O Retrato da Parede



- Calma!- disse Snape, quando ouviu-se uma enorme agitação da sala da reunião.- A mulher pode ter morrido, mas não quer dizer que seja a mãe da estudante de Hogwarts.

- Mas se fosse a avó, já era um pouco idosa para conseguir fazer o feitiço do Patronus.- disse um homem já velho.

- Mais velha que tu é impossivel.-começou Tonks.- O Dumbledore é um feiticeiro extraordinário e já tem quase oitenta anos.-defendeu ela, deixando o outro sem palavras.

-Até pode ser verdade, mas não se esqueçam de que os Lovegoods tem o apelido do director da Voz Delirante.-disse Mr. Wealsey.- Os Lovegoods moram perto de nós e eu já não vejo a mulher dele à mais de seis anos.

- Silêncio-cortou Snape, furioso.- Ouçam o que Mr. Dumbledore tem a dizer.

As pessoas pararam bruscamente.

- Obrigado Severus.-agradeceu Dumbledore.-Penso que a melhor coisa a fazer é falar agora dos Dursleys, visto que iamos falar do monstro, mas puxamos o assunto para os Lovegoods. Ora bem, os Dursleys, como todos sabem são os tios de Harry Potter.

- A tia é a irmã da Lily Potter.-acrescentou o feiticeiro já velho cujo nome Harry desconhecia.

- Bom, todos sabem o essencial.-principiou Snape.- Mas a questão é como serão os Dursleys psicologicamente para sabermos qual o motivo pelo qual terá a Mrs. Lovegood juntado-lhes para os ajudar.

- Portanto foi por essa razão que solicitamos o Harry para esta reunião.-continuou Dumbledore.- Vamos fazer-lhe algumas questões, que, salvo erro, não se importará de responder.

Olhavam agora todos para Harry, que pensou logo que tinha feito bem organizado o ED e habituar-se a todos os olhares posto nele. Dumbledore olhou para Harry, enquanto Snape escrevia.

- Harry, conta-me tudo o que sabes sobre os Dursleys. Fala-me sobre a maneira como são, o que fazem e talvez também podes-me falar dos relacionamentos que eles tem.-pediu Dumbledore interessado.
-Bom... eles são... todos sabem que sou... que sou sobrinho dos Dursleys... Er... E também...

- Continua.-incentivou Dumbledore e Harry resolveu não olhar para os membros em geral, mas para Dumbledore.

- Er... Como todos sabem os Dursleys são os meus únicos familiares. O meu primo tem dezasseis anos como eu e anda numa escola lá por perto. O meu tio é director de uma empresa de brocas e a minha tia trabalha em casa. Er... eles vivem das aparências e não se preocupam lá muito comigo...-continuou fazendo alguns feiticeiros soltarem ruidos de descontentamento.- E também quero dizer que... tem um relacionamento bom entre eles.

-Sim, mas não era desse relacionamento que eles tem. Podes-me dizer se tem amigos?

-Bom... er... Já os vi com uma tal Aurelia, que é dona de um restaurante, Gemma, que é empregada numa ouriversaria, Ivonne, que viveu seis anos em Maiorca e... também já os vi com um homem chamado...-tentou recordar-se.- ....Matthew, que era tocador de flauta de pã.

-Muito bem...-comentou Dumbledore, olhando para McGonagall.- Severus, passaste tudo?

- Sim, director.

- Bom, acho que agora... o melhor é falarmos de novo no monstro, visto que acabamos por não falar. Pois então...

Do outro lado da mesa, um feiticeiro pequenino pegou num livro e atravessou a sala e deu a Dumbledore. Só de perto é que Harry apercebeu-se que se tratava do seu professor de Encantamentos: Flitwick.

- Bom, o Richard emprestou-me esse livro, pensei que seria útil para a reunião...

