Choque




- Vamos logo, Gina! – chamou uma garota loira de olhos azuis.
- To indo! To indo! – Gina pegou a mochila, piscou um olho para Harry e seguiu a amiga.

Fazia quase um mês que Harry, Rony, Hermione e Gina, haviam retornado a Hogwarts, a contra gosto dos três primeiros. Eles pretendiam deixar A Toca após o casamento de Gui, mas a um ataque maciço à festa, a Ordem os escoltou, em segurança e em sigilo, direto a Hogwarts, onde permaneceram desde então. Hermione foi a única que gostou de voltar, pois podia passar horas na biblioteca, seu hobbie preferido. O mais estranho para Gina foi descobrir que não era apenas Hermione que ia constantemente lá, mas Harry e Rony também. Sendo que estes raramente iam lá. E sempre que ela os questionava sobre esse surto repentino de estudo eles diziam “É a Hermione! Ela está nos forçando a estudar pros NIEM’S”, o que era confirmado pela mesma. Mesmo assim, Gina continuava com a pulga atrás da orelha.

Hoje não fora diferente. Quando Gina estava para entrar na biblioteca, para devolver uns livros de herbologia, ela esbarrou numa montanha humana de livros. Quando viu quem era atrás destes, seus olhos abriram completamente em choque. Caído em baixo de, pelo menos, uma dúzia de livros estava seu irmão Rony. Ele parecia um pouco desorientado pela queda. Ele olhava para os livros sem saber qual pegar primeiro para refazer a montanha. Por fim ele começou com os que estavam em cima dele. Enquanto Rony estava distraído juntando os livros, Gina deu uma boa olhada nele. O irmão dela tinha olheiras bem visíveis como as de alguém que a muito não sabia o que era uma boa note de sono. Os cabelos estavam tão revoltos quanto os do amigo, e seu rosto pálido acentuava suas sardas.

- Rony! Você está bem? – Gina perguntou, preocupada com o irmão.

- Hã?! – só então Rony reparou na irmã ajoelhada a sua frente– Ah! Sim! Sim! Não se preocupe! – ele falou juntando os livros.

- Quer uma ajuda com os livros? – Gina perguntou já esticando a mão para pegar um que estava próximo ao seu pé.

- NÃO! – Rony gritou, pegando o livro, antes que Gina o fizesse – Quer dizer! Hum! Não preciso de ajuda, não! Brigado! – ele falou já se levantando e pegando a pilha do chão.

- Credo Rony! Se não precisava de ajuda era só dizer, não precisava gritar! – e com isso Gina se levantou e saiu batendo o pé e soltando bufos indignados.

- Ufa! Essa foi por pouco! – pensou Rony, olhando a irmã sumir por um corredor – Outro susto desses e meu coração pára! – Ele então foi de encontro aos amigos.

Harry e Hermione estavam à espera de Rony na Sala Precisa. Ambos concentrados em suas leituras sobre os fundadores de Hogwarts. Boa parte dos livros continha as mesmas informações, acrescentando pequenos detalhes, aqui e ali, da vida deles. O que eles queriam, todavia, ainda não haviam encontrado. Hermione não parava de escrever febrilmente no pergaminho pois de acordo com ela esse detalhes poderiam fazer toda a diferença na identificação da Horcrux misteriosa, a da fundadora da Corvinal. Harry estava para abrir outro livro quando a porta da Sala Precisa se abriu ruidosamente, dando um baita susto em Hermione, fazendo-a riscar o que estava escrevendo.

- RONALD BILIUS WEASLY! ISSO É JEITO DE ENTRAR? QUER NOS MATAR DO CORAÇÃO? – gritou Hermione, assim que Rony fechou a porta da Sala Precisa.

- Pô, Hermione! Gina quase me mata do coração agorinha! Você quer o quê? Completar o serviço? – ele olhou para a amiga com cara de pouco amigos.

- A Gina? Como assim? – perguntou Harry, sem entender como Gina deixara Rony assim.

- Da próxima vez quem pega os livros é você Harry! – Rony falou após largar os livros e se sentar sem ter reparado na pergunta do amigo.

- Quer parar de enrolar e dizer o que houve? – pediu Hermione perdendo a pouca paciência que ainda tinha.

- Bem, eu tava saindo da biblioteca com os livros, quando alguém esbarrou em mim! Quando eu comecei a arrumar os livros que tinham caído, vi que eu havia esbarrado em Gina e quase tive um treco quando ela me pediu pra ajudar. Só não sei se ela viu o título do livro que ela quase pegou. Vô te contar, só não morri quando cheguei porque já esperava essa explosão de você mione! – Rony falou indicando a amiga.

Hermione e Harry se entreolhando. Eles sabiam que se Gina descobrisse sobre a pesquisa que eles estavam fazendo com certeza iria querer participar. No entanto, devido a promessa que Harry fizera a Dumbledore – e porque ele não queria arriscar a vida de Gina -, eles não podiam deixar que ela descobrisse. Porém parecia que por mais que tentassem disfarçar, ela parecia saber que eles estavam tramando algo. “Quando ela descobrir ela vai me matar por não ter contado”, pensou Harry desanimado. Hermione, vendo o efeito das palavras de Rony no amigo, colocou uma mão no ombro dele.

- Não se preocupe Harry! Gina não vai descobrir! Nós vamos conseguir descobrir essa última horcrux e vamos atrás delas, ok? – Ela falava num tom apaziguador, tentando animar Harry.

- Tomara Mione! Tomara! – ele falou baixou, mostrando que assim como os dois estava farto de tudo aquilo.

Se não bastasse a pesquisa eles ainda tinham que fugir das investidas dos membros da Ordem da Fênix que queriam descobrir custasse o que custasse, sobre o que eles estavam pesquisando. Fora as aulas e as atividades que eles tinham que fazer para afastar suspeitas dos sonserinos, filhos de comensais. Caso essa pesquisa vazasse e chegasse aos ouvidos de Voldemort ele com certeza mudaria o local onde as mesmas estavam escondidas, dificultando em muito o trabalho deles. Eles não podiam permitir que isso acontecesse.

Após darem uma olhada nos livros que Rony levara, e que Hermione fez várias anotações no bloco que sempre carregava, eles decidiram dar por encerrado o dia. Começaram a arrumar todo o material e os colocaram na mala que Hermione enfeitiçara, e que sempre carregava ao pescoço. A mala tinha vários compartimentos, dependia de qual chave você utilizasse. Ela decidira comprar esse após Harry ter descrito como Bartô Jr. Mantivera Moody aprisionado tomando o seu lugar no cargo de professor de DCAT.

Hermione, então, teve a idéia de usar essas malas para carregarem tudo o que poderiam precisar na busca das horcrux. Após enfeitiçá-los com o feitiço reduccio os três os mantinham presos ao pescoço. Eles continham roupas, livros, materiais para poções, vassouras – que Harry comprou casso precisassem - , coisas para acampamento, além da capa da invisibilidade e o mapa do maroto. Harry também aproveitou e esvaziou o cofre em Gringotes, caso precisassem de dinheiro. Porém devido ao ataque eles se encontrava presos em Hogwarts, tentando descobrir a localização dessas malditas horcrux.

- Bem, é melhor irmos, antes que apareça alguém fazendo perguntas! – falou Hermione rumando para a porta.

- Espere! – pediu Harry, enquanto tirava o Mapa do Maroto e via se o caminho para a torre da Grifinória estava vazio. Após confirmar, eles saíram e rumaram para lá.

