Epilogo



A media que os meses passavam, a família Weasley parecia se conformar com a morte de Rony. Principalmente Luna, ela e Hermione voltaram a ser grandes amigas e acompanhavam juntas a gravidez (estavam praticamente na mesma época da gestação, embora a loira estivesse com algumas semanas a mais). A Lalaine também estava radiante por ganhar dois irmãozinhos de uma vez só, embora achasse isso um pouco estranho.
A morena estava na recepção de uma clinica trouxa. Mesmo tendo voltado para o mundo bruxo, achou melhor não ter o seu bebê no St. Mungus, e sim da mesma maneira que seus outros filhos nasceram. Harry, que estava ao lado lia uma revista enquanto a observava, pelo canto do olho, acariciar a barriga de cinco meses (que estava parecendo um pouco maior do que o normal, na opinião dos dois).
- A senhora Weasley nos chamou para um almoço na Toca amanhã – a morena disse, enquanto brincava com um fio de cabelo rebelde da testa do marido – Ela está com saudade da Lalaine, não posso negar que ela veja a neta.
- Você tem toda razão – respondeu, virando-se para olhá-la fixamente – É sempre bom ir A Toca, me lembra os nossos anos de Hogwarts.
A mulher riu, olhando novamente para a barriga.
- Você não acha que vai ser difícil voltar lá depois de tudo? – perguntou, voltando a olhá-lo – Eu, você e o Rony passamos por tantas coisa lá. Vai ser inevitável não lembrar dele.
- Eu sei! – respondeu a abraçando – Vamos lembrar só dos momentos bons.
Continuaram abraçados durante mais alguns minutos, quando a secretária se aproximou dos dois.
- Senhora Potter, o doutor já vai atendê-la – disse, fazendo um sinal para que Hermione a seguisse – Pode vir também, senhor Potter.
A mulher os levou até uma porta que se localizava do outro lado do corredor. Quando entraram na sala, o médico estava sentado em sua mesa.
Depois de fazer alguns exames e constatar que estava tudo bem com a morena e com o bebê. O homem pediu que ela deitasse na maca para fazer uma ultra-sonografia.
- Eu posso estar errado – o medico disse, ligando a maquina e passando algo parecido com um gel na barriga de Hermione – Mas essa barriga está grande demais.
- O que quer dizer com isso? – o moreno perguntou segurando a mão de esposa.
- Não se preocupem! – disse calmamente – Logo vocês saberão.
Começou a passar o aparelho de ultra-sonografia e a olhar para a tela de computador que se encontrava ao lado.
- E então doutor? – a morena perguntou, parecendo um pouco nervosa – Aconteceu alguma coisa com o meu bebê?
- Pelo contrário, ele está ótimo – respondeu – Ou melhor, eles estão ótimos.
- Eles? – o casal perguntou ao mesmo tempo.
- Sim! – disse, com um sorriso no rosto – Parabéns, vocês vão ter gêmeos.
Virou a tela para eles, onde puderam ver dois fetos bastante distintos um do outro. Quando Harry olhou para a esposa, viu que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Emoção em dobro! – sussurrou no ouvido dela.
- Milagre em dobro! – corrigiu, antes de beijá-lo.
- Poderemos saber qual o sexo dos bebês? – o homem perguntou, com um enorme sorriso no rosto – Dois meninos? Duas meninas? Ou um menino e uma menina?
- Lamento, senhor Potter – o médico disse, ainda olhando para as imagens na ultra-sonografia – Às vezes, não dá para ver o sexo dos bebês. E essa, é uma das vezes.
Ficaram ainda mais alguns minutos no consultório, enquanto a morena recebia algumas instruções. Em seguida, foram embora para casa.
No dia seguinte de manhã, assim que acordaram foram para a casa dos Weasleys.
O moreno observava a esposa que estava entretida numa animada conversa com Luna e Gina.
- Gêmeos! – a ruiva exclamou, parecendo muito feliz –Que maravilha! Meus parabéns!
- Eu sempre quis ter gêmeos – a outra mulher disse, parecendo triste, passava a mão pela barriga (que não estava tão grande como a da amiga – Mas já era praticamente impossível que eu tivesse um filho, tenho que ficar feliz por conseguir esse milagre.
- Sabemos o que você sofreu, Luna – Hermione disse, abraçando a loira – E eu tenho orgulho de você.
- Eu também! – a outra disse, também se juntando ao abraço.
Elas continuaram daquela maneira até que Gina se afastou primeiro, fazendo as outras duas fazerem o mesmo.
- Eu espero que seja um casal – a morena disse depois de alguns minutos – Imaginem que bonitinhos, os dois vestidos iguais, só que a menina de rosa e o menino de azul.
- É verdade! – a outra disse – E você Luna, acha que o seu bebê vai ser o que?
- Não pensei nisso! – respondeu, com um sorriso bobo nos lábios – Demorei tanto para conseguir esse bebê, que só de ter saúde está ótimo para mim.