- Concerteza, mas não seria necessário -sussurrou Dumbledore.- Bom, o Lethifold em questão tem algo de muito raro, pois parece sobreviver em climas temperados em vez de tropicais.

- Mas, Albus, esse tal Lethifold pode ter sido sujeito a encantamentos ou poções.- sugeriu uma feiticeira.- Não sabemos de facto...

- Sim, querida Mary, tens razão...

- Permita-me Dumbledore.- disse Lupin.- Desde que o Lethifold de 1782, não houve mais casos, que pelo menos tenham chegado às mãos do público.

- Tens razão, Remus, mas Mr. Belby saiu ileso por ter descoberto a criatura a tempo ou então não deixaria qualquer vestígio.-continuou Dumbledore.

- Não podemos deixar fora de questão, o facto de ter atacado de dia.-resmungou Moody, ainda a agitar o copo com o olho mágico lá mergulhado.- Em todos os relatos que ouvi, foi de noite o ataque.

- Mas seria fácil se o animal tivesse sido enfeitiçado.-disse Tonks, apressadamente.- Penso que o feitiço Imperius seria suficiente para fazer o bicho atacar.

-Correcto.-disse Dumbledore, bebendo um pouco de água.- Isso leva a outra pergunta: quem teria feito esse ataque e... Ah, e também para quê, esse ataque, pois todos concordam que não foi ao acaso esse surgimento do monstro.

-Claro.-disse Snape, continuando a escrever.

Harry lembrou-se de uma coisa que lhe pareceu um choque tão grande que ficou a olhar para o Dumbledore, pensativamente.

- Pois bem, já que todos concordam que seja mais um plano de Lord Voldemort, gostava de afirmar que não vejo a razão para querer atacar Mr. Lovegood. E para tal seria necessário uma outra providência que só se pode usar em Hogwarts.

-Que providência?-perguntou Moody, retirando cuidadosamente o olho do copo.- Não vai por guardas em Hogwarts pois não?

-Que ideia! Não, irei usar uma coisa mais útil. Bom, penso que a reunião está quase dada por encerrada. Alguém quer dizer algo? Bob?

-Sim.-começou um feiticeiro já velho.- As nossas funções continuam iguais?

- Decerto que sim.-respondeu Dumbledore.

- Albus, o que fazemos agora em Privet Drive?-perguntou Mrs. Figg.

-Er... fiquem atentos aos Dursleys e às suas notícias.

- Está bem.-concordou ela.

- Desculpe, Albus, mas no Ministério, ainda à necessidade andar a vigiar? -perguntou Mr. Weasley.

-Claro que sim. Façam tudo o que eu mandei.Bom... Nós.-olhou para Harry, que ainda pensava tentando recordar-se do seu primeiro ano.- Harry? Alguma coisa?

- Er... Nã... Sim. Recordo-me no primeiro ano de ver um tal Lethifold na Floresta Proibida, quando cumpria um castigo com o Hagrid. A principio pensei que era a sombra de um centauro mas depois...

- Viste um Lethifold... na floresta?!-exclamou Dumbledore, pasmado.- Quando? Há cinco anos?

- Sim.

- Podia ser meramente uma sombra de alguma árvore.-sugeriu Snape, evitando o olhar de Harry.- Não creio que isso tenha realmente acontecido.

- Tem toda a razão, Severus.-retorquiu a Professora McGonagall.- Certamente que Mr. Count concorda connosco, mas acho que um lethifold na floresta podia até ser verosímel.

- Minerva, pensa mesmo que esse monstro esteja na floresta à mais de cinco anos?!

- Não vejo quaisquer provas em contrário. Ainda hoje perguntei ao Richard e ele não me soube dizer se já tinha visto esse lethifold.

- Mas o Richard também não poderia saber. Ele veio à pouco tempo.-respondeu Dumbledore.

- Ele é muito aborrecido.-resmungou Snape, com uma expressão malévola.- Para mim não é de confiança.

