Sete anos depois
Harry passou no portão da sua casa com o carro, ainda teria que arrumar suas malas para viajar no dia seguinte de manhã, estava muito animado para voltar à Inglaterra. Chegando a porta da frente, entregou o automóvel para o seu motorista estacionar. Ao entrar na sala, percebeu que um pequeno para de olhos castanhos o observava do alto da escada, sorriu naquela direção e menininha correu em direção ao moreno.
- Papai! – ela disse, quando o homem a pegou no colo e a abraçou.
Lalaine é uma garota muito esperta para sua pouca idade de seis anos, tem os cabelos encaracolados e ligeiramente ruivos e seu rosto é coberto de sardas, fora essas pequenas exceções, é uma copa perfeita de sua mãe (inclusive, na sua personalidade). Embora não seja filha legitima de Harry, ele a ama como se fosse.
- Como foi o seu dia hoje? – ele perguntou, colocando a filha sentada no sofá.
- Foi legal! – disse – Mamãe me ajudou a arrumar as minhas malas – completou com um sorriso triste – Para onde vamos viajar mesmo?
- Para a Inglaterra! – respondeu, sentando-se ao lado da garota – Foi o lugar onde eu e a sua mãe nascemos e moramos durante um bom tempo.
- Foi lá que vocês se casaram, não é? – perguntou, o moreno apenas confirmou com a cabeça – Eu não quero viajar!
- Mas será divertido! – ele disse – Londres é uma cidade muito bonita, você vai gostar.
- Se lá era um lugar tão bom, por que vocês se mudaram de lá? – a menina perguntou.
- Tivemos os nossos motivos – Harry respondeu – Ficaremos na casa dos seus avós, você não quer ver eles.
- Por que eles não vêm para cá como sempre fazem? – perguntou mais uma vez.
Nesse momento, ouvem mais passos na escada. Um garotinho com cabelos castanhos e ligeiramente rebeldes e olhos castanhos esverdeados, vinha em direção a eles.
- Oi papai! – o menino falou, se sentando do outro lado do homem.
Thales é o “segundo” filho do casal, e tem três anos, muito parecido com Harry, mas com a inteligência de Hermione.
- O Thales também não quer viajar! – Lalaine disse.
- É mentira! – o garoto disse.
- Eu vi você falando para a mamãe! – ela falou.
- Onde está a mãe de vocês? – o moreno perguntou, quando percebeu que os dois iam começar uma discussão.
- Lá no jardim! – a menina disse, antes de se levantar e subir as escadas.
Harry, também se levantou do sofá e foi até a porta que dava acesso aos fundos da casa. Estava quase saindo da casa, quando viu sua esposa se aproximando, empurrando um carrinho de bebê.
- Oi Harry! – ela disse, dando um selinho no homem.
- Eu já disse que você está linda hoje meu amor? – ele perguntou, a abraçando pela cintura.
- Só hoje? – Hermione perguntou, com um sorriso maroto nos lábios.
- Claro que não, você é linda todos os dias! – ele disse, passando a mordiscar o pescoço da mulher – Mas eu preciso repetir isso todos os dias.
- Nesse caso, acho que você não me disse o quanto eu sou linda! – disse, rindo.
- Você é linda! – disse, antes de dar um selinho nela – Você é linda! – repetiu o gesto – Você é linda! – mas uma vez.
- Acho que eu já entendi! – disse, passando os braços em volta do pescoço do marido.
- Quando eu olho para você, não consigo acreditar que você teve bebê há apenas três meses! – disse, olhando, em seguida, para o berço, onde Chelsea, a filha mais nova do casal, dormia tranqüilamente.
- Ela é linda! – Hermione disse, também olhando para a filha.
- Claro, ela se parece com você! – disse, antes de beijar a mulher.
- Acho melhor nós irmos terminar de arrumar as malas – a morena disse, interrompendo o beijo – Amanhã não vai dar tempo.
