Capítulo XV
Ron preferia usar a força bruta. Harry, o bom senso. Luna preferia não ter nada a ver com o assunto, embora tivesse se disposto a fazer tudo que sua senhora lhe pedisse. Hermione se recusava a ser dominada. Tinha de enfrentar Caswallan sozinha e usar a rainha para tentar recuperar a Pedra da Graça.
Harry discordava de tal atitude, mas Hermione era extremamente teimosa.
— Você não entende que preciso conversar a sós com ele? — teimou ela, durante o jantar no bordel de Berte. — Como poderei barganhar se você ou Sir Draco estiverem presentes?
— Não. De jeito nenhum. Vou falar sozinha com Caswallan, e você cuidará para que Sir Draco ou qualquer outra pessoa não nos interrompa.
— Mas eu jurei que não deixaria Caswallan ter Boadicea — disse Harry. — Seu tio a quer de volta.
— Esse já é outro assunto. E deixarei que você e Ron resolvam. Com suas habilidades, vocês não terão dificuldade para recuperá-la, se for o caso. A presença de Sir Draco não me preocupa mais. Não consigo acreditar que persuadiu Caswallan a juntar-se a ele para terem a Pedra da Graça, mas lhe foi dito assim.
— As vozes não lhe disseram nada? — perguntou ele, enchendo outra vez seu copo de vinho.
— Não. E não é a primeira vez que elas me abandonam, porém é a primeira que o fazem em prol de outra pessoa que nem mesmo é da família. É muito estranho — comentou Hermione, observando-o com atenção. — Há alguém da sua família que possui poderes mágicos ou que pelo menos tenha conhecimento sobre magia?
— Não. Todos são tão práticos e sensatos quanto você, minha querida. Meus parentes são conquistadores da terra, e não amigos dela.
Hermione ficou insatisfeita com a resposta e recostou-se na cadeira, suspirando.
— Deve haver um motivo para você ter escutado as vozes, e não eu.
— Espero que não esteja com ciúme, meu amor — brincou Harry, esperando que não fosse esse o caso. Não queria vê-la triste de jeito nenhum. -— Acredito que tenha ocorrido um engano pelo fato de eu estar segurando a rainha. Não vejo outro motivo.
Pensativa, Hermione passou o dedo na borda do copo, olhando para Harry.
— Pode haver outro motivo, sim, mas não quero conversar a respeito agora. Em vez disso, vamos fazer nossos planos para amanhã cedo, quando enfrentaremos nossos inimigos e recuperaremos o que pertence a minha família.
— Suponho que Caswallan não esteja sozinho e que seus seguidores farão de tudo para proteger a vida de seu mestre.
— Não tenho medo. O nome de meu tio Albus é bastante conhecido entre aqueles que seguem os antigos costumes, e minha família é mais conhecida ainda. Duvido que eles nos prejudicassem em nome de Caswallan, apesar do que ele conseguiu com o anel. Há mais mistério do que magia por trás dele.
— Caswallan não é um renomado feiticeiro?
— Se é que um homem pode ser chamado assim, Caswallan é um feiticeiro, mas ninguém pode fazer com que um simples anel tenha poderes se não tiver inclinação para as artes. Qualquer mágica que tenha sido feita nos últimos tempos com a Pedra da Graça é apenas ilusão de ótica, e não algum tipo de poder do anel.
— Então ele é um simples mágico? — perguntou Ron, colocando seu copo de vinho na mesa. — Se for assim, não temos o que temer. Você cuida de Sir Draco e a Srta. Hermione se entende com Caswallan. Luna e eu tomaremos conta do resto.
O acampamento de Caswallan deixou Harry cheio de desconfiança sobre sua promessa de permitir que Hermione encontrasse o homem e falasse com ele a sós. Não que houvesse muitos seguidores, porém os poucos que o idolatravam eram bastante estranhos. Vestiam-se de branco e não falavam quase nada. Todavia, quando os dois se aproximaram das tendas e cabanas, todos se reuniram à volta dela.
Quando Hermione colocou os pés no chão, virou-se para o grupo sem esconder sua urgência.
— Onde ele está?
Nenhum deles abriu a boca, mas todos se viraram e apontaram para a maior tenda do grupo, que parecia uma capela de madeira desabitada ou abandonada. Frenni Fawr era um lugar frio onde ventava bastante, e os vilarejos próximos, pequenos. Só pessoas bem fortes conseguiam viver naquelas colinas.
— E Sir Draco?