Os corredores estavam completamente vazios e escuros. Harry ia vendo, constantemente, no mapa se aparecia alguém. Já passava da meia-noite. Eles estavam perto de uma curva que os levaria as escadas, quando dera de cara com um fantasma. Eles deram um pulo, e Rony um grito, devido ao susto. O fantasma, ou deveria dizer a fantasma, os olhou com repreensão e continuou seu caminho. Os três se entreolharam, deram um fraco sorriso nervoso e continuaram seu caminho. Quando chegaram ao quadro da mulher gorda deram a senha e entraram.

- Caramba, quase que ela nos mata de susto! – exclamou Rony, sentando perto da lareira.

- Hô! Nem fale! – disse Hermione afundando, sem cerimônia, no sofá.

- Eu não sei quanto a vocês, mas eu vou dormir! Boa noite gente! – Harry disse acenando e sumindo escada acima para o dormitório masculino do sétimo ano, sem esperar resposta. Minutos depois Rony e Hermione também foram dormir.

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Mais cedo daquele dia...

Depois de ter esbarrado no irmão Gina ficou tão perturbada que acabou por esquecer o motivo que a levara a biblioteca. Decidiu, então, se encontrar com os amigos. Colin e Dayse, os quais estavam nos jardins, perto do lago. Ao avistá-los foi de encontro a eles, só para ter seu caminho barrado por um sonserino que ela não conhecia. Só que depois dele tentar segurá-la pelo pulso, ela deu um baita chute na canela dele, que ficou pulando como um saci-peperê. Isso atraiu a atenção de quem estava por perto que ao verem o estado do garoto caíram na gargalhada. Gina se aproximou o suficiente dele para murmurar algumas palavras.

- Da próxima vez que você tentar isso novamente, não será sua canela que ficará doendo. – ela falou de um jeito que fez com que o garoto arregalasse os olhos e captasse a mensagem. Ela, então, se afastou de encontro aos amigos.

Colin e Dayse apenas olharam a confusão enquanto Gina se aproximava. Eles estavam tendo dificuldades em não caírem na gargalhada. Ao que parecia em vão, já que quando Gina chegou perto o suficiente tudo o que ela conseguia ouvir eram as risadas deles, além de Dayse não conseguir se equilibrar sozinha, tendo que se apoiar no ombro do amigo. Gina apenas revirou os olhos para os dois, enquanto se sentava recostada na arvore. Os dois amigos rapidamente se juntaram a ela.

- E aí, devolveu os livros? – perguntou Colin, limpando a lenta da máquina fotográfica, depois de conseguir parar de rir.

- Hã?! Que livros? – perguntou Gina depois de um tempo, parecendo acordar de um transe.

- Os livros que você ficou de deixar na biblioteca! – respondeu Dayse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Há! Esses livros! – exclamou surpresa Gina, batendo com a palma da mão na testa – Esqueci! – falou recostando, novamente, a cabeça na arvore e olhando para o céu.

- Como assim, esqueceu? – perguntou Dayse chocada – Você disse que ia direto para a biblioteca! – ela não acreditava na amiga.

- É que eu esbarrei em Rony e acabei por esquecer. Foi isso! – Gina respondeu na defensiva. Ela decidiu olhar o céu.

Os três ficaram ali, parados, completamente silenciosos. Dayse e Colin, porém, pareciam sem saber o que dizer da mudez da amiga. Era como se algo tivesse acontecido e ela estivesse digerindo, seja lá o que for. Parte deles queria perguntar e saciar a curiosidade deles, a outra parte dizia para ficarem na deles. O difícil era escolher qual deles seguir. E como eles não eram Grifinórios à toa, optaram pela segunda. Agora a questão que não queria calar era qual dos dois iria abordar a amiga sobre o que a estava perturbando. E só depois de um olhar “bem discreto” Colin decidiu que seria ele o interrogador.

- Hum! Gina! ..... O que aconteceu? – ele perguntou meio incerto.

Gina, no entanto, estava perdida em pensamentos. Ela tentava descobrir o que estava acontecendo com o irmão, Harry e Hermione. Pois ela tinha certeza que eles estavam tramando alguma. A questão era o quê. Sim, pois depois de ver o desespero do irmão acerca daquele livro que ela viu. Como era mesmo o nome dele? Ah! Sim. “Artefatos mágicos encantados e como reconhecê-los”. Com certeza tinha a ver com esse mistério. Se eles pensavam que ela acreditava que eles estavam passando todo esse tempo na biblioteca por causa dos estudos é porque eles realmente não a conheciam. Além do fato de que eles mesmo não queriam voltar a Hogwarts por causa da missão misteriosa que Dumbledore lhes dera.

- É isso, claro! Como é que eu não percebi isso antes? – Gina falou em voz alta, sem reparar nos amigos.

- Não percebeu o que, Gina? – Dayse perguntou, olhando preocupada a amiga.

- Hã! – Gina só então notou que falara em voz alta – Ah! Nada não Dayse. Só uma coisa que eu tinha esquecido, só isso.- ela falou com um sorriso que não enganava ninguém.

- Tem certeza? – Colin falou duvidando da amiga, mas conhecendo o temperamento explosivo que ela tinha, não queria ser um alvo dela.

- Claro! Claro! Tudo bem! – Gina reassegurou eles com um meneio da mão.

- Tudo bem! – eles disseram resignados.

O resto da tarde os três passaram embaixo da arvore estudando e fazendo alguns deveres atrasados. O mais difícil, no geral, era conseguir fazer a dissertação para Slugorn sobre a poção Felix Felicis, que era mais conhecida como “a poção da sorte”. Eles se lembravam dela, devido ao que houve no ano anterior quando todos pensavam que Harry havia dado ela a Rony, para o jogo de quadribol. No final todos viram que ele tinha dado na verdade suco de abóboras a Rony. Eles, então, conseguiram terminar as tarefas e voltar para dentro. Sem dúvidas o dia havia sido proveitoso.

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No dia seguinte Harry acordou anormalmente cedo e com a cabeça latejando. Ele passara a noite inteira tendo visões nada agradáveis sobre Voldemort, no qual ele torturava uma garota até a ficar entediado e a dava para a sua cobra Nagini. A cobra a picava em várias parte do corpo fazendo a garota gritar em agonia e Voldemort rir em deleite diante da cena. Depois de a garota estar morta a cobra simplesmente a comeu até não sobrar nada. Foi, então, que ele acordou, completamente tonto, nauseado, e com a cabeça parecendo que ia partir em duas partes. Ele se levantou e foi até o banheiro. Só ao se olhar no espelho viu o quão pálido estava, além das olheiras, indício da falta de sono.

Ele saiu do banheiro e viu algo em cima da cama dele, que não está ali antes. Curioso se aproximou e reparou que o objeto era um frasco com uma substância branco perolada e ele arregalou os olhos quando a compreensão caiu sobre ele. Aquilo era uma lembrança. Mas quem mandaria para ele uma lembrança? Ele decidiu guardar e ver isso depois. Ele, então, pegou e a guardou no baú que sempre carregada ao pescoço.

Ele pegou a toalha que estava pendurada no aquecedor e voltou para o banheiro. Ligou a torneira e entrou. A água quente deslizou pelo seu corpo fazendo-o relaxar um pouco. Seus cabelos caíram sobre seus olhos obrigando-o a fecha-lhos. Por vários minutos ele ficou nesse estado, tentando lembrar com o máximo de detalhes possível o que ele viu durante a noite. Ele tinha certeza que conhecia aquela garota, só conseguia lembrar de onde. E isso o estava consumindo. Ela era morena, cabelos longos e negros. Ele não conseguia lembra da cor dos olhos dela, pois ela os mantivera fechados devido a dor que sentia. Suspirando desanimado, Harry saiu do banho e se vestiu.