- Não sabes o que dizes, Severus.- disse Dumbledore.- Ele é uma óptima pessoa.

- Sim, sim, é óptima pessoa, por isso é que eu por pouco lhe lançava a maldição Cruciatus.

Esta frase causou uma enorme agitação dentro da sala. Snape levantou-se bruscamente e saiu da sala a passos largos, sem olhar para trás. Harry olhou petrificado para a cadeira vazia de Snape. Com que então, ele quase lançava a maldição Cruciatus a outra pessoa... E ainda diziam que não era Devorador da Morte.

Porém as surpresas não acabavam por ali. A porta da sala da reunião escancarou-se e o auror Kingsley Shaklesbolt entrou na sala. Tinha uma expressão horrorizada.

- Outro ataque! Adolphus Caeser foi levado mesmo agora para São Mungo!

-O quê!?-exclamaram todos. Dumbledore e muitos outros levantaram-se bruscamente e foram ter com ele.

- O que aconteceu?

- Eu ia a uma investigação a um local...-começou Kingsley.- Tinham-me dito que existia lá uma série de objectos de magia negra ilegais, quando... -engoliu em seco.

-Quando?-perguntou um feiticeiro que era bastante pálido.

-...quando encontrei o Adolphus desmaiado na secretária 3 ,enquanto lia um artigo do Daily Prophet. Encontramos pegadas que ligavam o corredor à secretária e descobrimos um pedaço de madeira com runas.

Dumbledore interrompeu a fala de todos os presentes e começou a dar ordens.

- Kingsley, Tonks continue o seu trabalho de auror, que eu vou partir imediatamente a Hogwarts. Minerva, Count, Flitwick venham comigo. Molly, Arthur, venham falar comigo daqui a pouco. O resto faça o trabalho que eu mandei.

Todos se levantaram e prepararam-se para sair. Harry arrastou a cadeira, com a cabeça tão saturada de informações que apeteceu-lhe dormir um bocado. Era muito estranho. Nesse mesmo dia acordara e tomara o pequeno almoço com os tios, recebera uma carta de Hogwarts, falara com Mrs. Figg, os Dursleys tinham sido atacados, pouco depois vira para Grimmauld place, participara numa reunião da Ordem e acabava de saber de outro ataque. Tudo isto era estranhíssimo e começara com uma simples carta. A carta!

- Professor Dumbledore!- chamou Harry, enquanto o director metia uma mão na maçaneta da porta e espreitava.

- Sim, Harry?-perguntou enquanto Harry corria até ao seu encontro.

- Tome esta carta. Recebi hoje de manhã.-disse Harry, retirando a carta do bolso e entregando-lhe.

- Está bem, depois leio.-disse Dumbledore.- Espera lá fora, até Mr. e Mrs. Weasley te chamarem.

- Está bem, director.

Harry caminhou até à soleira da porta e sentou-se no degrau de uma escada. Viu muitas pessoas a sairem e desmaterializarem, enquanto ouvia membros da Ordem a falar apressadamente. Tinha a cabeça tão saturada de informações que desejava saber para onde ia agora morar. Não sabia o que poderia fazer a seguir e como poderia tranportar as malas, visto que já não ia para Privet Drive. A mala da Hedwig continuava na casa de Mrs. Figg e também Harry não tinha a mínima ideia de onde a coruja se encontrava.

- Adeus Harry.- disse Mrs. Figg, ajoelhando-se no tapete de modo a falar com ele. Foi-lhe um pouco dificil, visto que usava uma longa saia.- Eu mando depois as malas pelo Mundungus, está bem? Bom, agora eu vou embora que há muito trabalho a fazer.

- Então adeus.- despediu-se Harry, enquanto via ela levantar, pisando sem querer o fim da saia e agarrando-se na parede para não cair.