As mãos mudaram de direção, onde fora montada uma cabana muito elegante, cuja seda branca que a protegia voava com o vento. Sim, é claro que Sir Draco escolheria um abrigo como aquele, apesar de toda a falta de praticidade. Combinava bem com seu estilo de vida.
— Vou falar com Caswallan — informou Hermione aos espectadores, falando devagar e em inglês, para alívio de Harry. — E sozinha. Sou Hermione Granger, sobrinha de Albus Dumbledore . A Pedra da Graça pertence a minha família e, embora esteja sob os cuidados de Caswallan há alguns meses, vim buscar o anel para levá-lo de volta ao local ao qual pertence.
Hermione não comentou nada sobre o fato de Caswallan ter roubado o anel, uma decisão sábia, considerando que aquelas pessoas tinham o suposto feiticeiro em alta estima.
— Este homem é Harry Potter, um grande lutador que foi reconhecido por aqueles que habitam Pentre Ifan. — Depois dessas palavras, um suave murmúrio começou, obrigando-a a erguer a voz. — Eles o enviaram para me proteger e me ajudar neste assunto. Entretanto, ele tem um ressentimento com Sir Draco Malfoy. É apenas um ressentimento, sobre o qual os dois conversarão em breve. Não tentem impedi-lo, nem a mim, a não ser que queiram irritar aqueles que nos enviaram. Só assim poderemos garantir que nada acontecerá a vocês. Combinado?
O murmúrio aumentou, alguns concordando, outros não. Harry compreendia como era difícil para os devotos de Caswallan abandoná-lo, mesmo que pela Pedra da Graça, ainda mais por ordem de uma mulher.
Hermione também entendia a dificuldade, e por isso decidiu provar sua importância.
— Vocês precisam de um sinal?
— Sim — responderam várias vozes. — Um sinal.
— Está bem. — Ela caminhou até uma das pequenas fogueiras espalhadas pelo acampamento, protegidas do vento por pedras empilhadas.
Harry foi atrás, seguido pela pequena multidão.
— O que você pretende fazer? — sussurrou ele.
— Realizar magia.
Hermione enfiou a mão no bolso, fazendo-o adivinhar seu plano.
— Eles não perceberão que é apenas um pó?
— Eles verão o que quiserem ver. Se não funcionar, precisaremos de outra tática. Imagino que Caswallan já tenha lhes mostrado muitos de seus poderes.
Ela parou diante da fogueira e levantou as mãos e o rosto para o céu.
— Espíritos da Terra, provem que tudo que eu disse diante destas pessoas, seus serventes, é a mais pura verdade. Enviem-nos um sinal para justificar que nos mandaram até aqui para recuperar a Pedra da Graça e levá-la de volta ao lugar ao qual pertence.
Em seguida Hermione baixou as mãos rapidamente, soltando o pó. Foi um gesto muito bem realizado, pensou Harry, observando-a com atenção. Se não soubesse da existência do pó, jamais teria percebido que ela o jogara no fogo.
Como de costume, o pó apagou as chamas, causando uma grande fumaceira, bem como faíscas que se espalharam pelo ar. Depois de um tempo, tudo desapareceu.
Então, quando todos a olhavam com ar de espanto e admiração, Hermione, satisfeita com seu feito, notou que algo que não tinha nada a ver com o pó acontecera.
Um brilho bem diferente do produzido pelo pó mágico se formara junto às brasas. Era branco, brilhante, como milhares de pequenas estrelas, porém redondo e frio como uma bola de cristal cigana. O objeto levantou-se das cinzas, cintilando com tanta intensidade que todos tiveram de proteger os olhos ou virar de lado.
A multidão se afastou, e Harry abraçou Hermione, puxando-a para trás. Estupefatos, eles ficaram observando o que ocorria.
A bola ergueu-se um pouco mais, como uma lua cheia, e continuou subindo na direção do céu. Lentamente, ela começou a rodopiar. Cada vez mais depressa, a bola girava, tão reluzente que parecia ser feita de fogo.
De repente, ela explodiu em inúmeras partículas, caindo como estrelas em miniatura na terra. As pessoas gritaram e saíram correndo, temendo que as faíscas fossem quentes, mas Harry e Hermione não se moveram, encantados com o brilho daquelas micro-partículas. Eram geladas ao toque e provocavam uma sensação de formigamento quando caíam sobre a pele. Junto com elas vinha um delicioso perfume floral. Harry esticou o braço no intuito de tentar pegar algumas, porém elas desapareciam assim que encostavam em algum lugar, como brilhantes flocos de neve. Nunca vira algo parecido.