Quando Harry entrou no quarto ele viu que os colegas ainda estavam dormindo. Resignado saiu do quarto em direção ao salão comunal. Lá chegando sentou no sofá em frente a lareira, seu lugar favorito e ficou remoendo a cena várias e várias vezes, mas não conseguia reconhecer a garota, por mais que tentasse. E a cada segundo que passava a cena se desvanecia.

- Maldição! Se continuar desse jeito eu vou acabar enlouquecendo! – pensou desanimado, bagunçando ainda mais os cabelos em frustração.

Ele estava tão concentrado em seus pensamento que nem ouviu passos vindo do dormitório feminino. Ele deu um pulo tremendo ao sentir uma mão em seu ombro que nem parou para pensar em quem poderia ser. Ele simplesmente quando deu por si, estava com a varinha apontada para a garganta de Gina, a qual se encontrava embaixo de Harry que a prendera com as pernas. Ele a havia puxado pelo braço que ela encostara nele, passando por cima do sofá e a derrubando no chão, se colocando sobre ela e apontando a varinha. Tudo isso não demorou mais que três segundos. Ambos ficaram apavorados com isso.

- Gin... Gina! – Harry falou após um momento em que a cena entrava em sua cabeça – E... Eu...Ai meu Deu! Me desculpe! Eu não sei.... – ele estava completamente sem jeito, e rapidamente se levantou, após perceber a situação em que se encontrava.

Gina, porém, não se mechera nem um centímetro, completamente chocada com a atitude de Harry. Ela nunca o havia visto fazer esse tipo de coisa antes. Era como se fosse outra pessoa que estava ali. Ele a pegara tão despreparada que nem gritar ela conseguiu. Ele havia sido realmente rápido. Será que era isso o que ele, Rony e Hermione andavam fazendo, treinando DCAT e duelos? Sim, porque só isso poderia explicar o que acabara de acontecer ali. Só depois de uns dois minutos foi que Gina acordou para a realidade e viu a preocupação espalhado no rosto de Harry a falta de resposta dela.

- Eu estou bem Harry! – ela finalmente falou, se apoiando nos cotovelos.

- Tem certeza? – ele perguntou, tentando descobrir se ela falava sério.

- Sim! Só foi o susto! Tudo bem! – droga se ele se preocupa tanto comigo por que ele tinha que ter terminado tudo. Ela se sentou e se levantou com a ajuda dele.

- O que você ta fazendo acordada tão cedo? – ele perguntou sem jeito, se sentando no sofá sem encará-la.

- Só perdi o sono e decidi desce para ler um pouco. – e como se para comprovar o que dizia ela mostrou a ele o livro que tinha trazido e que agora jazia no chão.

Eles ficaram num silêncio incômodo por alguns minutos. Era incrível que a poucos messes atrás eles estavam rindo e se divertindo, como se não houvesse uma guerra ocorrendo lá fora. Agora, no entanto, não conseguiam pensar em algo para dizer, como se fossem dois estranhos. Isso era realmente estranho e enervante. De um lado eles queriam dizer que estava tudo bem e que iriam ficar juntos para sempre. Por outro lado a guerra os estava separando e nada do que dissessem mudaria esse fato, já que Harry estava convencido de que era o único jeito de manter Gina o mais segura possível. Gina, por outro lado, queria bater na cabeça de Harry até entrar um pouco de bom senso nele. Ela achava que só assim ele viria que por mais afastados que ficasse ela continuaria em perigo pois sua família era considerada traidora do próprio sangue. Ambos ficaram em silêncio até Hermione descer do dormitório feminino de encontro a eles, e vendo a situação decidiu se intrometer.

- Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou sentando do lado esquerdo de Harry. Gina estava do lado direito.

- Nada! – ambos falaram ao mesmo tempo e ao perceberem o que aconteceu desviaram o olhar.

Hermione os olhou completamente espantada pela reação rápida e inesperada. Eles estavam completamente evitando um ao outro. Isso ela podia dizer com certeza, pelo modo como eles agiram. O que Hermione não entendia era o porquê. Tudo bem que eles estavam meio que sem se entender desde que Harry7 terminara o namoro com Gina, mas Hermione não o culpava, principalmente porque ela não se envolvia com Rony pelo mesmo motivo, medo de sofre se o perdesse, ou se ele cometesse alguma loucura só para salvá-la. Ela nunca se perdoaria. Por isso ela entendia os motivos que levaram Harry a tomar essa atitude.

- E vocês querem que eu acredite nisso?! – Hermione exclamou exasperada – Se não querem me contar tudo bem, mas não digam que nada aconteceu porque isso não cola, tá? – ela completou antes que um deles pudesse retrucar.

Eles caíram em outro momento de puro silêncio. Como se Harry e Gina estivessem pensando em algo para dizer. Todavia nada vinha a cabeças deles. Afinal o que deveria ser dito? Que eles estavam atracados no chão, em uma posição nada ortodoxa? Com certeza não seria uma boa resposta, embora a situação não tivesse sido intencional. Mas, por outro lado, nenhum dos dois se arrependia, já que tinha sido o mais próximo que ficaram em messes, desde que o namoro acabara. Algo que Gina não se conformava.

Quando eles iam falar alguma coisa, ouviram um barulho de passos vindo dos dormitórios e em poucos segundos Rony apareceu. Tomando a iniciativa Hermione puxou os amigos para fora da sala comunal para tomarem o café da manhã. Rony não falava nada. Mais parecia um zumbi. Harry e Gina calados, ainda não haviam se recuperado do incidente. Já Hermione falava sem parar palavras desconexas tão baixas que ninguém entendia o que era dito. Foi assim que o quarteto chegou ao salão principal, onde Gina se separou deles e foi para junto dos amigos do sexto ano.

- Definitivamente hoje não é meu dia! – murmurou Harry, enquanto colocava um pouco de suco de abóbora no copo, e mechia desinteressado na comida.

- Harry! O que foi que aconteceu para deixar vocês tão desconfortáveis? – perguntou Hermione, sem entender a atitude de Harry e Gina.

Harry olhou para Hermione considerando se devia ou não responder, uma vez que Rony estava tão perto. Vendo o olhar dele se dirigir, discretamente, até Rony, Hermione compreendeu que ele não queria falar na frente do amigo. Ela suspirou resignada e se inclinou para sussurrar para ele algo.

- Tudo bem que você não quer falar na frente de Rony, mas eu não vou desistir de saber. Fui clara? – ela perguntou com aquele ar decidido, que era como ver uma cópia da professora McGonagal. Harry apenas confirmou com um aceno de cabeça.

As aulas da manhã passaram tão devagar que o trio se perguntava se alguém tinha posto algum tipo de feitiço para desacelerar o tempo, de tão demorada e chata que estava a aula de poções. Fala sério, Slughorn continuava o mesmo, tentando de todas as formas convidá-los para o clube do Slug. Infelizmente eles, dessa vez, não conseguiram arranjar desculpas para não comparecerem. O que estava deixando os três completamente enfezados com o professor. Será que ele não via que eles tinha mais o que fazer? Francamente. Após a aula os três se dirigiram, mais uma vez, a biblioteca. Lá devolveram alguns dos livros que estavam usando e pegaram outros, sob o olhar inquisidor de madame Pince.

- Francamente! Cada vez que a gente entra aqui tenho vontade de nunca mais voltar! – comentou Rony, rumando em direção a sala precisa, onde passaram o resto da tarde, comendo um lanche levado por Dobby.

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Já passava das seis da tarde quando eles decidiram dar a tarde por encerrada. Eles, então começaram a arrumar os livros que eles estavam estudando em três pilhas. A primeira eram os livros que ele ainda não tinham pesquisado. O segundo era o que eles tinham começado a pesquisar. O terceiro era aqueles que eles já haviam pesquisado e que iriam devolver no dia seguinte.