Mrs. Figg afastou-se, deixando Harry com mais curiosidade de saber qual seria a sua próxima morada. Olhou em volta à espera que alguém o viesse buscar e o seu coração deu um pulo quando mesmo ao fundo do corredor viu um retrato novo, de um homem de cabelo desgrenhado e uma face pálida. Ficou bastante triste quando se apercebeu ser o retrato do seu padrinho Sirius Black, mesmo ao lado de milhares de retratos pertencentes todos à família Black. Calculou que quando qualquer membro da família falecia, o retrato era magicamente posto ali. Olhou melhor para o retrato, pois mesmo muito triste, não conseguiu afastar os olhos dele, e viu que se mexia, para seu grande espanto. Mas afinal, não podia ficar tão admirado pois no mundo da feitiçaria, mexia e falavam como fazia a pessoa de carne e osso. Mas...

Como nunca se tinha lembrado disso?! Um retrato!Era a melhor forma de conversar com alguém que tinha ido embora do mundo. Sem pensar saltou e dirigiu-se a correr para o retrato. Mal se aproximou ouviu vozes a sussurrar e um homem muito velho a dizer:

- Que biltre será este que envadiu a mansão senhorial das terras dos Black?!

- Cala-te, genro infortunado, não causes disturbios, enquanto jovens damas como eu dormem tranquilamente em suas camas de dossel?!

- Jovem, tu? Nem que te metesses entre uma armadura e um vassalo com mais de um século de vida, conseguirias ocultar essa cara de anciã.

- Acalmem-se, jovens feiticeiros.- disse um homem bastante velho, de longas barbas brancas.- Gritar é um castigo que me atormenta desde bebé. De certo não quereis que chame um Dementor para vos levar daqui?

- Dementor? Onde?!-gritou o retrato de Sirius Black.- Não é este rapaz que está aqui à frente pois não? Não, não me parece ser ele. Mas, c’os diabos! É o Potter, o meu afilhado. Voltaste à minha casa?

- Tu és um traidor, Sirius.-resmungou um homem de olhos brilhantes, de um retrato do canto da parede.- Oferecer esta casa ao imbecil que quer destronar Tom Riddle.

- Chega.- disse Harry.- Olhou para Sirius e perguntou baixinho, para que nenhu moutro retrato ouvi-se.- Tu lembras-te de mim?

-Pois claro Harry. Nós estabelecemos laços afectivos tão fortes que nem um retrato fica com limites.

- Mas... mas... er... lembras-te da noite em que... sabes...

- Lembro-me. Toda a sabedoria do Black humano foi estabelecida em mim.

- Como?

-Qualquer dia saberás, pois não sei muito bem explicar. Só uma coisa, acho que está alguém a chamar-te.

Harry, olhou triste à sua volta e viu Mr. e Mrs. Weasley a chamá-lo. Aproximou-se deles.

- Vamos Harry? Temos muito que fazer.-disse Mrs. Weasley.

- Penso que as malas vem depois, não é?

-Sim, Mrs. Figg traz as malas. Mas...

- Vamos, penso que o Remus está quase aí.

- Mrs. Weasley?-perguntou Harry, olhando para ela e esperando que ela aceita-se o pedido.

- Sim, querido?-perguntou ela, enquanto punha uma mala ao ombro, distraidamente.

-Eu... eu posso... eu podia levar o retrato de ... de Sirius Black que está ali na parede?

-Bom... er -pareceu pensativa e ao mesmo tempo admirada por saber que existia ali um retrato.- Não acho boa ideia. Quer dizer... Sirius Black está... está morto-disse e Harry sentiu-se de repente muito triste.- E... er... um retrato é uma representação mínima das pessoas que viveram. Não acho boa ideia levares o retrato pois podes ter alguma... er... decepção.

-Mas, por favor, eu queria...

