A mudança de vida



Hermione começou a andar de um lado para o outro na sala do seu apartamento. Não sabia o que fazer, precisa desabafar com alguém, havia ligado para o seu melhor amigo que disse que estaria lá o mais cedo que conseguisse, mas ele estava demorando muito.
A campainha tocou e a morena foi correndo atender, assim que abriu a porta e viu Harry, o abraçou e começou a chorar.
- O que houve, Mione? – ele perguntou, passando a mão pelas costas da amiga.
Durante alguns minutos, ela não disse nada, apenas deixou as lágrimas escorrerem dos seus olhos, o moreno a deixou fazer isso sem o menor problema.
- Desculpe-me, Harry! – disse, tentando enxugar o seu rosto, totalmente molhado – Acho melhor nós entrarmos.
Ela guiou o amigo até o sofá. Ele se sentou e a mulher sentou-se logo em seguida.
- Será que agora você pode me dizer o que aconteceu para você estar assim? - perguntou, já ficando preocupado.
- Aconteceu uma tragédia! – disse, voltando a deixar algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
- Não me diga que isso tem alguma coisa a ver com o Rony? – perguntou, ficando com um pouco de raiva – Porque eu já te disse que não vale a pena você ficar sofrendo por esse idiota.
- Não tem nada a ver com ele, só indiretamente! – respirou fundo, quando viu, já estava chorando novamente – Eu estou grávida, Harry!
Ele ficou algum tempo em silêncio, apenas olhando para a amiga que parecia que entraria em desespero a qualquer momento.
- Mas você deveria estar feliz! – ele disse, depois de um tempo – Pensei que o sonho de qualquer mulher fosse ser mãe.
- Você tem razão, eu queria mesmo ter um filho, mas não nessas condições – disse, colocando as mãos na cabeça em sinal de desespero – O que eu vou fazer agora.
- Por que você não conta a verdade para o Rony? – perguntou, achando que isso podia ajudar amiga a se acalmar.
- Você ficou maluco? – perguntou, gritando – Eu não posso fazer isso, o Rony pode achar que eu engravidei de propósito para fazê-lo ficar comigo. E ainda tem a Luna, ela ficaria muito triste se soubesse que eu enganei durante todos esses anos que ela namora o Rony – completou, um pouco mais calma.
- É verdade! – disse, depois de pensar um pouco – Eu não tinha pensado nesse detalhe.
Os dois focaram se encarando por alguns minutos. Hermione passou a mão, delicadamente pela sua barriga e depois abraçou o amigo.
- Os meus pais são muito conservadores. Quando eles descobrirem que eu vou ter um filho sem pai, não sei o que eles podem fazer – se afastou do moreno e sorriu – Mas eu não me importo, vou ter essa criança de qualquer maneira.
- Seus pais não precisam saber que o pai do seu filho é um completo idiota que nunca vai assumir essa criança – ele disse, com um sorriso maroto nos lábios.
- O que você quer dizer com isso, Harry? – ela perguntou.
- Case-se comigo que eu dou o meu nome para o seu filho! – respondeu, segurando a mão da amiga.
- Você está me pedindo em casamento? – perguntou, se controlando para não chorar de novo – Mesmo sabendo que eu amo outro?
- Sim! – respondeu, sorrindo – Seria um casamento só para essa criança ter um pai – explicou passando a mão na barriga da amiga – Não precisamos viver como marido em mulher se você não quiser. Você aceita?
- É claro que eu aceito me casar com você! – respondeu, o abraçando – E podemos viver como marido e mulher, já que estaremos casados, que seja do jeito certo – disse, acariciando o rosto de Harry – Você tinha me pedido uma chance e estou dando, uma chance para você me fazer feliz.
Hermione foi aproximando seu rosto, delicadamente, do rosto do moreno. Seus lábios estavam cada vez mais próximos, quando estavam a um centímetro de se tocarem, ela se afastou.
- Desculpe-me, eu não sei aconteceu comigo – ela disse, sem encará-lo.
- Tudo bem, eu sei que ainda é cedo para darmos o primeiro passo – disse, se aproximando da amiga até conseguir tocar o seu rosto – Fomos amigos durante tanto tempo que se nos beijamos de repente, seria estranho.
- Não é isso! – a morena disse, com um sorriso triste nos lábios – Eu quero te beijar, mas sei que não sou eu que tenho que dar o primeiro passo.
- Mas por que não? – perguntou, sem entender a atitude da mulher.
- Era o que o Rony sempre dizia – suspirou, cansada – “Eu mando, eu tomo a primeira iniciativa”.
- Nunca imaginei que Ronald Weasley fosse tão machista e possessivo, coitada da Luna! – disse, rindo – Não se preocupe, eu não sou como ele.
Seus rostos foram se aproximando, mas uma vez, até os seus lábios se tocarem. No primeiro momento, foi estranho, mas logo depois, começaram a aprofundar o beijo e pareciam que namoravam há muito tempo, pela maneira que suas bocas se interagiam.
Harry foi deitando a noiva no sofá e passou a beijar o seu pescoço, arrancando gemidos da morena.
- Eu te amo! – sussurrou no ouvido dela.
- Eu queria poder dizer o mesmo! – respondeu, da mesma maneira – Mas eu prometo que aprenderei a te amar.
- Você não precisa me prometer nada! – disse, se afastando um pouco da mulher – Só de você ter aceitado o meu pedido de casamento, já está me fazendo o homem mais feliz do mundo.
- Você que está me fazendo a mulher mais feliz do mundo – disse, antes de dar um selinho no “amigo” – Eu adoro você! – completou, antes de beijá-lo mais uma vez.