- Bem! Hermione! Como é que estamos indo? – perguntou Rony se espreguiçando.

- Me deixe ver! – ela pegou o pergaminho que ela estava escrevendo até aquele momento – Bem, até agora nos sabemos de cinco horcrux. Ou seja, dois são desconhecidos, embora eu tenha um palpite, para um deles, pelo o que eu li sobre os fundadores! – ela falou com o cenho franzido em concentração.

- E, que palpite seria esse? – perguntou Harry, tentando ler o pergaminho que estava com a amiga.

- Talvez uma tiara. Não tenho certeza! Nos trecho que mencionava Rovena Ravenclaw ela sempre usava uma tiara nas ocasiões importantes. Mas também menciona um bracelete que ela ganhou quando foi pedida em casamento. Bem, pode ser um ou outro. – ela terminou, mostrando o pergaminho com suas anotações aos dois.

- E por que você citou primeiro a tiara? – Harry perguntou, uma vez que o segundo parecia ter um valor sentimental muito grande.

- É que a tiara ela ganhou do pai, quando completou 15 anos! E, convenhamos, essa idade naquela época representava muito para as garotas. Alguns autores escreveram que ela foi enterrada com a tiara, mas a maioria acha isso uma superstição. – ela falou um pouco rápido, obviamente não acreditando que a tiara tenha sido enterrada com sua dona.

- Bem, e se a tiara não foi enterrada com sua dona, Hermione, onde ela estaria? – perguntou Rony.

- Bem, alguns acreditam que ela deu a tiara a sua filha mais nova, mas nunca foi provado. Ninguém sabe o que aconteceu com a tiara, realmente! – ela finalizou com um suspiro.

- Mione, em algum desses livros você não encontrou nenhum desenho dessa tiara? – perguntou Harry esfregando os olhos.

- Sim! Aqui! – ela pegou outro pedaço de pergaminho e entregou a Harry. – Eu usei um feitiço para copiar o desenho.- ela falou meio ressentida em não ter conseguido reproduzir o desenho.

No pedaço de pergaminho havia o desenho de uma linda tiara com detalhes e com várias pedras, de diferentes tamanhos, incrustadas nela. Pelas tonalidades de cinza usadas no desenho, eles supunham que as pedras eram de diferentes tipos. Ela parecia ser de metal branco. Era simplesmente linda.

- Ela é linda! – falou Harry taxativo, analisando os detalhes da tiara. Depois de um tempo ele voltou a falar – Agora tudo o que temos que fazer é fazer um retrospecto e tentar descobrir os possíveis locais onde Voldemort possa ter escondido essas benditas horcrux. – Harry falou cansadamente.

- ótimo! Que tal descermos e comermos algo? – falou esperançoso Rony, massageando o estômago.

- Por mim, concordo plenamente. – suspirou Hermione se levantando. Depois de deixarem tudo arrumado para mais tarde retomarem as pesquisas, o trio se preparou para descer para o salão principal jantar.

Eles esperaram até um grupo de sonserinos passar pelo corredor até sumirem de vista, para só então saírem da sala precisa. Porém, mal deram fecharam a porta, uma bola de fogo apareceu na frente deles os assustando de tal modo que Hermione pulou em cima de Rony o derrubando no chão. Já Harry deu uns passos para trás batendo ruidosamente na armadura que havia ali, indo ao chão junto com a mesma. Quando eles olharam para ver o que diabos era essa luz se depararam com um pássaro vermelho e dourado parado no chão, olhando com um certo ar de divertimento, se é que isso era possível.

- Fawkes?! – exclamou Harry, completamente chocado, ao ver novamente a fênix de Dumbledore. Ele estendeu o braço e a ave voou para lá no mesmo instante.

- E...essa não é a fênix do pro...professor Dumbledore? – perguntou Hermione, ainda trêmula do susto.

- Sim! É ela mesma! – confirmou Harry, afagando as penas da fênix – Só não entendo o que ela está fazendo aqui! Quer dizer, ela não tinha ido embora no dia do funeral? – ele falou com um aperto no peito. Falar daquele dia trazia duras lembranças, as quais ele queria era mais esquecer.

- Mas, Harry, você não lembra o que aprendeu sobre as fênix? Elas não tem donos. Elas são quem decide a quem se apegar! Se Fawkes está aqui, é porque ela se sentiu ligada a você! – Hermione explicou calmamente, vendo a tristeza nos olhos do amigo.

Por alguns minutos ninguém falou nada. Afinal o que poderia ser dito num momento como esse. Rony e Hermione apenas ficaram esperando o amigo se recuperar, mas parecia que isso não iria acontecer tão cedo. Tudo o que Harry fazia era acariciar as penas da ave silenciosamente, como se não houvesse mais nada ao seu redor. A verdade era que ele estava tentando entender o real motivo que levou Fawkes até ele. Sempre que ele estava em sérios apuros ela aparecia. Um bom exemplo disso foi em seu segundo ano quando ela, usando de suas lágrimas, o salvou da morte. O seu canto era associado a esperança. Será que era isso. Ela havia aparecido a ele pra mostrar que ainda havia esperança. Ele rezava que essa fosse a resposta.

- Acho melhor passarmos na torre da grifinória para deixarmos Fawkes lá. Não vai ser uma boa idéia entrar no salão principal com ela! – Harry falou tão de repente que assustou os amigos, os quais concordaram com ele.

Porém algo chamou a atenção de Hermione quando ela dei três passos. Ela se abaixou e apanhou o que parecia ser um pedaço de pergaminho. Ele estava todo amassado e o que estava escrito tinha sido feito a mão com tinta verde. Ela começou a ler e a medida que avançava seu rosto ficava cada vez mais pálido.

-Harry! – ela chamou o amigo, o qual parou e olhou para ela – acho melhor você ler isso. – ela, então entregou o pergaminho a Harry. Ele o aceitou e começou a ler e, tal qual mione, seu rosto perdeu a cor.

- O que tem nesse pergaminho? – exigiu Rony preocupado, ao ver a reação dos amigos.

- Acho melhor você mesmo ler! – Harry, então entregou o pergaminho ao amigo, que o aceitou.


Prezados Sr.s Potter, Weasley e Ms Granger

Uma vez que vocês venham a ler esse pergaminho, meus temores se tornaram reais. Eu não consegui realizar a tarefa de destruir as horcrux de Tom Riddle, deixando essa tarefa nas mãos de vocês. Sim vocês, pois tenho a mais absoluta certeza que Harry os incluirá nessa busca.

Recentemente consegui descobrir a localização de uma das horcrux e espero ter tempo de compartilhar essa descoberta com Harry. A taça da Lufa-Lufa está no gringotes. Isso mesmo. Ao que parece o próprio Voldemort a deixou aos cuidados de Belatrix Lestrange. Embora tenha absoluta certeza de que ele não a disse do que se tratava. O pior é que somente ela, ou seu marido, tem acesso ao cofre. O que torna o acesso praticamente impossível.

Eu também consegui, após vários messes de buscas descobrir qual era a sexta horcrux. Ela me deu muita dor de cabeça, uma vez que a resposta estava embaixo do meu nariz o tempo todo. A fantasma da corvinal tinha essa resposta o tempo todo. Ela foi a última dona da tiara, ela era bisneta da fundadora. Ela guardou aqui no castelo a tiara até Voldemort, com sua lábia, fazê-la dizer aonde estava. Ele, então, levou a tiara com ele e quando ele veio pedir o emprego de professor de DCAT, ele a escondeu aqui no castelo. O meu grande problema é que eu não consegui descobrir onde.

Se vocês estiverem lendo isso, porém, só significa uma coisa. Eu não sobrevivi na caça ao medalhão e Fawkes está com vocês. Espero que vocês consigam realiza o que eu não consegui e sinto muito deixar esse fardo com vocês. Confio em vocês e lembrem-se: “A morte nada mais é do que a aventura seguinte”.

