E dois se fizeram três



Echoes and silence, patience and grace
All of these moments I’ll never replace
No fear of my heart, absence of faith
All I want is to be home

(Ecos e silêncio, paciência e grace
Todos esses momentos que eu nunca vou substituir
Nenhum medo de meu coração, ausência de fé
Tudo que eu quero é estar em casa)


- Harry? Haaarry… HARRY POTTER!
- Que foi, Gina? – Harry gritou do andar de baixo para a mulher que estava no
quarto, no segundo andar.
- Venha já aqui... AGORA!!!!!!!
- To indo! – Harry largou a louça que estava arrumando e subiu as escadas. Não
era fácil agüentar o humor da esposa nos últimos tempos, mas pior seria não obedecê-la. – Que aconteceu, meu bem? Tá se sentindo bem?
- To ótima, não é? Carregando essa coisa enorme, mal me sustentando em pé, e
agora ele ta querendo SAIR!
- Eu... Eu acho que não entendi...
- Seu filho vai nascer!!! – Explicou Gina com um esgar de dor.
- Mas, como? Já?
- É Harry Potter... JÁ! Quer fazer o favor de tomar providências?
Harry saiu meio atordoado do quarto. Seu filho ia nascer... Tinham conversado tanto sobre o que fazer quando esse momento chegasse e agora ele não se lembrava do que devia fazer...
- O que você ta fazendo parado na porta do quarto? Anda, Harry! Eu quero a minha MÃE!!!!!
- Ah, ta, certo querida, eu vou chamar a Molly. – e desceu as escadas.
Harry pegou um punhado de Pó de Flu e jogou na lareira. Ajoelhou-se e pôs o rosto nas chamas, gritando “A Toca”. A sensação horrível de ter a cabeça girando passou e ele pode olhar. Não havia ninguém próximo à lareira.
- Sra. Weasley? SRA. WEASLEY! Molly! Tem alguém por aí? Ei, alô! – Mas ninguém apareceu. Sem saber o que fazer direito, Harry voltou correndo para o quarto, pedir informações para a esposa.
- Gina? Ahn... Sua mãe não estava em casa.
- E você...
- Eu não sei o que fazer...
- Procura ela na casa dos meus irmãos! Por Merlin, Harry, para que serve isso ai em cima do seu pescoço?
Sentindo-se extremamente nervoso, e envergonhado pelo fato de que até sua mulher com contrações de parto estava raciocinando melhor que ele, Harry murmurou um já volto e desceu correndo de novo. Sem pensar, passou direto pela lareira e decidiu sair aparatando na casa de cada um dos cunhados, se preciso fosse, até que encontrasse Molly.
A compressão no peito passou e Harry vislumbrou ao longe a casa de Rony e Hermione. Atravessou correndo até lá e apertou a campainha, descontroladamente.
- Já vai, já vai, já ouvi!
- Anda Hermione, depressa!
- Harry? Tudo bom? Entra! Aconteceu alguma coisa?
- A Molly tá aqui?
- Não, por que? Tá tudo bem?
- A Gina, Hermione…
- Ela tá bem, tá tudo certo com o bebê?
- Ele vai nascer... – e nisso Rony entrou na sala.
- E ai, Harry? Beleza?
- Oi Rony.
- Harry, olha para mim. Você chegou aqui perguntando da Molly. Ela não está aqui. Você foi n’A Toca? – perguntou Hermione.
- Ah, é, uhm, chamei ela lá, mas ela não apareceu. Daí a Gina me mandou procurar ela na casa de cada um, até que eu achasse...
- Com quem que a Gina ficou?
- Uhm, sozinha...
- SOZINHA? Você ficou louco, Harry? Ela está em trabalho de parto e você deixou ela sozinha?
- Eu não pensei... – respondeu Harry com a voz fraca.
- Então vem comigo – Hermione pegou seu braço e foi arrastando-o para a porta – A gente vai voltar para sua casa. Rony, por favor, ache a sua mãe, querido. Diga para ela ir correndo para a casa deles.
Os três saíram e aparataram. Chegando em casa, Harry correu para o quarto onde sua esposa estava, com Hermione em seu encalço.
- Tá tudo bem, Gina? O Harry foi procurar sua mãe lá em casa, disse que o bebê ia nascer. Eu vim correndo. O Rony ta procurando sua mãe, fique tranqüila.
- Obrigada Hermione.
- Harry, aqui. Você já mandou a carta para o St. Mungus requisitando uma parteira?
- Ainda não, Hermione. To indo.
- É Gina, eu acho que o Harry ta meio nervoso.
Harry desceu correndo as escadas até o escritório. Pegou um pergaminho e escreveu a requisição, pedindo urgência, e enviou para o hospital. Logo ouviu alguém chegando pela lareira.
- Olá Harry! – cumprimentou Jorge, enquanto se limpava da fuligem - E aí? Como a Gina tá?
- Gritando comigo… A Hermione tá com ela. Como você soube?
- O Rony apareceu procurando a mamãe e nos contou. – nisso já vinha chegando pela lareira Angelina, eterna namorada de Jorge.
- A gente veio ver se podia ajudar. – completou Angelina.