Hermione chamou a babá, que levou Chelsea para tomar banho e o casal foi para o seu quarto.
Harry reparou que a esposa não parecia muito feliz e estava com um olhar vazio.
- O que houve meu amor? – ele perguntou.
- Não é nada! – ela disse, colocando algumas roupas na mala aberta em cima da cama.
- Você não consegue me enganar! – disse, colocando os braços em volta da cintura da esposa – Sei muito bem quando está com algum problema.
- Está certo! – ela disse, se sentando na beirada da cama – Eu não quero ir para a Inglaterra! – respondeu na mesma hora.
- Eu também preferia ficar aqui, mas seus pais ficaram chateados se não formos ao aniversário de casamento deles – respondeu, sentando-se ao lado da esposa.
- Quando chegarmos a Londres corremos o risco de encontrar o Rony – ela disse, com um tom de medo na voz –não quero que isso aconteça.
- Você ainda o ama? – Harry perguntou.
A morena, simplesmente, balançou a cabeça afirmativamente, fazendo o marido olhá-la tristemente e se levantar, caminhando em direção a porta do quarto.
- Mas não da maneira que você está pensando! – voltou a falar, antes que ele fosse embora.
- Como assim? – perguntou com a mão parada em cima da maçaneta.
- Lembra que logo depois que a gente casou você me perguntou se eu não estava confundindo os meus sentimentos em relação ao Rony e respondi que não sabia? – o moreno respondeu apenas com um aceno de cabeça – Eu pensei muito depois disse e cheguei a conclusão que estava mesmo confundindo paixão com desejo – explicou – Ainda gosto muito do Rony e o considero meu amigo mesmo depois de tudo que ele fez – continuou, olhando, diretamente, nos olhos do marido – Além dos mais, graças a ele nós temos a Lalaine.
Harry se aproximou da esposa e tocou no seu rosto.
- Lembra, também, que eu te disse que não te amava, mas que te daria uma chance de me fazer feliz e que talvez, algum dia eu te amasse da mesma maneira que você me ama? – mais uma vez, ele respondeu com um acendo de cabeça – Isso também aconteceu! – disse, com um sorriso nos lábios –Percebi que sempre te amei, mas nunca reparei isso. Você sempre esteve ao meu lado quando eu precisei desabafar com alguém e, além disso, você se casou comigo e deu seu nome para a minha filha. Não tem como não se apaixonar por você.
Harry exibia um enorme sorriso nos lábios depois que ele terminou de falar. Segurou as duas mãos da morena e as levou até os lábios.
- Essa foi e melhor coisa que eu já ouvi na minha vida – ele disse, ainda sorrindo – Quero que você saiba que eu te amo a cada dia mais – continuou – E eu sou mesmo muito grato ao Rony por ter nos dado a Lalaine, mas na realidade ela é minha filha.
Eles se beijaram profunda e apaixonadamente como sempre fizeram, mas agora, com a certeza de que seus sentimentos eram recíprocos. Estavam tão concentrados que não viram que a porta do quarto se abrir e a filha mais velha do casal os admirava com um grande sorriso. Foram se separando aos poucos, só então reparando na visitante.
- A babá pediu para avisar que Chelsea está chorando – a menina disse, ainda sorrindo.
- Vou vê-la! – Hermione disse se levantando da cama, ainda muito vermelha.
- Deixa que eu vou lá! – o moreno disse, impedindo da esposa se mexer e indo em direção a porta.
A mulher continuou a sorrir que nem uma boba, mesmo depois que se casou com Harry, nunca havia sido tão feliz. Quando olhou para o seu lado, viu que sua filha também sorria.
- Acho melhor você terminar de arrumar as suas coisas – ela disse para a garota – Vai ser uma longa viagem.
- Está certo! – ela respondeu, antes de sair e fechar a porta do quarto.
Todos na casa da família Potter foram dormir cedo naquela noite. Pois no dia seguinte levantariam bem cedo para viajar.
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