Alvo Dumbledore


- Bem, pelo menos sabemos onde está a taça! – foi tudo o que Rony conseguiu dizer – Agora só o que precisamos fazer é descobrir onde, no castelo, está a tiara.

- Só?! Só! Rony! Essa tiara pode estar em qualquer lugar! Vai demorar séculos até conseguirmos achá-la! – exclamou Hermione exasperada.

- Vamos nos acalmar, ok? – falou Harry, antevendo uma discussão - Hermione me diga de novo todas as horcrux que nó sabemos e suas localizações. – Harry falou escorregando e fazendo Fawkes se apoiar nos seus joelhos.

- Hum! Certo! – ela pegou um pedaço de pergaminho e começou a listar.

Diário...................... Destruído
Anel de Gaunt......... Destruído
Medalhão.................último local conhecido Grimmald Place
Taça.........................Banco Gringotes no cofre dos Lestrange
Tiara........................ Hogwarts, em algum lugar
Nagini......................Com o próprio Voldemort
Sétima horcrux........Desconhecida


- Certo! Vamos fazer o seguinte, eu vou ao dormitório deixar Fawkes lá em cima e encontro vocês no salão principal. Se alguém perguntar por mim é só dizer que eu fui deixar umas coisas e que me encontrava com vocês, ok? – ele perguntou, já em pé.

- Ok! – eles responderam em uníssono. Assim eles se separaram.

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Depois do dia estressante que tivera Gina só pensava em uma coisa, descansar e se divertir com os amigos. Tá certo que eles estavam tensos com tudo o que vinha acontecendo desde a morte de Dumbledore, mas eles precisavam superar tudo isso e continuar vivendo, por mais difícil que fosse. Além do que Gina estava muito preocupada com os pais e irmãos que estavam lá fora lutando contra os comensais da morte. Nessas horas, quando pensava nisso, ela se sentia tão inútil, por estar ali sem fazer nada para os ajudar. Foi com esses pensamentos que ela viu Harry entrar apresado no salão comunal carregando uma bela ave vermelha e dourada.

Gina sabia que conhecida aquela ave, só não conseguia se lembrar de onde. Sim porque uma ave daquele tipo não dava para ser esquecida assim. Foi com um tremendo choque que ela se lembrou onde a havia visto. Era a mesma ave que os tirara da câmara secreta em seu primeiro ano. A mesma que ficava na sala de Dumbledore. Sim. Era ela mesma. Era a fênix de Dumbledore. Como era mesmo o nome dela? Ferkis. Não, não. Fawkes. Isso. Fawkes. Mas o que ela estaria fazendo aqui.

Disseram que depois do enterro do diretor ela foi embora de Hogwarts para nunca mais voltar. Então o que ela estava fazendo dependurada no braço de Harry? Isso era muito estranho e imprevisível. Será que ela trouxe algum recado de Dumbledore? Não é claro que não. Ela morreu, não é, como ele poderia mandar uma mensagem?

Gina não conseguia parar de pensar nisso. Era como um mantra, que ela repetia sem parar. Por que motive Fawkes estava aqui? Era algo que ela queria e muito saber. Parecia que a cada dia o mistério do trio só aumentava. O grande problema era conseguir ouvir alguma coisa. Pois por mais que tentasse ela nunca conseguia pegá-los desprevenidos. Era como se sempre soubessem que ela estava se aproximando. E isso a irritava profundamente.

De repente um estrondo foi ouvido e Gina correu para a janela mais próxima para ver o que causara aquilo. O que viu a fez toda a cor que tinha no rosto. Os alunos mais novos começaram a se desesperar, pelo que viam. Ela e mais alguns alunos do ano dela e do sétimo começaram a tentar acalmá-los, mas parecia sem sucesso. Foi nesse estado de calamidade e medo que Harry apareceu do dormitório masculino, parecendo decidido em algo. Só então Gina entendeu a determinação dele. Era a de quem iria lutar independente das conseqüências.

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- Ótimo! Tudo o que precisávamos era ter que arrombar o Gringotes. Maravilha! – Harry estava murmurando ironicamente dentro do dormitório, enquanto pensava no que deveria ser feito dali em diante.- Além de tentar encontrar essa maldita tiara. Vai ser como procurar uma agulha no palheiro! – ele falou exasperado sentando na cama (ou deveria dizer caindo na cama) – O que mais falta acontecer?

Para responder a essa pergunta um forte estrondo foi ouvido, atraindo a tenção de Harry, completamente, para a janela. Ele correu para lá a fim de saber o que fora isso. E o que ele viu fez seu estômago afundar e congelar. Da floresta dava-se para ver pelo menos meia dúzias de gigantes lançando pedras do tamanho do noitebus andante contra o castelo. Os testrálios fugiam deles na noite escura o mais rápido que suas assas permitiam. Perto da cabana de Hagrid vários comensais da morte invadiam os terrenos indo em uma única direção, os portões da escola

Sem perder tempo Harry saiu desabalado do dormitório, quase caindo escada abaixo no processo. Os alunos que lá estavam pareciam amedrontados sem saber o que fazer. Os mais velhos tentavam tranqüilizá-los, em vão. Num canto Gina tentava fazer uma aluno do primeiro ano parar de chorar, mas a novas investidos dos gigantes contra as paredes, faziam os mais novos entrarem em pânico. Harry, por um momento, parou e analisou a situação. Ele não podia sair e deixá-los assim.

- Gina! Colin! Neville! Katie! – quando eles olharam para Harry, ele continuou – Peguem todos os alunos e os reúnam aqui. Tirem eles dos dormitórios. Lá não é seguro! – mas ao ver que os amigos continuavam parados ele falou energético, como nunca antes – Agora! Vamos! – os quatro, então, obedeceram. Em menos de cinco minutos todos os alunos que estavam nos dormitórios se encontravam no salão comunal – Ótimo! Agora prestem muita atenção – outro BANG indicou que outra pedra fora lançada contra eles – Hogwarts está sob ataque! Fiquem longe das paredes, que eles estão jogando pedras do tamanho do noitebus. É bem provável que ela venham abaixo. Não saiam daqui da grifinória a menos que tenha completa consciência do perigo que irá correr. Isso não é um jogo. É para valer. – outro estrondo, só que bem mais perto – Aqueles que estiverem preparados vamos. Os que não estiverem não precisam ficar com vergonha de admitir. Lá fora vocês estarão sozinhos. – depois dessa pequena declaração, poucos alunos do sexto e do sétimo ano, que ainda estavam ali, confirmaram suas participações – Ótimo! Vamos! – assim dez alunos saíram da torre da grifinória prontos para lutarem pela escola.

Harry ia a frente temendo o que essa batalha poderia representar. Sim, porque sem ter eliminado as horcrux ele não tinha a menor chance contra Voldemort, mas ele também sabia que não podia deixar os amigos e a escola na mão. Ele tinha que lutar, mesmo que fosse a última coisa que fizesse na vida. Sim, naquele momento não importava horcrux, não importava profecias. O que importava era impedir que o inimigo tomasse a escola, o único lugar onde as crianças estavam protegidas.

Logo atrás dele Gina não conseguia pensar em nada a não ser proteger o grande amor de sua vida. Ela não podia perdê-lo. Ela não sabia o que faria se isso acontecesse. Tudo bem que eles estavam afastados mas ela sabia que ele ainda a amava, mas era teimoso demais para voltar atrás enquanto não terminasse essa bendita missão. Maldição. Maldito Voldemort que a inferniza sem parar, mesmo que indiretamente. Será que ela nunca ia poder viver sua vida em paz com Harry? Que sina!

