Dois
- Eu não me importo. Pense no que é melhor para Sophie.
Ele assentiu com a cabeça.
- Boa noite. – disse Harry educadamente.
- Boa noite. – retribuiu Hermione ternamente.
_****_
E de repente ela estava de volta àquela arena aberta com uma vista ampla do céu que tinha nuvens escuras e carregadas.
O vento frio e o chuvisco leve a fez se lembra do que estar naquele lugar significava.
Uma onda de pânico tomou conta de si. Tentou correr, porém suas pernas doíam numa dor crucial. Sua cabeça parecia pesada e sentia-se tonta.
Ela queria correr, não queria presenciar aquilo novamente. Tentou fugir, mas, quanto mais corria, mais longe parecia estar de sair dali.
Ela sabia que não conseguiria. Logo sentiu os dedos finos e gélidos apertarem seu braço com uma força espetacular. Tentou gritar, mas seu grito foi abafado pelo barulho da chuva que caía mais forte. Um trovão soou. Ela se debateu tentando desvencilhar-se da mão forte que a prendia.
- É melhor soltá-la. – a voz veio num tom heróico. Não vinha dela, muito menos de quem a segurava.
Logo a frente ela viu Harry com dezessete anos novamente. A roupa encharcada grudada em seu corpo e os cabelos pretos escorriam molhados pelo rosto. Seus olhos verdes expressavam ódio.
Os dedos finos que a seguravam afrouxaram-se. Ela conseguiu soltar-se. Correu para Harry e praticamente pendurou-se em seu pescoço. Tentou avisá-lo, tentou pedir para ele ir embora, queria dizer que não tinha vontade de presenciar tudo aquilo, mas, era como se ela não fosse capaz de falar. Como se não tivesse mais voz.
Harry tirou alguns cabelos de seus rosto e a segurou entre as duas mãos.
- Eu vou te tirar daqui. Eu prometo. – ele disse a olhando nos olhos.
Eu prometo. Eu prometo. Eu prometo...
Pareceu ecoar.
Ela balançou a cabeça em um sinal desesperado de não, mas Harry parecia estar desligado dela.
- Que bom que veio, Potter. – A voz fria e seca de Voldemort soou atrás de Hermione.
Seu pânico aumentou. Tentou gritar, não conseguiu. Tentou segurar Harry, mas suas mãos pareciam atravessar seu corpo. Não queria ver aquilo de novo, não queria!
Harry ergueu os olhos cheios de ódio para Voldemort. Hermione viu que já não tinha como impedir mais nada. Encolheu-se e fechou os olhos com força. Sabia o que viria logo após. Uma onda de medo, angustia, desespero...
Hermione acordou assustada com o barulho do trovão que soou alto. Estava ofegante. Pela janela ela foi capaz de ver a tempestade que caia lá fora. Um relâmpago iluminou o quarto.
Ela sentou-se na cama e esfregou o rosto soltando um longo suspiro.
Fazia quase dez anos e toda noite de tempestade sonhava com o dia em que Harry matara Voldemort. Teve a infelicidade de apreciar toda a guerra.
Hermione e Rony não haviam deixado Harry procurar todas as horcruxes sozinho. Abriram mão de voltar para Hogwarts e o ajudaram no difícil caminho. Porém, Voldemort conseguiu pegá-la logo que soube que Harry andava em busca de suas relíquias.
Torturaram e a jogaram-na naquela arena aberta e sem saída enquanto discutiam qual jeito de matá-la seria mais lento e doloroso.
A chuva começou a cair e o frio era intenso. Não tinha noção de horas. Estava sem varinha, estava impotente. Não demorou muito e a chuva já caía forte juntamente com os trovões. Seu corpo estava dolorido e ela tremia de frio feito louca.
Distante ela viu a figura branca de Voldemort emergir das sombras. Iria morrer, ela sabia. Tentou recuar quando ele se aproximou, mas seu corpo não lhe obedecia.
Ela começou um choro silencioso, mas não era de medo, era apenas porque sabia que seu caminho para a morte não seria tão fácil.
“Com medo agora, Granger sangue-imundo?” – Hermione lembrou-se das palavras de Voldemort.
Ela continuou a chorar. Seria seu trágico fim. Não tinha mais pra onde correr. Deixou seu orgulho cair por terra, não era capaz de mantê-lo durante a morte.
Foi quando Harry apareceu prometendo que iria a tirar dali.
Desde então, Hermione nunca se sentiu insegura ou desprotegida na presença de Harry, seu melhor amigo, sua rocha.