- Ah, sim, obrigado. Eu não sei o...
- HARRY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Licença, fiquem a vontade por aí... – e subiu correndo as escadas. De novo. – Que foi, Gina? Tá tudo bem?
- Cade a minha mãe? Foi ela que chegou?
- Não. Foi o Jorge e a Angelina, querendo ajudar...
- Ajudar no que? Eles sabem arrancar essa coisa de mim?!
- “Essa coisa” é nosso filho, Gina!
- Que você fez entrar agora não sabe como fazer sair!!!
- Querem que eu saia daqui? – arriscou Hermione.
- Não! – berrou Gina.
- Sim! – berrou Harry.
- Então, eu, hum...
- Saia um minutinho, Mione. Por favor. – pediu Harry.
- Tá. Já volto então.
- Mas que coisa, Gina! Se acalma!
- Olha só quem fala!
- Tá, eu me desesperei um pouco, mas é que eu nunca vi ninguém tendo um filho!
- Dói muito!
- Tá doendo agora?
- Éééé´... – Harry olhou assustado para a esposa.
- Vou buscar a Hermione... – e saiu correndo, enquanto ainda podia ouvir Gina gritando “Maricas!”. Ora essa... Se até a Gina, que era uma mulher extremamente forte, gritava daquele jeito de dor, ele é que não ficaria por ali... Topou com a Sra. Weasley no meio da escada. Ela subia afogueada.
- Harry, meu bem, cadê a Gina?
- No quarto, Molly. Eu não sabia o que fazer quando ela começou a gritar e...
- Homens! Nunca sabem o que fazer! Fique lá embaixo mesmo...
E a mulher terminou de subir correndo. A sala parecia mais cheia agora. Não só Jorge e Angelina estavam ali, mas também Gui, Fleur, a pequena Victorie, Percy (desacompanhado da esposa), o Sr. Weasley, Carlinhos (de férias na Inglaterra) e sua namorada estranha, Rony e Hermione. Ao vê-lo, Hermione subiu correndo as escadas. A campainha soou.
- Sr. Harry Potter? Sou a parteira requisitada.
- Ah, entre por favor, eu a levo até o quarto.
- Obrigada.
Harry deixou a parteira no quarto, e esta bateu a porta em sua cara com um “É melhor o senhor ficar lá embaixo”. Desceu novamente. Os cunhados conversavam alegremente. Percy se aproximou.
- Difícil, Harry? Eu fiquei muito nervoso quando minha menina nasceu. Não se preocupe. Elas nunca nos deixam ficar lá.
- Obrigado, Percy. Ah, olá, Sr. Weasley!
- Calma rapaz… Daqui a pouco você já vai estar com seu filho no colo. Dá tudo certo... Digo com experiência – e o homem ergueu o braço, mostrando seus filhos que enchiam a sala.
- Só estou nervoso... A Gina ta gritando tanto...
- Hehe, normal. Só um pouco de paciência...
Então Harry esperou. E esperou. E esperou. Os minutos se arrastaram. Se transformaram em uma hora. Mais. E só espera. Os Weasleys conversavam à sua volta. E ele ficou ali esperando. Tentava ouvir qualquer coisa que estivesse acontecendo lá em cima. Até que uma porta se abriu estridente, e um choro pode ser ouvido em toda a casa.
Sem nem sentir o tapinhas em suas costas, ou ouvir as felicitações, subiu correndo e parou derrapando na porta do quarto. Gina sorria exausta, enquanto a parteira lhe entregava um bebê. A Sra. Weasley e Hermione sorriam e choravam ao mesmo tempo, num canto do quarto.
- Olha Harry. Que coisa mais linda... Olha, bebê, papai veio te conhecer. – uma a uma as mulheres foram saindo do quarto, deixando apenas ele e Gina. E o pequeno ser que juntos tinham gerado.
Harry se aproximou da cama. O embrulinho no colo de Gina descansava tranqüilo, enquanto a mulher exibia o sorriso mais lindo do mundo, na opinião de Harry. Ele aproximou temeroso sua mão, acariciando a face do filho.
- É o nosso Tiago, Harry. Pega ele.
- Não sei se eu consigo. Ele é tão frágil!
- E você é o pai dele... Aqui, assim, isso... – e Harry pegou o filho no colo pela primeira vez.
Era uma sensação maravilhosa! De imediato pode sentir o quanto amava e amaria aquela criança. Seu filho. Sua família, ali. E sentiu-se mais em casa do que nunca, pois agora tinham a mais sublime prova do quanto se amavam, ele e Gina.
- Tiago... Seu pequeno maroto... Eu sou seu papai… - e olhando para a esposa, disse – Obrigado Gina. Obrigado por esse maravilhoso presente.
- Você quem me deu essa chance. Te amo.
- Também te amo, meu amor. Aqui, pegue ele. Eu vou anunciar a todos que a minha esposa me deu o filho mais lindo do mundo! Sua família está toda lá embaixo, eles precisam saber como o Tiago é lindo.
- Depois eles poderão vê-lo. Fica aqui comigo mais um pouquinho...
- Tudo que você quiser...
E ficaram ali, os três. Uma família de verdade.

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