quando o garçom chegou com a sobremesa. - Pensei que já houvesse deduzido isso.
- Claro que tem. - Com um suspiro de rendição, Hermione pegou o garfo e provou a primeira porção do doce, com um gemido de prazer. - Só que você o mantém guardado dentro de uma armadura, para que ninguém possa feri-lo novamente - finalizou ela. - Deus, não é maravilhoso? Não deixe que eu coma mais do que esse outro pedaço, está bem?
Draco continuou a observá-la, aturdido com a precisão com que Hermione tão casualmente o descrevera, sendo que nem mesmo aqueles que diziam amá-lo haviam chegado tão perto.
- Por que disse isso?
- Isso o quê? Eu não lhe disse para não me deixar comer mais disso? Está querendo me matar?
- Esqueça. - Decidindo deixar o assunto de lado, Draco afastou o prato do alcance dela. - O restante é meu - disse e começou a comer.
Felizmente, teve de ameaçar dar uma garfada na mão de Hermione apenas uma vez.
- Nem sei como agradecer por você haver me livrado de ter de sair com Johnny - disse Hermione, quando os dois voltavam para casa.
- Por que simplesmente não diz a toda essa gente que não está interessada em ter um namorado? - perguntou Draco, intrigado.
Ela suspirou.
- O problema é que não tenho coragem de magoar ninguém, e acabaria fazendo isso ao dizer a verdade. Eles só querem o meu bem.
- Mas estão controlando sua vida, Hermione, mesmo que com a melhor das intenções.
- Oh, eu não sei o que fazer! - Ela exalou outro suspiro. - Veja meu avô, por exemplo. Bem, na verdade ele não é meu avô no sentido estrito da palavra. Ele é sogro de Shelby, irmã de meu pai. Pelo lado da minha mãe, ela é prima das esposas de dois netos dele. É meio complicado, mas tentarei resumir ao máximo.
- Será que terei mesmo o privilégio de presenciar esse milagre? - Draco arqueou uma sobrancelha.
- Pare de me provocar - ralhou Hermione, sem conter o riso. - Bem, a ligação familiar entre Gregory e Angela McDeal e meus pais é mesmo complicada, então para que me esforçar em simplificar? Minha tia Shelby se casou com o filho deles, Alan McDeal, você já deve ter ouvido falar nele, da época em que morava na Casa Branca.
- O nome não me parece estranho.
- E minha mãe, que antes tinha o sobrenome Grandeau, é prima dos irmãos Justin e Diana Blade, que se casaram, respectivamente, com outros dois netos de Gragory e Angela McDeal, Serena e Caine McDeal. Por isso, Gregory e Angela são considerados como meus avós, entendeu?
- Acho que sim, mas já esqueci o motivo que nos levou a falar sobre isso.
- Oh, eu também. - Hermione começou a rir, tendo de se apoiar nele para não perder o equilíbrio. - Acho que tomei vinho demais. Deixe-me ver... Sim, já lembrei. Casamenteiros. Estávamos falando de pessoas casamenteiras,o que meu avô, que por acaso é Gregory McDeal, mostra ser em todos os sentidos. Quando o assunto é arranjar casamentos, é ele quem dita as regras. O homem é uma verdadeira raposa, Malfoy. Você nem imagina... - Hermione parou um instante e começou a contar nos dedos. - Hum... Até agora, acho que sete dos meus primos se casaram com pretendentes arranjados por ele.
- O que você quer dizer com "arranjados"?
- Não me pergunte como, mas ele meio que escolhe a pessoa certa para os netos e depois dá um jeito de uni-los de alguma maneira, deixando a natureza seguir seu curso. Então, antes que você se dê conta, já está a caminho do altar. No último telefonema, ele me contou que meu primo, lan, e a esposa dele, que se casaram no último outono, já estão esperando o primeiro filho. Meu avô está nas nuvens.
- E alguém já mandou ele parar de se meter na vida dos netos?
- Ah, constantemente - respondeu Hermione, lembrando-se das reprimendas da avó.
- Mas ele não dá atenção. Tenho a impressão de que a próxima "vítima" será Adria ou Mel, enquanto ele ainda estiver disposto a dar algum tempo de paz a meu irmão, Matthew.