— O que aconteceu? — perguntou ele, à medida que os outros foram voltando para perto, esticando os braços para tentar pegar as estrelas. — O que é isso?
— Nosso sinal — murmurou Hermione, maravilhada. — Não podemos ficar nem mais um segundo aqui, pois Caswallan e Sir Draco logo ouvirão sobre o ocorrido. Venha. — Ela o puxou e os dois se afastaram da multidão estupefata. — Eles não nos impedirão agora. Olhe como estão maravilhados.
— É verdade.
— Vamos depressa. Você cuida de Sir Draco e eu de Caswallan. Se Ron e Luna fizerem seus papéis, estaremos de volta à casa de Berte antes do anoitecer.
A decrépita capela estava às escuras quando Hermione entrou.
As velas, cujas chamas sopravam com o vento que entrava pela porta aberta, facilitavam a visão.
Caswallan estava lá, vestindo uma túnica branca, sentado em uma cadeira ridícula que imitava um trono. Era um homem alto e magro, idoso, como seu tio Albus, com uma longa barba branca.
Ele se levantou assim que Hermione entrou na capela, apoiando-se em um comprido pedaço de madeira. A Pedra da Graça brilhava no dedo magro da mão direita. A medida que se aproximava de Caswallan, ela pôde enxergar o temor nos olhos azuis.
— Eu sabia que você viria — disse ele, com a voz trêmula. — Alguém da sua família, embora eu tenha torcido para que não fosse Albus.
— Ele não sabia onde encontrá-lo — respondeu Hermione, falando em gaulês. — Eu sabia.
— Você veio buscar o anel, mas não o terá. Ele não pode ser tirado à força da mão de quem o usa, apenas por quem o usa.
Hermione parou bem na frente do homem, sustentando seu olhar.
— Você jamais deveria ter roubado esse anel, Caswallan. Não foi somente uma atitude errada, pois sabe tanto quanto eu o que diz a lenda da Pedra da Graça. Só o herdeiro legítimo pode exigir seus poderes.
— Está enganada, minha filha. O anel em si não possui poderes e, além disso, não preciso deles, pois sou um mágico habilidoso, como seu tio. Entretanto, preciso do anel para reunir as pessoas a minha volta. Sem o anel, todos irão embora.
— E por que você quer mantê-los aqui? Não é um poderoso exército, mas sim um bando de pessoas que seguem os antigos costumes. Você não tem nada aqui, a não ser seu orgulho tolo. É muito divertido.
— Essa pode ser a sua opinião, porém não será sempre assim. Com o tempo, a notícia de que um verdadeiro sacerdote voltou à casa se espalhará por toda a Gales, então todos me seguirão.
— E qual é o seu objetivo? — perguntou ela. — Imagina que um dia conseguirá reunir tanta gente para fazer outra rebelião? É Owain Glyndwr que você deseja ser? Gales já não viu vingança e sangue suficientes? Foi por isso que se uniu a Sir Draco? Por ele ter o dinheiro que vocês precisam para se armarem e provocarem uma guerra?
— Não, não é isso — respondeu o velho. — Sir Draco é meu discípulo. Ele quer aprender tudo que eu sei e continuar com os antigos costumes. E ao contrário da sua ameaçadora família, que tomou terras e riqueza por toda a Inglaterra, ele é fiel apenas a Gales.
— É uma grande mentira — respondeu Hermione, com toda a calma. — Conheço muito bem Sir Draco. Ele não é fiel a nenhum país e a nenhum homem, a não ser a si mesmo. Ele jurou conseguir a Pedra da Graça para seu próprio benefício e é essa sua verdadeira intenção. Juro pelo nome de minha família. Pergunte-me o que quiser sobre esse homem que eu lhe responderei na hora. Depois, peço para que conversemos a respeito da Pedra da Graça. Eu trouxe algo que talvez você queira trocar pelo anel.
— O que é?
Hermione balançou a cabeça.
— Primeiro, quero saber se você acredita no que eu lhe disse sobre Sir Draco, pois quando eu sair daqui, quero ter a certeza de que você não terá mais nenhum tipo de contato com ele. Para sempre.
Caswallan ficou pensativo e Hermione esperou, paciente, apesar de saber que tinha de ser rápida. Ainda assim, preferia não insistir, pois queria que ele se sentisse destemido na futura barganha.