As três continuaram conversando animadamente. Hermione estava tão feliz de ter voltado à Inglaterra e a ter voltado a conviver com todos os seus amigos de escola. Era muito feliz em Nova York junto com o marido e os filhos, mas sentia que aquele era o seu lugar, de onde nunca deveria ter saído.
Harry estava no jardim da Toca, observava de longe Thales e Allan que brincavam de arremessar uma goles um para o outro; do outro lado do gramado, Lalaine andava junto com Chelsea de um lado para o outro enquanto Michele (que estava aprendendo a andar) tentava alcançar as duas.
O moreno estava tão distraído que nem reparou quando o Draco se aproximou dele.
- Não se preocupe, nenhum deles vai ser sem que vejamos – disse, se sentando ao lado do amigo.
- Eu sei! – respondeu, rindo – Só estou observando. Não consigo deixar de pensar como ele crescem depressa.
- Também acho! – outro disse – Logo Allan estará indo para Hogwarts. Tive milhões de discussões com a Gina a respeito de que casa nossos filhos irão ficar – continuou, parecendo cansado disso – Ela diz que nenhum Weasley esteve em outra casa que não fosse a Grifinória, eu digo que todos os Malfoy que pôs os pés em Hogwarts foram da Sonserina.
- Parece que vocês só saberão quando eles forem para lá – o homem disse rindo, sabe que a amiga é teimosa e que nunca dá o braço a torcer em uma discussão – Pelo menos eu e a Mione fomos, os dois, da Grifinória, sabemos perfeitamente onde nossos filhos ficarão.
Eles voltaram a observaras crianças que brincavam no quintal, quando o senhor Weasley se aproximou dizendo que o almoço estava pronto. Todos foram para dentro da casa.
A casa não estava totalmente cheia, pois além dos donos da casa, só estavam os dois outros casais e seus filhos e Luna. Mas mesmo assim, a senhora Weasley fez bastante comida.
- Você pretende ter seu bebê aonde Mione? – a mulher mais velha perguntou – No hospital trouxa ou no St Mungus.
- No hospital trouxa – respondeu, com bastante convicção – Fiz todo o pré-natal lá e quero que o parto seja lá.
- Mas o St Mungus tem muito mais estrutura – Gina falou – Ainda mais para gêmeos.
- Tive meus três filhos em hospital trouxa, e não tive nenhum tipo de problema – respondeu, querendo não estender mais aquela discussão – E, além disso, meus pais podem entrar lá, o que não acontece no St Mungus.
- Eu vou ter meu bebê no St Mungus – a loira disse – Exatamente como a minha mãe.
- Eu farei o mesmo que a minha também – a morena disse, com um sorriso triunfante nos lábios.
- Você que sabe! - as outras três mulheres disseram ao mesmo tempo.
Os quatro meses seguintes passaram rapidamente. Hermione estava bem por estar a poucas semanas de ter seus filhos, essa gravidez estava sendo bem mais incomoda do que as outras três, principalmente pelo fato de serem gêmeos. Conversando com seu médico, ele disse, que seria muito mais saudável que tivesse uma cesariana, o que a deixou muito aliviada, pois foi assim das outras vezes. Havia marcado a cirurgia para daqui a duas semanas.
Ela estava na sala observando o seu filho brincar com cartas de Snape explosivo que havia ganho de Fred e Jorge, um pouco mais distante, sua filha mais velha lia um livro para sua irmã caçula que parecia totalmente entretida com isso. Harry estava na cozinha fazendo suco de abóbora para todos.
Quando a campainha tocou, a morena fez menção de se levantar, mas viu o marido sair correndo do outro cômodo e chegar na sua frente, não a deixava fazer simplesmente nada nos últimos dois meses. Viu Gina entrando na sala com a filha segurando sua mão.
- Ainda bem que encontrei vocês aqui! – ela disse, parecendo bastante calma – Eu e Draco estávamos indo para o St Mungus e resolvemos passar aqui.
- Por quê? – os dois morenos perguntaram ao mesmo tempo.
- Aconteceu alguma coisa grave? – Hermione completou, um pouco nervosa.
- Mamãe mandou uma coruja lá para casa – começou a explicar – A bolsa de Luna estouro e elas estavam indo para o hospital.
- Será que ela está bem? – a morena perguntou mais preocupada.
- Isso já faz mais de uma hora – respondeu, olhando para o relógio – O bebê já deve ter nascido.
- Vamos para o St Mungus também – a mulher disse, se levantando do sofá segurando a barriga.
- Acho melhor não Mione – Harry disse, segurando o braço da esposa – Temos que nos preocupar com os nossos bebês também.
- Eles não nasceram agora, eu tenho certeza – respondeu com bastante convicção – Quero ver como está a Luna.
Depois de algumas discussões do casal, acabaram indo para o hospital bruxo. Assim que todos chegaram foram direto à recepção.