Agora, os beijos e as caricias estavam ficando cada vez mais intensos. Hermione começou a desabotoar a blusa do moreno e Harry passava a mão pela cocha dela. Quando um fio de consciência passou pela mente da mulher, ela se afastou.
- Harry, eu acho melhor a gente não continuar! – disse, ofegante, se levantado do sofá – Ainda está muito cedo.
- Você tem razão – ele respondeu, também ofegante.
O homem se encostou no braço do sofá e a morena deitou entra as suas pernas e encostou a cabeça em um dos ombros dele.
- Quero que o nosso casamento seja o mais cedo possível – ele disse, a fazendo sorrir – Quero poucas pessoas presentes.
- Era sobre isso que eu queria falar com você – ela disse, se sentado de modo a olhá-lo nos olhos – Sei que você e o Rony são amigos há muito tempo e que você gostaria muito que ele estivesse no seu casamento, mas eu preferia que ele não fosse.
- Não se preocupe Mione, eu nunca convidaria alguém que você não quer ver – ele disse, passando a mão pelo rosto da noiva – Além disso, eu e Ronald brigamos, no dia do casamento dele.
- Por que vocês brigaram? – ela perguntou, sem entender nada.
- Tivemos um pequeno desentendimento, mas não se preocupa – mentiu, não poderia contar que ela foi o verdadeiro motivo.
- Fico pensando, e se um dia nós o encontrarmos e ela descobrir que o pai dessa criança – ela disse, com a voz um pouco fraca, estava segurando o choro – Tenho tanto medo do que ele possa fazer.
- Não se preocupe, ele não poderá nos encontrar – disse, com um sorriso maroto nos lábios – Assim que nos casarmos, nos mudamos para Nova York e viveremos como trouxas – esperou que Hermione falasse alguma coisa, mas ela continuou a olhá-lo sem dizer uma palavra – Estava planejando fazer isso há muito tempo, sempre foi o meu sonho – a olhou mais uma vez, que continuou em silêncio – Se você não quiser se mudar tudo, você tem o seu trabalho lá no ministério.
- Harry, você que a F.A.L. E não está dando certo – ela disse, suspirando de cansaço – Acho que nunca vou conseguir fazer a comunidade bruxa aceitar a libertação do elfos domésticos.
- Quer dizer que você aceita ir morar em Nova York comigo? – ele perguntou, com um enorme sorriso nos lábios.
- Sim! – respondeu, também sorrindo – Eu vou para qualquer lugar com você.
Eles se beijaram mais uma vez. Ficaram o dia inteiro conversando e namorando. No dia seguinte, eles foram contar aos pais da morena sobre o casamento e eles adoraram a novidade. Não contaram sobre a gravidez, preferiram deixar para dizer depois que já estivessem casados.
O casamento aconteceu duas semanas depois. Foi uma cerimônia simples, tendo como testemunha apenas os pais da noiva. Logo depois fizeram um almoço de comemoração e, em seguida, os noivos se hospedaram em um hotel, pois viajariam no dia seguinte.
Assim que chegaram a suíte do hotel, Hermione ficou observando tudo a sua volta, não pode deixar de sentir um leve nervosismo. O moreno se aproximou e beijo, de leve, no pescoço da esposa.
- Você está linda! – ele disse.
- Obrigada! – respondeu, ficando ligeiramente vermelha com o elogio.
Ela andou até a cama e se sentou.
- Você esta nervosa? – perguntou, se sentando ao lado da mulher.
- Pode parecer bobagem, mas sim! – disse, sem encarar o marido – Sei que não sou nenhuma garotinha inexperiente, mas por algum motivo eu estou nervosa.
- Eu entendo! – disse, se aproximando mais dela – Pode não ser a sua primeira vez. Mas é a primeira vez comigo, é normal está nervosa.
- Acho que com o Rony eu estava mais tranqüila – comentou, rindo.
- Não se preocupe, eu vou fazer o possível para você ficar a vontade – sussurrou no ouvido dela, antes de passar a beijar o seu pescoço.
Os dois fizeram amor pela primeira vez naquela noite. Para Hermione foi tudo inesquecível, nunca tinha se sentido tão feliz quanto estava nos braços de Harry.
Quando a morena acordou no dia seguinte, estava sozinha na cama. Levantou-se, começando a se preocupar por seu marido não estar com ela. Caminhou até a sala e encontrou o homem, ajeitando a mesa para o café da manhã.
- Eu pedi pelo serviço de quarto e acabou de chegar! – ele disse – Espero que você não se importe.
Ela sorriu ao ouvi-lo falar isso.
- Eu pensei que você tivesse ido embora – falou, depois de abraçá-lo.
- Por que eu faria isso? – perguntou, beijando a testa da esposa – Nós estamos casados.
- Digamos que eu estou acostumada a ver o Rony ir embora no meio da madrugada – respondeu, se sentando em uma das cadeiras e pegando uma torrada – Ele nunca tomava café da manhã comigo, dizia que se ele não estivesse em casa essa hora alguém poderia desconfiar.
- Até hoje eu não entendo como você aceitava essa vida de amante dele – Harry disse, colocando um pouco de suco de laranja em dois copos.
- Não tem idéia do que uma mulher apaixonada é capaz de fazer! – respondeu, tomando um gole do se suco.
- Você não está confundindo paixão com desejo? – ele perguntou.
- Nem eu sei mais! – simplesmente, respondeu.
Terminaram de comer. Um pouco mais tarde foram para o aeroporto, onde pegariam um avião para Nova York. Aquele seria o começo de uma nova vida, onde só existiram eles dois e o bebê que estava para nascer.

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