Mais um estrondo e sem aviso prévio a parede em frente a eles explodiu, levantando poeira para tudo quanto era lado. O grupo se abaixou tentando se proteger dos pedaços de pedras que voavam na direção deles. Eles ficaram coberto de fuligem e o uniforme outrora preto agora era uma mistura de cinza e branco. Bem, não só o uniforme, mas sim dos pés a cabeça. Devido a fuligem eles começaram a tossir sentindo dificuldades em respirar. Mas com um feitiço bem aplicado por Katie, a fuligem desapareceu, permitindo a eles verem o estrago.

No lugar onde havia uma janela, agora havia um enorme rombo. O buraco era enorme. Mais um pouco e eles não teriam como prosseguir. Se esgueirando pelo outro lado, passando de um em um, eles prosseguiram. Pelo rombo dava para ver como andavam as coisas. Nada boa. Lá embaixo era possível ver que já havia bruxos lutando contra comensais da morte e gigantes. Dos céus era possível ver bruxos em vassouras lançando feitiços nos olhos dos gigantes, tentando cegá-los. Hagrid e seu irmão Grope, lançavam pedras nos gigantes que estavam temporariamente cegos.

Tentando não pensar no caos que estavam os jardins, os dez amigos prosseguiram alcançando as escadas. Ao fazerem isso tiveram que se abaixar rapidamente quando um raio, que lembrava horrivelmente a maldição da morte, passou zunindo pelas cabeças deles. Quando eles olharam viram que haviam três comensais esperando-os. Sem parar para pensar Neville, Katie e Colin tomaram a dianteira e começaram a duelar. Harry e Gina, após um comando de Katie para prosseguirem, continuaram descendo as escadas. A cada nova andar mais amigos e professores duelavam contra os invasores. Eles ajudavam sempre que podiam, pegando o inimigo pelas costas os estuporando.

Quando eles chegaram aos jardim encontraram um completo pandemônio. Era como ver um show de fogos de artifício. Harry começou a duelar contra um comensal quando o mesmo lançara um crucio para ele, sendo evitado por Gina que o tirara da linha de tiro com um puxão bem dado. A partir daí ele a perdeu de vista. O comensal era muito rápido e habilidoso, ele tinha que admitir. A sorte de Harry eram os reflexos obtido com o quadribol, que o salvava dos feitiços.

- O que foi Potter? É tudo o que tem a oferecer? – perguntou o comensal, fazendo-os andar em círculos.

- Não! Eu só estou me aquecendo! – é claro que isso não era verdade, mas quem disse que ele tinha que dizer o contrário. Isso pareceu irritar o comensal. – Cuidado! Ouvi dizer que seu mestre não quer que vocês me matem1 Ele quer ter esse prazer! – isso pareceu fazer o comensal perder a concentração, dando a brecha que Harry precisava – Estupefaça! – o comensal caiu inconsciente no chão.

Mal Harry havia se livrado de um outro tomou seu lugar. Esse, porém, parecia apreciar mais uma luta corpo a corpo. Ainda bem que ele treinou um pouco na sala precisa, com o auxílou de Lupin e Tonks. Tudo o que ele tinha que ter em mente era manter a concentração no adversário e não perder seus punhos. O que era difícil, a medida que novos feitiços passavam perto deles. Ele conseguia, as vezes, atingir o desgraçado, mas parecia que se não agisse logo ele seria derrotado. O que com certeza ele não podia deixar acontecer. Então num movimento rápido ele deu alguns passos para trás, pegou a varinha e o prendeu com o feitiço encarcero, fazendo o comensal ficar completamente amarrado.

Enquanto isso, um pouco mais perto dos portões, Gina estava tendo problemas com um vampiro que insistia em querer mordê-la. Ela, cansada, enfiou a varinha, com tudo, no lugar onde ficava o coração do bicho. Esse virou pó em segundos. Ela passou a mão na testa, nunca imaginando o quão difícil era matar um bicho desses. Mal havia parado para respirar alguém a segurou por trás, prendendo seus braços. Sem pensar ela meteu a cabeça pra trás acertando o desgraçado que a havia pego. Esse, pego desprevenido, sentiu todo o impacto e a dor de ter o nariz quebrado. Gina, sem perder tempo, meteu o cotovelo no abdômen dele fazendo-o perder o ar, finalizando com um estupefaça.

Ela conseguiu ver Harry lutando com um comensal enorme e, por um momento Gina temeu que ele fosse perder, mas logo essa impressão passou e Harry venceu o comensal. Só que esse momento de contemplação foi crucial e Gina sentiu uma dor excruciante perpassar seu corpo. Quando deu por si, ela viu uma comensal com a varinha apontada para ela. No mesmo momento, independente da dor que sentia ela sabia, estava sob a maldição cruciatus. Ela não conseguia entender como fora tão tola em baixar a guardar num local como aquele. No cambo de batalha que se tornara a escola.

A bruxa libertou-a da maldição tempo suficiente para Gina respirar um pouco até lançá-la novamente. Dessa vez parecia que a dor era mil vezes pior, fazendo Gina gritar em agonia e se contorcer no chão. Ela não sabia por quando tempo ela manteve a maldição, tudo o que Gina queria era que aquilo acabasse, e logo. Ela sabia o que poderia acontecer a ela se isso continuasse, e era algo que ela não queria. Acabar em St Mungos na ala dos danos irrecuperáveis.

De repente a dor parou. Ela sentiu um pouco de dificuldades em respirar e começou a tossir. Quando ela achou que iria receber outra rodada, duas mãos a puxaram para cima. Quando ela tentou lugar uma voz chegou aos seus ouvidos. Uma voz que ela amava acima de tudo. Harry havia ido ao seu auxilio. Ela, então, parou de lutar e o abraçou. Ela o olhou nos olhos e sorriu, sendo retribuída. Porém o momento foi cortado por outro grito. Um que eles conheciam bem demais. Hermione.

Ambos olharam na direção para ver a amiga correr em direção de um corpo caído no chão a alguns metros de distância dela. Harry e Gina se entreolharam, temendo o pior. Ambos correram para eles, desviando-se como podiam dos feitiços. Quando chegaram aonde Hermione estava viram que ela segurava um corpo inerte no colo e chorava sem parar, balançando para frente e para trás. Quando ele viram um tufo de cabelos vermelhos escapando pelos braços da amiga ambos gelaram. Gina afastou a amigo do corpo e sentiu o corpo completamente gelado. Lá inerte no chão frio em frente a eles jazia o corpo de Rony.

Sem pensar no que estava fazendo Hermione se desvencilhou da amiga e saiu correndo em direção dos comensais, brandindo a varinha e lançando todos os feitiços que lhe vinham na cabeça, sem se importar com as conseqüências. Tudo o que ela queria era vingança. Ela queria que eles pagassem pela dor que ela estava sentido. Pelo amor não declarado que lhe foi tomado. Por todo o mal que eles lhe causaram. E sem ver o que vinha por trás, recebeu o golpe fatal. Um feitiço letal que a levou para junto de Rony.

Ao longe Harry e Gina viram tudo acontecer sem poderem impedir, por estarem cada um em novas batalhas. Sem ter como ajudar a amiga, eles decidiram dar o máximo para vingar aqueles entes queridos que o inimigos levaram e que nunca mais voltariam. De repente, depois de conseguir estuporar o comensal com o qual estava lutando, Harry sentiu sua cicatriz doer de tal modo que parecia que sua cabeça ia partir em duas. Ele começou a procurar em todas as direções até que viu o causador de todas aquelas desgraças. Seu inimigo número um. Seu nêmesis. Voldemort.