Na tenda de Sir Draco, a negociação era feita de maneira bem diferente.
Harry o surpreendeu adentrando na imponente moradia com a espada em punho, gritando para seu inimigo aparecer. Sir Draco, sentado à mesa e sendo tratado por dois de seus serventes, levantou-se tão depressa que virou a mesa, derrubando no chão tudo que estava em cima.
Ao avistar Draco, que vinha em sua direção sem a menor intenção de parar, Sir Draco saiu correndo, enquanto seus criados saíram, esbaforidos, desesperados para todos os lados. Cerca de dez soldados comiam e bebiam na tenda de seu senhor, mas foram pegos tão de surpresa que não tiveram tempo de pegar suas armas e impedir Harry de agir. Dois deles tentaram se jogar em seu caminho, em vão. Ele sabia que tinha pouco tempo antes que eles se armassem, porém precisava distrair Sir Draco pelo menos até que Hermione terminasse seu assunto com Caswallan.
— Trapaceiro! — berrou ele, fazendo Sir Draco correr de um lado para o outro. — Bandido! Mentiroso! Assassino!
— Peguem-no! — implorou Sir Draco, dirigindo-se tanto a seus soldados quanto a seus criados. — Matem-no! Depressa!
— O quê? Você acha que esses sujeitos conseguirão me pegar?
— Ele acertou um atrás do outro, derrubando três homens em questão de segundos. — Eu prefiro ser comido vivo por um bando de porcos do que ser morto por esses idiotas. Agora venha receber o que lhe é de direito, Draco Malfoy. — Harry avançou até o covarde, pronto para desferir um golpe com sua espada. Atrás, escutou os soldados restantes se preparando para atacar. Sabia que não conseguiria controlá-los por muito tempo e torceu para que Hermione terminasse depressa sua conversa com Caswallan.
Na escuridão da capela, Caswallan estava com os olhos arregalados, fitando a rainha de xadrez, que Hermione segurava na mão.
— Eu tinha escutado rumores sobre a existência da peça, mas nunca alimentei a esperança de que um dia a veria. Você está mentindo, garota. Jamais daria algo tão valioso em troca da Pedra da Graça. Esta rainha de xadrez, com centenas de anos de existência, possui poderes que nem imaginamos existir.
— Não, eu não a entregaria a você — admitiu ela — Porém foi meu tio Culain que se separou do objeto que mais estima para ter de volta o que é de direito da minha família.
Caswallan chegou mais perto, estendendo a mão para a peça de xadrez. Seus olhos haviam se tornado sombrios, notou Hermione. Sentiu um calor na mão, como se a rainha estivesse criando vida. Não poderia ser mais perfeito.
— Ela é tão linda… — murmurou Caswallan, abobalhado.
— Se eu a possuísse, meus poderes seriam infinitos. Ela me sussurraria todos os seus segredos e me guiaria pela vida. Nada me impediria de…
Hermione deu um passo para trás, afastando a peça da ganância daquele homem.
— Você também acha? Eu exigiria um juramento de que você nunca mais faria nenhum tipo de aliança com Sir Draco Malfoy e que me devolvesse a Pedra da Graça.
— Está bem — concordou ele, estendendo a mão. — Você tem a minha palavra. Vou mandar Sir Draco Malfoy embora o mais depressa possível. Dê-me a rainha. Deixe-me apenas segurá-la por alguns instantes.
— O anel — lembrou Hermione. — Tire-o antes do dedo, então eu lhe entregarei a peça de xadrez.
Logo que Caswallan lhe entregou o anel, ela o colocou no dedo sem pestanejar, temendo perdê-lo novamente.
— E linda — comentou ele, como se tivesse recebido o maior prêmio existente sobre a terra. — Maravilhosa. Eu a sinto quente na minha mão. Quase como se fosse queimar meus dedos. Ela é sempre assim?
— Você não sabe? — perguntou Hermione, fingindo-se de inocente. — Ela se aquece quando está feliz, como deve estar agora por ter encontrado um verdadeiro crente. Entretanto, você deve guardá-la em algum bolso até o momento em que quiser mostrá-la a seus seguidores, quando estará pronta para atender seus pedidos. Leve-a imediatamente a eles, pois estou levando a Pedra da Graça embora e seus seguidores precisam ter a confiança reafirmada.
— É verdade — concordou Caswallan, satisfeito. — Vou apresentar a rainha a eles agora, mas peço-lhe que fique a meu lado. Será muito importante saber que há um membro da família Granger aqui e que você lhes deu um presente.