- E quanto a você?
- Ah, sou esperta demais para ele. Conheço todos seus truques e não pretendo me apaixonar tão cedo. E você, já esteve lá?
- Lá onde?
- Na terra dos apaixonados, Malfoy. Não seja tão lento.
- Ora, não é um lugar, é uma situação. E não, acho que realmente não estive lá.
- Mas acabará indo - falou Hermione, com ar sonhador. - Eventualmente... - Ela ia dizer mais alguma coisa, mas parou de repente.
- Essa não! Aquele é o carro de Johnny. Pelo visto, ele acabou vindo mesmo de Nova Jersey. Droga, droga, droga! Muito bem, lá vamos nós novamente com o plano. - Dizendo isso, virou-se para Draco, mas teve de se apoiar nele ao sentir uma onda de tontura. - Eu não deveria ter tomado aquela última taça de vinho, mas acho que ainda sou dona do meu destino.
- Pode apostar que sim, menina.
Hermione fez uma careta de desagrado.
- O suficiente para saber que o fato de você me chamar de "menina" demonstra que está sendo arrogante e querendo parecer superior a mim, mas isso não vem ao caso. Teremos apenas de andar mais um pouco de mãos dadas, até passarmos pela janela da casa dela. Com muita naturalidade, está bem?
- Não vai ser fácil, mas verei o que posso fazer.
- Adoro essa sua veia sarcástica. Muito bem, estamos prontos e preparados. Agora vamos ficar só mais um pouco aqui porque ela está olhando - acrescentou Hermione, arriscando um olhar na direção da janela da casa da sra. Figg. - A qualquer momento a cortina vai se fechar. Tenho certeza.
O fato de a situação não oferecer nenhum risco, e de ele estar começando a se divertir com tudo aquilo, manteve Draco no lugar. Segundos depois, olhou disfarçadamente para trás, tentando notar se a mulher continuava à janela.
- Parece que ela não vai desistir assim tão fácil. O que faremos agora?
Hermione moveu os olhos com rapidez, como que tentando pensar em algo.
- Terá de me beijar.
- O quê?!
- E terá de ser convincente - salientou ela. - Se formos convincentes, ela se convencerá de que não estou realmente interessada em Johnny. Prometo que lhe pagarei mais cinqüenta dólares por isso.
Draco teve de se esforçar para continuar sério.
- Então, vai me pagar cinqüenta dólares para que eu a beije?
- Como um bônus - justificou Hermione. - Farei qualquer coisa para mandar Johnny de volta para Nova Jersey. Aja como se estivesse sobre o palco, representando. Isso não precisa significar realmente alguma coisa. Ela ainda está olhando? - perguntou, mudando de posição.
- Sim - respondeu Draco, mesmo sem olhar para a janela da sra. Figg.
- Ótimo, então vamos lá. Aja com romantismo, está bem? Posicione os braços assim, em torno de mim, incline-se um pouco e...
- Sei como beijar uma mulher, Hermione.
- Claro que sabe. Mas um pouco de ensaio não fará nenhum mal...
Draco se deu conta de que a única maneira de fazê-la parar de falar seria agindo. Em vez de circundar os braços em torno dela, puxou-a de uma vez para si. A última coisa que viu antes de seus lábios esmagarem os dela, foram os expres¬sivos olhos castanhos se arregalarem de espanto.
Ele estava certo. Completamente certo, pensou Hermione. De fato, ele realmente sabia como beijar uma mulher. Teve de se apoiar nos ombros dele para não cair, pois seus pés mal estavam tocando o chão. Então, para seu próprio espanto, deixou escapar um gemido.
Sentia a cabeça zonza, como se, de repente, os dois estivessem em outro lugar, longe das pessoas e do mundo. Seu coração acelerado parecia estar batendo alto a ponto de ser ouvido, e seu corpo se tornara trêmulo, vulnerável ao apelo sensual da proximidade máscula daquele que estava se tornando uma pessoa cada vez mais presente em seus pensamentos mais íntimos.
Era quase como no sonho, pensou Draco, só que melhor. Muito melhor. O sabor dos lábios de Hermione era adocicado e único, incapaz de ser resgatado apenas pela imaginação. Depois de saboreá-los com voracidade, afastou-a um pouco, mas somente para verificar se o ar de desejo estava tão evidente no semblante dela quanto deveria estar no dele.