Completamente exausto e ferido, Harry se levantou e apontou, com dificuldade, a varinha contra Voldemort. Este meramente ficou lá observando o garoto por algum tempo, até que Harry estivesse completamente em pé. Ele se aproximou lentamente vendo a reação do garoto, pois ele sabia que quanto mais perto estivesse, mais dor causava nele. Sim, dor. Ele adorava ver suas vítimas sofrerem antes do fim. Sim. Adora vê-las gritando de dor e implorando por suas vidas, mesmo sabendo que ele não as concederia. Era simplesmente divertido.

- Harry Potter! Nos encontramos novamente! Vejo que você decidiu se esconder na escola, não é? – ele falava lentamente, como se isso fosse um doce a ser apreciado – Pena que isso não vai durar muito! – ele deu uma pausa e abrindo os braços fez um gesto amplo – Olhe ao seu redor. – e Harry o fez.

Havia gigantes em todos os lugares, poucos membros da Ordem permaneciam em pé, mas era óbvio que tinham sido rendidos. Alunos de três das quatro Casas estavam espalhados em todos os lugares, vivos, feridos ou mortos. Buracos nas paredes do castelo indicavam o tamanho da destruição sofrida pela escola. Aonde um dia fora a estufa agora só restavam pedras e vidros quebrados. Grope e Hagrid estavam caídos inconscientes e Harry desejava que estivessem vivos. Ele voltou seu olhar para Voldemort que parecia se divertir diante daquela destruição. O que Harry não duvidava.

- Vê! Harry Potter! Eu lhe disse que você não tinha a mínima chance contra mim! – Voldemort falou circulando Harry, como um animal faz com sua presa – Agora eu vou cumprir o que falei no ministério da magia.Harry. Você vai perder tudo! – e com um movimento súbito ele lançou a maldição da dor – crucio.

Harry caiu no chão sentindo a dor, agora tão conhecida dele, tomar todo seu corpo. Ao longe ele viu Gina tentando se soltar do comensal que a prendia. O braço dela em um ângulo estranho, provavelmente quebrado. Ele voltou seu olhar para Voldemort.e decidiu que não ia mostra a ele a dor que estava sentindo, por isso ele trincou os dentes e esperou, sabendo que isso irritaria ainda mais o cara de cobra. Isso não demorou a acontecer.

Voldemort parou a maldição e ficou olhando Harry caído lá, com dificuldades para respirar. Ele, então, lançou outra maldição contra Harry, fazendo-o gritar em agonia ao sentir um corte em sua perna. Ele conhecia aquele feitiço. Era o feitiço criado por Snape. O sectusempra. Ele, Harry, mesmo já o usara uma vez, sem saber seus efeitos, contra Draco Malfoy. Agora ele sentia na própria pele a dor que esse feitiço causava. O que parecia divertir, e muito, a Voldemort.

- Viu só, Harry Potter! Você não é nada! E hoje a noite, o mundo da magia também verá o mesmo. Você servirá de exemplo para aqueles que quiseram me opor. – ele fez Harry levitar de tal modo que ele ficasse em pé.

Gina estava horrorizada. Ela não podia deixar isso acontecer. Ela não podia perder Harry assim. Ela já perdera o irmão, não podia perder Harry também. Com uma força, que nem ela sabia ter, ela pisou no pé do comensal e conseguiu se desvencilhar dele. Mesmo sentindo uma dor dos infernos por causa do braço quebrado, ela correu para junto de Harry, lançando um feitiço de desarme em Voldemort. Pego de surpresa não conseguiu reagir em tempo. Gina, então, se aproximou de Harry o qual caiu quando o feitiço de Voldemort se desfez. Ela o pegou e o ajudou a ficar em pé.

Nesse meio tempo Voldemort recuperou a varinha e lançou um feitiço em Gina que não conseguiu se desviar e caiu ao chão se contorcendo de dor e gritando a plenos pulmões. Harry tentou reagir, mas foi paralisado por outro feitiço lançado por Belatrix. Ele continuou lutando, mesmo sabendo que era inútil. Até que Voldemort a ordenou que o soltasse. Rapidamente Harry foi para junto de Gina que parecia estar quase inconsciente.

- Ora! Ora! Ora! Mas bem bonito! O casal que se uni para morrer juntos. Que comovente! – Voldemort falou. Ao seu lado Belatrix ria loucamente.

- Gina! Gina! Fala comigo! – Harry pedia desesperado. Ele não podia permitir que Gina morresse. Não depois de tudo que fez para ela viver.

- Harry! – Gina falou num fio de voz, que Harry quase não ouviu.

- Chiiiu! Vai acabar tudo bem! – ele tentava consolá-la, mesmo sabendo que isso poderia ser em vão, se ele não conseguisse derrotar o monstro que os observava.

- Então Harry Potter? Pronto para morrer? – Voldemort fala, apontando a varinha para Harry – Avada Kedrava! – voldemort grita, lançando a maldição da morte.

No mesmo momento um canto é ouvido ao longe, se aproximando rapidamente. Um borrão vermelho e dourado se aproximou de tal modo que ninguém conseguiu reagir. A ave vôo de encontro ao feitiço e quando ela se chocou contra o raio verde, houve uma explosão de cores. A ave se tornou uma bola de fogo. Harry e Gina, que estavam próximos foram lançados para trás violentamente. As cinzas da ave caiu sobre eles e, num piscar de olhos, os dois desaparecem sem deixar vestígios.

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Luz...........dor................escuridão.

Eu não sabia o que estava acontecendo. Se eu estava vivo ou morto. Se Gina estava viva ou morta. Meus amigos. Rony. Hermione. Mortos. Eu não podia acreditar. Eu não queria. Aqueles que sempre estiveram comigo desde o início, se foram. Meu irmãos. Agora tudo o que eu sentia era dor. Tal era ela que eu não conseguia acordar. Até respirar doía. Só de pensar que nunca mais os veria. Que nunca mais conversaríamos, doía. Tudo o que eu queria era acordar desse pesadelo. Foi o que fiz abri os olhos.

A primeira coisa que vi foi o teto de onde estava. Era completamente branco, como o de um hospital. Será que estou em um hospital? A segunda foi o cheiro de anticéptico. A terceira a dor. Pura e simples dor. Era como se todo o meu corpo tivesse sido açoitado e alguém tivesse colocado sal, tal era a dor que sentia. Outra coisa que notei era que estava de dia, ou seja, não sabia o que havia acontecido com Voldemort, nem como havia vindo para ali e, o mais importante, a quanto tempo estava ali. Sim porque agora tinha absoluta certeza. Não havia morrido. Afinal de contas não dizem que depois que morremos não sentimos dor. Pois então. Isso era algo que eu sentia constantemente. Dor. E das brabas.

Eu tentei me manter consciente, mesmo com toda a dor que sentia, afinal tinha que descobrir o que havia acontecido com os outros e com Gina. Eu olhei nos lados e tudo o que consegui ver foram biombos cobrindo minha cama. Maravilha. Tentei me levantar apoiado nos cotovelos. Péssima idéia. Eu fui no outro mundo e voltei de dor. Minha vista ficou cheia de estrelinhas multicoloridas. Mas pelo menos eu pude ver meus braços. Completamente enfaixados. Eu estava parecendo uma múmia. O que diabos teria acontecido comigo para eu estar assim? Esses foram meus últimos pensamentos antes de cair na escuridão.

Harry apagou momentos antes de uma enfermeira entrar e olhar para um dos pacientes. Ninguém entendia como dois adolescentes, com o corpo queimado daquele jeito e com traços de tortura, além da garota estar com o braço quebrado em três partes, terem aparecido nos jardins de Hogwarts, em plena aula de astronomia. A sorte deles é que receberam atendimento imediato e foram transferidos para lá, já que a escola não tinha condições de cuidar disso. O mais estranho foi o modo como a professora descreveu como eles haviam aparecido. Envoltos em uma bola de fogo. Mas será que foi por isso que eles estavam naquele estado? A enfermeira duvidava, em parte.