Olhou em volta do seu quarto. Respirou fundo e soltou o ar devagar. Deitou-se novamente enquanto outro trovão soava. Fechou os olhos e tentou tirar as lembranças ruins de sua mente.
Estava quase dormindo novamente quando ouviu um barulho vindo da porta. Abriu os olhos rapidamente e olhou para a porta. Logo sentou-se na cama com o olhar surpreso.
- Sophie? – indagou ao ver a figura loira e branca de Sophie entrar em seu quarto choramingando baixo.
Sophie caminhou rápido em direção a cama de Hermione.
- Medo... – disse soluçando. – Eu não gosto de trovão.
Hermione não soube o que fazer. Tentou lembrar-se de quando era criança. O que ela iria querer se estivesse na pele de Sophie?
- Ah... – gaguejou. – Você... Quer deitar aqui?
Sophie assentiu.
Hermione olhou para sua espaçosa cama de casal, chegou um pouco para a direita, e deu espaço para Sophie deitar-se. A garotinha subiu na cama e arrepiou-se quando outro trovão soou seguido de um relâmpago.
- Tudo bem. – Hermione a tranqüilizou. – São somente trovões, não vão fazer nada a você enquanto estiver aqui.
Sophie olhou para janela antes de se deitar e sentir os braços quentes de Hermione a envolverem num abraço protetor. Imaginou ter visto o rosto de sua mãe, mas talvez fosse somente seu reflexo na janela.
- Eu quero a minha mãe. – choramingou.
Hermione suspirou.
- Sinto muito, querida. – disse num tom pesaroso.
_****_
Hermione passou geléia nas torradas de Sophie e esticou o prato para que ela o pegasse.
- Parece que as coisas por aqui começam cedo. – Harry entrou na cozinha abotoando sua blusa de trabalho. – Não me diga que isso são panquecas?
Hermione sorriu enquanto servia o amigo com um prato recheado de panquecas.
- Eu estava pensando. – começou Hermione sentando-se a mesa também. – Tenho que estar na sede do profeta diário as oito e você precisa estar no St. Mungus às oito e meia. Não podemos deixar Sophie sozinha. Talvez... se encontrássemos uma creche...
- Vou voltar para creche? – perguntou Sophie. Seus olhos brilhavam de excitação.
- Bem, se você quiser, podemos encontrar uma. É somente durante a manhã. À tarde eu estou em casa. – disse Hermione.
- É uma boa. – Harry olhou para a garotinha que sorria. – Eu posso tentar ver isso com você à tarde, Hermione. – disse. – Sophie pode vir.
Hermione assentiu e eles voltaram a tomar café em silêncio.
- Por que vocês não dormem juntos? – Sophie quebrou o silêncio.
Harry engasgou com o suco e começou a tossir freneticamente. Hermione lhe lançou o olhar reprovador.
- Ora, Harry! Não pense mal de uma criança de cinco anos! – o tom de Hermione foi ríspido. – Não foi uma sugestão, foi uma pergunta!
- Foi um tom bastante sugestivo. – Harry disse enquanto colocava o copo de suco na mesa e limpava a boca com o guardanapo. – Mas... Por que a pergunta?
- Papai e mamãe dormiam juntos. – disse Sophie. – Pensei que dormissem juntos também. Por que não dormem?
- Bem... – hesitou Hermione. – Por que não somos casados.
- Por que não são casados? – perguntou Sophie novamente.
Silêncio.
- Ah... – gaguejou Harry. – Por que duas pessoas precisam se amar muito para se casarem.
- E vocês não se amam?
- É claro que nos amamos. – Harry respondeu. – Mas não ao ponto...
- Sophie. – Hermione interrompeu. – Por que quer saber sobre isso?
Sophie pulou os olhos de um para o outro.
- Porque eu não sabia pra quem eu ia ontem à noite. Papai e mamãe nunca dormiram em quartos separados e eu não sabia qual era o seu e qual era o dele. E... É estranho ter somente duas pessoas na cama. – explicou Sophie.
Silêncio.
Harry e Hermione trocaram olhares significativos.
- Duas pessoas não precisam ser casadas para dividirem a cama, Sophie. – disse Harry.
- Então vocês podem dormir juntos? – Perguntou Sophie esperançosa.
Harry e Hermione trocaram olhares novamente.
- Sim. – responderam juntos.
Sophie abriu um largo sorriso e voltou a comer suas torradas.