Hermione ficou olhando para ele, ofegante, ainda com os braços circundando seu pescoço.
- O próximo é meu - disse ele.
Então Hermione se entregou mais uma vez àquele turbilhão de sensações deliciosas e provocantes. Não protestou quando ele insinuou a língua por entre seus lábios e começou a explorar os recantos mais secretos de sua boca.
Quando ele se afastou pela segunda vez, mo¬veu-se tão devagar que foi quase como se não quisesse fazê-lo. Draco queria poder tê-la ali mesmo, em meio à penumbra da noite e sob os olhares surpresos, e provavelmente escandalizados, dos transeuntes. Pouco lhe importava que olhassem. Queria saciar aquela sua sede pela energia sensual de Hermione. De fato, só se conteve por saber que uma atitude mais ousada acabaria assustando-a. Ele próprio estava assustado com sua reação. Era como se sempre houvesse guardado um vulcão dentro de si que, de repente, resolvera entrar em erupção.
- Acho que isso será suficiente - disse a ela.
- Suficiente? - repetiu Hermione, como se hou¬vesse acabado de chegar de outro planeta.
- Suficiente para convencer a sra. Figg.
- Sra. Figg? - Ela balançou a cabeça, tentando ordenar os pensamentos. - Oh, sim, claro. Puxa, você é mesmo muito bom nisso, Malfoy.
Um sorriso relutante curvou os lábios dele. A sinceridade de Hermione era realmente encantadora, pensou Draco. E perigosamente irresistível.
- Você também é muito boa nisso, menina - respondeu ele, conduzindo-a em direção à entrada do prédio.
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N/A: Eiiii Lily Black. ♥ x)~, obrigada por me avisar sobre o erro na att deste cap!! ¬¬' foi malz... eu tinha testado umas 3 vezes.. e tava dando tudo ok.. maas enfim... agora tá tudo certinho.. cap COMPLETO dessa vez.. huhu :DD
Quem curtiu mais esse capítulo, levanta a mão! \o/ \o/ \o/
Aeee!! hahaha
Buddies novamente eu nem demorei mto pra att né? :D
Gostaria de ter postado ontem, mas estou correndo contra o tempo ... muitaaas coisas pra fazer ultimamente! ¬¬'
E ainda estou trabalhando numa fic nova! o/
*olhos brilhando*
OMG... a Mione líder da gangue de tagarelas?! hahahaha
só o Draco mesmo viu... :P
E quem acha que as proximas tiras de jornal da Mione vai ter realmente o talento inusitado para o absurdo?
Eu tenho certeza, afinal.. gente, nós estamos falando da Mione! :D
hehe...
Nossa, e essa do encontro da Mione e do Draco foi 10000000000000000000000000000000000000000000!
TUDO DE BOM, né? o/
Bom, agora vamos as respostas dos comments que eu tanto amooo! *-*
Teresa: Que bom que você continuara acompanhando a fic! huhu.. *-* Espero q tenha curtindo mais esse cap... assim como o 2, esse está demais né? claroo.. modestia á parte! haha .... Siiim, a conversa da Delta com a Mione foi realmente uma surpresa, e ainda mais para o irresistivel 3B... quem diria né.. que mundo pequeno este hein! :P E esse da delegacia vai ficar marcada durante um bom tempo.. afinal.. q absurdo né! hahaha Vc já sabe que a Mione tem um tipo de imã para o absurdo né? haha...! Aaii, obrigada honey.. e me diz: nem demorei pra att né! ;) hehe... bjooo ;**
Manu Malfoy: Leitora nova?! *olhos brilhando* Welcome! é sempre mtooo bom ver novos readers! o/ \o. Aiii, que bom que a fic te agradou honey! *-* sim, sim definitivamente o Draco ser irresistivel como o 3B né? ;) Pois é, a Mione teve uma mudança radical, digamos assim? hahaha E sabe que nem eu.. essa tbm é nova para mim.. omg.. onde já se viu alguém interessado em fazer tours por delegacias! 'Oo A mione tem realmente um talento especial para o absurdo né? haha Bom, espero que ese cap tenha lhe agradado! :D bjoo ;**