Tudo bem que eles podiam ter se queimado por causa da bola de fogo, mas os machucados que eles apresentavam, além dos sinais de tortura sob as maldições imperdoáveis, tinham que ser obra de pessoas que os queriam mortos. O problema era descobrir o porquê. Mas o que mais chamou a atenção para eles era que o garoto se parecia, não, não se parecia, era uma cópia de James Harold Potter, tirando a cicatriz em forma de raio que ele tinha e que James não. Isso sim era intrigante. Poção polissuco foi descartada depois de horas em observação. É sem dúvidas o garoto era um mistério. Ninguém sabia a cor de seus olhos já que ele continuava desacordado desde que chegara, bem como a garota.

A enfermeira não conseguia tirar da cabeça que ela lhe lembrava alguém. Mas não conseguia atinar quem. Se ela tivesse que chutar ela diria que a garota é uma Weasley, devido aos cabelos vermelhos e as sardas no rosto. Mas até agora nada sobre eles foi descoberto. O que era um mistério uma vez que o Ministério tinha arquivos de todos os bruxos, desde que nascem, ou no caso dos nascidos trouxas descobertos. Seriam eles estrangeiros? Isso explicaria a falta de documentos, mas não explicaria o baú que o garoto carregava. Era como se eles estivesses fugindo de algo, ou de alguém.

Ela começou a fazer exames com a varinha para saber se eles estavam se recuperando normalmente, ou se alguma coisa aconteceu em sua ausência. Ao que parecia eles estavam se recuperando bem, embora eles continuassem adormecidos. Em parte a enfermeira achava melhor assim, uma vez que eles não sentiriam dores enquanto dormindo, já acordados teriam que tomar, constantemente, poções para dor. Ela deixou o garoto e foi para a garota.

O braço foi fácil de emendar. Tudo o que tiveram que fazer foi remover os ossos e aplicar a poção esquecesse. Agora ele estava novinho. Só faltava essas queimaduras melhorarem. Até parecia que ela estava apenas dormindo. Porém já fazia uma semana que eles estavam nesse estado e ninguém sabia quando eles acordariam. Isso não estava só preocupando ela, mas também ao medi-bruxo que os estava acompanhando. Ela terminou de fazer o check up e saiu.

Alguns minutos depois da enfermeira sair Gina abriu os olhos, soltando gemidos de dor. Ela estava completamente desorientada e apavorada. Ela não sabia onde estava e com quem estava. Ela não sabia o que havia acontecido. A última lembrança era o do rosto de Harry perto do dela, pedindo para ela não deixá-lo. Como se ela pudesse. Mas agora ela não sabia onde ele estava nem em que condições ele se encontrava. Ela tentou se mexer, mas tudo o que conseguiu foi sentir mais dor.

- Maldição! O que é que está acontecendo? – ela pensou desesperada.

Ela começou a chorar silenciosamente de dor e desespero. Ela tinha que sair dali o quanto antes e descobrir o que diabos aconteceu. Ela mexeu os braços, que mais pareciam chumbo, e levantou o tronco até conseguir, dolorosamente, se sentar. Ela enxugou as lágrimas e olhou ao redor. Era uma sala branca, do chão ao teto e tinha biombos de cada lado da cama. A luz que entrava vinha da sua esquerda, indício de uma janela. Pela luz devia ser de tarde. Ela então deu uma olhada em si mesmo e teve que suprimir um grito de susto ao se ver toda enfaixada.

- Tudo bem, Gina! Pense! O que pode ter causado isso? – ela repetia mentalmente toda a batalha nos terrenos da escola, mas nada lhe vinha a mente que pudesse ter causado aquilo – Será que isso aconteceu depois de eu ter desmaiado? – ela pensou examinando as mãos semi enfaixadas.

Ela decidiu que ficar ali não era uma opção. Ela tinha que achar Harry e sair dali o quanto antes. Se Voldemort o pegou ela não queria nem pensar no que poderia acontecer. Levantando com todo cuidado ela se apoiou na cama e começou a andar, mas mal deu dois passos e alguém entrou em seu campo de visão. Quando ela viu a pessoa, ela sorriu e caiu, sendo amparada por ele e, antes de seu mundo sumir ela falou aliviada o nome dele. Harry,

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Quando Harry voltou a acordar sentiu uma melhora considerável. Ele quase não mais sentia as dores que perpassavam seu corpo da outra vez que acordara. Seja lá onde ele estivesse não era com Voldemort. Afinal se fosse, ele com certeza, não estaria mais vivo. Ele conseguiu se mexer e se sentar. Se levantar era outro problema. Suas pernas estavam fracas e ele tinha certeza de que não conseguiria se levantar, ainda. A primeira coisa que ele notou ao olhar para os lados é que havia um criado mudo, onde tinha vários frascos com diferentes poções. Ele se inclinou e abriu a primeira gaveta. Vazia. Abriu a segunda. Vazia. Abriu a última. Vazia. Ele começou a se desesperar. Onde diabos fora parar sua varinha? Ele passou a mão no pescoço e sentiu seu coração acelerar. Ele havia perdido o baú onde estavam todas as suas coisas e as pesquisas sobre as horcrux. Agora sim ele estava em verdadeiro pânico. Ninguém podia ver o conteúdo daquele baú. Fora que toda a herança que seus pais havia lhe deixado estava lá também. O que ele iria fazer sem suas coisas? Sem sua varinha?

- Acalme-se Harry. Entrar em pânico não vai te levar a lugar nenhum! – ele pensou consigo mesmo, tentando pensar racionalmente. – Certo eu tenho que pensar. A última coisa que aconteceu foi Voldemort lançar o feitiço da morte. Sim isso eu me lembro. Eu me segurei em Gin, tentando evitar que ela fosse atingida. Daí eu senti que fomos jogados com violência e...... e.... e só. Tudo apagou. Aí eu acordo aqui sem minha varinha. Sem minhas coisas e completamente enfaixado. É acho que não podia ficar pior.

Nesse instante o barulho de porta sendo arrastada é ouvido. Maravilha. E eu aqui desarmado, pensou irônico. Ele, então, pegou dois frascos, pronto para tacar na cabeça do primeiro que aparecesse. O que não demorou nem um minuto. Uma cabeça de cabelos negros apareceu e Harry, agindo por reflexo, jogou o frasco. Este se espatifou na cabeça do intruso e no segundo seguinte Harry sentiu-se paralisado, quando uma mão apareceu. Ele foi pego pelo Petrificus Totalus.

A mão logo foi seguida por um corpo de um homem de aproximadamente vinte anos, cabelos castanhos claros. Harry só não gritou por causa do feitiço. Não podia ser. Ele não podia ser quem Harry estava pensando que era. Isso era irracional. Ele estava morto. Ele o viu caído nos jardins da escola, perto dos gigantes, com Tonks ajoelhada ao lado dele chorando. Não definitivamente ele não podia ser Lupin, principalmente porque esse homem não podia ter mais que vinte anos.

Ele apontou a varinha para a pessoa desacordada no chão e murmurou um enervate, fazendo o outro acordar e praguejar sem parar, segurando a cabeça machucada. O outro tinha cabelos negros até os ombros e quando ele se virou de modo que Harry podia ver seu rosto, ele perdeu toda a cor do rosto. Em frente a ele se encontrava o homem que ele considerou com um pai. E cuja morte sempre se culparia. Em sua frente se encontrava uma versão mais nova de Sírius Black. Sem agüentar mais de tanto choque Harry deixou a escuridão o engolfar.

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