- Queremos saber sobre uma paciente – Gina disse, quase entrando na cabine em que a outra bruxa estava – Luna Weasley, ela vai ter o bebê.
- Quarto 1300 – respondeu, como se não tivesse reparado a invasão.
- Meu irmãozinho ou irmãzinha já nasceu? – Lalaine perguntou, segurando a mão da mãe enquanto andavam pelo corredor.
- Acho que sim – respondeu, estava sentindo um leve incomodo na barriga, mas achava que fosse só por causa do nervosismo.
- E os meus irmãozinhos? – Chelsea, que estava segurando a outra mão de Hermione, perguntou.
- Ainda não! – respondeu – Só daqui a duas semanas.
A menina pareceu desapontada, mas não perguntou mais nada.
Assim que chegaram na porta do quarto que a recepcionista indicou, a porta foi aberta delicadamente. Lá dentro estavam: a senhora Weasley, que estava com um sorriso bobo nos lábios; e Luna, que tinha o mesmo sorriso da sogra e segurava um pequeno embrulho azul.
- Ele é lindo! – a loira disse, dizendo para todos se aproximarem – Se parece muito com o pai – completou com lágrimas nos olhos.
Mesmo não dando para se ver todos os traços do bebê, podia-se ver que ele tinha cabelos vermelhos (embora fossem bastante ralos) e alguns traços característicos de Rony, como as sardas, mas os olhos eram iguais os de Luna.
- Qual nome você escolheu para ele? – Gina perguntou, também começando a chamar.
- Decidi chamá-lo de Lucas Ronald Weasley – disse, agora deixando algumas lágrimas escorrerem livremente pelo rosto.
Todos continuaram a olhar o pequeno bebê que dormia tranqüilamente no colo da mãe, sem perceber as pessoas a sua volta.
- Será que eu posso segurar o meu irmão? – Lalaine perguntou, se aproximando da loira que ficou muito feliz em vê-la.
- Acho melhor não, ele ainda é muito pequeno – respondeu, de uma maneira bem cala – Quem sabe daqui a alguns dias?
Nesse momento, Hermione sentiu uma dor muito grande na barriga e colocou a mão automaticamente na região.
- O que houve Mione? – o moreno perguntou, ao olhar para a esposa.
Ela não disse nada, apenas sorriu quando percebeu a água que escorria por sua perna.
- Acho que nossos filhos também estão querendo participar da festa – foi tudo que disse depois de alguns minutos.
- Como assim? – ele perguntou, um pouco alto demais, fazendo com que todos no quarto olhassem para os dois.
Veio uma contração mais forte, que a fez se curvar um pouco mais para frente.
- Calma Mione! – ele disse, a abraçando – Vamos o mais rápido possível para o hospital, do carro ligaremos para o seu médico.
- Não vai dar tempo – foi tudo que conseguiu dizer antes de uma nova contração.
- Parece que você vai ter os seus filhos no St Mungus mesmo – Gina disse, comum sorriso vitorioso.
Hermione queria responder ao comentário da amiga, mas estava sentindo muita dor.
O moreno conseguiu chamar um curandeiro que passava pelo corredor naquele momento, que levou a mulher para a sala de cirurgia.
Em menos de uma hora, ela estava com seus dois filhos na mão, um casal de gêmeos. Harry não saiu nem um minuto do seu lado, agora os dois estavam em um dos quartos do hospital, admirando os bebês que acabaram de nascer.
- Não foi dessa maneira que eu pensei que seria – ela disse, estava amamentando o menino, enquanto o marido segurava a menina – Mas não deixa de ser perfeito.
- Eu sei! – ele disse, ainda com um sorriso no rosto – Você está me fazendo o homem mais feliz desse mundo.
- E você é mesmo! – ela respondeu, antes de se beijarem.
Continuaram daquela maneira durante alguns minutos. Ficaram apenas se encarando.
- Queria muito que os meus pais estivessem aqui, já que não puderam estar em Nova York quando nenhum dos nossos outros filhos nasceram – ela disse, parecendo um pouco triste – Mas acho que eles não se importaram de vista-los só quando formos para casa.
- Tenho certeza de que não se importaram – ele respondeu, voltando a olhar os filhos – Já escolheu os nomes deles?
- Pensei, mas não sei se você vai gostar - disse, parecendo um pouco receosa – O menino pode se chamar Eduardo, e menina pode se chamar Jenifer.
- Achei perfeito – respondeu, antes de beijá-la novamente.
Logo, Lalaine, Thales e Chelsea foram conhecer os novos irmãos, e ficaram muito felizes por isso. Os Weasleys também foram lá. Hermione teve que agüentar as provocações da amiga durante algum tempo, mas fingiu não se importar.
Mesmo depois de tantas coisas, a família Potter finalmente conseguiu ser feliz. Enfrentando as dificuldades do passado, conseguiram várias conquistas no presente e abriram as portas para um futuro maravilhoso.

Fim

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