Gabih Potter Granger!*: Ebaaaaa, mais uma leitora nova! o/ Welcomeeee, estou triiiii harry que você tenha gostado da fic! *-* E como pedido cap postadinho! o/ Espero que continue acompanhando a fic hein! ;) bjoooo
Natylindinha: Eii, cap postadinho! uhuul o/ Espero que tenha gostado desse cap tbm! ;)
Mione03: Oh My God, mais uma leitora nova?! Aii, maaas que felicidade! *-* Sim, eu concordo quem diria que os pais da Mione conhecem os pais da Delta hein! :P Pois é, o Draco ser um cavalheiro né? e pensar que ele preocupou com a Mione! :D Nossa quem diria né, meia-noite + biscoitos de chocolate + cerveja + conversando, sem o Draco bater a porta da cara da Mione? uau que progresso hein! hahaha Espero que tenha gostado desse cap tbm! bjoo ;*
Lily Black. ♥ x)~ : Eiii, que bom que você tipo assim amoou a fic! *-* meu Deus como eu estou modesta hj.. haha ta bom abafa o caso! ¬¬' Maas enfim parece que o mundo ser pequenho mesmo né... quem diria que a Mione e a Delta se encontrariam assim...fala sério ficou tão bonitinho o Draco preocupado com a Mione né? ;D Pois é, nós descobrimos o segredo do Draco, ele lê tiras de jornais, então quer dizer que até que ele concorda e no fundo admira o talento da Mione para o absurdo né? ;D hahahaha.. isso ele verá nas proximas tiras de jornal.. opsss.. mas nada de entregar o ouro .. hehehe ... For sure, eu vou tentar postar os caps rapidinho... pq leitores felizes = autora triiiiiii feliz! *-* ah, pelo visto não é só eu quem está modesta hj né.. hahahaha claroooooo que eu gostei do seu comment honey, of course! :D e no problem mesmo, isso sempre acontece.. até eu as vezes esqueço de mudar a nota! ¬¬' hehe... Aaah, yeah eu tbm imaginei o Mione nocauteando o bandido... e confesso q achei hilarioooo.. hahaha Clarooo.. surpresas vem e vão, não é mesmo? Então pode ter certeza que na hora certa a family da Mione aparece sim... opss... nada de entregar o ouro! ¬¬' enfim.. prometo q nos proximos cap terá mais surpresas sobre o 3B!! ;) Oh my... eu falei demais né? ¬¬' Bom, espero que tenha curtido o cap! :D bjooo ;** P.S: Estou amandoooo sua fic... e espero que vc consiga inspiração pra continua-la! good luck! ;DD
Rhaissa.Black: Que bom que você gostou do cap honey, estou realmente feliz! *-* Siiim, tbm achei a Delta super legal, ela tem um certo ar de misterio né? :D huhu.. que bom que o cap deu pra matar a curiosidade.. bom e tbm espero q esse ultimo não tenha te deixado mto ansiosa... ooh, mais que mentira clarooo que eu gosto de deixar os leitores ansiosos e curiosos. .hahahaa ¬¬' maaas prometa tentar att a fic rapidinho! o/ For sure, definitivamente o cena do nocaute
foi demais... e eu fiquei com um pouco de pena do Draco, afinal aposto que ele já estava imaginando o momento heroico do qual ela salva a Mione! hahaha Cap postadinho! uhuul... o/ Espero que tenha gostado desse cap tbm! :D bjoo ;*
Imogen: Eii, fico feliz que você esteja curtindo a fic! *-* aii, mas que honra! :D dei uma passada lá sim.. e ameiii! ;D obrigada mesmooo honey! :D Vou tentar att os caps rapidinho, for sure! o/ Espero que tenha gostado desse cap hein! ;)
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Aii está buddies, mais uma vez os comments
respondidos com mtooooo carinho!! ♥ ♥
Oh My God, definitivamente eu me empolguei demaaaais né? 'Oo
haushasuahsuahsaushaushausa
Gostaria de dizer que estou amando os comments e estou mto agradecida mesmo! *-*
Comments são sempre bem-vindos! hehe! :P
até a proxima att people! ;D
xoxo - Lay ~
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