POR SER A MADRINHA DE HARRY
E por mais longos minutos, todos ali presentes praticaram um silêncio involuntário. O único barulho que insistia em acontecer, era o da chuva, que caía ferozmente lá fora. A mulher então entrou definitivamente pra dentro da cabana, fechando a porta. Agora sem o capuz, era possível notar que ela encarava a todos com uma naturalidade anormal, tendo em vista que todos olhavam pra ela espantados.
Remo Lupin sorria, como há muito não fazia. Sirius Black parecia estar petrificado.
- Desculpe o atraso Dumbledore – a mulher respondeu, devolvendo o sorriso a Lupin. E nesse exato momento Sirius Black cerrou os olhos. Snape respirou profundamente, seu ar de reprovação se misturava com sua cara de espanto.
- Eu não acredito...- Minerva levou a mão à boca. Parecia chocada com a presença da mulher ali. – Alvo, essa não é...
- Helena Zoe Athens, minha cara Minerva. Ela mesma. – Dumbledore respondeu. E então Sprout não se conteve:
- Aluna de Hogwarts! Dumbledore! Ela queimou minhas estufas mais queridas! - E havia indignação em sua voz.
- Troquei de sala duas vezes por causa dela, aqueles feitiços estranhos... – Flitwick fitava a mulher e as expressões que fazia eram resultado de cada lembrança que ia passando pela sua memória.
- Alvo, você vai aceitar como professora alguém como... – Minerva continuava assustada.
- Sinceras desculpas, meus caros professores. Tenho que reconhecer que meu comportamento enquanto estive em Hogwarts não foi assim, dos melhores, não é mesmo? – E Lupin nesse momento não conseguiu conter o sorriso. Sirius, até o momento, tinha conseguido somente abrir a boca. Mas não dizia nada. – Mas eu posso lhes assegurar que mudei. Muito ainda, desde aqueles tempos.
- Você sabe da capacidade dela tanto quanto eu Minerva – Dumbledore disse, decidido. – E sabe também da importância que ela tem... – E até ali, Dumbledore, Minerva, Sirius e Lupin eram os únicos que estavam entendo alguma coisa. – por ser a madrinha de Harry.
E nesse momento foi a vez da mulher baixar a cabeça. Todos os outros pareciam espantados devido ao silêncio que permanecia na sala. Surgiram questões em cada uma das mentes do ali presentes, mas ninguém ousou perguntar nada.
- Eu devia ter previsto... Nada mais natural! A melhor amiga de Lílian Potter... – Sibila disse.
- Pois bem senhores, eu confio em Helena e sei que ela está do nosso lado. Como eu já havia dito, ela estará em Hogwarts para nos ajudar, proteger Harry e para isso lecionará Poções esse ano. Então, Severo ficará responsável por Defesa Contra Arte das Trevas. Se você concordar, é claro professor. – Dumbledore então olhou pra Snape.
- Como quiser diretor. – Snape disse, mas seco do que nunca. E todos sabiam ali que Defesa Contra Artes das Trevas era a matéria que Snape desejara há anos. Então ele não encarou a novidade como algo tão ruim.
- Ótimo – continuou Dumbledore – Aos outros professores, peço que voltem a Hogwarts um dia antes do ano letivo começar, para fazermos uma inspeção de segurança. Isso inclui Snape e Helena também. Sirius e Lupin, vocês têm que permanecer escondidos... Sugiro então, por enquanto, Hogsmeade. Vão pra lá assim que puderem e descubram um lugar seguro.
- Pode deixar Dumbledore – E Lupin foi o único que respondeu. Sirius continuava estático.
- Arthur, existem outros dos nossos no Ministério. – Dumbledore prosseguiu olhando agora para os Weasley.
- Arabella e Mundungo – Arthur respondeu, consentindo com a cabeça.
- Sim, e Moody anda pegando algumas informações pra mim perto de Azkaban. Mas total cautela quando estiver no Ministério ok? Fudge já está desconfiado, e ele não é o único.
- Eu sei bem disso... Dumbledore, e... Harry?
- Ficará na casa dos tios por mais um tempinho Arthur, você sabe que lá é um lugar seguro, embora Harry não... aprecie muito – Dumbledore ao dizer essas palavras, percebeu que Helena prestava atenção redobrada nele. – Mas ele irá pra sua casa logo, pode ser?
- Harry é sempre muito bem vindo em nossa casa, Dumbledore. – Arthur consentiu com um sorriso, que se fosse possível traduzi-lo, sairia algo como: saudades.
- Então conto com vocês. Carlinhos e Gui, peço que acompanhem o embarque de todos no Expresso e fiquem sempre alertas.
- Deixe com a gente Dumbledore – disse Gui animado.
- Acho que é isso. Entrarei em contato com vocês se for preciso, mas não usaremos mais essa cabana. Sirius, a casa já está disponível?
- Sim Dumbledore.
- Ótimo. Vocês saberão, quando necessário. Amigos, agradeço por terem vindo e desejo-lhes sorte. – Minerva, Sprout, Sibila e Flitwick se despediram rapidamente de todos os outros e saíram da cabana.
Arthur Weasley chegou timidamente perto de Helena:
- É uma honra conhecer a madrinha de um menino tão especial quanto o Harry.
- Obrigada Sr. Weasley. Eu agradeço por tudo o que tem feito por ele. – e eles se deram as mãos. Logo depois, Carlinhos, Gui e Arthur também estavam na estrada de volta pra casa.
- Creio que... você pretende permanecer aqui por mais um tempo, não é Helena? – Dumbledore sorriu ao ver a emoção da mulher depois da saída de Arthur Weasley. Ela somente consentiu com a cabeça, olhou pra Lupin e sorriu. – Então vamos Severo. – Dumbledore foi o único que se despediu dos que ainda estavam na cabana, pois Snape não emitira um som sequer. Num movimento de capas, os dois tinham sumido.
Helena, Lupin e Sirius se entreolharam.
- Meu querido Remo... – ela disse, com olhos lacrimejantes, banhados de saudade.
- Helena, eu não acredito... – ele foi indo em direção à ela.
- Quietos vocês dois. – Ordenou Sirius rispidamente. Ele sacou a varinha e foi em direção à porta. Em seguida, com um chute, a porta abriu e ele saiu de dentro da cabana. O que Helena e Lupin conseguiram ouvir, foram socos e ponta pés vindo lá de fora.
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