- Não. A sério, agora esquece isto ,está bem? Eu sei como te sentes. Eu também já perdi uma irmã, mas...-e deu-lhe um abraço, onde Harry olhou para o solo, decepcionado. Não queria faze-la ainda mais triste do que estava, mesmo agora que ela se lembrara da irmã. Ela largou-o, olhando para a mala, enquanto uma lágrima lhe escapava e o marido poisou a mão no ombro dela.

- Molly, acalma-te, não fiques triste. Sinceramente penso que o Harry é que deve fazer as escolhas e acho que tem o direito de levar o retrato desta casa se bem o entender.

Harry por pouco dava dois pulos de contente e gritava-lhe um obrigado. Mas achou que contrariar Mrs. Weasley e Harry ficar quase que contra ela iria faze-la sentir-se pior, portanto pensou que seria melhor só pegar o retrato e sussurrar um obrigado para não parecer demasiado contente com a ideia.

- Bom, agora que já todos estão satisfeitos.-começou Mrs. Weasley, tentando levantar os ânimos.- O melhor é irmos embora que à muito a fazer.- e pegou nas malas e indicou o caminho até à cozinha.- Remus, vens agora ou...

-Eu depois apareço. Sabes o código, não sabes?

- Sim. Então, até logo.

Sairam da cozinha e dirigiram-se até às traseiras da casa. O retrato de Sirius estava bem agarrado na sua mão, enquanto ele silenciosamente olhava para tudo à sua volta.

- Mr. e Mrs. Weasley para onde vamos?
- Aqui é muito arriscado falar. Depois, está bem?- disse ela.

O céu estava cinzento e parecia indeciso se a proxima acção que iria executar era a chuva ou o sol. Havia pouco movimento, visto que eram quase duas da tarde e encontravam-se no Sábado.

Percorreram a estrada silenciosamente olhando de vez enquanto para as lojas, muito bem arranjadas, enquanto passeavam em direcção a um local que Harry desconhecia.

- Penso que seria bom comermos em algum restaurante.-disse Mr. Weasley- Feiticeiro não, iam estranhar eu vir a Londres.

- Pode ser já neste, não achas Arthur?-perguntou ela.

- Sim, sim. Bom, então entrem.

Harry olhou para o restaurante enquanto entravam. Tinha pouca gente, o que parecia ser bom, pois Mr. Weasley não queria que ninguém o visse. Sentaram-se numa mesa do fundo, e Mr. Weasley pegou numa ementa, e começou a desfolha-la, muito contente.

- Estranhas comidas. Carne de Porco na chapa... que raio será isso? O que costumas pedir, Harry?

-Er, para dizer a verdade, nunca vim a um restaurante muggle.

Uma mulher aproximou-se da mesa e perguntou-lhes o que desejavam comer.

- Er... Pode ser...-começou Mr. Weasley, desfolhando a Ementa.- Uma travessa de Arroz e carne de porco, com batatas fritas... er ... Carne de Galinha estufada com ervilhas... Massa com carne de porco... picada?-deu uma gargalhada baixinho.

- Para beber?

- Vinho tinto da Casa, er... e Champa...gne?, sim, uma champanhe.-pediu Mr. Weasley, enquanto a mulher afastava-se, pasmada por terem pedido tanta comida.- Que raio será champanhe?

- Arthur, tenta não dar nas vistas o facto de não conheceres as comidas Muggles, está bem?

-Bom, vou fazer o poss...

Algo fez Mr. Weasley parar de falar e enfiar-se debaixo da mesa. Mesmo pela janela que ocupava todas as paredes, passava Narcisa Black, juntamente com outro homem que Harry reconheceu como sendo Rodolphus Lestrange.

- Estes Muggles ainda vão ver a vida quadrada, depois do plano que o Senhor das Trevas fizer. Estou farta de ser insultada por eles.-e afastou-se.

Muito estranho. Mas não tanto foi tanta quanta a que foi para a empregada que ficou estupefacta ao ver o cliente debaixo da mesa. Se já o achava estranho... o que ia achar agora!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.