_****_
Harry sentou na confortável cadeira de seu consultório e respirou fundo fechando seu jaleco. Seria mais um dia qualquer de trabalho. Atender alguns pacientes, passar diagnósticos, recomendar poções, não seria nada fácil. Visitar os pacientes de quarto, ver a evolução de cada um. Seu trabalho estava te tirando bastante energia ultimamente. Sentia-se exausto. Precisava descansar.
Decidiu começar o dia visitando seus pacientes de quarto. Puxou uma gaveta abaixo da mesa e tirou uma quantidade demasiadamente grande de pastas de lá. Pegou a primeira e a abriu.
Kieran Koller. Cogumelos silvestres envenenados. Dera-lhe um trabalho danado. Fechou a pasta e suspirou pensando por um momento na confortável cama em que passara a noite anterior. Ah, Hermione... Doce Hermione... Era sua melhor amiga. A única que lhe restara. Nunca mais seriam o famoso trio de Hogwarts. Seria apenas ele e ela agora.
Seus olhos recaíram sobre seu pulso. Por um instante hesitou em levantar a manga do jaleco, porém sentiu-se bobo e logo o fez. Lá estava aquela caveira a qual uma cobra saia de sua boca, como uma língua. Tudo gravado em sua pele com a tinta negra. Mesmo depois de tanto tempo, ainda se surpreendia por ver aquilo ali, em seu punho.
Sentiu uma dor lacrimante quando seus joelhos colidiram com o chão duro. As correntes em volta de seu punho estavam apertadas e pesadas. Sua cicatriz ardia como nunca ardera antes. Sentia a dor dela espalhar por todo o seu corpo, inclusive pelo terrível corte que ganhara na coxa.
Estava ajoelhado diante do Lorde. Do Lorde das Trevas. Se levantaria e cuspiria em sua cara se não fosse pela dor debilitante de sua cicatriz.
- O que você quer, Potter? – Voldemort perguntou calmamente.
Harry tremia. Sentiu seu sangue esquentar ao ouvir a voz dele.
- Eu a quero de volta. – vociferou sem olhá-lo, talvez a dor fosse pior o encarando.
Houve uma pequena pausa e logo Harry ouviu Voldemort rindo fracamente.
- A sangue-imundo? – indagou. Harry sentiu suas unhas encravarem na carne da palma de sua mão. – Você demorou tanto, Potter.
Harry tentou desvencilhar-se das correntes, porém a única coisa que conseguiu foi uma tentativa fracassada e um riso forçado de Voldemort.
- Eu a quero de volta! – Harry gritou.
Voldemort riu mais alto. Harry urrou de raiva.
- Você é tão patético, Potter. – desdenhou Voldemort. – Sofrer o tanto que está sofrendo por uma sangue-ruim?!
- Você não sabe o que é ter amigos. – Harry vociferou. – Você não sabe o que é amar alguém!
Voldemort bufou.
- Olhe para você. Correndo atrás de uma amiguinha sangue-ruim, sendo torturado, humilhado, e só tem dezessete anos. E olhe para mim. Penso em mim mesmo e no meu poder. Quem está vencendo aqui, Potter? Diga-me.
- Você não vai durar muito, Voldemort. – Harry ergueu o olhar. Seus olhos tinham lágrimas e estavam cerrados pela dor da cicatriz. Seus membros tremiam de raiva e ao mesmo tempo de dor. – O mal nunca vence! Já leu contos?
Voldemort riu com a comparação do garoto.
- O mal é um ponto positivo em minha vida, Potter. Você pode ter um ponto positivo em sua vida também.
Harry forçou uma risada.
- Vou virar um comensal agora. – ironizou Harry.
Um silêncio se fez entre os dois. De repente, a dor na cicatriz de Harry cessou e ele soube que Voldemort queria algo importante fazendo com que sua agonia parasse.
- Os mocinhos sempre abrem mão de algo em contos para terem um final feliz, não é mesmo Potter? – disse Voldemort.
- Não vou abrir mão de Hermione. Nunca! – exclamou Harry.
- Não estou falando dela. – Voldemort disse pacificamente. – Quer vê-la?
Harry o olhou desorientado. Era completamente estranho estar naquela situação com Voldemort, não sentir a dor na cicatriz. Assentiu com a cabeça rapidamente.
As paredes da sala rústica de repente viraram vidro e através deles Harry pode ter uma visão panorâmica de uma arena aberta onde a chuva começava a cair forte. Bem no meio Hermione abraçava as pernas. Estava molhada e seus lábios tremiam de frio.