Hermione pressionou os lábios para não lhe dizer que sua família jamais presentearia um ladrão com algo tão precioso. Todavia, achou melhor atender ao pedido de Caswallan, principalmente depois de vê-lo colocar a rainha no bolso.
— Será um grande prazer.
Harry esperou até o momento certo para erguer sua espada e fazer uma abertura na seda atrás de si. No instante em que dois dos homens de Sir Draco tentaram encurralá-lo, ele escapou pela abertura, fazendo com que tropeçassem e caíssem. Depressa, aproveitando a confusão, ele rodeou a tenda, soltando todas as cordas que a prendiam. Os gritos assustados de seu inimigo trouxeram-lhe um sorriso aos lábios.
— Tolo — murmurou ele, olhando os homens se debatendo sobre a seda.
Hermione e Caswallan tinham acabado de sair da capela e, junto com a multidão que os seguia, observavam, estupefatos, o caos que se instalara ali.
Perfeito.
— Eles enlouqueceram! — gritou Harry, tentando parecer o mais assustado que podia. Então saiu correndo em direção à multidão. — Eles querem nos pegar! Todos estão insanos! Segurem as crianças e corram! Depressa!
Sem conseguir conter o riso diante daquela cena tão bizarra, Hermione cobriu a boca com a mão. Ron, por sua vez, fazia a sua parte em toda aquela encenação, beirando a perfeição. Vestido todo de branco em meio aos seguidores de Caswallan, ele ergueu os braços e começou a gritar:
— Eles estão armados! Vão nos matar! Corram! Corram! As pessoas começaram a sair correndo em todas as direções, sem saber o que fazer, sem saber ao certo aonde ir.
Como era fácil armar uma confusão, pensou Harry.
— Acalmem-se! — pediu Caswallan, parado ao lado de Hermione no meio de todos. Ela não se mexeu, apenas aguardava a chegada de Kieran, que vinha em sua direção.
Ele pegou-lhe a mão e guiou-a até as árvores onde Luna os esperava.
— Achei que você nunca mais voltaria — disse a criada, passando as rédeas do cavalo para Harry. — E quando toda aquela barulheira começou…
— Agora está tudo bem, Luna — garantiu Hermione. — Olhe, eu consegui o anel de volta.
— Não acredito! Seus tios ficarão tão contentes! Nosso bom Deus seja louvado. Mas onde está Ron? Por que não veio com vocês?
— Estou aqui, meu amor — respondeu uma voz do outro lado da clareira onde eles estavam parados.
Ron apareceu com um belo sorriso no rosto, tirando as roupas brancas e jogando-as longe.
— Olhem o que vocês estavam esperando — disse ele, tirando a rainha de xadrez do bolso e segurando-a na palma da mão. — Ela estava quente como fogo quando eu a peguei, mas agora já esfriou. Caswallan não desconfiou de nada. O velho foi carregado por seu povo, que queria mantê-lo a salvo. Queria que vocês tivessem visto. Foi engraçado. Eu nunca tinha visto um homem daquela idade gritando como uma menina histérica.
Todos riram, num misto de alegria e alívio.
— Ron, nem sei como lhe agradecer — disse Hermione, vendo-o passar a rainha para a mão de Harry. Os olhos da peça estavam dourados, o que a deixou bastante contente. — E meu tio Culain fará o mesmo quando souber que você recuperou o que lhe é mais precioso.
Ron fez uma mesura.
— Estou contente por ter sido útil, milady. Se estiver pensando em me dar uma recompensa, não pensarei duas vezes em lhe pedir para escolher sozinho.
— Peça o que quiser. Ele olhou para Luna.
— Agora não temos tempo, mas, se conseguirmos, conversaremos à noite, quando estivermos a salvo na casa de Berte.
Hermione sabia muito bem o que ele tinha em mente e quando abriu a boca para dizer "tudo menos isso", Harry puxou-a pelo braço, impedindo-a de se pronunciar.
— A Srta. Hermione terá enorme prazer em recebê-lo e ouvir o que tem a dizer, Ron— disse ele. — Por ora, vamos sair daqui antes que Sir Draco, estúpido como é, decida que precisa recuperar a Pedra da Graça ou a rainha de xadrez.
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Gabih - Putz, desculpa o erro foi meu...Quando eu fui colocar o número do capitulo eu coloquei errado.....mais a continuação ta certa!!!
Alguém ai curte McFly???? O.O!!!!
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