Ele andou sobre os joelhos com dificuldade pelo corte na coxa até o vidro. Observou Hermione antes de gritar seu nome esperando que ela o ouvisse.
- Ela não pode te ouvir. Não pode te ver. – Voldemort disse procurando manter toda a paciência do mundo.
Harry não deu ouvido. Gritou novamente por Hermione, mas ela continuou abraçando as pernas com uma expressão apavorada sem dar sinal de que, sequer, vira algo estranho. Ele encostou a testa no vidro e sentiu sua garganta queimar. Suas vistas embaçaram e ele sentiu algo quente escorrer pela sua bochecha. Estava chorando pela primeira vez, desde quando tudo aquilo havia começado. Estava chorando por ela. Porque queria estar perto dela, poder abraçá-la e aquecê-la, olhar em seus olhos e dizer que ele estava ali e que iriam sair dali. Queria poder passar agora a segurança que ela sempre dissera que ele lhe passava.
- Tenho uma proposta para fazer a você, Potter. – ouviu a voz fria de Voldemort atrás de si.
Harry viu sua respiração ficar ofegante, seu sangue ferver. Com dificuldade ele se levantou. Todo o seu corpo tremia de raiva. Ele deu uma última olhada em Hermione, e isso lhe trouxe mais desejo de vingança. Virou-se com a com os olhos cerrados de raiva.
- O que você fez com ela? – vociferou ele.
- Isso não importa agora...
- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? – gritou Harry gastando todo ar que havia em seu pulmão.
- Meus comensais a torturaram. – Voldemort respondeu fazendo pouco caso, buscando apenas paciência. – Queria saber quantas das minhas relíquias vocês haviam pego e destruído. Mas sua amiguinha sangue-sujo não nos ajudou muito. Vou revê-la daqui a alguns minutos. Farei somente mais um tentativa, se ela não falar, eu não vou sentir nem um pouco por perder sua amiguinha, Potter.
- Não precisa fazer isso! – exclamou Harry com uma voz falha. – Eu sei. Pergunte a mim!
- Isso não importa mais...
- Foram somente cinco. – insistiu Harry. - Cinco das sete! Ainda há duas para serem encontradas, você ainda é imortal. Agora. - sua voz se tornou rouca. - Por favor. Não torne a encostar nela.
Voldemort ergueu a sobrancelha.
- Droga, Potter. Você estragou a surpresa. – Voldemort deu as costas calmamente num tom falso de lamento. – Mas, eu não me importo. Eu juro que quando ouvir isso dela eu finjo estar surpreso.
Harry fez uma careta. Tentou soltar-se das correntes soltando urros de raiva, mas suas tentativas deram no que já era de se imaginar. Suas unhas já haviam ferido a palma de sua mão e ele não se importou.
Voldemort estava a um metro de distancia. Queria matá-lo. Seu sangue parecia ferver a cada vez que era bombeado para as veias. Ele mancou com raiva em direção a Voldemort, porém, quando estava a meio metro de distancia, a dor de sua cicatriz voltou e ele cambaleou antes de cair de joelhou e soltar um gemido de dor, fechando os olhos com força. Encostou a testa no chão esperando, de alguma forma inútil, que aquilo pudesse aliviar a sua dor.
Não demorou muito e a dor cessou. Sentiu seus músculos relaxarem. Seu corpo continuou arqueado.
- Por que ela? – ele disse ofegante. As lágrimas tornavam a embaçar suas vistas. – Por que fazê-la passar por tudo isso? – Harry soluçou.
Ele percebeu Voldemort se abaixar a sua frente.
- Porque eu sei que essa seria a pior tortura para você. – Voldemort disse num sussurro próximo ao ouvido de Harry. – Sim, Harry, nós a torturamos. Nós lançamos os piores feitiços nela. Ela gritou muito. Ela chorou. Mas ela não disse nada. Sabe a única coisa que ela dizia enquanto a torturávamos? Dizia que um dia você me destruiria. E que se ela precisasse morrer para que isso se realizasse, ela morreria. Tola não acha?
Harry não teve forças sequer para tentar desvencilhar-se novamente das correntes.
- Solte-a. – a voz de Harry saiu quase inaudível. – Eu faço o que quiser, mas, por favor. Não torne a encostar nela.
Voldemort riu.
- Você tem duas opções, Potter. – A voz fria dele voltou a soar clara. – Deixo você ver a triste morte da sua amiga, com uma bela visão panorâmica e posso providenciar pipocas se quiser também. Em seguida eu te dou a oportunidade de um duelo comigo. Você com varinha e eu sem varinha. – ele fez uma pausa e fitou os olhos de profundo ódio de Harry bem na altura dos seus. – Ou. – continuou calmamente. – Eu liberto sua amiga e deixo todos que gosta em paz. Porém. – ele fez uma longa pausa focando os olhos de Harry. – Você passa a ser um de meus comensais.
Naquela noite ele perdera sua liberdade, por ela, somente por ela, afinal, era a única pessoa que conseguiu pensar ao fazer sua escolha final. Harry acordou de seus devaneios por uma batida insistente na porta. Deu por si ainda encarando a marca negra em seu braço e, meio perdido, levantou-se e abriu a porta.
Surpreendeu-se ao ver uma ruiva cujo os cabelos ruivos estendiam-se até a cintura o encarando do outro lado da porta.
- Gina! – exclamou Harry surpreso. – Pensei que trabalhasse no terceiro andar.
- Bem, e trabalho. Não posso sequer vir a sua sala mais? – ela indagou.
Harry de um passo para trás para que Gina pudesse entrar e ela assim o fez, fechando a porta logo em seguida.
- Escuta, Gina. Isso não é uma sala de visitas. Eu estou trabalhando...
- Se estivesse realmente trabalhando, Harry, você não estaria trancado em sua sala há dez minutos. Sabe, você tem uma fila de gente passando mal ali fora para atender. O que há com você? – perguntou enquanto tirava o jaleco. – Você nunca deixa a fila se estender tanto.
Harry bufou passando as mãos pelos cabelos.
- É só... – ele hesitou. – Tudo que está acontecendo. Rony e Luna...
- Ah. – Gina o cortou. – Todo bem, ok. Só não vamos falar sobre isso.
- Desculpe.
Gina tirou o jaleco e o pendurou numa das cadeiras a frente da mesa de Harry.
- É só a mamãe. Ela quer saber quando podemos ver Sophie. – explicou Gina.
Harry ergueu a sobrancelhas e riu incrédulo.
- Incrível que ela possa fazer a pergunta a mim. – ironizou Harry.
- Ora, vamos Harry! Você sabe que nós nunca conseguiremos uma autorização para ver Sophie em menos de um mês. – insistiu Gina. – Dê um desconto à mamãe. Ela acabou de perder um filho! Eu acabei de perder meu irmão. Deixe que ela veja pelo menos a neta dela!
- Eu não posso deixar vocês irem lá escondido do ministério. Eles podem estar vigiando e...
- Harry! – ela o cortou. – Nós só queremos saber o nome da creche que vão colocá-la.
Harry hesitou. Passou as mãos pelo cabelo novamente e negou com cabeça.
- Gina, eu não posso. – disse definitivamente.
- Harry! Você não está entendendo. A mamãe está ficando louca. Ela precisa ver Sophie. Ela não come, não dorme. Está chorando o tempo todo. A casa está imunda. O jardim está lotado de gnomos. Por favor! – ela suplicou.
Harry suspirou e pensou por um momento. Fechou os olhos calmamente e os abriu buscando relaxar.
- Eu preciso ver sobre isso com Hermione. – disse calmamente.
Gina revirou os olhos.
- Hermione é muito certa. Ela nunca vai deixar que você dê o nome da creche. Você precisa fazer isso escondido dela. – Gina exclamou.
- Escuta! Eu não vou fazer isso escondido de Hermione. Eu não sou o único responsável por Sophie agora. Sou eu e Hermione! Olha, eu prometo que tento convencê-la, ok? É a única coisa que eu posso fazer por vocês agora.
Gina o encarou por segundos. Bufou enquanto pegava seu jaleco na cadeira e saía da sala.
Harry maneou a cabeça negativamente indo pegar suas pastas na mesa para ver como estavam seus pacientes. Agora, com certeza, ele teria uma fila duas vezes maior para atender do que antes. Sem condições de chegar cedo em casa.
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N/A:
Pra quem leu as minhas putras fics digo somentem uma coisa
(a msma q eu disse na comu)
UMA MORTE UM TANTO IDIOTA PRA MINHA MENTE, NAUM?
pensem...
TERESA.....uma respora =D
NOnoNO!
Naum me inspirei em filme algum pra fazer a fic! =D
Eu teria dito! ^^
Bjão!
Continua comentando...please
=**
Comentários (1)
Muito fixe. Dps continuo a ler ;)
2013-03-13